Quando Alfonso despertou na manhã seguinte, sentiu os cabelos de Maite sobre o seu braço, assim como suas mãos geladas agarradas ao mesmo. Ela estava nua, o corpo encolhido pelo frio que fazia ali dentro. Por alguns minutos ele ficou apenas parado, mirando o teto e lembrando tudo o que eles haviam vivido na noite anterior. Não teria palavras que pudessem descrever o quão bom aquele sexo fora, foi surreal. Ele sentia o pau pulsar só de lembrar do tamanho prazer que havia sentido naquela noite ao mesmo tempo se sentia irritado com aquilo, o fato dele lembrar que ela era uma maldita mendiga o deixava revoltado e antes que cometesse uma loucura ele preferiu se levantar dali, descendo da mesa e procurando vestir sua cueca e em seguida sua calça. Nesse tempo em que vestia, ele viu Maite se mexer desconfortavelmente e a mirou. Primeiro ela abriu os olhos e pareceu estar em dúvida de onde exatamente ela estava, segundos depois, como se tivesse tido um lapso de memória, ela ergueu o corpo rapidamente sentando na mesa e gemeu de dor no exato momento em que fez aquilo. Sua intimidade estava dolorida, assim como as suas pernas... ela era flexível, porém estava sem treinar e se alongar fazia tempo, claro que no dia seguinte tudo estaria doendo. Alfonso riu. Só então ela virou a cabeça para olhá-lo com os olhos apertados.
─ O que esperava? Acordar sem nenhuma dor depois de ter Alfonso Herrera dentro de você?
─ Bom dia para você também, Alfonso. ─ Disse já irritada descendo da mesa e só se deu conta de que estava completamente nua com o olhar que o outro lhe lançou, quase que a comendo com os olhos. ─ Oh. ─ Rapidamente ela pegou a camisola do chão e em seguida o robe, cobrindo o máximo que dava do seu corpo e foi a fez de Alfonso bufar, revirando os olhos.
─ Realmente vale a pena esconder, não devo ter vista quase nada ontem a noite mesmo... ─ Ironizou.
─ Você é insuportável. ─ Disse e virou de costas para ele, vestindo a camisola enquanto o mesmo inclinava a cabeça para o lado, analisando bem aquele bumbum branquinho e empinado que ela tinha. Depois que ela vestiu a camisola e virou-se para ele, o viu com a cabeça virada olhando novamente para o seu corpo. ─ Poderia por gentileza parar de me comer com os olhos? E a propósito... ontem a noite, não aconteceu. Foi uma loucura das nossas cabeças, um pesadelo que tivemos, enfim. Um deslize, um erro, como queira chamar. ─ Pontuou enquanto vestia o robe, sentindo-se a maior idiota do mundo por ter transado com ele, logo ele.
─ Um pesadelo realmente muito prazeroso, Maite... ─ Começou com um tom roco que para infelicidade de Maite era extremamente sexy. ─ Eu ainda posso lembrar claramente desse pesadelo... você gritando, me implorando para comer você, louca, atordoada de prazer... ─ Ele riu satisfeito quando ela corou, desviando o olhar do dele.
─ Certamente nesse pesadelo eu estava tendo um devaneio. Desconsidere... ─ Ela rebateu terminando de dar o laço no robe e passou por ele indo em direção a porta. Virou a chave e antes de abrir de fato a mesma, virou-se mais uma vez para ele. ─ Café da manhã com Serena, não esqueça. Prometemos fazer todas as refeições junto com ela e tudo mais. ─ O lembrou e viu que ele a olhava com um olhar debochado e uma sobrancelha arqueada. ─ Que diabos foi agora?
─ Você veio aqui ontem na intenção de transar comigo, eu tenho certeza! Por que trancaria a porta se não fosse essa sua verdadeira intenção? ─ Ele riu alto quando ela corou ainda mais, irritadiça.
─ Ora, seu imbecil... eu sabia que íamos brigar e quis trancar para Serena não ver a cena caso entrasse aqui. ─ Ele sabia que era verdade, porém não cansava de deixa-la mais irritada.
─ Não tenho dúvidas, querida... e pode vir brigar comigo sempre que quiser... estarei de braços abertos. ─ Ele piscou e ela, revoltada, abriu a porta e saiu dali. Odiava aquele homem! Mas não pode deixar de sorrir também com o fato de que, pela primeira vez, ela via Alfonso rir verdadeiramente e o via mais leve... relaxado, até. Sem parecer aquele homem engessado cheio de problemas para resolver e não sendo um total babaca escroto e arrogante que era.
