Mesmo doente, arranjei um tempinho pra vim postar pra vocês.
Espero que gostem!
─ Mas o que é isso? Reunião na minha sala da minha própria empresa e eu só soube agora? ─ Alfonso indagou assim que entrou na sala e deu de cara com Christopher e Paul na mesma. ─ Vocês não trabalham não, a propósito?
─ Bom dia também, querido irmão. ─ Paul rebateu irônico e Christopher riu.
─ Tu ainda se surpreende com o Poncho? Eu já me acostumei.
─ O que querem, digam logo!
─ Olha, eu falei ao Paul que era loucura, mas ele insistiu em vim conversar com você sobre o amor. ─ Alfonso se sentou na sua cadeira e ergueu a sobrancelha esquerda para Paul, que seguia sério. ─ Isso mesmo, ele quer conselhos amorosos de Alfonso Herrera. Pobrezinho, a que pontou chegou.
─ Qual o problema? Não foi você que noivou faz pouco tempo, mesmo comigo dizendo que era loucura esse negócio de casamento? Eu estava certo, né? Sempre estou.
Paul revirou os olhos. ─ Não me arrependo de ter ficado noivo da Candice, eu a amo. ─ ele afirmou olhando nos olhos do irmão, mas em seguida desviou o olhar.
─ Mas... ─ Alfonso já antecipou e Paul respirou fundo.
─ Mas ontem à noite eu recebi uma ligação. Era a Nina. ─ ele falou e Christopher riu, já Alfonso, fez uma cara de total surpresa.
─ Nina o amor da sua vida desde sua infância? Uau! Ela está em Paris, não é? Outro dia a vi pela televisão, em um daqueles desfiles lá.
─ A própria. E ela está voltando para cá, e como se não bastasse, irá trabalhar com ninguém menos que a nossa querida irmã. ─ Christopher resumiu a história.
─ Se não se arrepende de ficar com a Candice e acabou de me afirmar que a ama, qual o motivo de vim aqui falar logo comigo sobre o amor?
─ Eu espero que você acredite quando eu digo que amo a Candice e tudo que ela representa pra mim. ─ os olhos dele brilharam e ele falou seu nome com um sorriso de canto no rosto. ─ A mulher é determinada feito o inferno e lutou por mim até me ter e fazer com que eu superasse até mesmo a Nina.
─ A pergunta é: será que ele superou de verdade? ─ Christopher indagou teatralmente enquanto girava a cadeira, observando tudo com seu mesmo tom debochado de sempre.
─ Quando eu ouvi a voz da Nina, eu... Sei lá, senti meu estômago embrulhar, cara. De repente tudo voltou com tudo pra minha mente e eu fiquei confuso. Eu tenho medo de vê-la e voltar a sentir a mesma coisa de antes. ─ ele passou a mão pelos cabelos, nervoso. ─ E a Candice, ela... Ela é uma mulher segura, isso até que o nome “Nina” seja dito ou ouvido pela mesma. Ela fica louca, sério! E eu já vejo nossas vidas dando vários altos e baixos com a chegada da mesma aqui, no mesmo ciclo que nos envolve. E eu ainda não contei a Candice que a Nina vem. Também não sei se vou contar, mas não posso fingir surpresa quando ela aparecer, vai ser muito feio da minha parte, e o pior de tudo foi que eu já comecei essa história mentindo para a Candice ontem a noite, ela me viu no celular e perguntou quem era, óbvio que eu não disse Nina. E agora eu não sei o que fazer, cara.
─ E com isso tudo, ele acha que logo você vai ajudá-lo. Mas o que faria nessa situação, Poncho? Diz aí.
─ Primeiro que nessa situação, eu nem estaria noivo. Nem apaixonado por ninguém, nem amando ninguém, tampouco com lembranças de amor antigo. ─ resumiu simples. ─ No seu caso, eu sugiro que fale tudo a Candice com seu jeito meio gay de ser que ela vai entender. Se você ignorar a existência da Nina, vai ser uma puta sacanagem pela história que tiveram juntos, seja homem pra ter contato com ela e continuar sendo devoto a Candice independente da situação que lhe cerca. Se você encontrar a Nina e sentir tudo voltar, o sentimento e toda aquela palhaçada, termine com Candice e siga sua vida como preferir. ─ terminou e Christopher estava literalmente de boca aberta com aquilo. ─ Pra você eu digo que se não pegar a Dulce essa semana, não pega mais! Estava no hospital esses dias e o Dr. Paco já está em cima dela, e ela está prestes a ceder um encontro a ele. Diferente de você, ele quer algo sério e está totalmente a fim de assumir o filho de Dulce, coisa que ela não quer, mas só em ele estar solícito a o fazer, já conforta o coração da mesma. ─ falou e Christopher fechou a cara para aquelas informações.
