Fanfic: Noite Estrelada | Tema: BTS
Eu confiro pela terceira vez o endereço no papel, droga eu não deveria ter deixado ele molhar... Ah, qualquer coisa a gente sai batendo de porta em porta uma hora eu acho esse lugar.
A casa na minha frente tinha um portão amadeirado escuro, quase não dava pra ver o sobrado amarelo queimada ao fundo, eu respiro fundo e toco o interfone.
- Quem é? - Eu escuto uma voz um tanto quanto desinteressada do outro lado, mas ao menos responderam rápido.
- Ah... Oi, eu sou a Bomi - É estranho parar na frente de uma casa estranha e conversar com uma pessoa estranha.
- Ahn, eu tô procurando a Sojung - Se é que ela mora aqui.
- Que estranho, uma mulher procurando por ela - Sua voz tem um tom de malícia e acompanha uma leve risada no final, já não gostei dessa vaca - Vou chamar ela.
Enquanto isso eu fico descascando o esmalte da minha unha, ao menos eu acertei a casa imagina que mico se não fosse o lugar certo, ia ter que abrir um buraco no asfalto pra esconder a cara, pique avestruz.
- Bomi-ah - Escuto Sojung praticamente gritar enquanto se aproxima e abre o portão.
Ela sorri e me abraça, não sei se acho fofo ela ser carinhosa desse jeito ou maligno por me arrastar pro mau caminho com tanta alegria. Ela me arrasta para dentro da casa que parece aconchegante por dentro.
- Ah, essa é a Momo, foi ela que te atendeu - Sojung está sempre sorrindo até parece que tudo é uma comemoração.
De fato, ela era uma loira tingida mascando um chiclete de forma descontrolada, ela só levantou a mão e voltou a se jogar no sofá, logo em seguida Sojung me guiou por um corredor tão rapidamente que eu nem tive tempo de reparar nos detalhes.
- Lembre-se, eles não mordem - Ela abriu a porta de uma sala e me jogou lá dentro.
Vou descrever a sala pra tirar o fato de que estou desesperada em um lugar desconhecido com dois caras estranhos me olhando já que eu fui jogada aqui dentro sem mais nem menos... Bom, era uma sala normal.
- Sojung falou de você, seu nome é... - O homem mais alto faz uma expressão de quem não consegue se lembrar.
- Bomi - Já que eu não quero continuar nessa situação constrangedora, por que não dar informações pessoais a estranhos ao invés de sair correndo pra me proteger.
- Verdade, ela até comentou que você trabalha numa... Numa... Aí como é o nome mesmo - Ele estalava os dedos em busca da palavra que nem era tão difícil assim, ao menos eu não acho floricultura uma palavra difícil.
- Tá com amnésia, porra? - O ruivo finalmente se pronúncia com essa frase doce que obviamente deve ser a primeira coisa que você fala quando encontra alguém pela primeira vez, ao menos não foi pra mim.
O mais alto fica realmente irritado com a pergunta do ruivo, tão irritado que se isso fosse um desenho animado eu poderia ver faíscas voando quando o olhar dos dois se encontraram.
- Floricultura - Eu digo depois de limpar a garganta, os dois olham diretamente para mim e eu talvez me arrependa um pouco por ter chamado a atenção dos dois.
- Como eu não sou sem educação como esse filho da puta - Porque obviamente esse palavreado demonstra muita classe - Meu nome é Kim Seokjin, mas pode me chamar de Jin, seremos muito próximos - Ele pisca pra mim e eu finjo que isso não abalou minhas estruturas, mas por dentro eu tava derretendo, afinal não é todo dia que um moço bonito desses pisca pra mim - E esse sem educação dos infernos é o Mark - Porque obviamente eu nunca ouvi o Jin se referir com raiva a alguém ou falar um palavrão, longe disso.
