Olá!! Voltem um capítulo e leiam ele antes desse daqui! Editei o capítulo de aviso com um capítulo normal da fic! Beijos!!!
─ Entendi. ─ Ela falou assentindo e Elias franziu o cenho. Ele acabou de dizer que a mataria se tivesse a chance e ela disse “entendi”? ─ Bom, eu te perdoo por isso, Elias. Te perdoo por mim e pelo Alfonso.
─ Eu não pedi perdão. ─ Disse seco, estava com raiva.
─ Mas um dia irá desejar ter pedido... ou talvez um dia pedirá ─ ela deu de ombros. ─ Não importa, eu só estou dizendo que te perdoo por mim e por ele. Não sei dos seus motivos para odiar o Alfonso e querer atingi-lo a ponto de matar alguém que não conhece para lhe causar dor, mas... eu acho que ninguém sente raiva, ódio, mágoa... seja lá o que for porque quer. Acho que tudo nessa vida, até as coisas mais absurdas, tem suas explicações e você deve ter as suas para ter tanto rancor assim no coração.
─ Cale a boca, insolente.
─ Eu perdoo você. ─ Ela disse devagar e sorriu docemente em seguida. ─ Mas, por favor, compreenda que esse ódio que sente por ele não levará a nada. Ódio é tão ruim... só serve para envenenar a nossa alma e nos deixar doentes.
Elias revirou os olhos e olhava para todo o lugar que sua visão conseguia alcançar, menos para os olhos dela. Sentia tanta raiva...
─ No discurso que Alfonso deu hoje eu não consegui enxergar metade do homem que Christian me descreveu nessa carta. E eu sei que pelo seu olhar na hora que o Alfonso disse aquelas palavras que nada ali é mentira, realmente aconteceu. Então eu sei que você é um homem bom, Elias... Na verdade eu não sei, mas acredito firmemente que é. E eu vejo, para além desses seus olhos frios e duros na minha direção, que existe um homem que já sofreu demais até chegar a um ponto de precisar matar para se sentir grande, forte e poderoso o suficiente na tentativa de se achar e ser tão intocável que nenhuma dor lhe atingiria, e logo você estaria livre para ser aquele que ao invés de ser o sofredor faz com que as pessoas sofram. ─ Com aquilo, ele finalmente focalizou nos olhos dela. ─ Eu não vou te julgar por nada do que soube hoje... e nem contarei a ninguém. Será um segredo que eu descobri pelo Christian que ficará guardado nessa sala. ─ Ela afirmou. ─ De qualquer forma, vou ler logo a segunda carta.
Elias não dizia mais uma palavra, e seguiu assim até ela acabar de ler o breve papel que tinha o número 02 escrito ali.
─ Agora, Elias, pegue essas palavras que Maite te disse e leve para a sua vida, leve para o seu coração, para a sua alma... e as sinta. Eu te perdoo por tudo que já fez ou tentou fazer ao Alfonso. Sou grato ao senhor por tudo que já fez por mim, às vezes eu não queria, mas eu o amo como se realmente fosse o meu pai de sangue; mas de qualquer forma preciso dizer... eu não te perdoaria jamais por nenhuma tentativa que tivesse contra a mulher que está lendo essa carta para o senhor agora. Um arranhão atrelado a ela que tenha você por trás da história e eu não descansaria em paz sem antes te ver pagar por todos os seus erros. Eu te perdoo, pai. Mas te perdoo te dando a chance de não errar novamente. Quando se sentir aflito e prestes a cometer uma loucura procure Maite. Eu te garanto que mesmo depois de tudo ela não irá, em nenhuma das hipóteses, te negar alguma ajuda. Tenha uma boa vida... continue cuidando da mamãe e dos meus irmãos. Alfonso está sendo bem cuidado por esse anjo que lhe fala e por mim, de onde quer que eu esteja. Abraços, gratidão e perdão. Christian.
