Fanfics Brasil - CAPITULO 3. Quando a bela domou a fera! *vondy*

Fanfic: Quando a bela domou a fera! *vondy* | Tema: vondy


Capítulo: CAPITULO 3.

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besavinon- Oie, desculpa a demora, essa semana foi muito corrida para mim, mas prometo que vou tentar postar mais rápido, boa leitura linda, bjss.

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No momento em que Dulce regressou à sala de estar, o pai lamentou-se bem alto:


— No mês passado, recusei três propostas de casamento que te fizeram e posso dizer-te neste instante que nunca mais hei de receber outra. Diabos, eu também não acreditaria que é uma donzela. Parece que já estás de quatro ou cinco meses.


Dulce sentou-se pesadamente, as saias a pairarem como uma nuvem branca e depois a assentarem em volta dela.


— Não estou — disse ela. — Não estou prenhe.


Ela começava a sentir-se quase como se estivesse realmente à espera de um bebê.


— As senhoras não dizem essa palavra — disse Lorde Sundon. — Não aprendeste nada com essa sua governanta? — Ele agitou no ar o monóculo para melhor ilustrar melhor o que estava falndo.


— Uma pessoa pode falar numa situação delicada, ou talvez que está grávida. Nunca "prenhe", uma palavra rude com conotações desagradáveis. O prazer, a felicidade de sermos da nossa classe é que podemos ignorar ao terreno, ao prolífico, ao. .


Dulce parou de ouvir. Seu pai era uma visão em azul-claro, o colete apertado com botões de prata com papoilas de mármore incrustadas, o seu colarinho prussiano um milagre de elegância. Ele é que era muito bom em fazer vista grossa a qualquer coisa terrena, mas ela nunca tivera tanto sucesso.


Nesse momento, ouviu-se uma  longa batida na porta. Contra a sua vontade, Dulce ergueu os olhos, cheia de esperança, quando o mordomo entrou para anunciar a visita.


Decerto, o príncipe Augustus tinha reconsiderado. Como podia ele estar sentado no seu castelo, sabendo que ela estava a ser rejeitada pela alta sociedade? Devia ter ouvido falar nos acontecimentos desastrosos do baile, na maneira como ninguém falara com ela depois de ele ter partido.


Evidentemente, o príncipe retirara-se enquanto a notícia ainda estava a espalharse pelo salão de baile. Tinha saído pela porta com os seus compinchas, sem se voltar para trás para olhar para ela... e depois disso todos os rostos que estavam naquele salão de baile se desviaram dela. Aparentemente, estavam apenas à espera para ver a reação dele quando disseram que ela estava grávida.


No entanto, ele, mais do que qualquer outra pessoa, sabia que aquilo era uma aldrabice.


Pelo menos, sabia que o bebê não era dele. Talvez fosse por isso que ele a abandonara tão abruptamente. Talvez, também ele, acreditasse nas histórias e pensasse que ela tinha sido engravidada por outro homem.


ela passou a ser ignorada por todo o salão. Certamente, era a primeira vez.


O visitante não era o príncipe Augustus, mas a tia de Dulce, Lady Etheridge, Zenobia para os íntimos. Tinha escolhido esse nome para você própria, percebendo, em criança, que Hortense não se adequava à sua personalidade.


— Eu sabia que isto ia dar para o torto — declarou ela, parando mesmo à entrada da porta e deixando cair as luvas ao chão em vez de as entregar ao lacaio que estava mesmo à sua direita.


Zenobia apreciava um bom drama e, quando ébria, tinha tendência a informar uma mesa de jantar inteira de que podia ter representado Lady Macbeth melhor do que Sarah Siddons.


— Fartei-me de te dizer, Cornelius, que essa menina é bonita demais para estar em segurança. E tinha razão. Cá está ela, grávida, e Londres inteira sabe da notícia exceto eu.


— Eu não estou... — disse Dulce.


