Fanfic: Você está livre hoje?HOT- Adaptada-AyA | Tema: AyA- Ponny

Saí da cozinha e continuei andando pela casa. Depois Kuno desceu correndo as escadas e saímos. Caminhamos um pouco até chegar na avenida principal e pegamos um táxi. Comemos em um bonito restaurante e ficamos conversando, como nos velhos tempo.

Na volta, paramos na mesma avenida e fomos o restante do caminho conversando animadamente. Ao chegarmos perto da porta, senti um delicioso cheiro de comida, o que me lembrou que fazia um bom tempo que eu não cozinhava. Kuno abriu a porta e ao entrarmos na sala, ouvimos uma música que vinha da cozinha, nos olhamos e eu o tirei meu IPod da bolsa e mostrei que a música não vinha dali. Devagar e um pouco receosos, caminhamos lentamente na direção da cozinha que estava com a porta fechada. Kuno a empurrou e eu quase infartei ao ver Zoraida e Alfonso cozinhando e cantando com um casal.

Olhei para Kuno em uma pergunta silenciosa e ele deu de ombros, também surpreso. Pigarreei e Zoraida nos olhou meio surpresa, mas sorriu. Alfonso também nos olhou com a expressão indecifrável, sem o menor resquício do que se passava em sua mente.

- Kuno, Annie! Que surpresa! - exclmou Zoraida alegremente - Alfonso, por que não me disse que eles viriam?

- Na verdade, não sabíamos que vocês estariam aqui, Alfonso me emprestou a casa pro fim de semana - respondeu Kuno, o olhando, pedindo uma explicação.

- Não era no próximo fim de semana? - Alfonso perguntou, sério e confuso.

- Bem, não importa, tem quartos suficientes e vai ser divertido - Zoraida disse entusiasmada.

Eu simplesmente não sabia o que dizer, estava processado aquilo na minha cabeça, o choque era ainda maior do que quando nos encontramos no estádio e o que mais mexeu comigo foi saber que ele estava ali com ela. Como ele podia dizer que eles não tinham nada, se tudo provava o contrário?

A única coisa que fiz foi agarrar o braço de Kuno que encarava Alfonso, enquanto o mesmo nos olhava seriamente.

- Foi ele quem te emprestou a casa? - perguntei enquanto saía da cozinha com Kuno atrás de mim.

- Sim - respondeu parando na minha frente.

- Não podemos ficar aqui. Vamos pra um hotel.

- Mas, baby... - desde quando ele me chama assim?

- Baby? - perguntei, tentando descobrir de onde esse apelido surgiu.

- Digo... Annie. Você escutou errado.

- Escutei perfeitamente bem e você me chamou de baby. Desde quando me chama assim?

- Eu sei o porque da confusão - disse ignorando minha pergunta - É que primeiro eu tinha dito que viria no próximo fim de semana, mas tenho que ir pra... San Francisco e acabei não avisando. Foi minha culpa, desculpa. Mas, podemos ficar aqui, Alfonso tem sido muito bom comigo, além do mais, Zoraida me parece bem animada.

- Mas, esse fim de semana era pra ser nosso.

- E será, não se preocupe com eles, estarão muito ocupados - disse piscando um olho - Vai, aceita, são só dois ou três dia.

Senti como meu estômago se revirou com o que ele disse, ainda estava bem viva a imagem de Alfonso e Zoraida na cozinha e não queria pensar no que eles vieram e poderiam fazer aqui.

Kuno me deu um rápido selinho, nas escutamos alguém pigarrear atrás de nós e nos viramos.

- Desculpe, não quis interromper, mas o jantar está quase pronto e queria saber se vocês vão jantar conosco - disse Zoraida.

Alfonso estava apoiado no batente da porta com cara de poucos amigos.

- Obrigada, Zoraida, mas nós dois acabamos de comer, além do mais, acho que vocês querem ficar sozinhos, acho que é melhor Kuno e eu irmos pra um hotel - eu disse pegando na mão de Kuno.

- De maneira nenhuma, quem se confundiu fui eu, portanto, eu e Zoraida vamos - disse Alfonso passando o braço na cintura dela.

- Não, Alfonso, a casa é sua e a culpa pela confusão foi minha, porque te disse que viríamos no próximo fim de semana e acabamos vindo nesse - disse Kuno.

- Ninguém vai pra lugar nenhum, vamos todos ficar aqui, não é? - disse Zoraida dando tapinhas nas bochechas de Alfonso.

- É verdade, podemos ficar todos aqui, tem quartos suficientes - Alfonso respondeu.

- Eu também não vejo problemas, mas é que Annie queria que fosse um fim de semana nosso - disse Kuno.

- Annie, não se preocupe com isso, vocês dividem o quarto e Alfonso e eu podemos usar tampões nos ouvidos - Zoraida disse divertida.

- Zoraida! - Eu ralhei.

- O que tem demais, Annie, somos todos adultos aqui, não tem nada demais. Vem, vamos pra cozinha terminar o jantar - ela disse me pegando pela mão e me puxando.

Fui com ela na direção da cozinha enquanto me lembrava das demonstrações de afeto que ela e Alfonso tinham e quando passei por ele, o mesmo me lançou um olhar furioso. Fiquei um pouco com Zoraida na cozinha, mas depois disse que iria me deitar um pouco e ao sair de lá, Alfonso e Kuno estavam sentados, cada um com um copo na mão. Os desejei boa noite e subi.

Abri a porta do primeiro quarto e só encontrei duas malas, provavelmente de Alfonso e Zoraida. Fechei a porta, segui pelo corredor e entrei em outro quarto, onde encontrei minha mala e a de Kuno. Peguei a minha e peguei um pijama, ainda era cedo, mas eu só queria descansar e não estava afim de descer e ter de ver Alfonso e Zoraida trocando carinhos. Fechei os olhos e acabei dormindo.

Acordei com o movimento da cama, abri os olhos, virei a cabeça e vi Kuno me olhando com os olhos desejosos, mas eu não queria ter nada com ele, tanto pela vergonha quanto pelo fato de ele não ser o Alfonso.

- Kuno, agora não, minha cabeça está doendo e eu estou cansada.

- Tudo bem, como você quiser, depois não vem reclamar - disse levantando da cama.

- Claro, eu tenho que aguentar que você prefira trabalhar do que ficar comigo, mas na única vez que eu te digo não você fecha a cara - digo irônica.

- Não quero brigar com você, já estou cheio. Você não estava com dor de cabeça?

- Sim, eu estou. Boa noite - disse virando a cabeça pro outro lado e colocando o travesseiro por cima.

Minutos depois, ele se deitou do meu lado, apagou a luz do abajur e me virou as costas sem dizer nada. Eu estava quase indo dormir na sala, quando meu telefone tocou. O peguei e era um número desconhecido.

- Alô - atendi.

- Você tem cinco minutos pra descer pra cozinha, ou eu subo aí e conto tudo pro Kuno - disse Alfonso e desligou.