Beijo que vocês pediram? Então toma!
Espero que gostem. Beijos!!!
─ Mai?
Já estava escuro quando eles saíram da pista de patins. Naquele momento eles estavam no carro indo para o arranha-céu. Serena estava deitada entre eles, com a cabeça sobre a perna de Maite que acariciava seu cabelo. A menina estava quase dormindo...
─ Oi meu bem.
─ Obrigada pelo dia de hoje... foi o melhor. ─ ela falou baixinho e Maite sorriu pra ela. ─ Obrigada também papai. Você é mesmo bonzinho como a Mai falou. ─ a menina deixou escapar antes de fechar os olhos e dormir ali.
Alfonso virou o rosto naquele momento, mirando Maite, mas a mesma já havia desviado o olho de Serena para a janela, observando a rua. Eles seguiram em silêncio até chegarem no prédio. Na saída, Maite pegou Serena no colo e para sua surpresa, Alfonso não disse nada, deixando a mesma levar a menina até o andar deles. Quando o elevador abriu, ela foi em direção a escada e Alfonso a seguiu. Por ele estar atrás dela, a morena ficou claramente tensa e foi em um momento de distração tentando olhar pra ele, que ela acabou pisando em falso e cairia com tudo pelos degraus, se ele não a segurasse com força, a colocando novamente no degrau sem muito esforço. Ela virou para olhá-lo e ele revirou os olhos, pegando Serena do colo da mesma e subindo com a menina na frente.
─ Vê se presta mais atenção quando estiver com minha filha nos braços. ─ alfinetou rudemente e ela não disse nada, fora desatenta e isso poderia realmente machucar Serena, que estava em um sono pesado no colo do pai.
Maite seguiu Alfonso até o quarto, naturalmente. Não planejara a ação e se tivesse pensado antes de fazer realmente não iria segui-lo. Viu o mesmo colocar a menina na cama e em seguida suspirou, olhando para a roupa dela e em seguida para Maite.
♫ O tempo todo isso foi uma febre
Uma pessoa crédula, nervosa e impulsiva... ♫
─ O que? ─ ela indagou, pensando que era pra ela sair dali que ele a olhava.
─ Ela tem que tomar banho, né.
♫ Eu joguei minhas mãos para o alto e disse: Mostre-me alguma coisa
Ele disse: Se você se atreve, chegue mais perto ♫
Maite revirou os olhos. ─ Não vai ser novidade você me chamar de imunda, mas deixe eu te dizer uma coisa, isso aí é infância. Se divertiu tanto que cansou a ponto de dormir antes do banho... nossa função agora é tirar a roupa dela, com ela dormindo, passar no máximo um paninho nos pés se estiverem pretos e colocar sua roupa de dormir, fim. ─ disse indo até os dois, e retirando com cuidado a blusa de Serena. Notou Alfonso calado e quando o olhou para ver a reação do mesmo, ele que a olhava, desviou o olhar para Serena e tirou a calça que ela vestia, com o mesmo cuidado de Maite. ─ Pegue a roupa dela dormir. ─ disse e ele o fez. Uma bandeira de paz parecia estar sendo erguida ali. Alfonso entregou a Maite a blusa que fazia parte do baby-doll e ela vestiu a parte de cima na menina e o viu vestir a de baixo nela. Por um momento, a mente de Maite foi longe e ela se perguntou se seria assim a relação de criar um filho com alguém... ambos dividindo as funções e vivendo em prol de um amor muito grande em comum... era no mínimo bonita a formação de uma família. Quando acabaram, Maite sorriu de lado vendo Alfonso mirar os pés da filha, mas disfarçou quando ele a olhou.
♫ Não tenho muita certeza de como me sentir quanto a isso... ♫
─ Estão limpos.
Maite assentiu. ─ Imaginei que estaria. ─ respondeu e se inclinou na direção de Serena, lhe dando um beijo na bochecha e virando-se para sair dali. ─ Boa noite. ─ disse, incerta, sabendo que ele não ia responder.
♫ Algo no modo como você se mexe
Me faz sentir como se não pudesse viver sem você... ♫
─ Espere no corredor. Tenho um assunto a tratar com você.
Disse no mesmo tom seco de sempre e ela engoliu a seco, saindo dali e se encostando na parede do corredor, bem ao lado da porta do quarto de Serena. Alfonso lá dentro ligou o ar-condicionado e cobriu a filha, saindo em seguida e ficando frente a frente com Maite depois de fechar a porta. Ela o olhava de braços cruzados, esperando o próximo ataque.
─ Qual é a sua? ─ indagou e indo com exclusividade ao ponto de vista de Alfonso naquele momento, além de estar intrigado por quem aquela mulher era e curioso para saber tudo o que o passado dela tinha de tão secreto, ele tinha que admitir para si mesmo que estava, infelizmente, extremamente atraído pela mulher a sua frente. Aquilo era o que o deixava mais louco!
