Fanfic: Scars: Caminhos do Coração. | Tema: Drama, Romance, Hot (+18)

            Dois dias depois do último encontro de Anahí e Alfonso, eles se reencontraram junto com o resto da família, com exceção a Elias, na empresa do mesmo. O motivo era a lida do testamento que Christian havia deixado. Antes que o mesmo começasse a ser lido, Anahí puxou Alfonso para o canto com uma cara de poucos amigos e antes dela falar, ele já estava entediado.

─ Onde ela está?

─ O que? Quem? ─ se fez de sínico e ela revirou os olhos.

─ O que você fez com a Maite, Alfonso? Ela simplesmente sumiu por dois dias e eu, pessoalmente, já fui procura-la em todos os lugares que as pessoas disseram que ela geralmente fica.

─ Eu não fiz nada com ela, ué. Apenas lhe dei uma carona! Se ela é tão burra de não saber como voltar, o problema é todo dela! ─ resumiu óbvio.

─ Uma carona? Para onde você a levou? Alfonso, ela não tem nada! Não tem dinheiro, não tem celular pra se comunicar com ninguém. Muito provavelmente não tem ninguém pra ligar, nada pra comer, beber. Onde você a deixou? ─ foi a vez dele revirar os olhos.

─ Ela é uma mendiga, Anahí, infelizmente eles têm o dom de sobreviver a todas adversidades da vida.

Anahí respirou fundo e falou calmamente, mas em claro tom de raiva, as seguintes palavras: ─ Daqui a pouco já é de noite, veja, são cinco horas, e então serão três dias. Três dias dela sumida. Eu te dou o prazo de até o fim dessa reunião pra me dizer onde você a deixou, ou eu vou largar todos os seus podres, absolutamente todos, para a mamãe naquela mesa. Pense com carinho! ─ deu um sorriso falso fechando a cara logo em seguida e passando por ele com raiva, sentando-se no seu lugar. Ele bufou, exausto daquela história, mesmo sem nada, a imunda não ia ser tão idiota de não pedir uma carona pra voltar já que era impossível voltar andando. A questão era se a carona fora segura... mas se não foi, ele não tinha nada a ver com aquilo também.

─ Sr. Alfonso? Podemos começar?

─ Sim. ─ respondeu sentando-se na sua cadeira.

─ Bom, antes que eu comece a ler o testamento, preciso entregar algumas cartas para alguns membros da família. ─ ele abriu o envelope maior, marrom, e dele tirou alguns envelopes em forma de carta, brancos e com os nomes deles em cima. ─ Sra. Ruth. ─ e entregou, a mesma já estava emocionada só em pegar a carta. ─ Sr. Elias.

─ Ele não pode vir, mas eu entrego a ele. ─ Ruth prontamente disse e recebeu a carta.

─ Sra. Anahí. Sr. Christopher. Sr. Paul ─ eles a pegaram. ─ Sr. Alfonso. Tem... cinco para o senhor. ─ respirando o fundo, ele as pegou, mas jamais imaginaria que o conteúdo daquelas cartas teria muita coisa sobre um certo alguém que ele não queria ver nem pintado de ouro. A surpresa de todos por ele ter sido quem mais recebeu cartas foi grande. ─ E por fim, cinco para a Sra. Maite. ─ todos olharam para o tabelião no mesmo momento em que ele disse o nome.

─ Só pode ser brincadeira! ─ Alfonso esbravejou, largando os cinco envelopes sobre a mesa. ─ Quem são as testemunhas dele?

─ Eu. ─ Anahí, Paul e Christopher responderam juntos.

─ E qual foi a última vez que ele pediu para os três assinarem?

─ Um mês. ─ Paul prontamente respondeu. ─ Cerca de um mês atrás. ─ Christopher assentiu.

─ Então a maldita já está na vida dele a algum tempo. ─ ele negou com a cabeça. ─ Dê-me essas cartas, eu certamente darei um belo fim a e-...

─ Não! ─ Anahí rapidamente se pronunciou e pegou as cartas na mão do tabelião que estava minimamente confusa. ─ Ignore os surtos do Alfonso e prossiga, senhor. Eu entregarei pessoalmente as cartas a Maite. ─ Alfonso apertou os olhos pra ela, que ignorou totalmente a existência do irmão ali.

─ Nesse caso... agora sim posso ler o testamente para os senhores. ─ ele disse e começou a ler. ─ Eu, Christian Russel-Herrera, que me encontro em uso e gozo de minhas faculdades mentais, livre de qualquer sugestão, induzimento ou caução, deliberei fazer este meu testamento particular datilografo, como de fato ora o faço, em presença das três testemunhas abaixo nomeadas, qualificadas e assinadas, que... ─ Alfonso o interrompeu nesse momento.

─ Pule para a parte interessante. Todos aqui temos trabalho a fazer. Para quem ficou cada coisa? ─ indagou amargo e se estivesse o nome Maite ali, ele ficaria louco.

