Fanfics Brasil - CAPITULO 2 Quando a bela domou a fera! *vondy*

Fanfic: Quando a bela domou a fera! *vondy* | Tema: vondy


Capítulo: CAPITULO 2

22 visualizações Denunciar


besavinon- oiie, seja bem-vinda linda, postando...

--------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------


Custeio Owfestry Pendine, País de Gales


Residência ancestral dos duques de Windebank


Chrsitopher Uckermann, conde de Marchant e herdeiro do duque de Windebank, encontrava-se num grande sofrimento. Aprendera, havia muito, que pensar no mal-estar — uma palavra danada, idiota, para este tipo de agonia — era dar- um poder que ele não queria reconhecer.


Por isso, fingiu não reparar e apoiou-se com mais força na bengala, aliviando a pressão da perna direita.


O sofrimento tornava-o irritável. Mas talvez não fosse o sofrimento. Talvez fosse o fato de ter de estar ali a gastar o seu tempo com um tremendo idiota.


— O meu filho sofre de diarreia aguda e dor abdominal — disse Lorde Sandys, puxando-o mais para a cama.


O filho de Sandys estava deitado na cama com um aspecto macilento e amarelo, como linho manchado de chá. Parecia andar na casa dos trinta, com um rosto comprido e um ar insuportavelmente devoto. Embora isso pudesse dever-se ao livro de orações que segurava nas mãos.


— Estamos desesperados — disse Sandys, parecendo na realidade absolutamente desesperado. — Já fiz desfilar cinco médicos de Londres pela cama dele e trazêlo aqui para Gales é o nosso último recurso. Até agora já foi sangrado, tratado com sanguessugas e foi- administrado extrato de urtigas. Não bebe nada além de leite de burra, nunca leite de vaca. Ah, e demos- várias doses de enxofre, mas sem qualquer resultado.


Aquilo era moderadamente interessante.


— Um desses loucos que consultou deve ter sido o Sydenham— deduziu Chrsitopher. — Anda obcecado com antimônio arauto de enxofre. Receita-o para dedos dos pés magoados. Juntamente com ópio, claro.


Sandys confirmou com a cabeça.


— O doutor Sydenham tinha esperança de que o enxofre aliviasse os sintomas do meu filho, mas não ajudou.


— Nem podia. O homem era suficientemente louco para ser admitido no Colégio Real de Médicos e isso devia ter- dito qualquer coisa.


— Mas o senhor....


— Eu associei-me a eles puramente por gentileza.


Olhou com atenção para o filho de Sandys. Parecia, realmente, estar mesmo mal.


— Provavelmente, não se sentiu melhor por se ter arrastado até Gales para me consultar.


O homem olhou para ele a pestanejar. Depois disse, lentamente:


— Nós viemos de carruagem.


— Olhos inflamados — disse Chrsitopher. — Sinais de uma hemorragia nasal recente.


— Que é que conclui disso? De que precisa ele? — perguntou Sandys.


— Melhores lavagens. Ele tem sempre esta cor?


— A pele dele é sempre um pouco amarela — reconheceu Sandys. — Não sai à família do meu lado. — Era um eufemismo, dado que o nariz de Sandys tinha a cor de uma cereja.


— O senhor comeu lampreia em excesso? — perguntou Chrsitopher ao paciente.


O homem ergueu os olhos para ele como se tivessem nascido cornos.


— Lampaja? Que é lampaja? Não comi nada disso. Chrsitopher endireitou-se.


— Ele não sabe a história da Inglaterra. Vai estar melhor morto.


— Perguntou se ele tinha comido lampreia — disse Sandys. — Ele odeia peixe.


Não suporta lampreia.


— Mais ainda, é surdo como uma porta. O primeiro rei Henrique comeu lampreia, um dos muitos reis loucos que temos tido neste país, embora não tão demente como o atual. Além disso, Henrique era suficientemente obtuso para comer lampreia em demasia e morreu disso.


— Eu não sou surdo! — disse o paciente. — Ouço tão bem como qualquer, se as pessoas pararem de falarem comigo com murmúrios. As minhas articulações doem-me. Aí é que está o problema.


— O senhor está morrendo, esse é que é o problema — comentou Chrsitopher.


