Fanfics Brasil - Cap. 03 ─ Rejection. Scars: Caminhos do Coração.

Fanfic: Scars: Caminhos do Coração. | Tema: Drama, Romance, Hot (+18)


Capítulo: Cap. 03 ─ Rejection.

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             ─ Quem... Quem você acabou de chamar? ─ Alfonso quebrou o silêncio, mas não conseguiu quebrar a atmosfera pesada que estava formada ali. Maite só então desviou o olhar, sentindo o seu coração apertar ao lembrar de Christian.


─ Alguém que você não é digno nem de ouvir o nome, garanto. ─ ela rebateu e naquela altura do campeonato, ele já estava espumando de raiva.


─ REPITA O NOME DELE, MALDITA. ─ gritou, por um momento esquecendo até quem Maite era para ele, apenas uma mendiga suja, e a encurralando na parede novamente. Sentindo dor, ela apenas virou o rosto para ele e seguiu calada. ─ REPITA, PORRA! ─ ele gritou novamente e ela estremeceu, mas continuou firme por fora.


─ Pra que inferno quer saber? Por acaso o conhece? Pois saiba que você nunca vai chegar na unha do pé do Christian! Tampouco no homem que ele é. ─ por tudo que ela dizia e por todas as informações que o levaram até ela, não tinha como negar, Maite era a Maite de Christian. A joia rara, que ele prometeu ao irmão que cuidaria. Mas de joia aquele ser não tinha nada, tampouco era rara.


─ Eu não acredito que... Não acredito que o Christian fez isso comigo. ─ ele se afastou e deu as costas a ela, passando as mãos pelo cabelo, confuso e irritado.


─ Você... você realmente conhece ele? ─ pela primeira vez, ela abaixou a guarda falando com ele, mas só foi ele virar-se na direção dela com a mesma cara de monstro de sempre, que a mesma voltou a defensiva.


─ O Christian está morto.


Não era a primeira vez que Maite recebia uma notícia como aquela, nem a primeira vez que ela recebia uma notícia de maneira tão dura quanto aquela. Entretanto, mesmo já esperando naturalmente tudo de ruim que a vida tinha a oferecer, ela não estava preparada para aquilo. A expressão séria, em puro choque e claramente de tristeza, não afetou nenhum pouco Alfonso, que seguia possesso de raiva. Então ela forçou um sorriso.


─ É mentira. Seja lá quem for você, está mentindo. O Christian não... ele não... ─ ela passou as mãos nos cabelos, começando a andar de um lado para o outro. ─ O Christian não morreu, ele... Ele não...


─ Cala a boca! Cala sua maldita boca, menina imunda! O MEU IRMÃO ESTÁ MORTO! E o que ele... o que ele deixa? A porcaria do seu nome. A porcaria do se nome, para que eu... Ah não! Não, é demais pra mim. ─ ele falava com tanto ódio, que Maite estava realmente assustada, mas a dor que ela sentia no coração era maior que o medo daquele infeliz a sua frente. Ela sentia que era verdade, mas é claro que não queria acreditar. Não conseguia acreditar. Então ela viu quando Alfonso deu as costas para a mesma e foi em direção ao carro, então em um momento de desespero, correu atrás dele e agarrou o braço do mesmo, puxando-o e como ele não estava preparado para aquilo, foi puxado pela mesma e virou em sua direção.


─ Onde... qual... qual o cemitério que ele foi enterrado? ─ ela se atreveu a perguntar e Alfonso, que olhava para ela e em seguida para a mão da mesma sobre o seu paletó com um desprezo que Maite sentia cravar sua pele, pegou a mão dela com força e a empurrou para longe dele.


─ Nem que eu dissesse, uma criatura como você poderia e conseguiria entrar lá. ─ desprezou olhando-a de cima e baixo, então seguiu em direção ao seu carro, entrou no mesmo e disparou, com tanta velocidade que as pessoas na rua se assustaram.