Maite tinha um sorriso triste brincando nos lábios quando terminou e ler aquela carta... era estranhamente inacreditável a fé que aquele homem depositava nela. Surreal. Então ela dobrou as duas cartinhas já lidas e colocou dentro do envelope. Então se levantou e mirou Elias que não tirava os olhos dela.
─ Acredito que seja só isso que queria tratar comigo... então se me da licença, Elias. ─ E virou-se, prestes a sair dali percebendo que sua cabeça estava realmente pesada e exausta de tantas informações. Então parou na porta e olhou para trás. A enfermeira lhe olhava com um olhar quase que desesperado, e Elias a olhava sem nenhuma expressão. ─ Por que você esperou para que eu lesse a carta?
─ Era o desejo de Christian.
─ Você o amava?
─ Sim.
─ Por que não o Alfonso? ─ Indagou realmente cansada.
─ Porque ele me deixou assim. ─ Contou e Maite arqueou as duas sobrancelhas, surpresa. Então franziu levemente o cenho, algo lhe dizendo que aquela história não estava exatamente muito bem contada.
─ Você tem certeza?
─ Sim. E de qualquer forma, não é apenas por esse motivo. ─ Resumiu e ela não disse mais nada.
Apenas assentiu e saiu dali, sentindo-se perdida naquela mansão e tentando parar de pensar nas loucuras que rondavam sua vida desde que havia entrado na vida dos Herrera. Então ouviu a voz de Serena e seguiu a mesma, franzindo o cenho ao perceber que a menina falava em um tom de choro, irritado, até.
─ Isso não é verdade... a Mai nunca faria isso comigo, ela não é má!
─ Deixe de ser tola, sua menina órfã! Ela só está com seu pai porque quer roubar o dinheiro dele do mesmo e ele de você! Depois que eles casarem, você vai ficar sozinha... mais do que já era. Porque agora ficará sem mãe e sem pai! ─ E riu perversamente.
Maite sentiu o rosto ficar vermelho de raiva e rapidamente andou até onde vinha as vozes e Serena olhou-a prontamente, o coração de Maite partindo em pedaços ao ver o rosto da menina banhada de lágrimas. Katrina olhou para trás e sorriu satisfeita ao ver que Maite estava ali e a olhava furiosa.
─ Ih! Chegou a ladra de papais.
─ É... É verdade, Mai? Você... você só quer roubar o meu papai de mim? ─ Indagou em um choro sofrido. ─ Não é justo, Mai... e já perdi a minha mamãe também.
─ Ela quer se fingir de sua mãe para roubar o seu papai, Serena. Confie na sua priminha aqui. ─ Katrina disse maldosa, os olhos não saíam dos de Maite. A mesma estava se controlando para não avançar sobre a outra por respeito a Serena.
─ Não... eu não vou deixar. ─ A menina negou dando passos para trás quando Maite fez menção de se aproximar dela. ─ Você nunca vai ser minha falsa mamãe só pra roubar o meu papai! Eu não vou deixar! ─ e saiu correndo, passando por Maite como um raio enquanto chorava de soluçar em busca de Alfonso.
─ Eu juro por Deus que... ─ Maite voltou-se para Katrina, possessa, se aproximando dela com fúria, mas a mesma a cortou.
─ Você jura por Deus o que? Vai fazer o que?
─ Eu juro por Deus que se você se colocar mais uma vez na frente daquela menina, apenas para magoá-la com seus infantis caprichos, eu vou fazer da sua vida um inferno, Katrina.
─ Oh, que romântico... defendendo a órfãzinha!
─ Não a chame de órfã, imbecil! ─ Maite bradou irritada. ─ Ela tem pai! Pai esse que você não está aguentando ver que está comigo, não é? ─ Ela riu amarga, queria tanto bater naquela cara sínica de Katrina naquele momento. A ruiva fechou a cara naquele momento.
─ Eu vou descobrir os reais motivos para ele ter se envolvido com você... Claramente você não está no mesmo patamar de Alfonso. Ele nunca teve esse mau gosto. ─ Maite riu.