- Okay, apresentações feitas vamos direto ao assunto - Talvez eu estivesse em choque com a frase agressiva, mas olha a voz desse moço não é de se jogar fora nem um pouco, não sei se alguém ligou o aquecedor, mas de repente estou com vontade de abrir até o terceiro botão da camiseta social que estou usando, é, eu sei, difícil acreditar que eu entrei nessa sala feito um gatinho assustado - Ela mencionou todos os detalhes do trabalho? - Mark é o claro homem de negócios que não tem tempo pra mais nada, aposto que ele nem deve sentar pro café da manhã, só pega a torrada e cai fora, não sei porque tô associando comida com pressa, talvez esteja com fome.
- Disse que é um trabalho de acompanhante, então eu tenho que acompanhar alguém por um dia em eventos e coisas do tipo, e que às vezes rola algo ilegal - Talvez fosse um cargo pra padeira e eu tô aqui falando merda, odeio ter que pensar sob pressão.
- E então, o que a sua moral diz sobre essas coisas ilegais? - Eu congelei por instantes, não havia pensado no lado moral da coisa, eu só não queria morrer de fome e quando soube que a floricultura ia fechar a Sojung me indicou pra isso e eu não pensei muito pra ser honesta.
- Se ela está sentada aqui é óbvio que não liga pra essas coisas - Mark diz ríspido como se eu estivesse desperdiçando uma parte preciosa do tempo dele - Pode trazer suas coisas pra cá amanhã.
- Seus pais não se importam de você mudar, certo? - Jin pergunta sutil, acho que traria complicações explicar aos mais velhos sobre esse trabalho "versátil".
- Não precisa se preocupar - Não é como se a minha mãe fosse voltar da Alemanha pra ver o que eu estava fazendo ou o meu pai fosse voltar do mundo dos mortos, eu sempre tomei conta do meu traseiro sozinha.
Eu assino um contrato com eles e deixo a sala.
- Yah, seu pedaço de merda insensível, você precisa aprender a cuidar de uma dama, tenha modos - Assim que fecho a porta escuto Jin gritar com Mark, aparentemente Jin só é uma delicadeza de pessoa com mulheres, é um belo dia para se ter uma vagina.
Eu ando pelo corredor da casa agora vagarosamente, era um local aconchegante e acolhedor, eu imagino quantas mulheres vivem ali e quantas histórias podem ser escutadas, até a própria Sojung deve ter algum passado escondido e falando no diabo...
- E aí, como foi? - Ela se agarra ao meu braço toda sorridente, a felicidade de quem corrompeu uma inocente florista está estampada no rosto dela.
- Bem, me disseram para me mudar pra cá amanhã - Eu acho que essa é a mais perfeita definição de sucesso, mas não ia me gabar da minha incrível habilidade de ter conseguido um emprego em uma entrevista nada convencional.
- Isso é incrível!! Eu posso te ajudar com a mudança amanhã cedo, vou adorar ter uma colega de quarto - Ela fez um ótimo trabalho em escolher uma ótima colega de quarto como eu, se bem que eu nunca dividi quarto com alguém antes... Então vamos ver se isso funciona.
No caminho até o portão Sojung foi me contando sobre as meninas, sobre a casa e como as coisas funcionavam na casa, eu diria que tá muito mais pra uma pensão de universitárias namoradeiras do que pra uma casa de mulheres que se sustentam fingindo ser a namorada de caras aleatórios.
- Bom, te vejo amanhã! - Ela sorri enquanto se prepara para fechar o portão - Não se esqueça de tomar cuidado com o Jin - Ela sorri e fecha o portão, consigo ouvir ela cantarolando ao voltar para o sobrado.
Eu tenho certeza que a Sojung é o diabo com um sorriso fofo, como ela pôde fechar o portão bem nessa hora?! Por que eu tenho que tomar cuidado com o Jin? Não que eu o conheça a séculos, mas né o grosso dessa história foi o Mark, me vejo chorando em posição fetal com uma garrafa de água pra não desidratar por conta de algo que o Mark disse, o que o Jin pode fazer de tão ruim? Me seduzir com a beleza dele? Se bem que essa é bem plausível.
Parece que vou ter que deixar essas dúvidas para amanhã, hoje eu preciso arrumar minhas malas e aproveitar minha última noite nesse pequeno quarto aos fundos de uma floricultura.
Autor(a): escritoranim
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