Só então Maite, desolada, abraçando o próprio corpo e sentindo um nó insuportável se formar na garganta olhou ao redor e viu que algumas pessoas olhavam a cena surpresos, sem nem ousar falar nada e assim que o carro de Alfonso virou a esquina, as pessoas voltaram a ignorá-la ali. Então os olhos dela marejaram no mesmo momento em que o sentimento de solidão lhe atingiu em cheio. Não que ela não sentisse aquilo naturalmente todos os dias, mas desde que Christian aparecera, mesmo longe, ela tinha um calorzinho no coração que indicava que em algum lugar, em algum momento, ele pensaria nela também. Voltando a sentar no papelão, ela se recusou a chorar como sempre fazia e franziu o cenho quando sentiu uma lágrima quente descer solitário pelo seu rosto, limpando-a rapidamente. Maite não se permitia chorar, mas hora ou outra era impossível evitar uma lágrima ou outra que escorria sobre o seu rosto, mesmo com ela sem nenhuma expressão de choro. A dor que ela estava sentindo naquele momento era tanta que ela não podia descrever nem em palavras, nem em ações e nem em choro, então ela apenas se deitou naquele papelão e esperou em um contraste nítido até que o sono pudesse salvá-la daquele pesadelo que estava a sua vida real.


─ Alfonso? O que houve? ─ era tão raridade Alfonso ligar para Anahí, que quando isso acontecia, ela imediatamente se preocupava. Entretanto naquele momento, depois de tanto tempo, ela finalmente havia conseguido reunir toda a família – até mesmo Christopher – para uma mesa de jantar, ou seja, todos da família se alarmaram com a forma que ela atendeu o telefone. ─ Digo, porque você nunca liga, claro.


─ Chame todos os nossos irmãos para a mansão, eu estou indo para aí. Vou falar algo importante sobre o Christian. ─ e desligou.


─ Certo, tchau. ─ ela falou sozinha mesmo sabendo que estava falando sozinha, afinal, não queria deixar ninguém mais nervoso do que já pareciam estar. ─ Bom, ele está vindo pra cá.


A surpresa foi tanta que até o garfo de Ruth caiu sobre o prato. Os irmãos se entreolharam e Paul e Anahí trocaram um só olhar que foi o suficiente para ele entender que ela não tinha ideia do que ele falaria, além de que...


─ Ele disse que vai falar algo importante sobre o Christian. ─ ela se apressou em dizer, ao perceber que pela notícia que Alfonso iria, seu pai já ia se retirar da mesa, já que o conhecia o suficiente para ler suas expressões e premeditar suas ações.


E aquele foi o único argumento que fez com que Elias permanecesse ali. A espera foi longa e um tanto tensa, até que Alfonso finalmente chegou. A mesa já estava retirada quando ele chegou, porém no lugar que o mesmo sempre sentava, ainda estavam os pratos e os talheres, para se ele quisesse comer algo. Assim que chegou na sala de jantar, ele percebeu que a família já estava reunida antes dele ligar e sequer deu importância aquilo, não fazia questão de estar entre sua família, tampouco sob o mesmo teto que seu pai Elias.


─ Filho, nós já jantamos, mas se você...


─ Está tudo bem, mãe. Não tenho fome. ─ ele disse e sentou no seu na beirada da mesa, onde ficava de frente para todos ali, e cara a cara com Elias, apesar de em momento algum ele ter se dado o trabalho de olhar para o mesmo. ─ O Christian me fez prometer algo antes de morrer. ─ todos o olharam alarmados. ─ Eu acredito que ele realmente não sabia que ia morrer, mas alguma coisa fez ele me ligar minutos antes do ocorrido e me obrigou a prometer algo... esse algo tá nesse papel. ─ ele jogou o papel já amassado em cima da mesa, que parou em frente a Christopher.


─ Maite, 23 anos, toda noite, no beco ao lado da lanchonete Doce Sonho, no Harlem, na 125th street. ─ ele leu em voz alta com o cenho franzido. ─ Ele lhe deu informações sobre essa mulher e...?


─ E me fez prometer que eu cuidaria dela, ele falou como se a mesma fosse a coisa mais preciosa da sua vida e eu prometi que o faria. ─ ele contou, nervoso, tentando esconder a raiva que estava clara em seu rosto duro. ─ Vocês sabem que eu cumpro as minhas promessas, independente de como ela for. ─ e todos, até Elias, tinha que concordar com aquilo. ─ Mas... mas essa não. Essa é impossível. ─ todos continuavam confusos com todo aquele diálogo.