Mas a voz dela foi abafada pelo pai, que preferiu evitar a questão em causa e passar ao ataque.


— A minha filha não tem culpa de sair à mãe.


— A minha irmã era pura como a neve — berrou- Zenobia.


A batalha estava agora a ser adequadamente travada e não havia maneira de a parar.


— A minha mulher pode ter sido pura como a neve, e Deus sabe que eu sou a pessoa que pode confirmá-lo, mas era, seguramente, quente bastante quando queria. Todos sabemos como a Donzela de Gelo podia aquecer, particularmente quando estava perto da realeza, agora que penso nisso.


— A Rosalyn merecia um rei — berrou Zenobia. Entrou no quarto e pôs-se como se estivesse prestes a lançar uma seta. Dulce reconheceu a postura: era precisamente o que Mrs. Siddons fizera na semana anterior no palco de Covent Garden, quando a sua Desdémona repudiou as cruéis acusações de infidelidade de Otelo.


No entanto, o pobre pai dificilmente seria um guerreiro como Otelo. O fato era que a sua querida mãe tinha sido desaforadamente infiel e ele sabia-o. E a tia Zenobia também, embora preferisse fazer de ignorante.


— Na verdade, não vejo que a questão seja relevante — interrompeu Dulce. — A mãe morreu há alguns anos e a sua predileção pela realeza não interessa nada para o caso.


A tia lançou um olhar desfalecido.


— Eu defenderei sempre a sua mãe, embora ela jaza no túmulo frio.


Dulce enfiou-se no seu canto. Era verdade, a mãe jazia no túmulo. E, francamente, achava que sentia mais a falta da mãe do que Zenobia, tendo em conta que as irmãs brigavam de cada vez que se encontravam. A maior parte das vezes por causa de homens, tinha de admitir.


Embora isso falasse a seu favor, a tia não era leviana como a mãe tinha sido.


— E a beleza — dizia o pai. — Subiu à cabeça da Dulce, tal como aconteceu com a Rosalyn. A minha mulher pensava que a beleza dava licença para fazer tudo o que apetecia...


— A Rosalyn nunca fez nada de mal! — interrompeu Zenobia.


— Ela manteve-se na margem da respeitabilidade anos a fio — continuou o pai, levantando a voz. — E agora a filha seguiu as passadas e Dulce está arruinada. Arruinada!


A tia de Dulce abriu a boca e depois fechou-a bruscamente. Houve uma pausa.


— A Rosalyn não é para aqui chamada — disse ela finalmente, afagando o cabelo. — Agora temos de nos concentrar na Dulce. Levanta-te, querida.


Dulce levantou-se.


— Cinco meses, diria eu — declarou Zenobia. — Como diabo é que conseguiste esconder isso de mim, não sei. Bem, eu fiquei chocada como toda a gente, ontem à noite. A condessa de Derby foi muito desagradável comigo, pensando que eu tinha andado a escondê-lo. Tive de admitir que não sabia nada e não tenho a certeza absoluta de ela ter acreditado em mim.


— Eu não estou à espera de bebê — disse Dulce, pronunciando as palavras lentamente.


— Ela disse a mesma coisa ontem à noite — confirmou o pai. — E hoje pela manhã também não parecia estar. — Mas ele olhou para a cintura dela. — Agora parece.


Dulce calcou para baixo o tecido que enfunava mesmo abaixo do seu peito.


— Veem, eu não estou grávida. Aqui só há tecido.


— Minha querida, mais cedo ou mais tarde terás de nos dizer — disse Zenobia, puxando de um espelhinho e olhando-se nele. — Isso não vai desaparecer. A este ritmo, vais ficar maior do que uma casa numa questão de meses. Eu retirei-me para o campo assim que a minha cintura se dilatou um bocadinho.


— Que vamos fazer com ela? — gemeu o pai, deixando-se cair numa cadeira tão de repente como uma marionete com os fios cortados.


