Prestem atenção nesse capítulo! É um capítulo que só tem Portirroni, porém que revela vários segredinhos, que é muito bom prestar atenção, viu?! Obrigada pelos comentários, vocês são lindas! E que tal a gente, que gosta de Herroni e sabe que não é um trauma que tem muitos fãs aqui nos unirmos e dar muito mais valor para as fics Herroni daqui do site?! Tem várias, com pouquíssimos comentários, galera! E querendo ou não isso desanima as pessoas de postarem... é tão bom receber elogios pelo trabalho que fazemos com carinho, sim? Vamos nos unir mais e enaltecer as mulheres que tiram um tempinho pra escrever sobre nosso trauma, assim como vocês já tiram pra me enaltecer aqui, viu?! Cês topam? Girls Power sempre!!!!
Xoxo!
Maite não soube dizer se o que a deixou mais surpresa foi ter acordado em um belo quarto de hospital ou acordar com Anahí Herrera ao seu lado. Em uma conversa um tanto longa e de muita surpresa da parte de Maite sobre os pedidos de Christian, elas conseguiram conhecer um pouco mais de cada uma. Na verdade, Maite soube muito mais de Anahí do que ao contrário... as únicas coisas que Annie soube sobre Mai foram: ela era orgulhosa, não queria a ajuda de ninguém, mas tinha um carinho, respeito e gratidão tão grandes por Christian, que seria capaz de fazer qualquer coisa pela memória dele.
─ Então você topa? ─ Anahí indagou esperançosa e Maite deu um sorriso de lado com tamanha empolgação da mesma.
─ Topo. ─ respondeu e a ex-loira comemorou.
Maite teve alta logo depois daquela conversa. A propósito, ela já havia tomado um banho e vestia uma roupa de Anahí. Era um vestido amarelo, soltinho, com uma sapatilha simples, de cor preta. Seus cabelos estavam presos em uma trança que batia no meio das suas costas, feita por Anahí. Então elas saíram do hospital e Maite viu a limusine parada em frente ao mesmo. Parando no meio do caminho, ela viu quando o motorista desceu do carro e cumprimentou Anahí, indo abrir a porta para elas.
─ Maite? Vamos! ─ Annie chamou.
─ Essa limusine... é dele. ─ ela afirmou lembrando do dia que fora atropelada, ou quase atropelada... ─ Eu não quero encontrar com ele, Anahí. Não agora, pelo menos...
Anahí suspirou e em seguida forçou um sorriso para a mesma. ─ Ele não tá aqui. E já falei a ele para não aparecer na nossa frente hoje! E pode dormir no nosso andar se não quiser ir diretamente para o dele e tudo mais! Maite então entrou no carro, fazendo uma cara feia para o motorista que abaixou a cabeça.
─ Isso de morar no prédio de vocês... embaixo do teto de Alfonso, não me desce. Eu posso aceitar tudo, mas isso... Olha, é demais pra mim. Aquele homem é cruel demais. ─ ela falou sentindo calafrios só de pensar em tudo que ele havia feito ela passar naqueles últimos dias.
─ Temos muito tempo pra falar sobre isso, afinal. Mas vamos comer! Eu tô morrendo de fome e hoje nós vamos comer muito, o dia todo! ─ Maite riu e assentiu. Não estava totalmente confortável com aquilo, mas Anahí trataria de deixa-la pelo resto do dia.
Dia que passou rápido, por sinal. Depois de tomarem um café da manhã caprichado, elas partiram para as compras. Maite recusava a maioria, mas ela já havia percebido uma coisa que todos ao redor de Anahí já sabiam: ela era impossível! E quando queria uma coisa, lutava até conseguir tudo do exato jeito que ela queria. E as compras não foram poucas... depois de fazer a morena experimentar várias roupas, ela, com seu olhar de estilista, pegou mais roupas ainda e as comprou sem sequer Maite ter experimentado. Agora já sabia de cor os números de Maite e trataria de comprar vários presentes para a mesma sempre! Os sapatos eram o vício de Anahí... e nem é preciso dizer que de havaianas a saltos caríssimos, ela levou todos que gostou para a mais nova amiga... pelo menos ela considerava Maite uma amiga. A morena, a propósito, percebera ao decorrer do dia que Annie estava tentando amenizar toda a dor que sentia pela perda do irmão fazendo aquilo por ela. E a mesma tinha razão... aquilo, de alguma forma, estava ajudando Anahí a esquecer um pouco que Christian estava morto e até quando ela lembrava, sentia seu coração em paz por estar realizando os maiores desejos dele na terra. A parte que mais constrangeu Maite foi a de peças íntimas! Não é exagero dizer que Anahí pegou um conjunto de absolutamente todos que viu em uma loja! Dos mais simples aos mais sexy. E se tinha uma coisa que Maite tinha certeza era de que não usaria aquilo para impressionar ninguém, na verdade, ela nem sabia se usaria aquilo para começar! Quando Maite pensou que estava acabando, vieram as joias, e em seguida os biquínis e maiôs, depois maquiagens – que ela certamente não usaria também –, e então elas foram almoçar.
