Fanfic: Soldier | Tema: A Elite

Fragmentos de memorias com uma pessoa que acredito ser eu com algumas outras pessoas que não faço ideia de quem sejam, mas sinto um aperto no peito ao reparar os detalhes do momento. Sinto-me presa e em um lugar escuro. Estou sentada. Ouço passos se aproximando e logo o véu negro que cobria meu rosto liberta minha visão. O homem que tirou o véu é másculo com ar doce, seu terno cinza claro bem ajustado em seu corpo, parece ser perigoso.

Quase não reparei nos hematomas roxeados e avermelhados ao longo de meus bracos estendidos na cadeira, amarrando fortemente meus pulsos.

o homem então, se pronunciou

- Não lute contra as cordas, isso só vai te machucar ainda mais. Fique calma

ele se agachou em minha frente, procurando os meus olhos.

eu não sei como falar, não me lembro do som da minha voz e nem sei como souta-la, mas tentei

- On-onde estou?

Gaguejei um pouco mas consegui falar, por mais baixo que tenha saído...

- Você esta na base militar da Elite, você não se lembra mas foi escolhida entre milhões de jovens. A elite salvou sua vida e sua família, seus amigos... Mas em troca, você agora é um soldado. Na base, vamos te treinar, te preparar e cuidar de você

Eu me sinto confusa, sinto que nasci ha poucos minutos atras. Eu não me lembro de nada que possa me ajudar a tomar a decisão de acreditar e confiar nesse rapaz

-Por que deveria confiar em você?

Ele sorriu e olhou para o chão antes de olhar em meus olhos novamente

-Não precisa confiar em mim, mas eu estou fazendo o máximo para ajuda-la, a Elite é muito rigorosa em alguns termos, se alguém nega ajuda-los ou servi-los, nunca acaba bem...

entendi que, se eu me negar a servi-los, eu morro...

-Ok, eu compreendo e aceito os termos - resmunguei e ele se levantou, procurando algo em seus bolsos, ate que tirou uma adaga pedra, a lamina brilhou em contato com a luz claríssima do local, ele cortou as cordas que prendiam meus pulsos e meus tornozelos, me ajudando a levantar e caminhar. De inicio quase cai, não me lembrava como era andar mas não demorou muito para pegar o jeito

-Um pé na frente do outro... - repetia o homem enquanto segurava minha mão direita e minha cintura

Reparei que quando saímos da sala, haviam dois homens armados em cada lado da porta, depois que passamos por eles, consegui ter firmezas nas pernas e me soltei do homem que ainda não sei o nome. O corredor por qual seguíamos parecia não ter fim. no final dele, havia um elevador, no qual entramos e o homem apertou o 9 andar. Aproveitei que iria demorar e fiz a grande pergunta

-Qual seu nome?

-Aaron - Respondeu um pouco seco, cruzando suas mãos a frente do corpo

-E o meu?

-Morgana

-Morgana...

Repeti baixinho, é tão estranho não se lembrar de nada, nem do próprio nome

-Por que não me lembro?

- A elite altera seu organismo para te deixar mais forte, enquanto isso aplicam o soro T12, ele é o principal causador da ausência de suas memorias, mas é provável que elas voltem ao longo do tempo.

Ao finalizar sua frase, o elevador abriu e vi outro corredor, desta vez, haviam um acumulo de pessoas em uma mesma parte. Homens de ternos cinza e pessoas com o tipo de roupa que estou vestido, moletom e blusa cinza.

POR QUE TUDO AQUI É CINZA?

Quando chegamos perto do acumulo de pessoas, um dos homens de terno cinza disse

- vocês demoraram! Disseram que nos teríamos que esperar vocês chegaram para entrarmos todos de uma vez

a voz do homem era um pouco rouca e arrogante, seu olhar pesado sob Aaron e sua resposta não demorou muito a vir

-O que ainda estamos fazendo aqui fora?

E assim um dos homens destrancou a porta e orientou para entrarmos, apenas um dos homens entraram conosco, o mesmo que abriu a porta

- Vocês são um grupo de 5 pessoas - Ele começou - Peter - Ele apontou para o menino magro de cabelos platinados, seu rosto é ossudo, eu o achei bonito - Guilherme - quando olhei para o rosto do rapaz, soube que era familiar, não sei como, talvez sejam seus olhos, não sei dizer qual cor é, é a mistura de todas - Jim - ele é uma gracinha, literalmente, tem um rosto doce de uma criança mas os olhos parecem obscuros...

-Jim Moriarty mas só Moriarty por favor - Ele sorriu desafiador olhando para o homem que ignorou totalmente seu comentário e continuou com sua explicação

- Solange - a unica menina alem de mim ali, também me parecia familiar, ela usa oculos e seus cabelos são castanhos escuros, no total, ela é bonita - e por fim, Morgana - todos os olhares foram direcionados a mim enquanto eu permanecia observando o homem. Alto, ombros largos, pele negra e olhos na cor mel, atraente...

O homem puxou um pequeno papel dobrado de seu bolso da calça, abrindo-o e lendo em voz alta

-O almoço é daqui a 15 minutos, estejam preparados, as 14h começa o tour de vocês por aqui, ha um mapa no corredor, as 15h15 começa o treinamento e so termina as 19h, vocês tem 1h15 para fazer o que quiserem, antes de começar os estudos, que terminara as 21h que é o jantar, apos isso, quando o sinal de recolher soar, ninguém poderá sair do quarto, apenas em casos de extrema urgência. As regras são claras, não arrumem brigas, qualquer aparelho eletrônico como: celular, tablets ou algo do tipo é terminantemente proibido, sair da base é proibido, por mais que isso seja praticamente impossível, enfim, não tentem.

Ele virou as costas para sair mas foi interrompido por Jim

quer dizer,

Moriarty

- E sexo?

O olhar do homem foi rígido, sem responder, saiu do quarto acompanhado pelos outros homens cinzas e por Aaron

- Deixa eu ver se entendi, Morgana, Peter, Guilherme e Solange? - ele olhou para nossos rostos e analisou - é, pelo jeito sim. Sem querer ofender, mas vocês parecem tão abatidos...

- Só eu que não me lembro de nada? - Perguntou Guilherme se pronunciando pela primeira vez, sua voz não era aguda e nem grossa, era leve.

Eu não iria responder a pergunta, pelo simples fato de que quero ser invisível aqui

-O homem me disse que todos nos estamos assim por conta de um soro que não sei o nome, eu não sei mas sinto que isso é cilada - Disse Peter e eu percebi algo na parede

um microfone?

Coloquei minha mão sobre o ombro direito de Peter e e com a outra mão apontei para ele o microfone preso na parede, perto de um das beliches. Não tinha reparado o quão cinza este lugar é assustador, camas cinzas, parede cinza, roupas cinzas, pessoas cinzas...

Observei Solange sentando na parte de baixa de uma das beliches, seus olhos se mantinham presos no chão ate que se levantou lentamente.

-Morgana Ali

Todos olharam para seu rosto, com a duvida estampada na testa. O olhar dela parou em mim e disse

-Eu me lembro de você, seu nome é Morgana Ali e você foi a causa da morte de meus pais - eu arregalei os olhos, como assim? - relaxe, eu não consigo lembrar o que eu sentia por eles, é só uma lembrança - Disse e saiu do quarto e em instantes ouvimos uma sirene, provavelmente é o anuncio do almoço

La vamos nós...