— Não há nada que possas fazer — disse Zenobia, empoando o nariz. — Ninguém quer um cuco no ninho. Terás de a mandar para o estrangeiro e ver se ela consegue apanhar alguém por lá, depois de todo este dissabor, claro. O melhor é duplicares o dote dela. Felizmente, ela é herdeira de uma grande fortuna. Alguém vai aceitá-la.


Pousou a borla de pó de arroz e brandiu o dedo a Dulce.


— A sua mãe ficaria muito desiludida, minha querida. Ela não te ensinou nada?


— Suponho que queres dizer que a Rosalyn devia tê-la treinado nas artes de ser tão debochada como ela — retorquiu o pai. Mas ele continuava abatido, na sua cadeira, e tinha perdido todo o ardor.


— Eu não dormi com o príncipe — disse Dulce, numa voz tão clara e alta quanto conseguia. — Podia tê-lo feito, obviamente. E, se tivesse, talvez ele se sentisse obrigado a casar comigo agora. Mas eu preferi não o fazer.


O pai gemeu e pousou a cabeça nas costas da cadeira.


— Eu não ouvi isso — disse Zenobia, estreitando os olhos.


— Pelo menos, a realeza é uma desculpa. Se esta criança é resultado de nada menos do que sangue ducal, não quero ouvir nem uma palavra sobre o assunto.


— Eu não... — tentou Dulce.


A tia interrompeu-a com um gesto ríspido.


— Acabei de perceber, Cornelius, que isto pode ser a sua salvação. — Virou-se para Dulce.


— Diz-nos quem é o pai dessa criança e o seu pai exigirá o casamento. Ninguém abaixo de príncipe ousaria recusá-lo.


Sem parar para respirar, virou-se para o cunhado.


— Podes ter de travar um duelo, Cornelius, Calculo que tenhas pistolas nesta casa, não? Não ameaçaste travar um duelo com Lorde Billetsford há uns anos?


— Depois de o ter encontrado na cama com a Rosalyn — disse o pai de Dulce. Nem sequer pareceu pesaroso, apenas pragmático. — Cama nova; só a tínhamos havia uma semana.


— A minha irmã tinha muitas paixões — disse Zenobia, com ternura.


— Pensava que tinhas dito que era pura como a neve! — respondeu o visconde com aspereza.


— Nenhum deles tocou na alma! Morreu em estado de graça.


Ninguém estava inclinado a discutir isso, portanto, Zenobia continuou.


— De qualquer modo, é melhor ires buscar essas pistolas, Cornelius, e ver se elas ainda funcionam. Podes ter de ameaçar matar o homem. Embora a experiência me diga que, se dobrares o dote, tudo se resolverá rapidamente.


— Não há homem nenhum para matar — disse Dulce.


Zenobia resfolegou.


— Não me digas que vais tentar dar à luz virgem, minha querida. Imagino que isso não funcionou muito bem lá em Jerusalém. Cada vez que o padre fala sobre isso no Natal, não com você deixar de pensar que a pobre menina deve ter tido muita dificuldade a tentar que as pessoas acreditassem nela.


— Não percebo porque estás a trazer a Sagrada Escritura para esta conversa — disse o pai de Dulce. — Estamos a falar de príncipes, não de deuses.


Dulce lamentou-se:


— É o vestido que me faz parecer roliça.


Zenobia afundou-se num cadeirão.


— Estás a querer dizer-me que não estás à espera de bebê?


—Tenho estado sempre a dizer isso. Não dormi com o príncipe nem com mais ninguém.


Houve uma pausa pesarosa enquanto a verdade era, finalmente, percebida.


— Deus Todo-Poderoso, você estás arruinada e nem sequer tiveste o proveito — disse a tia por fim. — E mais, mostrar a cintura na sua melhor forma não serviria de nada nesta altura. As pessoas suporiam simplesmente que você tinhas, digamos, resolvido o assunto.