─ Hum... Deixe-me ver o que falta. Roupas, ok. Peças íntimas, ok. Joias e acessórios, ok. Biquínis, ok. Apesar de que você prefere maiô, o que eu não entendo muito bem, porque seu corpo é bem perfeito, só precisa da uma engordada a mais que fica ótimo! E... claro! Como eu ia esquecer? Ainda precisamos comprar suas coisas íntimas, né. Escova de dente, escova de cabelo, produtos de beleza e de higiene também... mas isso eu posso pedir para minha Liana fazer... você tem preferências por algum produto? Absorventes com abas ou sem? Normal ou noturno? Eu preciso deixar isso tudo anotado... Ah, remédios. Tem alergia a algum? Anticoncepcional você toma? Temos que lembrar de todos os detalhes, não podemos esquecer de nada! Falta perfumes, hidratantes... Por falar nisso temos hora no salão e no...
─ Anahí, Anahí, calma... ─ ela pegou as duas mãos de Anahí na mês e a fez olhar nos olhos. ─ Calma. ─ repetiu. ─ Você está muito fissurada com isso, relaxe... eu não preciso disso tudo, na verdade eu não preciso de nada disso e... ─ ao ver o olhar de Anahí ficar triste, ela respirou fundo. ─ E eu sei que você está fazendo com as melhores intenções e por isso vou aceitar. ─ mudou o discurso e fez a outra mulher na mesa sorrir. ─ Mas tenha calma. Todo o seu dia está sendo dedicado a mim, mas e seus filhos? Seu marido? O Nathaniel é um bebezinho, não é? E a mama dele? Por favor, não passe por cima disso tudo por alguém como eu... ─ então os olhos de Anahí marejaram e Maite ficou momentaneamente desesperada. ─ Oh meu Deus, o que eu fiz? O que eu falei de errado? Anahí, me desculpe, eu...
─ Não é você! Eu só... Não posso amamentar o Nate. ─ dito. Por um momento, Maite não soube o que dizer, mas Anahí já sabia o que viria... “eu sinto muito”, “nossa, deve estar sendo horrível pra você”, “e agora o que fará? é crucial o leite materno para o bebê”.
─ Olha Anahí, eu acho que vamos ser grandes amigas. ─ Maite falou e Anahí levantou a cabeça, confusa e surpresa, para olhá-la.
─ O que eu vou falar é tão trágico que eu tenho que rir pra não chorar... mas enquanto seus peitos estão aí, secos por algum motivo. Os meus são tão cheios que eu procuro bebês para enfiarem a boca aqui e tirar, porque olha... Dói feito o inferno! E eu fico inchada... É horrível. ─ ela falou descontraída e Anahí não sabia se ria pela maneira que ela falou, ou se chorava.
─ Você tem filho? ─ ela perguntou sem nem pensar, e quando viu o rosto de Maite se fechar, se arrependeu na hora. ─ Que indelicadeza da minha parte, me perdoe...
─ Não, tudo bem... ─ ela respondeu e suspirou. ─ Dois, eu... eu tive dois. ─ ela forçou o riso. ─ Talvez seja por isso que tenho leite infinitamente...
─ Mas como assim não empedra? Isso é possível? ─ ela indagou.
─ Não faz tanto tempo assim. Três meses pra ser mais exata. E eu não deixei empedrar. Tem tanta gente que precisa e não pode amamentar seus filhos, sabe? E eu ajudei o máximo que consegui. Já amamentei tantos nenéns... e em troca eles me davam um lugar confortável pra dormir, comida, um banho... essas coisas! E eu amo amamentar, eu sinto como se... fossem eles, sabe? Mas enfim. ─ riu triste.
─ Nossa, Maite, eu... Não sei nem o que te dizer. Sua história de vida... é bem forte. Eu... mas e eles?
─ É nesse assunto que eu subo a plaquinha vermelha. Me desculpe, Annie, mas...
─ Não, tudo bem. Eu que sou intrometida e...
─ Não, você não é! E se sinta privilegiada, porque nem o Christian sabia dessa parte da minha vida. Todos ao meu redor só sabem o que eu acho necessário e claro, só sabe de algo quem vai conquistando minha confiança. ─ elas riram cúmplices. Era estranho, parecia que se conheciam há anos... ─ Eu vou ser eternamente grata a você por tudo, Anahí. De verdade. ─ disse e Anahí pegou uma mão dela, apertando-a em sinal de que ela estaria ali pra tudo, piscando e em seguida se afastando.