─ Desculpe, senhor. ─ Alfonso revirou os olhos e Anahí negou com a cabeça revirando os olhos para o fato de todos tratar Alfonso como se ele fosse um rei. ─ Em suma, os carros ele passou para o senhor Christopher. O duplex para a sra. Ruth. Seu escritório de advocacia fica aos comandos de Ian. Todos seus negócios já abertos, que ele não comanda ao lado de Alfonso, ficam sob o comando de Anahí. E... toda sua parte da empresa, negócios em que ele e Alfonso eram sócios e sua herança financeira fica dividida entre o sr. Alfonso e a sra. Maite. ─ nesse momento ele franziu o cenho, e todos ali arregalaram os olhos. ─ Mas para os dois últimos, temos um outro tipo de testamento especial, em que ele...

─ Que palhaçada é essa? ─ Alfonso indagou já levantando o tom de voz.

─ Espere, ele não colocou o nome completo dela, nem deu a informação de nenhum tipo de documento, não acho que isso possa ser válido, apesar de que está tudo nos conformes, tudo devidamente assinado. ─ o tabelião percebeu e tratou de dizer.

­─ Essa pessoa nem da família é, nem relação formal com ele tinha, é inadmissível ele passar algo para o nome dela!

─ Bom... se estivesse tudo nos conformes, digo, a documentação dela, vocês seriam obrigados a passar tudo para a mesma. Mas como não está, quem decide é a família. Porém saibam que se vocês se recusarem a fazer isso, ferindo os direitos de livre escolhe do falecido, terão que resolver isso na justiça com a senhora Maite.

─ Não podemos fazer isso. ─ Anahí partiu em defesa. ─ É a vontade dele, Alfonso, chega de show.

─ Mas Anahí, primeiro temos que ver quem ela é. Se é uma pessoa boa, que merece, ou que se uniu misteriosamente a Christian com segundas intenções. Você sabe que o que mais tem na nossa família é isso. Não podemos confiar em ninguém. ─ Paul interferiu.

─ Primeiro ver quem ela é? E como faremos isso, se nem espaço pra isso ele está dando? ─ ela indagou se revoltando com o irmão, então virou para Alfonso e apontou o dedo na direção dele. ─ Você foi homem de prometer ao Christian que tomaria conta daquela menina, mas me diga, está sendo homem para cumprir? Inclusive, ela sumiu, e eu tenho certeza que você tem a ver com isso, seu covarde! ─ ela aumentou o tom de voz, irritada.

─ Anahí, controle-se. ─ Paul interveio.

─ Alfonso... você... você fez algo com a menina que Christian pediu pra proteger, filho? ─ quando mirou a mãe prestes a dizer a verdade, seus olhos lhe passaram tanta tristeza e prévia decepção que ele desistiu, preferindo mentir.

─ Não. Mas eu sei para onde ela foi. ─ disse, seco. ─ E o senhor? Já acabou? ─ indagou entediado ao tabelião, que olhou para o papel em suas mãos.

─ Tem algumas cláusulas muito importantes que precisam ser lidas no testamento especial que são de extrema impor-...

─ Foda-se as cláusulas.

─ Alfonso! ─ Ruth o repreendeu.

─ Desculpe, mãe. ─ ele falou, claramente nervoso. ─ Eu... realmente preciso ir resolver uns problemas agora. Você resolve com eles tudo que tem que resolver e guarda essa porcaria de testamento especial pra quando eu tiver afim de me irritar mais com isso. Christopher você fecha a sala. ─ o mesmo assentiu vendo que o melhor para Alfonso era realmente sair dali e o mesmo o fez rapidamente.

Com as cinco cartas na mão, Alfonso saiu embalado pela empresa e quando chegou no seu carro, jogou as mesmas no banco de passageiro ao seu lado e foi diretamente para o seu arranha-céu, nervoso. Então levou as cartas para a sala e depois de se jogar no sofá, já com uma dose de whisky nas mãos, começou a lê-la e a cada palavra que lia, seu coração só fazia acelerar e doer mais, e mais, e mais. Intencionalmente ou não, Christian estava colocando Alfonso em um beco sem saída, onde ou ele ajudava Maite ou ele ajudava a Maite. E uma hora, ele iria ter que ceder...

Presentinho pra quando cês acordarem ter capítulo novinho!

Peço desculpas pela demora de capítulos em que acontecem tudo que a gente quer que aconteça, mas eu tô tentando ao máximo fazer as coisas serem bem reais aqui dentro do possível, claro, e o romance entre os protagonistas não pode ocorrer de uma hora pra outro se claramente eles se odeiam muito desde o começo, sim? Prometo que uma hora as coisas melhoram. Próximo capítulo vai ter Herroni sim e Alfonso tendo que consertar as burradas que ele faz!

Beijos!