Fanfics Brasil - Cap. 33 ─ Bipolarity. Scars: Caminhos do Coração.

Fanfic: Scars: Caminhos do Coração. | Tema: Drama, Romance, Hot (+18)


Capítulo: Cap. 33 ─ Bipolarity.

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Alfonso ficou imerso em seus pensamentos por um bom momento e só saiu dele quando Maria chegou ali com um café da manhã preparado claramente com todas as instruções que Maite dera a Maria.

─ Bom dia, senhor. ─ a empregada cumprimentou e nem se surpreendeu ao vê-lo todo quebrado.

─ Bom dia. ─ ele respondeu suspirando. ─ Obrigada. ─ disse e Maria o olhou rapidamente, não que Alfonso a tratasse mal nem nada, mas ele agradecer assim era minimamente estranho. ─ Por atender aos pedidos daquela maluca, primeiramente. E sei que você o fez pelo meu bem, apesar de eu ter pedido para não acatar a nenhum pedido dela. ─ A outra assentiu e em seguida sorriu docemente para ele.

─ Ela certamente fez pelo seu bem também, Alfonso. ─ disse, percebendo a forma desconfiada que ele falava. ─ A menina é um doce, verdade seja dita. Em anos trabalhando com o senhor e sabemos que são muitos anos... eu nunca vi alguém preocupada assim com você e com a Serena também, você não sabe de metade das coisas que ela faz para o bem da menina Serena e para o senhor também, mesmo muito brava contigo na maioria das vezes. ─ Ela falou fazendo uma caretinha. ─Bom... talvez um dia descubra. ─ afirmou. Alfonso ficou em silêncio por alguns segundos e depois revirou os olhos.

─ Onde ela está? ─ Indagou.

─ No quarto, não está passando bem hoje. ─ Alfonso franziu o cenho. ─ Questões femininas... disse que está com uma terrível dor de cabeça e uma cólica que ela não sentia há um tempo.

─ Ela tomou algum remédio? ─ Perguntou sem pensar, de forma realmente natural e Maria prendeu o riso.

─ Não tomou. Quer que eu a ofereça?

─ Já devia ter o feito. ─ Afirmou óbvio. ─ Mas eu não ligo também... faça o que quiser quanto a ela e obrigada por, enfim. Pode se retirar.

Maria nada disse, mas conhecia aquele homem o suficiente para saber que ele estava lutando entre um lado de pura raiva que sentia dela e outro lado de um mínimo afeto, ou talvez gratidão por tudo de bom que Maite estava, a contragosto dele, realizando desde que chegara ali.

Ele ficou no quarto depois de comer... quando teve coragem, levantou tomar um doloroso banho e a própria Maria foi lá e renovou os curativos dele fazendo o mesmo processo que Maite fez no dia anterior seguindo mais uma vez as ordens dela. Tudo isso fazia Alfonso pensar cada vez mais na mesma. Depois de umas duas horas pós o almoço ele não aguentou e perguntou a Maria mais uma vez sobre Maite... sabia que a filha estava na aula de francês, mas estranhou a outra não ter ido lá encher o saco dele e ser intrometida mais uma vez naquele dia. Então Maria o comunicou que ela havia almoçado a contragosto e seguia com dores. Ele apenas assentiu e pediu que a empregada não fosse mais no quarto dele, dali ele saberia se virar.

Foi às 16:30 que ele não aguentou de curiosidade e foi até o quarto de Maite, andando ainda meio devagar e torto, sua costela lhe matava de dor quando ele forçava para andar em postura reta. Ao abrir a porta, viu que ela estava virada para o lado oposto a ele, toda encolhida na cama na posição de um feto.

─ Maria, por Deus, pode ir fazer suas coisas... eu já estou ficando bem, está passando. Não quero tomar esse remédio. ─ Ela falou e a voz rouca e as fungadas indicaram a ele que ela estava chorando. Alfonso revirou os olhos e se aproximou da cama.

─ Se está passando por que você está chorando? ─ a voz dele, a fez quase saltar da cama, sentando e virando-se para olhá-lo. O quarto estava escuro, as cortinas estavam fechadas e Maite queria tudo assim, sua dor de cabeça certamente já era indicio de uma enxaqueca e ela estava com uma dor realmente insuportável.

─ O que você está fazendo aqui? Sinceramente Alfonso eu não aguento mais brigar.

