Fanfic: Dizendo Adeus

Ainda teria muito a ser esclarecido sobre a morte de seu pai,mas Roberto não teria cabeça para isso agora,logo que estav se envolvendo com uma enfermeira viúva,e tendo de conciliar seu relacionamento com a mãe e com as recordações de tudo que lhe acontecera até ali.

-Pronto mãe,vá se deitar,eu vou ficar em casa,caso você precise de mim.

-Obrigada filho,e a propósito,como foi o encontro com a tal moça?

-Não foi. -Disse Roberto,sorrindo.

-Claro,sua mãe sempre pra estragar tudo,você iria vê-la,quando de repente sua mãe passa mal,realmente,eu virei concerteza..-Dona alaide pois a mão nos olhos. -Concerteza eu virei um fardo!

-Tenho que concordar,você não me dá sossego !

  Roberto e sua mãe riram por um momento,Dona alaide lhe pediu pra pegar um cobertor no armário.

 Roberto abriu o armário,e puxou o cobertor,no meio do cobertor,havia um jornal:

-Mãe,o que é isso? -Ele disse nu tom seco e desapontado,olhando atentamente o jornal,as notícias,as imagens.

-Filho,lembra aquela nossa conversa,há uns dias atrás? -Dona Alaide estava cansada.-Leia tudo o que diz aí,nós ficamos de terminar outro dia a história toda,mas acho que o que esá escrito aí,disso não há nada mais a ser dito.

   Ele olhou pra mãe,e lançou um olhar de angústia,como de quem recorda algo ruim.Saiu pisando firme,bateu a porta da sala com força,e correu em direção a uma praça ali perto.Era o lugar próprio,e tranquilo para se pensar, e principalmente conseguir ler o tal jornal.

  ACIDENTE DE CARRO MATA 3 PESSOAS -JORNAL FOLHA NOVA.

[...]Chovia muito,era domingo á noite.A primeira vitíma,foi um homem,de meia idade,que dirigia sozinho,em direção oposta,quando perdeu o controle do carro,e atingiu a pista contrária,onde estavam um homem,jovem,e uma mulher.Ao que tudo indica o homem, estava embriagado e por isso saiu fora da avenida,indo a contramão.E ele morreu na hora [..] A mulher que estava no outro carro ainda estava viva,quando chegou ao hospital,não resistiu aos ferimentos(...)

-Então,não foi apenas uma vítima,foram duas.. -Pensou Roberto.

    Esses fatos,foram tomando conta de Roberto,dezenas de imagens,palavras,tudo parecia se encaixar perfeitamente agora,em que tudo estava mais claro,como se fossem palavras cruzadas,uma complementando a outra,e cada palavra era difícil de se ler pra Roberto,ele estava cansado de ter em sua cabeça a morte,a solidão,sermão.Rasgou o jornal,e saiu da praça,estava indo de volta ao hospital.Irônico não?Ele mesmo dizia que não gostava de hospitais,nem de cemitérios.Isso certamente teria a ver com Elizabeth,afinal ao lado dela,de toda a beleza delicada,daquela mulher que parecia ser fechada,transformaria uma ala do hospital em um jardim na mente dele.Embora pouco se conheçam,sempre que Roberto precisa pensar em outras coisas,ele vai pra lá.

-Oi Alice,eu de novo.

-Você de novo?você gosta mesmo dela.Ou gosta mesmo de mim. -Risos

-Eu gosto de você também,mais,eu procurei ela na recepção e não a vi, achei que ela estivesse aqui, te contando histórias.

-Histórias?-Alice debochou dele. -Histórias só na hora de dormir,durante o dia,eu só quero ficar pintando,aliás,eu pintei uma tela hoje a tarde,vem cá ver.

-Uau,muito linda sua pintura,quem são eles? -Roberto perguntou o óbvio.

-Dã,é você e Elizabeth,não dá pra ver direito,tá meio ``diferente`` a pintura,e eu fiz vocês dois se abraçando,ficou bonito não é. -Alice sorriu,enquanto colocava as mãos na bochecha.

-Sim,ficou muito bom,você tem talento,mas,vem cá, você sabe onde Eliza está?

-Não,se eu soubesse,concerteza te diria,sabe,ela tenta me animar,mais quem tá precisando de animação aqui é ela.

-Então o que você acha de eu convidá-la para ir ao cinema?

-Isso é coisa de um casal de adolescente fazer,cai na real,você não é tão jovem assim.

-E um jantar?é mais adulto? -Roberto sorriu.

-É,leve-a num restaurante bem caro,bem chique. -Alice queria que tudo desse certo.

-É melhor eu ir,porque com essas suas idéias eu vou a falência.

(continua)