─ Mau gosto ele teria se tivesse se envolvido com alguém tão podre por dentro quanto você, Katrina. Ela é uma criança, pelo amor de Deus!
x-x-x
─ Papai, papai!
Alfonso franziu o cenho e se virou para trás, dando tempo apenas de erguer os braços e carregar Serena que pulou em prantos nos mesmos abraçando o pai com força e chorando sem dó no ombro do mesmo. Ele estava voltando para a área da piscina, mas ainda não havia passado pela porta de vidro dos fundos, de forma que ninguém viu a cena.
─ Serena, por Deus, o que foi? Você caiu? Se machucou? ─ Ele pegou delicadamente o queixo da menina e o levantou analisando cada detalhe do rosto dela para ver se havia algum machucado, mas ela negou, chorava tanto que não conseguia nem falar.
─ E-e-eu... ─ A menina tentou aquela e mais algumas vezes falar, mas não conseguia. Realmente estava em um pranto inconsolável. O maior medo de Serena era perder o pai... bom ou ruim, ela só tinha ele. Já nervoso por não conseguir captar nada do que Serena queria dizer Alfonso deu meia volta e foi em direção a cozinha. Lá, daria água a menina e conversaria com calma com a mesma, porém no caminho ele ouviu algo e rapidamente começou a associar os acontecimentos na mente, revoltado com o que pensava.
─ Eu vou dizer só mais uma vez, Katrina! Mexa comigo, faça da minha vida um inferno, me xingue, atreva-se a encostar um dedo em mim, mas nunca... nunca mais, NUNCA mais, está entendendo? Ouse dizer um “ai” a Serena! Nunca mais ouse a chegar nem perto dela... Deus sabe que eu avançaria em você aqui, agora, se não estivéssemos na casa da mãe do Alfonso, Deus sabe que sim... mas o aviso está dado! Um dedo naquela menina, mais uma palavra absurda dita para aquela menina e quem verá o próprio inferno será você. ─ Falou com uma fúria na voz que Alfonso conhecia bem. Ele ouviu quando Katrina riu.
─ E quem é que vai fazer da minha vida um inferno, pequena Maite?
─ Oh, que bom que perguntou.
Maite virou-se para trás e Katrina ficou branca ao ver Alfonso ali com uma expressão de dar medo e com Serena no colo, agarrada ao pescoço dele, as costas da menina chegavam a balanças pelos soluços.
─ Eu vou. ─ Respondeu lentamente, a voz rouca de ódio, assim como a de Maite estava há segundos atrás.
─ Alfonso, não foi eu quem magoou a sua filha! Foi ela! Ela magoou Serena. ─ Katrina apontou descaradamente para Maite que virou para ela pronta para socar o rosto da mesma.
─ Ora, sua... ─ Foi Alfonso quem a parou, um braço arrodeando sua cintura e a puxando para ficar atrás dele.
─ Eu não vou dizer de novo, Katrina. ─ A ruiva conhecia também aquele olhar assassino que Alfonso tinha no rosto naquele momento. ─ Não se aproxime delas.
Delas. O aviso era claro: Eram dois contra uma ali.
Katrina estava sobrando e estava em desvantagem, logo, desistiu daquela briga por hora e saiu espumando de raiva dali. Então Alfonso virou para Maite que chegava a ofegar de raiva. Ela olhou para Serena e decidiu não dizer nada. A menina ainda chorava, era uma criança e ouviu absurdos ao seu respeito... a última coisa que ela iria querer naquele momento era ouvir Maite e ela tinha ciência disso. Alfonso mirou Maite e em seguida fez um sinal com o olhar dela para Serena. A mesma negou, dando a entender que era com ela que a menina estava chateada e ele entendeu.
─ Só... Só vamos embora daqui, por favor. ─ Ela implorou, sua cabeça estava doendo de tantas confusões, informações e todo o resto que tinha direito naquele lugar.
Para Alfonso, não precisava nem pedir duas vezes. Tudo que ele mais queria era sair dali.