Sandys agarrou-o pelo braço e afastou-o dali.


— Não diga uma coisa dessas em frente do meu filho. Ele tem só trinta e dois anos.


— Tem o corpo de um velho de oitenta anos. Ele passou muito tempo com atrizes? Sandys resfolegou.


— Claro que não! A nossa família já vem de...


— Vadias da noite? Mulheres de maus costumes? Prostitutas, perdidas ou chaputas?


Embora chaputas traga o peixe de novo para esta conversa e o senhor já me disse que o homem não suporta peixe. Mas quanto a peixe da variedade feminina?


— O meu filho é membro da Igreja! — vociferou Sandys.


— Isso explica tudo — disse Chrsitopher. — Toda a gente mente, mas os eclesiásticos são artistas nisso. Ele tem sífilis. Os eclesiásticos estão crivados disso e quanto mais devotos são tanto mais sintomas têm. Devia ter percebido no momento em que vi o livro de orações.


— O meu filho, não — disse Sandys como se acreditasse realmente nisso. — E um homem de Deus. Sempre o foi.


— Como eu estava a dizer...


— A sério.


— Humm. Bem, se não é uma boneca...


— Ninguém — disse Sandys, abanando a cabeça. — Ele nunca... ele não está interessado. É como um santo, aquele rapaz. Quando tinha dezesseis anos, levei-o à Rosa de Vênus, em Whitefriars, mas ele não mostrou o mais leve interesse por qualquer das raparigas. Limitou-se a começar a rezar e eu pedi que o acompanhassem, o que elas não quiseram. É um candidato à santidade.


— A santidade dele vai ser assunto para uma autoridade superior. Não há nada que eu possa fazer.


Sandys agarrou- o braço.


— Tem de fazer!


— Não posso.


— Mas os outros médicos, todos eles, deram- medicamentos, disseram...


— Foram uns idiotas que não disseram a verdade.


Sandys engoliu em seco.


— Ele esteve sempre bem até aos vinte anos. Um belo rapaz, saudável, e depois...


— Leve o seu filho para casa e deixe-o morrer em paz. Porque ele vai morrer, quer eu dê ou não uma solução de enxofre.


— Porquê? — sussurrou Sandys.


— Tem sífilis. Está surdo, tem diarreia, icterícia, tem inflamação nos olhos e nas articulações e hemorragias nasais. Provavelmente, tem dores de cabeça.


— Ele nunca esteve com uma mulher. Nunca. Juro. Não tem feridas nas partes pudendas, se não teria falado nisso.


— Não teria de ser com uma mulher — disse Chrsitopher, puxando o casaco da mão de Sandys e Sacudindo a manga para a endireitar.


— Como pode ter sífilis sem...


— Pode ter sido um homem.


Sandys ficou com um ar tão chocado que Chrsitopher se compadeceu.


— Ou podia ter sido o senhor, o que é bem mais provável. As senhoras róseas que visitou em jovem infectaram o rapaz mesmo antes de ele nascer.


— Fui tratado com mercúrio — objetou Sandys.


— Em vão. Ainda tem a doença. Agora, se me dá licença, tenho coisas importantes fazendo. Como tratar um paciente que talvez viva mais um ano.


Chrsitopher saiu, encontrando o seu mordomo, Prufrock, no hall.


— Gostava de saber como é que consegues fazer alguma coisa — disse- . — Deve ser difícil gerir uma casa quando tens de orientar todos os assuntos nos corredores, de modo a ouvires todas as preciosas palavras que me saem dos lábios.


— Não acho que isso seja problema — disse Prufrock, aparecendo ao lado dele.


— Por outro lado, tenho muita prática. Não acha que foi um pouco duro com Lorde Sandys?


— Duro? Fui duro? Certamente que não. Disse- exatamente qual era o problema do filho e o que fazer a seguir, em resumo, ir para casa e esperar por coros de anjos, porque não há milagres deste lado de aqui.


— É o filho dele que está a morrer. E, se percebi bem, foi ele que passou a doença ao pobre rapaz. É um choque, quer dizer.


— O meu pai não teria se importado nada — assegurou- Chrsitopher. — Se tivesse outro herdeiro, claro. Mas o Sandys tem um grande lote de filhos. Um herdeiro e mais uns suplentes.