─ Pois agora vamos comer, nosso dia das garotas tá só começando!
Elas riram e em seguida almoçaram, conversando, brincando... era uma sintonia inexplicável. Duas mulheres que claramente tinham dores diferentes e ao mesmo tempo tão parecidas... Aquela amizade ainda daria muito o que falar. Depois do almoço e da sobremesa que Anahí fez questão de comer, elas forem direto para o SPA. Depois de relaxar lá por horas, elas aproveitaram para se depilar e emendaram tudo com um salão, que fez as unhas das mesmas, as sobrancelhas, e claro, arrumaram os cabelos.
─ Pronto! Terminamos com ela, Annie. Desculpe-nos por te fazer esperar um pouquinho.
─ Não tem problema, querido, eu... ─ nesse momento, Anahí que mexia no celular vendo uns vídeos de Blair e Nate juntos, e umas fotos do marido com carinha de triste dizendo que os três estavam com saudade, levantou a cabeça para olhar Maite e ficou literalmente boquiaberta com o que viu.
─ O cabelo dela era o que estava mais maltratado... mas era naturalmente bom e não há nada que não possamos fazer aqui! Demos uma hidratação profunda nele, com cauterização, e é só ela continuar fazendo isso que ele se manterá assim, com esse brilho e essa maciez pra todo sempre! Quiser vim sempre aqui como a Anahí vem, as portas estarão abertas, linda Maite.
O homem dizia simpática e Maite agradeceu, um tanto envergonhada e desajeitada por estar fazendo tudo aquilo sem um dinheiro no bolso.
─ Ma-Maite, eu... Eu já achava seu rosto um espetáculo quando você estava daquele jeito, mas agora... meu Deus, você é perfeita! Está perfeita, eu tô realmente impactada. ─ ela viu a mesma corar e se levantou.
─ Bom, Diego, você nunca me decepciona. Passa esse cartão aqui, olha. ─ entregou a ele que assentiu e foi buscar a máquina. ─ Meu Deus, Maite! Eu tô apaixonada, desculpa. ─ brincou e ela riu.
─ Anahí, eu vou ficar realmente constrangida se você continuar com isso.
─ Mas olha, olha isso... ─ ela virou Maite para o espelho, ficando atrás dela. ─ Isso não é uma mulher, é uma obra de arte. ─ as duas riram, mas ao se olhar no espelho, aos poucos Maite foi ficando séria e Anahí franziu o cenho. ─ O que foi? Não gostou?
─ Não, não é isso. É que faz tanto tempo que eu não... não me sinto bonita, sabe? E... sei lá.
─ Mai, você é linda de todo jeito! Ou naquelas roupas de antes, ou nessas... ou com o cabelo daquele jeito, ou desse... é linda de qualquer jeito.
Ela agradeceu colocando um sorriso no rosto que convenceu Anahí, mas a verdade era que o problema não era o tempo sem se sentir bonita... ela nem ligava para aquilo, pra falar a verdade. Mas aquela mulher no espelho, querendo ou não, era o seu verdadeiro eu. O eu que ela havia perdido a um bom tempo. Depois de Anahí colocar a senha do cartão do irmão e tudo ser devidamente pago, elas foram finalmente para o arranha-céu dos Herrera.
─ Ah, Anahí... sinceramente não dá. Não dá pra ficar assim na casa das pessoas do nada, eu... eu prefiro voltar pra...
─ Pra onde? Rua? É sério, Maite? Não me decepcione assim! Você não gosta de mim, né, é isso? ─ fez drama e Maite riu. Sem que percebesse, elas já estavam na garagem, saindo do carro para subir pra casa.
─ Se eu sentir que tô incomodando alguém eu vou fugir. ─ ela falou, marota.
─ Nem se atreva a fazer isso, mocinha. Pessoas boas na família Herrera são raras. ─ disse e digitou a senha do elevador. ─ E quando achamos, elas ficam conosco pra sempre.
Pra sempre...
Pra sempre era muito tempo. E apesar de querer ter finalmente um lugar pra ir, um lugar que fosse dela, pra sempre... ela sabia que aquele mundo dos Herrera não era o dela, e que muito provavelmente ela não ia se adequar a ele jamais. Entretanto nesse mundo tudo pode mudar e tudo pode acontecer em uma questão de segundos. E quando Maite chegou no apartamento de Anahí e leu a primeira carta de Christian pra ela, algo em seu coração mudou... algo que poderia fazê-la até suportar Alfonso, para fazê-lo feliz onde quer que ele estivesse.