Maite foi rapidamente ao quarto e tomou um banho rápido, tinha certeza que dali há poucos minutos Serena aparecia lhe chamando para descer para o café. No banho, ela tentava a todo custo esquecer o que havia feito na noite anterior e não cansava de se repreender ao mesmo tempo que estremecia só de lembrar no prazer que aquele maldito filho da puta havia lhe oferecido. Também não deixava de levar em consideração o quanto o sexo, pela primeira vez, era algo tão fodidamente bom. Sem querer, se pegou rindo ao lembrar daquelas palavras que Alfonso usara e que ela realmente havia gostado de ouvir e de falar também. No fim das contas ela viu que não tinha mais jeito, não tinha mais como voltar atrás... estava feito e uma vez feito ela só tinha que cuidar para que não acontecesse de novo. Tarefa difícil, no entanto.
Ao terminar o banho e toda sua higiene pessoal ela vestiu um short simples e uma blusa solta, penteando os cabelos e assim que acabou de o fazer ouviu Serena bater na porta, chamando-a. Ela riu e falou um “pode entrar”. Então virou para a menina e abaixou-se lhe dando um beijo nos cabelos.
─ Bom dia, princesa.
─ Bom dia, Mai. Vamos tomar café com o papai! ─ Chamou prontamente e Maite sabia que sua pressa se dava sempre ao medo de Alfonso não estar lá esperando por elas.
Então elas desceram e Maite ficou satisfeita ao ver que, como todos os dias, Alfonso estava na mesa também já tomado banho e com a roupa do trabalho, o jornal escondendo o rosto.
─ Bom dia, papai. ─ Serena cumprimentou feliz e ele abaixou o jornal olhando primeiro Maite e em seguida a filha.
─ Bom dia. ─ Cumprimentou sério como sempre e Maite quase revirou os olhos, sentando-se em frente para ele, com Serena ao seu lado. ─ Dormiu comigo, Maite? Não me dará bom dia hoje? ─ Oh... pobre Serena, jamais notaria o tom de deboche e ironia que seu pai usava com a outra ali.
─ Bom dia, querido Alfonso. ─ Serena não notava, mas as empregadas que estavam ali em pé viam um tom de ironia que eles usavam para se tratar, e uma delas em específico não gostou nada daquele tom e dos olhares que eles trocavam.
─ Mai, por falar nisso, eu fui no seu quarto de noite porque tive um pesadelo e quando abri a porta porque você não respondeu como sempre faz você não tava lá... ─ Ops.
Alfonso precisou morder a língua para não rir da cara que Maite fez e do fato dela ter corado na mesma hora que a menina lhe fez a pergunta. As empregadas ali já estavam cientes de tudo que haviam acontecido.
─ Eu... Bom... ─ Maite era péssima em mentir. Alfonso percebera isso no exato momento em que ela abriu a boca.
─ Ela dormiu na biblioteca, Serena. ─ Alfonso disse e a menina olhou o pai. ─ Eu que tive que ir acordá-la lá para ela ir ao quarto tomar banho hoje de manhã.
─ Ah... ─ Disse mordendo a torrada e dando de ombros. ─ Da próxima vez vou lá te procurar então... ─ Concluiu e Maite assentiu para a menina, fuzilando Alfonso com um olhar em seguida. Em resposta, ele riu debochado piscando para ela.
Roberta viu a cena. Nada bom...
X-x-X
Logo Alfonso estava na empresa, Serena na escola e Maite apenas com as empregadas em casa... ela já estava cansada daquele lugar e até que saísse sentia-se sufocada com os seguranças de Alfonso sondando-a o tempo todo. Eram 10:00hrs quando ela procurou Maria e implorou que ela lhe desse o número para ligar para Alfonso, precisou mentir dizendo que estava com muita dor para que a mais velha lhe passasse o número dele. Então Maite correu para a biblioteca – somente porque era o lugar que ela mais gostava, já que na maioria dos lugares ali haviam telefones – e digitou o número de Alfonso, esperando ansiosamente que ele atendesse.
─ Herrera.
─ Alfonso?
─ Não, o papa. ─ naquela altura do campeonato ele já estava estressado o suficiente com o trabalho para ter paciência com Maite, que riu com a resposta grosseira dele.
─ Comeu algo e não gostou pra tá azedo assim? Eu hein. ─ ela indagou brincalhona. Gostava de irritar Alfonso, aquilo lhe tirava do seu próprio tédio.