♫ Não é uma vida e tanto a que você está vivendo
Isso não é apenas algo que você pega, isso é dado... ♫
─ Bom... eu sou uma imunda prostituta e aproveitadora, que conheceu seu irmão, viu que ele era rico e torceu para ele morrer e me deixar sob a proteção do querido Alfonso Herrera, pois certamente ele iria me dar o mundo se eu o pedisse e eu seria eternamente feliz roubando o dinheiro de uma das famílias mais ricas de Nova Iorque. ─ ela respondeu ironicamente, o que o deixava mais possesso ainda. ─ Não importa o que eu te fale, Alfonso, você só vai entender o que você bem quiser entender. Só vai acreditar no que quiser acreditar e tudo mais! ─ falou descruzando os braços e se aproximando dele, já com raiva.
Maite não pode deixar de notar o brilho a mais que tinha nos olhos de Alfonso naquele dia... um brilho de desejo. E quanto mais ela falava, mas ele parecia olhá-la com raiva, mas ainda assim o olhar dele descia para os lábios dela como se estivesse desejando-a. Então ela sentiu-se ainda mais revoltada quando o olhar de desejo e fúria dele, fez com que ela se visse na mesma posição do mesmo... por um momento apenas desejou que aquele patife infeliz lhe agarrasse para que ela também pudesse desfrutar daqueles lábios carnudos que ele tinha, não apenas olhá-lo como ela também estava fazendo naquele momento...
♫ Algo no modo como você se mexe
Me faz sentir como se não pudesse viver sem você ♫
─ Mas de qualquer forma, Alfonso, eu sei que está tão feliz quanto eu por saber que nós só precisamos nos encarar com esse ódio todo que sentimos por mais dois dias apenas e será o fim. Então não se preocupe com a minha infeliz presença nessa casa, logo ela sumirá e...
─ Você. Fala. Demais.
♫ Isso me leva do começo ao fim
Eu quero que você fique ♫
Ele falou devagar, com fúria, com tanta raiva das suas próprias próximas ações que a voz chegou a ficar rouca, antes de puxá-la com força e com um braço apenas, chocando os corpos dos dois com tudo e encontrando os lábios da morena com os seus em um beijo árduo, de desejo e de uma raiva desmedida. Sua surpresa foi quando ela retribuiu da mesma forma que ele, o subconsciente do mesmo lhe dizia que ela iria rejeitá-lo, e Maite até quis tentar, mas nem isso conseguiu. As mãos dele apertaram a cintura dela com força, puxando-a para si e fazendo ela sentir o seu pau ficar duro no mesmo momento de choque entre as intimidades dos mesmos. As mãos dela foram para a nuca dele, passando os dedos por entre seus cabelos enquanto os puxava com força também. O beijo era bom. Alfonso não lembrava da última vez que tinha beijado alguém que tivesse tanta química com ele daquela forma e Maite... estava aprendendo ali o que era um beijo com real desejo, fúria e fogo... e era bom. Muito bom. Ele a empurrou na parede, agarrando-a pela bunda, fazendo com que ela ficasse na ponta do pé, sem cessar o beijo.
♫ É engraçado, você é quem está destruído, mas eu sou a única que precisava ser salva... ♫
Foi quando Maite desceu a mão dos cabelos de Alfonso para o seu pescoço e em seguida, em direção ao seu peitoral. Porém assim que tocou no mesmo, ele pegou sua mão rapidamente e o beijo chegou ao fim, mas eles mantiveram a proximidade. Olhos nos olhos, respiração ofegante, ambos confusos e paralisados. Até que se deram conta do que fizeram, e no mesmo momento, se afastaram. Ela indo em direção a porta do quarto da mesma e ele fazendo o mesmo, só que para o seu quarto. Os dois ficaram de costas um para o outro, com a mão na maçaneta, e viraram para se olhar no mesmo momento.
─ Iremos esquecer o que aconteceu aqui. ─ disseram juntos e era terrível a forma com que, novamente, eles pareciam ter uma sintonia única.
─ Você pode ser uma imunda, mas não deixa de ser uma mulher. ─ ele falou rapidamente e ela apertou os olhos na direção dele, irritada.
─ E você é um imbecil sem noção, mas também não deixa de ser um homem. ─ rebateu. ─ Não vai acontecer de novo. ─ concluiu.
─ Não mesmo. ─ disse com raiva e entrou no quarto, batendo a porta em seguida. Ela fez o mesmo, possessa, se jogando na cama, indignada com o que ela mesma havia feito.
Eles não sabiam o que pensar. Estavam confusos, e era só. Se odiavam e nada havia mudado, apenas tinham sentido uma atração sexual que qualquer pessoa sentiria ali e era isso. O grande fato era: ambos tinham certeza de que aquilo não aconteceria novamente nunca mais.
Mas é por casos como esses que nós ouvimos com frequência aquela velha frase: nunca diga nunca.