─ Essa... essa coisa preciosa que ele quer que eu coloque dentro da minha casa e cuide, é uma mendiga. Uma imunda, mal educada, atrevida e estúpida mendiga que teve a audácia de vir para cima de mim hoje e tentar me bater. ─ ele riu e abriu o paletó, mostrando a marca da mão de Maite que ficara na sua camisa quando ela tentou ataca-lo. ─ Ele pediu pra eu colocar uma mendiga dentro da minha casa e cuidar dela como se fosse alguém da minha família, ele... ─ ele bateu na mesa com um punho fechado de tanta raiva que sentia, e Ruth se assustou, assim como Anahí.


─ Filho, calma, eu tenho certeza que se ele pediu algo assim, deve ter uma razão maior por trás, ele...


─ A ligação, eu quero ouvi-la. ─ Anahí interrompeu dizendo. ─ Sabemos que temos como consegui-la, então a recupere, de preferência agora e nos deixe ouvir. Todas as ações de Christian ao longo desses vinte e cinco anos foram sensatas, não é possível que agora ele tenha simplesmente enlouquecido e pedido para algum de nós colocarmos uma moradora de rua dentro das nossas casas, sem ter certeza do que estava pedindo e sem saber exatamente quem essa pessoa é. E eu quero conhecer essa mulher. Quanto antes melhor.


─ Eu já recuperei a ligação porque eu sabia que algum de vocês iria querer ouvir. Em relação a mulher, eu sabia que ou você, ou o Paul, ou até a mamãe iriam querer ajuda-la ou sei lá o que, por isso vim aqui. Eu vou passar a promessa que fiz pra vocês e espero realmente que aquela mulher imunda não cause problemas pra vocês, porque se isso acontecer, eu sou capaz de...


─ Alfonso, por Deus, se controle. ─ Paul pediu vendo o irmão claramente alterado toda vez que falava na mulher, que por sinal, se chamava Maite. ─ Nos deixe ouvir a chamada.


Respirando fundo, ele pegou o celular no bolso tremendo de raiva e o colocou em cima da mesa, até que as vozes dele e de Christian começaram a ser ouvidas. Elias observava e ouvia atentamente tudo o que estava acontecendo no ambiente; Ruth e Anahí se emocionaram e começaram a derrubar lágrimas assim que ouviram a voz de Christian; Christopher ficou sério com um nó na garganta e Paul não estava diferente, ambos atentos a tudo que eles diziam naquela última chamada entre os dois. Em um momento enquanto ouvia o áudio da chamada, Alfonso se levantou lembrando do momento que teve com o irmão da mesma idade que ele, e pediu água a Marina que prontamente lhe levou um copo cheio, que ele bebeu em rápidos segundos, estava claramente em um momento de desequilíbrio emocional, e ninguém ali sabia acalmá-lo, ninguém nem se ousava a tentar. Então enquanto ele bebia a água ele ouviu a voz clara de Christian dizer “não pra Anahí, não pro Christopher, nem pro Paul, ou para os nossos pais. Só você pode cumprir essa promessa pra mim”, e praguejou aos infernos por ter prometido antes de saber em que situação ele estava se metendo, mas o moreno já estava disposto a passar a bola para alguém dali, restava saber se alguém estaria disposto a agarrá-la.


─ Ele... ele... ─ Ruth fungou. ─ Ele pediu a você, filho.


─ Mãe, uma mendiga... é demais pra mim, você me conhece. ─ ele rebateu.


─ Eu vou te ajudar com ela, nós só precisamos nos...


─ Você não vai ajudar ninguém, Anahí. ─ pela primeira vez, Elias se pronunciou na sala e todos olharam para ele, até Alfonso. ─ Se seu irmão foi idiota o suficiente para prometer antes de saber no que estava se metendo o problema é totalmente dele. E se o seu outro irmão sujou nosso nome se atrevendo a criar sentimentos por uma mendiga qualquer na rua, o problema também foi totalmente dele. Nenhuma das mulheres dessa família, tampouco meus filhos Christopher e Paul vão se envolver nisso. Alfonso que se vire! Eu estou exausto, preciso e dormir e ah, Anahí, Ruth, Christopher e Paul, nem tentem esconder nada de mim, porque eu sempre estou ciente dos passos que cada um dão, e você... ─ mirou Alfonso com desprezo. ─ Repito que o problema é exclusivamente seu. Mas o mínimo que se espera de você como homem é que honre a memória do seu irmão e cumpra a promessa que fez. Vamos lá, não seja um lixo total para a humanidade. ─ concluiu duro e deu sinal para que sua cuidadora, que era também enfermeira, o levasse dali rapidamente. Alfonso engoliu a seco absorvendo as palavras duras do seu pai e em seguida mirou Ruth, que só fazia chorar com toda a situação.