— Depois de o príncipe ter recusado casar com ela — disse o visconde pesadamente —, eu próprio pensaria isso, dadas as circunstâncias.


— É injusto — disse Dulce veementemente. — Com a... hã... reputação da mãe, as pessoas esperavam naturalmente que eu fosse muito namoradeira...


— Isso é uma meia verdade — disse o pai. — Pensavam que serias uma mulher promíscua e agora sabem que é. Só que não é.


— É a beleza — disse a tia, envaidecendo-se um pouco.


— As mulheres da minha família são simplesmente amaldiçoadas pela beleza. Vejam a pobre Rosalyn, que morreu tão cedo.


— Não vejo que isso te tenha amaldiçoado você — disse o visconde, com bastante rudeza.


— Ah, mas amaldiçoou — disse Zenobia. — Amaldiçoou, amaldiçoou sim. Ensinou-me o


que podia ter acontecido se eu não tivesse as correntes da linhagem a segurarme. Eu podia ter embelezado os palcos do mundo, como sabem. A Rosalyn também. Penso que é por isso que ela era tão...


— Quê? — disse o visconde, com curiosidade.


— Irresistível — disse Zenobia.


O pai de Dulce resfolegou.


— Impura, melhor dizendo.


— Ela sabia que podia ter casado com o melhor homem da Terra — disse Zenobia com ar


sonhador. — E, sabes, o mesmo sonho apanhou a nossa querida Dulce na sua espiral, e agora ela está arruinada.


— A Rosalyn não podia ter casado com o melhor homem da Terra — disse o visconde. — Há uma razão para as leis dos casamentos reais, sabes. — Apontou um dedo a Dulce. — Nem sequer pensaste nisso antes de criares um escândalo destes com o jovem Augustus? Por amor de Deus, toda a gente sabe que ele casou com uma mulher alemã há alguns anos. Em Roma, acho eu. O próprio rei teve de interferir e anular o casamento.


— Só ontem é que soube — disse Dulce. — Quando o Augustus me disse.


— Ninguém diz uma coisa dessas às raparigas — disse a tia com desdém. — Se estavas assim tão preocupado com ela, Cornelius, porque não correste a essas festas para a vigiares você mesmo?


— Porque estava ocupado! E arranjei uma mulher para a acompanhar, uma vez que você eras preguiçosa demais para o fazeres. Mistress Hutchins. Perfeitamente respeitável em todos os aspetos e parecendo também entender o problema. Onde está essa mulher? Ela garantiu-me que manteria o seu nome puro como a neve.


— Recusou-se a descer.


— Com medo de enfrentar as consequências — murmurou ele. — E onde está a sua governanta? Essa é outra. Fartei-me de dizer que tinhas de ser duplamente casta para compensar a reputação da sua mãe.


— Mistress Flaccide sentiu-se ofendida ontem à noite, quando o pai disse que ela era pérfida e a acusou de fazer de mim uma concubina.


—Tinha bebido uma ou duas gotas — disse o pai, parecendo absolutamente impenitente.


— Afoguei os meus desgostos depois de me dizerem na cara, na cara, que a minha filha única tinha sido devassa. — Ela foi-se embora cerca de uma hora mais tarde — continuou Dulce. — E eu duvido que volte porque o Tinkle diz que ela levou uma grande porção de prata. — A prata é irrelevante — disse Zenobia. — Mas nunca devias irritar os melhores criados, porque eles sabem, invariavelmente, onde estão guardadas todas as coisas valiosas. Muito mais importante, suponho que a sua governanta sabia tudo sobre quaisquer billetsdoux que esse rebento real possa ter-te enviado?


— Ele não me escreveu cartas de amor nenhumas, se é isso que quer dizer. Mas uma vez, manhã cedo, atirou morangos à janela do meu quarto. Ela e Mistress Hutchins disseram ao mesmo tempo que ninguém podia saber.


