Fanfic: Diário de uma garota invisível | Tema: Vida escolar

Bem como esperado, os dois estavam lá na sala assim que cheguei, mas um em cada canto, Thiago ainda comigo e Pedro no fundão. O clima parecia ter pesado ainda mais, porém eu estava muito feliz para me preocupar, minha animação era tanta que comecei conversar espontaneamente com Jéssica que até estranhou, mas nada comentou sobre, acho melhor assim já que com isso não precisava contar nada (sim, comecei a me importar com Jéssica mesmo que pouco). Tudo ia prosseguindo na medida do possível, não via a hora do sino bater para finalmente ir ao recreio e me encontrar com Thiago (mesmo ficando na mesma sala que ele todo santo dia), mesmo não falando nada um para o outro ainda assim sabíamos o que tinha entre nós, mesmo assim adverti que era preciso manter isso em segredo mais um pouco até que Pedro sumisse de uma vez. Penso que realmente a sorte estava do meu lado — isso é meio do mal, mas ele mereceu — uma garota aos berros passava pelos corredores da escola e logo foi atendida por um funcionário que perguntou o que teria acontecido, ela falou que Pedro teria tentado forçar algo que ela não queria (para não falar coisa pior, mas penso que entenderam o que é) ele logo mentiu falando que isso era mentira, mas surgiram algumas testemunhas e não deu outra, novamente foi para a coordenação e pegou outra suspensão. Fiquei pensando que cada um colhe o que planta e que Pedro estava colhendo o que sua personalidade plantou (de certa forma creio que ele era uma vítima também), mas tudo bem. As aulas acabaram e incrivelmente os professores elogiavam o nosso silêncio que nada mais era que um gelo impossível de se quebrar naquele momento. Algo engraçado que aconteceu quando estava voltando foi que quando peguei minha carona — meu querido coletivo — encontrei Jéssica na porta, pois não tinha passagem para passar, então propus que ela passasse comigo, o que gerou uma cena engraçada já que ficamos presas na catraca por um tempo até conseguirmos passar por completo. Ela não parava de rir e eu pedindo para ela fazer silêncio que ficava ainda mais vergonhoso; ela comentava que era umas das primeiras vezes que pegava esse tipo de locomoção e que não era acostumada, eu me prontifiquei a ajudar ela a descer no lugar certo, creio que tudo isso por causa de ontem, me sentia melhor e com isso tudo parecia melhor, penso que quando nos apaixonamos nos tornamos melhores, contudo parecia que ela não estava bem já que falou que estava passando mal frequentemente, mas julgava que era normal. Eu desconfiei, mas achei melhor não perguntar nada, então assim que chegou no seu ponto ela desceu e eu prossegui meu caminho para casa.

Bem, nesse final de semana como combinado fui para o shopping com o Thiago, mesmo tremendo de nervosa. Chegando lá, vi ele com uma blusa cinza, com uma calça jeans e um tênis que nem ao menos me dei o trabalho de ver — estava muito concentrada na parte de cima e…e — contudo, eu também estava bonita, acho, estava usando um vestido amarelo com detalhes em flores azuis e vermelhas enquanto usava uma blusa por cima por causa do frio que aquele lugar iria fazer depois de um certo tempo; usava uma sapatilha básica. Chegamos, nos cumprimentamos e ficamos em silêncio por alguns segundos até eu perguntar o que íamos fazer primeiro. Ele sorriu e me puxou para a escada rolante, onde ao chegar no topo chegamos ao cinema e ele se desculparia pelo encontro clichê que teríamos, falei que não tinha problema, pois nunca tinha ido em um encontro então parecia tudo novo para mim, ele tentou bagunçar meu cabelo, mas desviei com maestria (chupa :v) continuamos o trajeto até dentro do cinema e nos sentamos na cadeira (óbvio) e sabe o que fizemos? Vimos o filme ué, o que mais faríamos em um cinema? O Thiago foi bem legal deixando eu escolher o filme, mas como nossos gostos são parecidos o filme que assistimos foi um que nós dois queríamos mesmo. Depois disso fomos comer e meu deus, mesmo sendo magro ele engoliu um hambúrguer que fiquei pasma! De magro ele só tinha a aparência, pois por dentro devia ser um buraco negro. Bem, esse foi o nosso encontro, acho que nenhum dos dois estávamos esperando o outro dar a iniciativa, e ele deu (oh! Se deu… não pera) meio sem jeito juntamos as mãos e nos encaramos, então aproximei meu rosto devagar e cheguei ao seu ouvido falando baixinho: "Quem chegar nos jogos primeiro não paga!" Então me levantei e saí correndo na direção dos jogos, ele saiu desesperado atrás — esse nojento é bastante competitivo — e não durou muito pra ele me alcançar e me ultrapassar. Eu que dei a ideia então tive que arcar com as consequências, paguei os jogos e foi muito bom, rimos muito além de só pensar em dar um beijo nele, e ele sempre que não conseguia mordia as pontas dos lábios, eu gostava dessa visão, na verdade, mas eu no fim cedi a ele e então no lugar dos jogos mesmo chegamos a um cantinho e beijamos. Ninguém nos conhecia mesmo, então isso me aliviava de certo modo, só lembrando o quanto ele beijava bem, eu me sentia nas nuvens sempre que ele me beijava. Acreditei reclamante que ninguém nos conhecia, então de longe escutei um barulho de gritaria, exatamente, o povo da minha sala estava dando um rolê no shopping naquele dia e viram eu e ele se beijando. Alguns riam, outros falavam coisas que não se dava pra entender, e quando mais eles iam se aproximando mais nervosos eu e Thiago ficávamos. Ele fez algo que eu não esperava, ele apertou minha mão e falou bem alto: “Essa aqui é minha namorada, isso mesmo, e sabe aquela aposta? Esquece, desisti dela faz tempo!” Ele me puxou para longe do grupo que ficou imóvel pelo que ele teria dito — na verdade, pelo berro que ele deu, todos do local tinham ouvido — acabamos saindo do shopping e indo embora depois, mas antes disso um cara se aproximou de nós e perguntou sobre nossa escola. Achei suspeito, mas quanto mais ele falava mais eu via que ele não era uma ameaça, na verdade, ele estava procurando sua filha que estuda na mesma escola que a gente, isso mesmo a garota que ele procurava era Jéssica que desde sexta estava desaparecida. Na hora gelei, não acredito que ajudei Jéssica a fugir, ela estava sumida e eu tinha um dedo nisso, mas a questão era o motivo pelo qual ela estava sumida.