─ Na verdade eu comi algo recentemente que foi fodidamente bom. ─ rebateu e ela corou, mesmo sem chance alguma dele ver a cena. ─ Por que eu tenho a impressão que você está corada agora, querida? ─ Indagou debochado e ela revirou os olhos. Era um filho da puta mesmo.
─ Eu liguei porque preciso conversar algo sério com você.
─ Prossiga, querida.
─ Para de deboche, Herrera. É sério...
─ A propósito, de qual telefone você está falando? ─ indagou e ela franziu o cenho.
─ Não tem o número salvo?
─ Claro que tenho, mas é uma linha apenas para todo o tríplex. O número é o mesmo e quero saber em que cômodo você está.
─ Hum... biblioteca. ─ respondeu e em seguida uma ideia brilhou em sua mente e ela olhou desconfiada ao redor, para cima. ─ Alfonso você não está me vigiando, está?
─ Oh, claro que não. Fiquei apenas curioso... ─ o tom era de claro deboche e ela se ajeitou no sofá que estava deitada, puxando o short jeans para baixo como se quisesse cobrir o corpo caso ele estivesse vendo-a. ─ Vá logo ao ponto, tenho uma reunião.
─ Eu quero trabalhar. ─ disse, sucinta. Ele ficou em silêncio por alguns segundos.
─ Por que diabos você quer trabalhar?
─ Ah, mas que pergunta! Eu preciso ter meu dinheiro, juntarei ele por um ano até que eu finalmente saia daqui em paz e tudo mais.
─ E em que você trabalharia? Conte para mim... iria dar aulas de como ser mendiga? ─ ela revirou os olhos, ele era ridículo!
─ Eu poderia fazer muitas coisas. ─ respondeu tentando ter paciência com ele ou o encheria de xingamentos naquela ligação. ─ Tudo ligado à arte me atrai e graças a Deus nasci com um talento bom e inexplicável para isso. ─ ela franziu o cenho pensando na família, se é que podia chamar assim, dos bons aos ruins nenhum tinha tanta aptidão para quase tudo que envolvia à arte como ela. ─ E de qualquer forma, poderia dar aulas também. De dança, tanto ballet normal quanto sobre o gelo; ou até aulas em escola formal. Posso me envolver ou na arte, ou na educação ou em administração... Tenho experiên-...─ só então ela se deu conta de que estava lhe passando informações da vida que ela teve antes e mordeu os lábios, apertando os olhos. Ele percebeu bem aquilo, mas fingiu que não, já havia anotado todas as informações e certamente passaria para Sebastian depois.
─ A grande questão é: você não tem identidade, não tem carteira de trabalho, você sequer tem uma formação, não é?
─ Não tenho... ─ disse. ─ Mas...
─ Mas? ─ indagou, esperando.
─ Bem... você é um Herrera. ─ Alfonso quase riu ao ouvi-la dizer isso. Já havia dito para ela algumas vezes. Sempre que a mesma lhe dizia “mas você não pode fazer isso”, ele dizia que “era um Herrera” o que era sinônimo de poder fazer absolutamente tudo.
─ Está aprendendo bem, querida noiva. ─ ela ficou séria ao lembrar daquilo. Se sentia mal por esquecer daquilo quando estava imersa a algum momento com ele. ─ Vou ver o que posso fazer a seu respeito, mas somente porque uma noiva minha tem que ter algum conteúdo, tem que fazer algo que preste na vida... um trabalho para você seria um bom começo para construir uma identidade minimamente digna né.
─ Que seja. ─ ela deu de ombros. ─ Era só isso.
E desligou. Aquilo custaria algo a Maite em algum momento... ninguém desligava o telefone na cara de Alfonso Herrera. De qualquer forma ela estava irritada. Odiava aquele homem... e ainda assim, parecia que às vezes ela se deixava levar completamente por ele, como uma boneca manipulável. Esse lado, infelizmente, ela ainda não havia conseguido controlar... Porém ali ela decidiu que iria tentar, tinha que manter Alfonso longe... Conseguiria fazer aquilo, ela tinha quase certeza que conseguiria.
Oii, meninxss! Tô sem aula e trabalho hoje e amanhã o que significa que tô podendo escrever e postar para vocês nesses dois dias...
Próximos capítulos teremos uma demonstração perfeita do quão Maite é MARAVILHOSA! E a propósito, curiosas para saber sobre o passado dela? Não vejo a hora de contar pra vocês e principalmente para o Alfonso, claro, rsrs.
Espero que estejam gostando!
Beijosss!