─ Ele não quis dizer...


─ Ele disse exatamente o que ele quis dizer e eu já tenho vinte e cinco anos, não sou mais aquele menino idiota que acreditava nisso de “ele não quis dizer isso”. ─ rebateu. ─ Temos um dilema aqui e eu já expressei minha opinião a respeito. Não coloco uma mendiga na minha casa.


─ Ah, coloca sim! ─ Anahí falou, se levantando da mesa e apoiando as duas mãos sobre a mesma, com o corpo inclinado pra frente, mirando o celular de Alfonso e o papel que estava na frente dela e de Christopher. ─ Você prometeu! ─ resumiu, dura. ─ Se você ama o nosso irmão e vai honrar a memória dele, você vai dar um jeito de engolir esse seu orgulho e preconceito e cumprir a sua promessa. ─ duas lágrimas caíram do rosto da mesma que só então olhou Alfonso nos olhos. ─ Eu vou ajudar essa menina com tudo que eu puder, vou fazer tudo o que estiver ao meu alcance, mas é na sua casa que ela vai ficar e em 90% do tempo em que ela estiver lá, é você quem vai cuidar dela e eu não aceito menos do que isso de você, Alfonso. ─ ela respirou fundo. ─ Mesmo sendo... o que ela é, o Christian viu algo de especial nela e vamos descobrir o que é juntos. Oferecendo tudo que pudermos a essa garota, como se ela fosse realmente parte da nossa...


─ Não ouse terminar essa frase, Anahí. Não ouse. ─ ele rebateu. ─ Ela não é e nem nunca vai ser parte da nossa família.


─ Mas de alguma forma ela foi importante para o Christian e você vai ser um grande filho da puta egoísta se não levar nem isso em consideração. ─ bradou irritada.


Então Alfonso forçou um riso totalmente irônico e se aproximou da mesa, pegando seu celular e colocando no bolso da calça. ─ Mas eu já sou um grande filho da puta egoísta, maninha.


E dizendo isso, acenou com a cabeça levemente na direção da mãe, e saiu dali. Os outros que ficaram na sala se entreolharam e Anahí olhou o papel aberto e amassado sobre a mesa, o pegou e o dobrou. Se o que Christian queria era oferecer cuidado e um lugar para aquela menina, ela teria um lar e cuidado.



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Autor(a): fsales_

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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 806



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  • Hemsworth45 Postado em 22/09/2022 - 12:36:32

    Só achei essa fic maravilhosa agora,adoraria ler o final dela. É tão perfeita

  • poly_ Postado em 02/12/2018 - 14:48:05

    Que saudades eu estava, eu ando tão ocupada com vestibulares e provas finais, e finalmente consegui voltar aqui. Eu literalmente amo essa história mulherr !!! Quero te convidar para começar ler minha nova fic, que chama Wolver. Continua logo gatita. Bjuss!!!

  • mariana_medina Postado em 30/10/2018 - 23:36:29

    Cadê??????

  • mariana_medina Postado em 18/10/2018 - 22:22:28

    MEU DEUS COMO EU AMO ESSA FIC

  • Maiterroni Postado em 18/10/2018 - 09:54:19

    Drama, Romance e AÇÃO? Já me ganhou aí. Respiro esses três nas fanfics. Já vi que ao lado de Indomitable, Imensurável será minha paixão também das fics que tem ação e eu amo. Posta lá logo também, amei tudo!

  • Maiterroni Postado em 18/10/2018 - 09:45:19

    Eu pensei muito que ia abandonar essa fic, mas fico radiante por não ter feito isso. Como sempre estou amando-a e estou com medo do que pode acontecer com a Maite por conta desse William desgraçado. Posta mais.

  • crisjhessi Postado em 17/10/2018 - 23:37:18

    Os dois ta em um fogo só........ Gostei da sua nova fic..... Continuaaaaaaaaaa

  • Beatriz Herroni Postado em 17/10/2018 - 21:04:06

    Posta mais.Beijos.

  • milenapereira Postado em 17/10/2018 - 18:54:46

    Sobre a nova fic eu amei tudooooo , ansiosa por ela , posta logo.

  • milenapereira Postado em 17/10/2018 - 18:54:08

    To amando tudoooo , posta mais fabiii


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