Desculpem pelo capítulo grande... preferem que eu divida os capítulos tipo "Cap. 10 Parte I", "Cap. 10 parte II" ou continue postando assim? Porque eu não consigo mais escrever capítulos pequenos kkkk. Espero que estejam gostando! Beijosss!!!
─ Eu... você... espere aí, o quê? ─ a confusão de Maite seria engraçada de se ver, se a situação não fosse tão tensa. Alfonso revirou os olhos e Anahí riu de lado, ninando o filho que havia pegado no sono depois de mamar com Maite. Naquele momento, ela estava prestes a sair do apartamento dele, quando o mesmo disse que ela iria ficar. ─ Mas nós acabamos de conversar e decidimos que é loucura fazer isso, e...
─ Não é como se tivéssemos conversado exatamente. ─ ele respondeu, entediado. ─ Você conversou sozinha. E minha decisão é: pelo Christian, vou manter você aqui. Até que sua máscara caia e eu tenha ainda mais belos motivos pra acabar com sua mísera vida! ─ resumiu e viu de canto de olho Anahí revirar os olhos. ─ E claro que essa conversa me ajudou a perceber que morar comigo vai ser tão ruim pra você, é algo que você não quer com tanta força, que eu vou ter que fazer! ─ ele riu maldoso, caminhando até ela. ─ Boa sorte, Maite. E seja muito, muito bem-vinda. ─ disse em total tom de maldade e ironia. Então pegou uma mecha do cabelo da mesma e jogou a mesma para trás, fazendo com que Maite se afastasse dele com a cara fechada;
─ Alfonso, não é isso que você quer de verdade! Não seja idiota. É bem melhor me deixar logo em paz de uma vez, eu... morar... morar aqui, não. Mas o Christian, eu...
─ Maite, calma. Calma! Por que toda essa aflição? ─ Anahí foi até ela.
─ Porque na carta dizia que eu poderia recusar, se o Alfonso recusasse primeiro me deixar aqui sob os seus cuidados! Mas se ele aceitasse e eu recusasse... acho que ele não iria me perdoar por isso jamais.
Agora as coisas começavam a fazer sentido. Ela fora ali apenas para constatar que o Herrera cruel não a queria ali, porém ele terminou fazendo tudo ao contrário. E tudo para atingi-la... parecia um pesadelo, mas era a vida real.
─ Lamento por você então. ─ Alfonso falou debochado. ─ Na verdade não lamento nenhum pouco, se quiser sair, que vá. Vai ser um livramento pra mim também. ─ disse dando as costas e indo em direção a sala de jantar e em seguida sumiu na cozinha.
─ Mai, fique, por favor. ─ Anahí pediu. ─ Pelo Chris. Eu quero te ajudar, deixar sua vida pelo menos estável e depois você vai embora. Por favor! ─ Maite respirou fundo e ao fechar os olhos, tudo o que vivera com Christian viera a sua mente, assim como as palavras na carta.
─ Tudo bem. ─ ela falou e estava decidido.
Maite e Alfonso por mais estranho que fosse, não se encontraram mais aquela noite, porém Alfonso não tinha dúvidas que Anahí havia mostrado a Maite o quarto que ela ficaria e naquela altura do campeonato, ele não dava a mínima para onde ela estava, a questão principal era fazer da vida da mesma um inferno a partir do dia seguinte. Maite se surpreendeu com o tamanho do quarto que ficara pra ela, e se surpreendeu ainda mais com o fato de ter um closet – que Anahí desde o momento que fez as compras, mandou pelos empregados para que eles arrumassem ali – já com suas roupas e também um banheiro só para si. Aquilo lhe deixou mais aliviada, já que ela só sairia do quarto para comer. Algo que lhe incomodou, foi o quarto dela ser logo de frente para o de Alfonso, mas ela faria de tudo para não se bater um só dia sequer com ele. Depois de Anahí checar se estava tudo bem com Maite e arrumar todo o jogo de cama para a mesma, enquanto Nate dormia no colo de Maite, ela se despediu e desceu para o seu andar, avisando antes a Alfonso que Maite já estava no quarto que agora seria dela e o mandando deixar a menina em paz. Ele deixaria, por aquela noite apenas, já que ainda havia trabalho a ser feito. Trancar a porta do quarto foi a primeira coisa que Maite fez, aquele homem era louco e ela não confiava nem um pouco nele. Por um momento se perguntou onde a filha do mesmo estava, já que naquele tempo ali não tinha ouvido sequer a voz dela, mas deduziu que a mesma estaria dormindo. Então ela foi tomar banho e se surpreendeu ao ver uma banheira ali, o que fez com que seu banho demorasse ainda mais, enquanto ela se perdia nos seus pensamentos e em absolutamente tudo de estranho que aconteceu até ela chegar até ali. Depois, escovou os dentes ainda de toalha, agradecendo a Deus por ter lhe dado tanto conforto naquele dia, e seguiu para o quarto, onde vestiu uma camisola de seda que Anahí já havia deixado em cima da cama e em seguida um casaquinho, já que ela era muito frienta e o ar-condicionado já estava ligado ali. Em seguida, se deitou. E pela primeira vez em muito tempo ela não ai dormir nem com fome, nem com sede, nem sem um banho, nem preocupada em tudo que fosse acontecer quando ela pregasse os olhos... tudo seria muito bom, se o motivo de tê-la levado ali não fosse tão ruim, no fim das contas.
