Fanfic: Você está livre hoje?HOT- Adaptada-AyA | Tema: AyA- Ponny

O alarme incessante do meu celular me acordou. Abri os olhos e por um instante me surpreendi ao ver que não estava na minha cama. Então me lembrei do que havia acontecido na noite anterior e não pude evitar de sorrir como uma criança que acaba de fazer uma travessura. Me levantei e não havia nenhum rastro dele, nem sequer uma fio de cabelo.

"Regra número três: sem vínculos emocionais."

Me lembrei de que ele havia dito isso claramente. Levantei, procurei minha roupa, me vesti e saí do quarto. Esperava não chegar atrasada no escritório. Ao pisar do lado de fora do hotel, senti o ar fresco da manhã, mas estranhamente não senti diferença dessa vez. Até fechei os olhos por uns segundos pra disfrutá-lo. Algo havia mudado em mim essa noite.

Eram nove e meia quando entrei no escritório e era a primeira vez que eu chegava tarde em um ano em que trabalhava ali. De imediato vi o enorme buquê de flores que estava sobre minha mesa. Senti meu coração disparar ao pensar em quem poderia ser. Quando Dulce me viu entrar, veio atrás de mim correndo e fechou a porta atrás de si enquanto eu pegava o cartão que estava no buquê.

"Meu amor, de verdade, me perdoa por não ter estado contigo ontem. Mas te prometo que vamos comemorar seu aniversário. Não sei exatamente quando, mas vou ver quando posso. Com todo meu amor, Kuno."

Claro! Quem mais poderia me enviar flores além do meu namorado?

Não sei como pude pensar por um instante que havia sido o desconhecido da noite passada.

"Sem nomes, nada que possa dar indícios de quem somos na realidade."

Me lembrei das regras e teria que lembrá-las sempre, se quisesse que isso funcionasse, mas... No que eu estava pensando? Por acaso iria voltar a ligar pra ele?

Sorri e balancei a cabeça tentando dissipar esses pensamentos malucos.

- Amiga, me conta tudo, com os mínimos detalhes, sabe que eu sou curiosa. - disse Dulce ansiosa olhando as flores.

- O que quer que eu te conte? - perguntei dando a volta na mesa pra me sentar de frente à ela.

- Meu Deus! E você ainda pergunta? Chega mais tarde, chega pra você esse buquê de flores e, também, você está com um brilho diferente nos olhos e um sorriso na cara que jamais tinha visto. A comemoração do seu aniversário deve ter sido inesquecível, Kuno deve ter te dado um ótimo presente... Quero os detalhes agora mesmo! - disse suspirando apaixonada e se sentou apoiando a cabeça em ambas as mãos e me olhando.

E, sem saber, minha amiga havia descrito perfeitamente a minha noite. Realmente havia sido inesquecível, mas, Kuno não tinha nada ver com isso.

Dul era minha companheira e melhor amiga. A poucos dias em que nos conhecíamos, ela me contou que o pai de sua filha havia fugido quando soube que ela estava grávida, e, dali, uma grande confiança surgiu entre nós duas.

Apesar disso, duvidei se era uma boa ideia contar o que havia feito no meu aniversário. Ela sentia uma grande simpatia por Kuno e sempre me dizia que éramos o casal perfeito.

Não, definitivamente era melhor manter aquela aventura em segredo.

- Sinto muito te decepcionar, mas não teve comemoração. Infelizmente, Kuno não pôde me levar pra jantar.

- Você é sempre tão detalhista. - disse tirando uma orquídea do buquê.

- Bom, de alguma forma ele tenta recompensar o pouco tempo que tem ao meu lado.

- Sabe que ele trabalha muito pra ter um namoro seguro contigo, e no futuro casar, e te dar tudo o que você precisa.

- Isso é muito bom. Ele não tem que me convencer de que é o namorado perfeito. Sei que ele é, por isso o amo e aceito que trabalhe tanto, pra que um dia fiquemos juntos pra sempre.

- Sim... Mas, você não fez nada? Porque seu namorado te deixou plantada justo no dia do seu aniversário e você está tão radiante. Diz logo, o que foi que você fez ontem à noite?

- Nada, só vi televisão sozinha com uma garrafa de vodka pela metade. - nesse momento me lembrei que minha amiga era perceptiva e que eu era péssima com mentiras.

- Sim, claro, e eu rezo Avemaria todas as tardes quando chego do trabalho. Fala logo, Annie!

- Te juro que foi isso! Sabe que não tenho mais nenhuma amiga além de você e Maite e que jamais iria sozinha a nenhum lugar a não ser no supermercado.

- É que tem alguma coisa diferente em seus olhos.

- Só um ano a mais de idade. Me deixa ver, o que eu tenho que fazer antes que o chefe venha e nos pegue. - disse ligando o computador.

- Está bem, mas deixo claro que não me convenci com o seu argumento. Algo me diz que tem alguma coisa que você não quer me falar.

- Ok! Saí e transei com um desconhecido. Satisfeita?

- Ai, Anahí - soltou uma risada - Você é tão engraçada. Nós duas sabemos que você não tem coragem de fazes algo assim. - disse saindo e fechando a porta.