Fanfic: Destiny | Tema: Herroni

Querido Diário

Hoje eu só queria ter um motivo para acreditar que minha existência vale a pena, por que não consigo entender o que fiz, devo ter cometido um pecado muito grande em outra vida, não aguento mais tudo isso, não consigo segurar essa barra, estou sozinha nesse mundo, sem ninguém, por mais que minha casa viva cheia de pessoas, não me sinto bem, não consigo pertencer a isso, esse mundo é injusto, vivo sendo acusada de coisas que não fiz ou faço, sinto muita raiva, meus pais não se importam comigo, meus tios nem se falam, minha irmã? Uma mesquinha para ela, quebrar uma unha é mais importante do que minha pessoa, faz bullying comigo, a própria irmã caçula, me chama de gorda a tanto tempo, ela e minha mãe fazem isso, que comecei a provocar o vômito, e isso já faz anos, posso dizer que tenho controle disso, mas não tenho, eu realmente estou me matando,  chega a ser irônico isso, mas não me importo, minha vida é um inferno, para não ser totalmente injusta, meu pai se importa comigo sim, toda vez que chega bêbado em casa, me espanca, em dois anos fiquei internada umas 8 vezes já, diversos problemas, tudo que acontecia de ruim?  Só há uma única culpada, Maite Perroni, sei que é errado, mas já desejei morrer, acho que pelo menos, dor não sentiria mais. 

,Bom dia, tarde ou noite, não me interessa, quero apenas que isso acabe.

-Bom dia Maite, como vai mais um dia em que a balança te mostra o qual gorda você é? – Mariana perguntou apertando a minha barriga. Meus olhos encheram de lágrimas, hoje era para ser um dia feliz na minha vida, mas sempre há como estragar.

-Deveria ter te abortado Maite, onde já se viu, linda como sou ter uma filha como você? Sempre que me perguntam falo que você é adotada – minha mãe falou olhando para mim, apertando meus braços, ficava mais vermelha a cada palavra que dizia – você é feia, gorda, desajeitada e nerd ainda por cima, e tenta fazer com que a sua irmã seja punida sempre, pode vomitar o quanto quiser, nunca irá emagrecer, como sua irmã e eu, sempre será esse balofo aqui, com esse cabelo quebradiço, suas unhas fracas, e mais branca do que tudo, eu nunca deveria ter deixado a gravidez prosseguir – as lágrimas caiam dos meus olhos, como a minha mãe, minha própria mãe fazia isso comigo, fiquei sem nenhuma reação, a Mariana me olhava rindo, e via seus lábios falando o quão eu era gorda, não sei como ou quando ela me soltou, corri para fora de casa, desabando no meio da rua, pedindo a Deus para me levar naquele momento.

-ME SOLTAAA – gritava desesperada para que os braços fortes que me seguravam me soltasse, e eu pudesse pular para onde queria, seria rápido, sem dor, e isso acabaria com meu sofrimento, já que diziam tanto que eu não deveria existir, iria acabar com isso agora mesmo.

-Você é linda Mai, mas tem que parar com isso, o que a vaca da sua mãe faz, ou a sua irmã não pode te atingir dessa forma – falou Alfonso em meu ouvido, ele era o anjo que havia aparecido para mim de alguma forma, mas meus braços tremiam e eu chorava tanto que meu corpo convulsionava em seus braços.

Tudo estava girando, eu não conseguia distinguir nada, sabia que estava em casa, mas meu corpo todo estava doendo, parecendo que havia levando uma surra, e foi quando me lembrei, meu pai bebeu e mais uma vez me bateu.

-Não aguento mais Poncho, está doendo – falei segurando minha barriga, estava doendo muito, meu pai dessa vez não só tinha me batido, mas quebrado uma garrafa em mim, eu sentia minha barriga cheia de cortes, eu sangrava, e minha vista estava ficando embaçada, escutava risadas longe de mim, enquanto deixava uma mensagem no telefone de Alfonso. – Acho que agora consegui o que tanto queria meu amor, me perdões – pedi sentindo as lágrimas escorrerem do meus rosto, e ele se fechando em seguida. E tudo a seguir foi escuridão.  

Eu sei que o sofrimento tem visitado o teu coração.
Não tenho muito o que dizer e é bom que seja assim.
Existem acontecimentos que não combinam com as palavras. Foram feitos para o silêncio.
É neste momento que nós recorremos aos símbolos, às realidades que falam sem precisar dizer.
Trouxe flores...

Padre Fábio de Melo

NOVA FIC. AINDA SEM DATA DE ESTREIA. PODE SER LOGO OU DEMORADO, TUDO DEPENDE DE VOCÊS. BEIJOS