A manhã seguinte chegou e Maite acordou em um pulo com mais um pesadelo. Respirando ofegante, ela sentiu sua garganta seca e mirou o relógio que ficava ao lado da cama, sobre o criado mudo. Eram cinco horas em ponto. Com sede, ela desceu da cama, tirando o casaco que vestia, pois apesar do quarto estar um gelo, o pesadelo havia lhe deixado toda suada. Depois de ir ao banheiro lavar seu rosto e depois secá-lo, ela foi em direção a porta. Não era possível que Alfonso estivesse acordado aquela hora, então destrancou a mesma e pareceu cena de filme o que veio depois, pois no mesmo momento em que ela abriu, ele abriu a porta do quarto dele também, e o pior de tudo era que ele estava apenas de toalha. Uma toalha amarrada na cintura, os cabelos molhados, algumas gotas de água escorrendo pelo seu peitoral e seu abdômen... uma visão realmente sublime, se ele não fosse o próprio diabo. Já ela, com sua camisola de seda curta, estava sem sutiã, o que definia um tanto o formato dos seus seios. Primeiro eles se surpreenderam. Depois analisaram os corpos um do outro da cabeça aos pés na maior cara de pau. Depois se deram conta do que estavam fazendo e fecharam a cara.
─ Uma visão dessas logo de manhã cedo, meu dia realmente não será bom. ─ ele falou, terminando de fechar a porta e andando em direção as escadas.
Maite odiou que ficou sem palavras depois que o viu e decidiu voltar para o quarto e esperar ele sair de uma vez de casa, para só então ela descer e beber sua água. Então deitou novamente, tentando não pensar no sonho que teve, mas estava difícil. Sem falar na saudade de Christian, que sempre batia na porta, exatamente como naquele momento... o que a fez suspirar e pegar a carta do mesmo que na noite anterior ela havia colocado sobre o criado mudo. Seus olhos marejaram e mais uma vez, apenas duas lágrimas caíram dos seus olhos. Então ela acabou por pegar no sono novamente. Sono que durou duas horas, pois ela despertou com Alfonso batendo, ou diria esmurrando, quase que derrubando a porta. Pulando assustada, ela se aproximou da mesma, vestindo seu casaco novamente.
─ O que você quer? ─ indagou, sem destrancar a porta.
─ Isso não é colônia de férias, não. Esteja em cinco minutos na sala de estar. ─ disse e ela ouviu quando ele se afastou da porta e muito provavelmente desceu as escadas, respirando aliviada por ele ter ido. Então tratou de vestir um hobby também preto e de seda, que quando Anahí comprou ela pensou que não teria utilidade, mas ali lhe caiu tão bem que ela ficou aliviada em tê-lo. Então lavou o rosto e depois de secá-lo, ficou se olhando por algum tempo no espelho do banheiro... o cabelo que estava preso em um coque mal feito, ela deixou que caísse sobre os seus ombros e os acariciou, como se estivesse os admirando... sentira tanta falta dos seus cabelos daquela maneira... do seu corpo sem manchas, seu rosto sem sujeira... suas mãos ainda estavam machucadas, o que lhe fazia lembrar de tudo que ela vivera... quanto já se machucara no lixão e nas ruas que nunca seria um lugar limpo e seguro para se viver.
Então suspirou, e depois de fazer mais um coque no cabelo, ela saiu do quarto, descendo as escadas e passando pela sala, logo em seguida chegando na sala de jantar. Mas até lá, ela observou todo o apartamento de Alfonso. Todas as paredes que rodeavam o mesmo eram de vidro, o que fazia ela ter uma visão ampla de Nova Iorque de onde quer que olhasse, mas também a fazia ter medo da altura em que eles estavam. O prédio, do lado de fora, era totalmente preto, opaco. Era impressionante ver que dali de dentro tudo estava na visão dos Herrera. Quando chegou na mesa, os olhos de Maite se encontraram logo com os de uma menininha, que a mirou e rapidamente esboçou um enorme sorriso, com os olhinhos azuis brilhando. Ela não pode deixar de sorrir também, mas o sorriso se fechou ao mirar Alfonso.
─ Bom dia. ─ cumprimentou em especial a menina sentada na mesa bem na sua frente e as cinco empregadas que estavam em pé, a sua espero pelo jeito.
─ Bom dia, amiga do tio Chris! Senta aqui com a gente! ─ a menina falou e ela sorriu, sentando-se em frente a menina, ignorando a presença de Alfonso que estava no topo da mesa enorme de vidro. ─ Nossa papai, como ela é bonita. ─ o mesmo revirou os olhos.
