Fanfic: Soldier | Tema: A Elite

Há uma bandeja a minha frente, tem algumas coisas que eu acho que são alimentos, todos com exceção de mim estão comendo, depositando o alimento em suas bocas que parecem trituradores.

-Hey, você não vai comer?

olhei para o lado esquerdo e Peter esta ali, apontando para a minha bandeja com seu dedo sujo de algum tipo de molho. As vezes eu esqueço de como é me mexer e não faço a minima ideia de como é comer

-Não, pode pegar - Disse em bom tom e entreguei a bandeja para ele. Só estávamos nós na mesa, Solange e Guilherme estavam em outra, conversando algum assunto particular, ja Jim, eu não faço ideia de onde esteja

-Você não desconfia desses caras? -Peter falou baixo, apenas para eu ouvir, segui seu olhar e estavam em alguns homens de terno cinza com armas grandes, eles estavam vigiando.

Sinceramente, não sei. Acho que eu deveria tentar me aproximar mais, talvez. Talvez a ideia de ser invisível não esteja mais na minha cabeça, quero ver ate onde isso vai dar mas não quero fugir, quero estar preparada para o meu destino, se isso for meu destino...

-Parecem inofensivos - respondi encarando os homens cinzas, imaginei todos eles com a cabeça de corvo. Mal percebi quando Jim entrou na minha frente do outro lado da mesa, há um sorriso provocativo e maligno em seus lábios...

- Eu tenho uma proposta, meus pinguinzinhos

Peter por pouco não se engasgou com a comida, ja eu, estou prestando toda atenção que posso...

- É bem simples, eu tenho algo que pode ajudar vocês a lembrarem do passado - Seu sorriso cresceu muito mais de um risco cortante nos lábios, para algo aberto, exibia seus dentes brancos brilhantes. Estou tentada, sinto que preciso me lembrar para poder tomar minhas proprias decisões...

-Está falando sério? É por isso que você lembra de mais coisas do que nós... não sei não cara. O que é isso?

Peter se manifestou antes de mim, um pouco precipitado na minha opinião. Eu quero me lembrar, mas não sei se esse é o melhor caminho

- Relaxem. Vou explicar tudo detalhadamente no intervalo depois do treinamento, prometo. Me encontrem perto do laboratório principal. Tudo que posso dizer algo é - Jim nos analisou, sorridente, acho que ele está se divertindo com essa confusão psicológica - C-O-C-A-I-N-E - ele soletrou todas as letras e eu não faço ideia do que seja isso...

O barulho estridente e sinalizador logo nos avisou que o almoço está oficialmente acabado, embora pra mim, não teria nem começado.

Não tinha reparo o grande número de pessoas no refeitório. Parecem estar divididos em grupos, não é ninguém sozinho. Isso é bom, eu acho

Alguns dos homens gritaram para seguirmos para as devidas tarefas.

-PESSOAL DO GRUPO DE ESTUDOS, FAÇAM UMA FILHA A DIREITA, GRUPO DE TREINAMENTO A ESQUERDA - e assim eu fui, a fila está grande, pode-se dizer que estou no meio, gosto assim.

O homem cinza que está liderando a fila esquerda, começou a caminhar, e a fila apenas seguiu... Subimos incontáveis degraus e por ultimo, passamos por um salão enorme e vazio, no final dele, há uma porta que logo foi aberta.

Nós estamos fora da base, que por sinal, é subterrânea.

É como um campo... me sinto livre.

O vento fraco bateu no meu rosto fazendo um pouco do meu cabelo ir para trás, nunca tinha reparado nos meus cabelos, aliás, não faço ideia de como sou fisicamente.

Estar aqui fora, sentir o vento e poder observar o céu e o mar... é o melhor momento do dia...

-OUÇAM - Começou o homem cinza que estava liderando a fila - ESTÁ É LYANNE - ele apontou para a mulher com roupas de treino. Seu cabelo preso em um rabo de cabelo no topo da cabeça faz combinação excelente. -ELA É A VOSSA TREINADORA. - Logo após "terminar" de falar o homem foi dispensado por Lyanne.

O bom é de não haviam tantas pessoas ali como no refeitório, acho que a maioria ficou no grupo de estudos

- QUERO CADA GRUPO UNIDO, AGORA

Ela gritou e eu tentei procurar pelo meu grupo e ali estavam, me esperando. Corri dando alguns pulinhos para diminuir o percurso e para chegar mais rápido

-Ela é muito gata... - Disse Peter, encarando a treinadora com o ar de encanto

Há no máximo 5 grupos com 5 pessoas cada. Estamos espalhados pelo campo, enquanto Lyanne caminha e encara cada grupo, resmungando algo para cada um, e quando chegou em nossa vez, ela apontou para mim e disse

-Você.

Seca.

Quando ela passou pelo último grupo, pediu para todos que ela chamou dê um passo à frente.