— Como sabe?


— A igreja, palerma. Ele meteu este rapaz na igreja e parece também tê-lo treinado desde muito novo para estar à altura disso. O herdeiro deve andar por aí em bordéis tal como o velho pai. O Sandys nunca teria permitido a um suplente aproximar-se de uma Bíblia se ele fosse, de fato, o herdeiro. Este é fácil de substituir, o que é uma coisa ótima, dadas as circunstâncias.


— O duque, seu pai, ficaria extremamente perturbado só com a ideia de ter passado uma doença desta natureza — disse Prufrock.


— Talvez — admitiu Chrsitopher, fingindo pensar no assunto.


— E talvez não. Estou espantado por o meu pai não ter casado com uma fresca criatura de vinte anos. Ou de dezesseis. O tempo passa e, a este ritmo, nunca terá outro herdeiro.


— Sua Graça era muito dedicado à senhora duquesa e ficou magoado com os terríveis acontecimentos do passado — disse Prufrock com uma palpável falta de respeito pela verdade.


Chrsitopher não se deu ao trabalho de responder. Doía- a perna como se alguém tivesse espetado um ferro em brasa na coxa.


— Preciso de uma bebida, por isso, porque não corres à minha frente como um bom mordomo e não vais ter comigo à porta da biblioteca com um brande forte?


— Vou andando ao seu lado para o caso de o senhor cair— disse Prufrock.


— Acho que tens visões de amparar a minha queda — disse Chrsitopher, lançando um olhar de través ao seu mordomo magricela.


— Na realidade, não tenho. Mas podia chamar um lacaio que fosse capaz de o arrastar pelo corredor. E de mármore, portanto, podia sofrer um traumatismo craniano e isso poderia torná-lo um pouco mais gentil para com os seus pacientes, já para não dizer para com o seu pessoal. Esta manhã voltou a levar a Betsy às lágrimas. Parece que pensa que as criadas crescem nas árvores.


Graças a Deus, estavam a aproximar-se da biblioteca. Chrsitopher parou por um momento, a ideia da amputação a perpassar- a mente e não pela primeira vez. Podia arranjar uma daquelas liteiras egípcias em que a Cleópatra se fazia transportar. Andar seria muito mais difícil, mas, pelo menos, ficaria livre do seu sofrimento infernal.


— O seu pai escreveu — disse- Prufrock. — Tomei a liberdade de pôr a carta em cima da sua secretária.


— Tomaste a liberdade de a abrir ao vapor, mais provavelmente — disse Chrsitopher.


— Que diz ele?


— Exprime algum interesse pelo futuro matrimonial do filho — disse Prufrock alegremente. — Parece que a última missiva que o senhor mandou, aquela que listava todas as suas exigências para uma esposa, não o dissuadiu. Muito surpreendente, devo dizer.


— Aquela em que chamava idiota? — perguntou Chrsitopher.


— Também leste essa, doninha pestilenta?


— Hoje está muito poético — observou Prufrock. — Toda aquela aliteração ao serviço de perdidas e prostitutas e agora para o seu humilde mordomo. Sinto-me honrado, garanto.


— Sobre o que escreve o duque agora? — perguntou Chrsitopher. Já via a porta da biblioteca.


Quase sentia o brande descer- pela garganta. — Eu disse- que não aceitaria uma esposa a não ser que fosse tão bela como o Sol e a Lua. O que é uma citação da literatura, caso não saibas. E acrescentei mais uma porção de outras condições, algumas garantidas para o pôr a espumar, num acesso de desespero.


— Ele anda à procura da mulher — disse Prufrock.


— Para ele, espero. Apesar de ter esperado muito tempo — comentou Chrsitopher, sem mostrar qualquer interesse nas notícias.


— Os homens da idade dele não têm os tomates que tiveram em tempos, se me perdoas a rude verdade, Prufrock. Deus sabe que tu tens mais sensibilidades delicadas do que eu.


— Tinha, antes de começar a trabalhar para você — disse Prufrock, abrindo a porta da biblioteca com um floreado.


Chrsitopher tinha em mente uma coisa. Era dourada, sabia a fogo e podia fazer desaparecer dor na perna.