─ A Dulce no fundo é apaixonada por mim e todos sabem disso. Ela não vai...
─ Te esperar a vida toda. ─ Alfonso o cortou. ─ Primeira que a Dulce não é qualquer mulher, segundo que você não é essa coca cola toda, o que tem de beleza, tem de vagabundagem e ela, desde que teve Charlie, saiu da vida de farra a muito tempo. Terceiro que ela quer estabilidade e você é a instabilidade em forma de gente, bipolar inclusive. E ainda tem o Charlie, que pesa muito em todas suas decisões e você...
─ Eu amo o Charlie. ─ ele rebateu. Paul nem parecia estar naquela sala, depois das palavras de Alfonso, ele estava parado, olhando um ponto fixo, depois de pensar em tudo que ele havia ouvido. ─ Os dois sabem disso. Desde que Dulce anunciou a gravidez e me contou que o pai era um cachorro que não queria estar presente na vida do filho, eu a apoiei. Eu acompanhei o crescimento dele, o menino me adora, por Deus!
─ Mas também sempre fez questão de jogar na cara dela que construir uma família não estava nos seus planos. Sempre jogou na cara dela que nunca na sua vida você iria querer ter um filho e...
─ Mesmo que eu ficasse com ela, Charlie não é meu filho.
─ Mas é filho dela, Christopher! Sua ignorância me ofende. Se você assumir a Dulce, está assumindo o Charlie! Não colocando seu sobrenome do registo, nem tendo que lhe dar o que comer, e sim no amor, no carinho, no acordar todo dia e olhar pra ele, no saber lidar se um dia ele olhar pra você e te chamar de “papai”. Porque sim, pode acontecer, e você é o tipo de cara que corre disso, tá escrito nos seus olhos.
Aquilo calou o mais novo na sala. Paul e Chris não sabiam se estavam mais surpresos pelas verdades jogadas na cara deles, ou pelas verdades vindas de Alfonso Herrera. Logo Alfonso Herrera.
─ Agora saiam da minha sala, eu não sou desocupado como vocês. ─ alfinetou e os irmãos, ainda sem palavra, levantaram da mesa. Ambos deram as costas e saíram andando em direção a porta, completamente estáticos. Alfonso sequer os olhou mais, apenas se perdeu no mar de pastas e papeis que havia na sua frente. Quando saíram da sala, os dois pegaram os celulares ao mesmo tempo e por coincidência, as pessoas que eles ligaram atenderam no mesmo tempo.
─ Amor?
─ Dulce?
─ Precisamos conversar.
(...)
─ Ardilla! Que surpresa te ver aqui a essa hora. ─ Anahí estava no seu atelier. Mas precisamente, em seu escritório. Seus invejáveis cabelos estavam presos em um coque mal feito e ela usava seus óculos, já que estava desenhando algumas peças exclusivas para o seu próximo desfile. Vendo Dulce, ela parou o que estava fazendo e se levantou da mesa, indo cumprimenta-la com um abraço.
─ Meu plantão só é a noite, Charlie está na creche e eu não aguentei ficar em casa sozinha sem fazer nada! Já me acostumei a dormir pouco e vou ficar aqui até dar a hora de pegá-lo na creche, tem problema? ─ indagou deixando a bolsa em um dos sofás aconchegantes dali e indo em direção ao carrinho de Nathaniel, brincando com o menino.
─ Claro que não! Essa semana está uma loucura pra mim no serviço, e como mãe, e como mulher, mas eu até estou vencendo essa batalha, sabe? ─ ela falou olhando Dulce pegar um Nate acordado e sorridente no colo, enquanto a mesma brincava com ele e o enchia de beijinhos.