Meu passo quase vacilou, mas eu tentei me manter firme.

-VOCÊS, SÃO DE UMA CERTA FORMA ESPECIAIS, TODOS VOCÊS, POR ESTAR AQUI HOJE, POR TEREM SIDO ESCOLHIDOS E VOCÊS -ela apontou para que estavam mais perto, ou seja, os que tiveram que dar um passo à frente -VOCÊS AGORA SAO REPRESENTANTES DO SEU GRUPO NA AULA DE TREINAMENTO - era possível ouvir algumas pessoas cochichando e até risadinhas. Mas a risada de Lyanne foi um pouco mais alta - NÃO SE GABEM. NÃO QUEIRAM ESTAR NO LUGAR DELES. A FUNÇÃO DE VOCÊS É A SEGUINTE; AJUDAR SEUS COMPANHEIROS, AO LONGO DO TEMPO VOCÊS SERÃO AVISADOS E SUA FUNÇÃO É AVISAR O RESTANTE DO GRUPO, ENTRE OUTRAS...

QUE PORRRAAAA

Eu mal sei andar, não me lembro como é comer, e a senhorita Lyanne quer que eu ajude pessoas que estão bem melhor que eu?

Eu nem como eu sou, não sei me distinguir, distinguir meus sentimentos, minha vida. Nada.

***

O treino passou rápido, foi só aquecimento. E quando deu o sinal para entramos de novo na base, uma ansiedade estranha correu por todo meu corpo. Moriarty. A proposta. Quando chegamos no pátio, procurei por Peter mas não o achei.

Que merda

Corri para o corredor onde fica os quartos, até o mapa e procurei pelo laboratório.

1 andar de diferença. Subindo.

Não tomei a decisão se quero mesmo isso, quero ouvir o que ele tem pra dizer. Quero saber o que ele vai pedir em troca.

Corri para o elevador, esse parecia diferente, tinha uma parede que tinha uma imagem... acho que é um espelho.

"Aquela sou?" Me perguntei

Madeixas longas e cacheadas
Não sou alta, e nem baixa 
Não tenho músculos 
Tenho olhos castanhos médio 
Algumas cicatrizes nos braços e nos pulsos.
Algumas no pescoço... 
Lábios um pouco carnudos
Algumas sardas nas bochechas...

O elevador se abriu e...

-Senhorita Morgana?

Eu conheço essa voz

Me virei e ali está Aaron, não tinha reparado os detalhes da beleza dele, é peculiar.

Seus cabelos bem penteados em um topete loiro, olhos verdes brilhantes e um sorriso perturbador.

- O que está fazendo aqui? - Perguntou ele, me encarando.

Acho que estou com medo

Pensa, pensa, pensa.

-É intervalo, achei que serial legal andar para decorar melhor os locais - eu disse e me surpreendi pelo tom convincente.

-Ah sim - ele pareceu pensativo.

Eu sai do elevador e logo ele entrou, acenando com a cabeça. Não tinha nenhum sinal de Jim naquele corredor, então, segui até o sinal e virei, me surpreendendo com Peter.

-Cadê ele? - Peter me perguntou, ele parecia mais nervoso, ansioso e mais medroso do que eu. Estávamos meio que escondidos em uma sombra do corredor, onde possivelmente a luz tinha queimado.

-Ele por acaso sou eu? - Jim disse, virando o corredor e se aproximando, carregando consigo seu sorriso diabólico.

Ele se encostou na parede e disse

-É o seguinte, a droga que eu posso dar a vocês é injetável, na seringa já vem a quantidade de uso diário, eu fornecerei todos os dias até vocês se lembrarem totalmente. E não, vocês não serão pegos, eu consegui isso com um "amigo" meu do laboratório e um outro "amigo" meu que cuida das câmeras deste andar e do nosso está cuidando disso pra mim. Então, o que acham?

-Aceito

Peter, precipitado como sempre. Já eu, fiz a pergunta do dia

-o que você quer em troca?

Pude ser o brilho dos seus olhos escuros, eu sabia que algo está por trás disso tudo.

-Vai chegar um dia, em que nós vamos se apresentar para a Elite, é o grande dia e o problema final. Vocês me ajudarão nesse dia. E, como eu sou bonzinho, eu vou dar um bônus a vocês, caso eu consiga o que eu tanto quero. Enfim, aceita princesa?

Não parece ser algo difícil, será que é ajuda na decoração? Provavelmente não, Moriarty não faria parte de algo assim. É algo grande...

Mas eu quero fazer parte disso.

-Aceito

-ótimo - Ele respondeu, tirando três seringas do bolso, distribuiu para nós e uma ficou para ele - prestem atenção, tem que ser injetada na corrente sanguínea, de preferência, na veia - ele nos mostrou como fazia para injetar é assim nós fizemos também.

Eu não senti nada de diferente.

-Agora vamos para o quarto, vocês não vão querer desmaiar aqui.