— Então anda à procura de mulher — repetiu, sem dar atenção às palavras, mas dirigindo-se de imediato ao decantador de brande. Serviu-se de uma dose considerável. — Foi um dia horrível. Não que isso me interesse, ou a você, já agora, mas não há nada que eu possa fazer por aquela jovem que apareceu à porta das traseiras esta manhã.


— A que tem a barriga toda inchada?


— Não é o inchaço habitual e, se eu a operar, mato-a. Se não a operar, a doença mata-a. Portanto, tomei a mais fácil de duas decisões. — Bebeu o brande de um trago.


— Mandou-a embora?


— Ela não tinha para onde ir. Confiei-a à enfermeira Matilda, com instruções para a pôr a dormir na ala oeste com ópio suficiente para manter o espírito longe do que vai acontecer a seguir. Graças a Deus, este castelo é suficientemente grande para albergar metade das pessoas moribundas de Inglaterra.


— O seu pai — disse Prufrock — e a questão do casamento.


Estava a tentar distraí-lo. Chrsitopher serviu-se de outro copo, mais pequeno desta vez. Não tinha qualquer desejo de enfiar a cabeça numa garrafa de brande e nunca mais sair, nem que fosse porque tinha aprendido com os pacientes que o excesso implicava que o brande deixaria de adormecer a dor.


— Ah, o casamento — disse ele, obediente. — E mais que tempo. A minha mãe anda


desaparecida há vinte anos. Bem, desaparecida não é a palavra certa, pois não? De qualquer modo, a querida mãe está no Continente na boa vida, por isso, Sua Graça bem podia voltar a casar. Não foi fácil conseguir aquele divórcio, como sabes. Provavelmente, custou- tanto como uma pequena propriedade. Ele devia aproveitar enquanto é tempo, ou, em resumo, enquanto ainda é capaz de ter uma ereção dia sim dia não.


— O seu pai não vai casar — disse Prufrock. Algo no tom da sua voz fez Chrsitopher levantar os olhos.


— Não estavas a brincar.


O mordomo acenou com a cabeça.


— Tenho a impressão de que Sua Graça o vê, a você, ou o seu casamento, como um desafio. Provavelmente, não devia ter listado tantos requisitos. Pode dizer-se que isso incendiou a determinação do duque. Levou-o a interessar-se no projeto, por assim dizer.


— Não me diga. Nunca vai conseguir encontrar alguém. Eu tenho a minha reputação, como sabes.


— O seu título tem mais peso do que a sua reputação — disse Prufrock. — Além disso, há a pequena questão dos bens do seu pai.


— Se calhar tens razão, raios te partam. — Chrsitopher concluiu que era capaz de beber mais um copo pequeno. — E a minha lesão, hã? Achas que uma mulher concordaria em casar com um homem... que estou eu para aqui a dizer? Claro que uma mulher concordava com isso.


— Duvido que muitas jovens vissem isso como um problema insuperável — disse Prufrock. — Já a sua personalidade...


— Raios te partam — disse Chrsitopher, mas sem raiva.



Compartilhe este capítulo:

Autor(a): dulyanny06140512

Este autor(a) escreve mais 3 Fanfics, você gostaria de conhecê-las?

+ Fanfics do autor(a)
- Links Patrocinados -
Prévia do próximo capítulo

besavinon- Oie, desculpa a demora, essa semana foi muito corrida para mim, mas prometo que vou tentar postar mais rápido, boa leitura linda, bjss. ----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- No momento em que Dulce regressou à sala de estar, o pai lamentou-se bem alto: — ...


  |  

Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 2



Para comentar, você deve estar logado no site.

  • besavinon Postado em 04/04/2018 - 22:24:48

    Posta mais

  • besavinon Postado em 27/03/2018 - 16:43:11

    Up


ATENÇÃO

O ERRO DE NÃO ENVIAR EMAIL NA CONFIRMAÇÃO DO CADASTRO FOI SOLUCIONADO. QUEM NÃO RECEBEU O EMAIL, BASTA SOLICITAR NOVA SENHA NA ÁREA DE LOGIN.


- Links Patrocinados -

Nossas redes sociais