─ Mas nem brigamos ainda, querida... só ensaiamos discussões pequenas. Você ainda não me viu brigando... não queira ver. ─ disse ameaçador e se sentou na cama no mesmo momento em que ela chegou para o lado, esperando as atitudes dele. ─ Tome a porcaria do remédio. ─ Ordenou irritado e ela o viu se mexer desconfortavelmente, estava com dor. Então viu ele se inclinar em direção a cômoda anexa a cabeceira da cama que ela dormia e pegar a cartela de comprimidos e a água que Maria havia deixado ali. Ele abriu a cartela e tirou um comprimido de lá. Virando-se para ela com as mãos erguidas, em uma o comprimido e na outra o copo de água. Ela passou as mãos no rosto, secando as lágrimas e negou com a cabeça para ele.

─ Esse remédio é horrível. ─ disse negando e ele bufou.

─ Ou você engole por vontade própria ou eu enfio ele por sua goela abaixo, Maite. ─ ameaçou e ela quase riu, o homem era um brutamonte! Então arqueou a sobrancelha para ele, olhando debochada para a sua costela como se dissesse “nessas condições você vai conseguir alguma coisa?” e ele apertou os olhos. ─ Me teste e verá. ─ Respondeu mesmo sem ela dizer nada e a mesma revirou os olhos, pegando o comprimido na mão dele, em seguida a água e os tomando.

─ Satisfeito? ─ indagou irritada e deitou-se novamente, mas agora apenas de um lado da cama, já que ele ocupava o outro.

─ Tenho uma pergunta. ─ ela o mirou, esperando. ─ Por que me ajudou?

─ Christian. ─ respondeu na mesma hora. ─ Vocês são irmãos, se ele me quis aqui é pra de alguma forma fazer o bem a você e a Serena.

─ Éramos. ─ Corrigiu sem emoção na voz. ─ Então que supostamente seja de bom que faz, faz em memória dele? Absolutamente tudo? ─ Ele queria ter certeza.

─ São. ─ Ela corrigiu de volta. ─ Ele só não está nesse plano físico conosco, mas não deixou de ser seu irmão. ─ Completou. ─ E sim, tudo que eu faço é apenas pelo Christian. ─ mas não era de um todo verdade, porém, Maite fez sua melhor atuação para parecer que era. ─ Igualzinho a você. Por que veio me dar esse remédio?

─ Queria muito que você engasgasse e, sei lá, terminasse morrendo com ele. ─ Respondeu e ela riu. Sim, ela riu. E aquilo o deixava louco.

─ Tenta novamente na próxima, querido. ─ Piscou debochada e ele a viu apertar os olhos e retrair todo o corpo com a dor que sentia.

─ É tudo pelo Christian. Também porque não fico em dívida com ninguém. ─ Deu de ombros.

─ Alfonso, eu não fiz porque espero algo em troca. ─ Ele a olhou com a sobrancelha arqueada, desacreditado de suas palavras e ela respirou fundo, cansada. ─ Que seja! Não quer acreditar, que seja. Oh meu Deus, isso dói feito o inferno. ─ Esbravejou e ele respirou fundo, percebendo que até suas costas doíam, então aproveitou para encostar as mesmas na cabeceira da cama, colocando as pernas estiradas ali e suspirando com a dor. Maite riu. ─ Dois fodidos de uma forma ou de outra... se fossemos um casal de verdade, viveríamos assim, com certeza. ─ Ela brincou, leve do jeito que era e o viu rir.

─ Com certeza. ─ Confirmou. ─ A propósito, já aceitou a condição de ser minha noiva para as pessoas ao nosso redor, né? ─ Ela franziu o cenho por um momento e em seguida revirou os olhos, entendendo.

─ Você ouviu as ligações.

─ É claro. ─ Fazendo uma expressão de “óbvio”.

─ Quem diabos é Katrina?

─ Está com ciúmes?

─ Alfonso, faça-me o favor. ─ Ele riu.

─ Minha prima de algum grau aí. ─ Ele fez uma careta. ─ Temos uma longa história.

─ Posso imaginar... ─ Disse supondo e tendo quase certeza pela expressão dele e forma que a tal Katrina falara com ela que eles tinham um caso. Não dava a mínima para aquilo, de qualquer forma.

─ Agora me diga, por que está morrendo de dor assim? Mulheres não têm cólicas todos os meses? Me parece uma puta frescura da sua parte estar assim.

─ Te parece isso porque você é um babaca. ─ Rebateu óbvia. ─ Meu período menstrual é um inferno vivo e em todos esses meses eu fiquei sem menstruar... digo, depois que tive... e enfim. A cólica voltou hoje, me consumindo. ─ falou e apertou os olhos. Aquilo realmente doía.

─ Quando Serena era bebê ela teve uma época que chorava o dia todo com isso. ─ Ele lembrou e Maite assentiu.

