Fanfic: Irmãos obsessivos vondy | Tema: Irmãos obsessivos

           Nickolas Uckermann

Entro na sala do meu irmão e, não me agrada em nada a cena que vejo. Ele parece ter tido um acesso de raiva. O que é estranho, pois ele é uma das pessoas mais calmas, pacíficas e, coerentes que eu conheço. Mas, sempre que ele está perto da minha Dul ele oscila de humor constantemente. Ora feliz, ora cabisbaixo.

Me agrada menos ainda ver que ele tem o mesmo poder sobre ela. Ela sem sombras de duvida é a pessoal mais calma que eu conheço. Tão calma quanto a brisa leve do mar em um fim de tarde no verão, mas ele é capaz de tornar-la um furacão.

Eu estava perto da sala do meu irmão quando eu ouvir ela falar alto, estava quase gritando. Isso não é e, nunca foi do feitio dela.

Nem mesmo quando nós namoravamos ela era assim. Ela sempre foi calma, serena, me transmitia paz, a paz que só ela é capaz de me conceder. Só com ela ao meu lado eu tenho paz. Ela é meu ponto de equilibro, sempre foi. Quando eu estava com raiva só ela me acalmava. Mesmo sendo ela quase sempre meu principal motivo de ter raiva (quase sempre por causa do meu ciúme). Ela é a balança perfeita pra mim. O ponto certo entre a guerra e a paz.

Quando cometi o maior erro da minha vida (erro esse que me arrependo todos os dias da minha miserável vida) eu esperava outra reação dela, eu queria que ela tivesse tido outra reação. Queria que ela tivesse me agredido, me dito as palavras de mais baixo calão. Me denominasse como o pior homem do mundo. Tudo isso teria sido melhor que sua indiferença. O desprezo dela teria me magoado menos do que sua indiferença. Se ela queria se vingar de mim, ela teve êxito, pois não há pior vingança que a indiferença do amor da sua vida para com você.

Não existe desculpas para o que eu fiz com Dulce. Eu a trair, mesmo que tenha sido só uma vez, uma vez e foi suficiente para eu perder a mulher da minha vida. Me deixei levar, estava sendo difícil segurar a barra, ela estava se afundando em areia movediça e, estava me arrastando junto.

Depois que Dulce ficou depressiva, Eva estava sempre lá, eu achava que ela queria me ajudar a reerguer Dulce, mas seu intuito era unicamente me conquistar. Eu estava sendo a base de Dulce. Estava difícil segurar o peso praticamente sozinho, eu era apenas um garoto de 17 anos.

No dia que eu cometi o pior erro da minha vida, eu estava fazendo um trabalho da escola com Eva, a porta do meu quarto estava aberta, fui ao banheiro e, quando voltei; a porta estava fechada e Eva nua na minha cama. Mandei ela se vestir, mas ela começou a encher minha cabeça, dizendo que Dulce não me amava mais, que eu iria perder minha juventude com Dulce. Me deixei levar pelo o momento.

Fazia tempo que eu e Dul não transavamos. Ela parecia insegura sempre que eu a tocava, parecia não ter mais vontade de fazer amor comigo. Eu não me importava com o fato dela estar acima do peso, o importante é que eu amava (e ainda amo, mais que tudo).

Dulce estava morta por dentro e, eu achava que Dulce estava me matando aos pouco. Lerdo engano. Na verdade eu morri quando ela me viu com Eva e, me olhou com uma indiferença absurda. Me olhou como se eu não significasse nada para ela. Como se eu fosse tão insignificante a ponto de nem o desprezo dela merecer.

Me senti um lixo. Por trair-la no pior dia da vida dela, no dia que ela perdeu o pai dela. Pensei que depois disso ela afundaria de vez.

Eu queria abraçar-la, dizer que tudo iria ficar bem, que eu nunca mais iria abandonar-la. Até a pedi ela em casamento dias depois do ocorrido, queria fazê-la enxergar que só ela me importava. Que ela era única mulher que queria. Mas ela riu da minha cara, riu e ainda me tratou como se eu não fosse nada, como se eu não fosse ninguém, como se nossa história não tivesse significado nada para ela.

Ela e meu irmão ficaram mais próximos. Na época eu pensei que seria uma forma de me manter próximo a ela. Lerdo engano. Tudo ficou pior. Ela estava me afastando cada vez mais, ela estava se recuperando e eu estava me afundado no poço sem fundo. Só ela poderia ser minha válvula de escape.

Dulce estava cada vez melhor. Ela estava diferente. O olhar dela voltou a brilha, o brilho que só vi quando ela estava comigo, só que o brilho estava mais intenso, mais forte. Ela parecia que estava amando de novo. E no dia do baile de formatura da escola eu pude ver que os olhares e gestos apaixonados eram direcionados ao meu irmão. E ele a olhava da mesma forma, ele nunca tinha olhado desse jeito para uma garota. Dilacerou meu coração ver-los dançando agarrados e lançando um para o outro olhares apaixonados.

Depois que vi a aquela cena, sair do baile feito um louco, bebi pra caralho. Vi que viver sem ela não valia a pena e tentei me matar. Tomei vários remédios e cortei o pulso. Felizmente ou infelizmente meu pai desceu para tomar água e me encontrou na cozinha, desmaiado e ensanguentado. Até hoje ninguém sabe disso. Só minha mãe, meu pai e o infeliz do meu irmão.

Depois disso Dulce foi embora, Eva disse que estava grávida, e eu vi em meu filho uma nova chance de voltar a viver. Casei com Eva pelo o meu filho, mas depois ela perdeu meu filho e ficou histeria. Só continuei com ela por pena, porque ela disse que perdeu meu filho por minha culpa e, porque pensei que nunca mais veria minha Dulce.

Se eu pudesse voltar no tempo, eu faria tudo diferente. Teria lutado mais por ela, com ela. Teria me doada mais para arrancar-la do buraco que ela se encontrava. Passei anos tentando ajudar-la a superar a depressão que ela teve após a morte da mãe dela e, não consegui.

Christopher conseguiu em poucos meses um feito que eu não consegui em anos. E isso me machuca pra caralho, mas não vou me deixar abater. Vou ter minha mulher de volta. Ela é pra mim, como eu sou para ela, formos o primeiro um do outro e nada, nem ninguém vai mudar isso.

Vou a luta pelo o que me pertence, eu fui o primeiro homem dela e também vou ser o último, custe o que custar. Não importa quantos eu tenha que derrubar para chegar até ela. Se meu irmão for um dos obstáculos a ser derrubado, azar o dele. Porque não medirei esforços para reivindicar o que é de minha pose. Minha Dulce. Minha mulher. Somente minha. E ai de quem ousar dizer o contrário.