─ Há algumas coisas que eu preciso deixar clara pra você. ─ ele começou e Maite o mirou, erguendo uma sobrancelha na direção dela e fechando rapidamente o sorriso para a simpática e dócil menina a sua frente. ─ É uma infelicidade te ter nos mesmos cômodos que eu, te ver sentando na minha mesa, usando um dos meus quartos, mas por hora não se pode fazer nada a respeito... ─ ele começou e uma das empregadas, que se chamava Roberta, fez uma cara de vitoriosa, sorrindo sem que ninguém visse, ela não havia gostado nada da ideia de ter uma mulher ali, ainda mais uma mulher tão bonita... ─ Então, hoje, eu estou liberando você, você e você. ─ ele apontou para as três empregadas que eram as encarregadas de limpar todo o apartamento. ─ Pois agora temos uma pessoa que limpará tudo aqui para nós. ─ ele disse. ─ Mas não se preocupem, o salário continuará normalmente na conta de vocês, porque ainda são minhas empregadas e quando eu chamar, vocês vem. ─ resumiu, óbvio. ─ A Roberta fica pra cozinhar pra mim e para a Serena, mas quem cozinha pra você é você mesma. ─ esse foi o único momento que Maite engoliu a seco e ele riu, divertido, apoiando os braços na mesa e a olhando com desdém e ironia. ─ Ou não sabe cozinhar?
Ela apertou os olhos na direção dele. ─ Claro que eu sei. ─ mentiu, empinando o nariz e em seguida virou a cara para ele.
─ Se você diz... ─ ele falou debochado e se levantou, andando pela cozinha, fazendo voltas na mesa, enquanto citava alguns pontos. ─ E a Maria fica porque é a babá da Serena. ─ falou. ─ A propósito, vocês duas... ─ Maite e Serena se olharam, nesse momento Alfonso passava por trás da menina. ─ Nem uma palavra, se possível não troquem nem um olhar. ─ quando a menina abaixou a cabeça, triste, Maite sentiu dó.
─ Mas papai...
─ Você vai mesmo querer ir contra minhas ordens, Serena? ─ indagou grosseiro e a menina o olhou. Nesse momento ele passava pela outra ponta da mesa, indo para o lado em que Maite estava. Ela negou, os olhinhos tristes. ─ Essa mulher veio de um lugar horrível, não merece nem estar entre nós. ─ ele falou e parou atrás de Maite, que revirou os olhos e o imitou, repetindo sua fala sem esboçar nenhum som e fazendo caretas para fazer com que Serena risse, e atingiu seu objetivo. A menina tentou disfarçar, mas seu pai a conhecia, então, perto o suficiente pra fazer Maite se assustar, ele apoiou os dois braços sobre a mesa, com ela no meio e a mesma prontamente ficou tensa. ─ Estamos entendidos, engraçadinha?
─ Limpar, cozinhar, não falar nem olhar pra sua filha, evitar ao máximo olhar pra essa sua cara de um grande filho da... mãe. Sim, chefinho, anotado. ─ falou irônica, virando a cabeça para ele na última frase e prendendo a respiração quando seus rostos ficaram perto o suficiente para que um sentisse a respiração do outro.
─ Acho bom. ─ ele disse e ergueu o corpo. ─ Pra sair, você tem que me comunicar e eu só vou deixar se estiver de bom humor.
─ O quê? ─ ela o mirou revoltada. ─ Aí já é demais! Por acaso você é meu pai?
─ Minha casa, minhas regras, querida. Se comporte, ou melhor, mostre logo a cobra que você é, que sairá daqui quanto antes melhor. ─ ele falou e mirou o relógio.
─ Maria, Roberta, ignorem a existência dela aqui. Deixem com que ela se vire, e ah... se eu chegar e a casa estiver suja, ah... você verá as consequências. ─ ameaçou e ela virou a cara, cruzando os braços. ─ Vamos, Serena, vou te deixar no colégio hoje. E ah, se ela incomodar vocês, podem me ligar. ─ falou a Maria e Roberta que assentiram, a última com um sorriso maldoso no rosto. ─ Ah, Maria, mostre os cômodos da casa a ela. Não permita que entre no meu quarto, nem no da minha filha, mas de resto... deixe que vá, se sumir algo, vocês me avisam na hora. ─ falou e Maite se perguntou o motivo de não estar arrebentando a cara dele naquele momento, talvez porque a filha estava ali, a olhando com os olhinhos tristes e curiosos, como se quisesse saber tudo ao seu respeito. Maite piscou pra ela, em uma promessa implícita que daria uma fugidinha quando ninguém estivesse olhando e a menina riu de lado. ─ Não a deixem chegar perto de Serena também, esse é o ponto principal. ─ concluiu e então deu as costas, saindo, e foi a chance que Serena teve de dar um tchau com a mão para Maite que retribuiu, docilmente. Roberta que viu, prontamente se virou na direção de Alfonso para contar, mas Maite viu quando Maria a impediu, pisando no seu pé e a ameaçando com alguma coisa, que a deixou quieta.
Logo depois que Alfonso saiu, Roberta deu as costas e saiu da sala de estar revoltada, em direção a cozinha, e Maria foi mostrar a casa a Maite, mostrando-lhe tudo que ela teria que fazer ali. Certamente seria um dia longo.