─ Os bebês sentem. Pelo desespero deles, acredito que deve ser o mesmo inferno. ─ Praguejou. Alfonso quase riu e teve um lapso em que dentro da sua bipolaridade um lado minimamente bom atacou e ele escorregou na cama, deitando-se na mesma e chegando para o meio dela.

─ Que diabos...? Alfonso, o que? ─ Maite indagou confusa vendo-a perigosamente perto dela.

─ Vá para o meu outro lado. ─ Ordenou sem paciência para a cara de confusa da mesma.

─ Por...?

─ Agora, Maite. ─ A voz ameaçadora a fez levantar a contragosto e ir para o outro lado dele, os olhos marejando de dor no caminho. Então ela deitou do outro lado dele. ─ Quando Serena ficava comigo, isso resolvia. Um lado meu está fodido e se você machucar mais, vai se ver comigo. De qualquer forma, venha até aqui. ─ Chamou e ela ainda estava confusa. Olhava-o com o cenho franzido, até que ele já irritado pegou-a pela mão e a puxou para ele.

Maite demorou até entender o que ele queria dizer e até tentou lutar contra quando entendeu, mas aquilo realmente funcionara bem. Ela estava em cima dele, deitada de bruços, com seu peso todo do lado que a costela dele não estava machucada. Ela era pequena e ele era grande, musculoso. Deu certinho ali em cima do mesmo e então ela deitou a cabeça no peito dele, os cabelos colados no queixo do mesmo que revirou os olhos pela cena que ele mesmo criara e passou uma mão ao redor dela, segurando-a firme assim.

─ Pelo Christian... ─ ela afirmou, mas em um tom prolongado, para ter certeza.

─ Oh, você pode apostar que sim.

E cerca de dez minutos depois Maite já dormia ali... O calor do corpo dele, junto ao braço firme que pressionava o pé da sua barriga sobre o mesmo, assim como as batidas do coração que ela sentia com a cabeça ali, a ajudaram a relaxar e ela finalmente dormiu. Alfonso demorou um pouco mais para o fazer, até que enfim fechou também os olhos. Repetindo mentalmente o óbvio: tudo aquilo que eles faziam era por Christian e só. Era estranha a paz que reinava ali...

Porém, meus caros, antes da tempestade sempre tem uma certa calmaria.


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Autor(a): fsales_

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Ninguém soube dizer como, ninguém nem entendia como, mas naquela semana Alfonso não foi ao trabalho um dia sequer. Maite, no fim das contas, conseguiu exatamente o que ela queria e Serena era a criança mais feliz do mundo naqueles dias. A menina fazia questão de cuidar do pai quando ela estava em casa, além de ficar a maior parte do ...


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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 806



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  • Hemsworth45 Postado em 22/09/2022 - 12:36:32

    Só achei essa fic maravilhosa agora,adoraria ler o final dela. É tão perfeita

  • poly_ Postado em 02/12/2018 - 14:48:05

    Que saudades eu estava, eu ando tão ocupada com vestibulares e provas finais, e finalmente consegui voltar aqui. Eu literalmente amo essa história mulherr !!! Quero te convidar para começar ler minha nova fic, que chama Wolver. Continua logo gatita. Bjuss!!!

  • mariana_medina Postado em 30/10/2018 - 23:36:29

    Cadê??????

  • mariana_medina Postado em 18/10/2018 - 22:22:28

    MEU DEUS COMO EU AMO ESSA FIC

  • Maiterroni Postado em 18/10/2018 - 09:54:19

    Drama, Romance e AÇÃO? Já me ganhou aí. Respiro esses três nas fanfics. Já vi que ao lado de Indomitable, Imensurável será minha paixão também das fics que tem ação e eu amo. Posta lá logo também, amei tudo!

  • Maiterroni Postado em 18/10/2018 - 09:45:19

    Eu pensei muito que ia abandonar essa fic, mas fico radiante por não ter feito isso. Como sempre estou amando-a e estou com medo do que pode acontecer com a Maite por conta desse William desgraçado. Posta mais.

  • crisjhessi Postado em 17/10/2018 - 23:37:18

    Os dois ta em um fogo só........ Gostei da sua nova fic..... Continuaaaaaaaaaa

  • Beatriz Herroni Postado em 17/10/2018 - 21:04:06

    Posta mais.Beijos.

  • milenapereira Postado em 17/10/2018 - 18:54:46

    Sobre a nova fic eu amei tudooooo , ansiosa por ela , posta logo.

  • milenapereira Postado em 17/10/2018 - 18:54:08

    To amando tudoooo , posta mais fabiii


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