Fanfic: Você está livre hoje?HOT- Adaptada-AyA | Tema: AyA- Ponny

Desci as escadas e deixei de escutar a conversa. Eu sentia dor, porque apesar de tudo, eu sentia carinho por Kuno e doía ver que havíamos acabado assim. Me senti uma idiota por todas as vezes que senti remorso por traí-lo com Alfonso, já que ele quem havia começado com isso tudo e com uma pessoa que eu pensava que era minha amiga. Como não me dei conta disso antes? Agora compreendia tantas coisas.

Saí do shopping e caminhei rumo à minha casa, precisava respirar. Ao chegar, me joguei no sofá e me perguntei: em que momento Kuno e eu deixamos de nos amar? O que nos fez buscar outras pessoas? Por que tinha que acabar assim?

A campainha começou a tocar insistentemente e escutei a voz de Kuno. Abri a porta, era melhor acabar com isso de uma vez.

- Annie, por favor, me perdoa - pediu suplicante ao entrar.

- E o que vai me dizer? Que lamenta? Que foi uma idiotice? Uma coisa de momento? Que pensava em terminar comigo mas não sabia como?

- Mereço o seu desprezo, lamento muito, foi uma grande estupidez o que eu fiz. Dulce soube bem como me envolver, jamais imaginei que o resultado seria esse.

- Agora vai jogar a culpa em cima dela? Não esperava isso de você, achei te conhecesse melhor.

- Não, ela não tem culpa de tudo. Eu deixei que esse relacionamento fosse crescendo e não pensei nas consequências.

- Não se preocupe comigo, eu não te odeio. Eu não poderia cobrar nada de você, quando - eu suspirei forte - na verdade, também te traí.

- O que? - ele disse surpreso e sua cara de arrepentemente foi substituída por uma de raiva.

- Não me olhe desse jeito Kuno. Você não é vítima nessa história - ele desviou o olhar e olhou o chão desconcertado - Pois é, a correta Annie se deitou com um homem que não era você. Confesso que eu sentia arrependimento, pensava que você não merecia algo assim. Jamais pensei que você fazia o mesmo comigo muito antes de eu me deitar com ele. Já não existe amor entre nós, Kuno.

- Quem é ele? Eu o conheço? - perguntou sério me olhando de novo.

- Não vou te dizer quem é. Só te digo que é um dos seus melhores amigos.

- Sei que foi um grande erro da minha parte me deitar com ela, mas eu juro que eu não planejei isso.

- Não acho que alguém planeje enganar o namorado. Isso seria muito ruim, eu tampouco planejei isso, simplesmente aconteceu.

- Só não diga que o ama. Eu não suportaria saber que por causa do meu distanciamento você se apaixonou por ele.

- Você ama ela? - o ignorei.

- Não sei. Eu sentia algo, mas eu só estava com ela por causa do sexo. Depois depois do que ela se mostrou ser hoje, descobri que não posso querer alguém assim, que foi capaz de mentir mil vezes só para sair comigo, que nem sequer se preocupou dizer todas para barbaridades para a melhor amiga em minha frente e da filha.

- No começo, fiz isso por carência, mas agora... sei que eu o amo.

- E ele te ama?

- Acredito que sim, não estou muito segura, faz muito pouco tempo que eu conheço.

- Quero deixar claro que nunca houveram outras. Ela disse aquilo no momento da raiva.

- Isso não importa agora. Se ela foi a primeira ou a décima vai dar no mesmo.

- O que aconteceu com a gente, Annie?

- É o que eu me pergunto. Não sei, nós tínhamos tudo planejado, era tudo igual, mas acho que queríamos conhecer coisas novas. Pensamos que sempre estaríamos juntos e deixamos esfriar a relação, não imaginávamos que outras pessoas cruzariam nossas vidas. Era só uma ilusão.

- É isso o que você pensava quando o conheceu?

- Sim - me calei por uns segundos - a sociedade é má conselheira, pois sempre temos medo do que vão pensar.

- Sabe... Eu não te culpo por ter ficado com outro. Você tem razão no que disse, nós nos conhecemos muito bem, sabíamos que estaríamos sempre lado a lado e nos agarramos à isso. Só espero que você me perdoe algum dia e que possamos ser amigos.

- Eu também espero que você me perdoe. Não tem um culpado, uma relação é feita com duas pessoas, a responsabilidade é de ambos. Acho que eu permiti que a paixão se apagasse, deixei de fazer muitas coisas, inclusive te recriminava por sua isso, quando eu fazia o mesmo.

- Lamento muito que tudo tenha terminado assim.

- Eu também lamento, mas foi melhor agora, antes que cometessemos algum erro irreparável. Podemos voltar a ser amigos, por hora é melhor que fiquemos afastados.

- Você tem razão, vai ser bom dar um tempo.

- Acredito que pra mim também.

- Me perdoa de verdade, eu te perdoo porque sei que tudo teria dado certo se não houvessem outras pessoas.

- Não sabemos se daria certo. Nunca saberemos.

- Espero que dê tudo certo pra vocês. Conheço bem esse olhar apaixonado. Espero que ele te ame e saiba te dar valor, não quero que você sofra por alguém que não te valorize.

- Obrigada, Kuno, sei me cuidar e o que tiver que acontecer, acontecerá.

- Posso te dar um abraço?

- Por que não?

Ao nos abraçamos me lembrei de várias coisas. Me dei conta que o que sentia por ele não era amor e sim carinho. O beijo que havíamos trocado na cozinha da casa de Las Vegas tinha deixado bem claro, mas eu fui egoísta e consumida pelo ciúme pra não me dar conta disso antes. Eu tinha medo de Alfonso mão sentir o mesmo que eu sentia por ele, eu não saberia o que fazer se estivesse amando sozinha. Só sei que ficaria destruída, pois o amava com todas as minhas forças.