─ Eu imagino, Annie. Por sorte você tem um marido maravilhoso do seu lado, sim?
Anahí assentiu prontamente. ─ Ele é demais!
─ Eu espero que você esteja falando do Jared, porque se por algum motivo for do seu querido irmão Paul, eu tenho que te dizer que está completamente enganada. ─ foi Candice quem disse, entrando ali feito bala e indo na direção da jarra de água, enchendo um copo da mesma e virando-o com tudo. ─ Como eu queria que isso fosse uma dose de cachaça, senhor! ─ falou e Anahí riu.
─ Sequer casaram ainda e já estão numa crise?
─ Quando eu digo que você teve sorte com seu casamento perfeito, Annie. ─ Dulce respondeu e em seguida se virou para Candice. ─ Precisamos beber, Candy! Essa semana ainda, vou ver a noite que não tenho plantão e...
─ Faça isso! ─ ela nem esperou Dulce terminar, em seguida jogou-se na poltrona em frente a Anahí e respirou fundo, mirando o teto. ─ E como vocês são amigas dela, provavelmente a Nina Dobrev estará entre nós. ─ o olhar que Anahí e Dulce trocaram de espanto naquele momento foi totalmente esclarecedor para quem observasse a situação de fora. Nina não havia sido pouca coisa na vida de Paul... pelo jeito, ela já havia sido tudo um dia.
─ Ni-Nina? A Nina voltou?
─ Volta hoje. ─ ela respondeu a Anahí.
─ Mas... bom, nós amamos a Nina, mas se você não quiser que ela esteja... vamos entender, Candy. Teremos outras oportunidades pra sair com ela sem ti.
─ Não, vejam bem... eu não tenho problemas com ela. Quero inclusive conhece-la, jamais brigaria por homem. ─ ela foi sucinta em dizer e era verdade. ─ Meu problema é só com o Paul, infelizmente, sou insegura quando o assunto é Nina, afinal, foi ele mesmo que já me contou da tamanha devoção que tinha por aquela mulher. Eu tenho medo, mas é só. Uma noite de meninas será legal para eu saber um pouco mais sobre ela e quem sabe nos tornamos amigas. ─ resumiu madura e as outras duas ali sorriram.
─ Noite das mulheres, assim que a Dul ter uma folga, marcada! E eu com certeza levarei a Maite comigo.
Dulce e Candice miraram Anahí. ─ Maite é a... pessoa indefinida na vida de Christian? ─ Candice indagou e Annie assentiu em um suspiro.
─ Soube por Christopher que ela era uma moradora de rua, sim?
─ Isso. ─ Anahí confirmou.
─ Oh, pobrezinha... mas onde ela está agora?
─ Acredite se quiser, morando na cobertura do nosso prédio. ─ respondeu a Candice que chegou a ficar reta na cadeira, arregalando os olhos azuis para Anahí.
─ Co-cobertura? Com o Alfonso?
─ O próprio.
─ Ela era moradora de rua e está morando com o Alfonso. Pobre mulher, ele vai matá-la. ─ Dulce afirmou.
─ A melhor parte é que ele não pode fazer isso! Ela está lá por uma promessa a Christian. Consequentemente se falhar com ela...
─ Falha com o Christian, e do jeito que aqueles dois eram devotos um ao outro...
─ Pois é, Dul. Na minha carta, Chris apostou no amor entre os dois. ─ Anahí revelou. ─ Pediu para que eu fosse cupido, por sinal, mas só vou ser se Alfonso deixar de ser babaca.
─ Alfonso com uma ex-moradora de rua? Isso é demais pra ele. ─ Dulce afirmou.
─ Eu pensava assim até conhecer Maite. ─ ela respondeu. ─ Ela pode sim muda-lo, mas não vai ser fácil... ─ ela ficou momentaneamente pensativa. ─ Enfim... o que importa agora é que vocês precisam conhece-la!
─ Estamos ansiosas pra isso, Annie. ─ Dulce disse e Candice concordou.
Queriam ver pessoalmente a mulher responsável por tanta polêmica depois da morte de Christian. E mais do que isso, queriam saber tudo a respeito da mesma e como ela conheceu o irmão dos Herrera que lhe amou e zelou pela segurança dela até o fim da sua própria vida.