— E agora a Flaccide anda por aí a contar ao mundo — declarou a tia. — Realmente você é um idiota, Cornelius. Devias ter- pago logo quinhentas libras e tê-la mandado para Suffolk.Agora a Flaccide anda por aí a transformar um morango num morangal inteiro. Vai dizer que a Dulce está à espera de gêmeos.


Dulce pensou que, provavelmente, a governanta aproveitaria a oportunidade de braços abertos. Nunca tinham gostado uma da outra. Na verdade, as mulheres raramente gostavam dela. A partir do momento em que fora apresentada à sociedade, quatro meses atrás, as outras raparigas tinham-se juntado em grupos, escondendo, os risinhos com as mãos. Mas nunca nenhuma partilhou uma graça com Dulce.


Zenobia estendeu a mão e tocou a campainha.


— Não percebo porque não me ofereceste chá, Cornelius. A vida da Dulce pode ter tomado novo rumo, mas nós continuamos a ter de comer.


— Eu estou arruinado e você queres chá? — lamentou-se o pai.


Tinkle abriu a porta tão depressa que Dulce percebeu que tinha estado escondido a ouvir, não que ficasse admirada.


— Vamos tomar chá e comer qualquer coisa a acompanhar — disse- Zenobia.


— E melhor trazeres também qualquer coisa que emagreça.


O mordomo franziu a sobrancelha.


— Pepinos, vinagre, qualquer coisa desse gênero — disse ela, impaciente. Quando ele fechou a porta. Ela indicou com a mão o peito de Dulce. — Temos de fazer qualquer coisa em relação a isso. Ninguém te descreveria como roliça, minha querida, mas também não é exatamente um esqueleto, é?


Dulce voltou a contar até cinco.


— A minha figura é exatamente como a da minha mãe. E como a sua.


— Tentação de Satanás — disse o pai, taciturno. — Não é decente estar tão descoberta.


— Não tive essa sorte — disse Dulce. — Arranjei um príncipe, mas o rei das trevas nunca apareceu.


— O Augustus nem sequer podia ser um diabo menor — disse a tia, refletindo. — Não me espanta que ele não tenha conseguido seduzir-te, agora que penso nisso. É um bocado simplório.


— Não deviam existir modas que façam uma jovem parecer uma matrona com um bebê a caminho — declarou Lorde Sundon.


— Se existem, eu não quero nada disso. Quer dizer, não quereria nada disso se fosse do gênero de usar vestidos. Quer dizer, se fosse mulher.


—Você estás a ficar mais idiota a cada ano que passa — observou Zenobia. — Porque é que a minha irmã concordou em casar contigo é que eu nunca saberei.


— A mãe amava o pai — disse Dulce com toda a firmeza de que foi capaz. Agarrara-se a esse fato anos antes, na manhã que se seguiu a uma noite confusa, quando ela encontrou a mãe com outro cavalheiro num cenário íntimo, envolvida numa atividade muito íntima.


"Eu amo o seu pai"dissera- a mãe nessa altura. "Mas, querida, o amor não é suficiente para uma mulher como eu. Eu tenho de ter adoração, versos, poesia, flores, joias... já para não falar no fato de François ter a constituição de um anjo e os dotes de um cavalo, mesmo quando mole.


Dulce piscara para  a mãe E Rosalyn dissera:


— Não faz mal, querida, eu explico-te mais tarde, quando fores um pouco mais velha.


Nunca teve tempo para isso, mas Dulce conseguira reunir informação suficiente para interpretar o que tinha chamado a atenção da mãe relativamente a François.


Agora, os olhos do pai fitaram-na, brilhando.


— A Rosalyn amava-me do mesmo modo que o Augustus te ama você. Em resumo: não o suficiente.


— Por amor de Deus — exclamou Zenobia. — Isto chega para me mandar para o pântano do desânimo! Deixem a pobre Rosalyn descansar no túmulo, está bem? Fazesme lamentar o dia em que ela aceitou a sua mão.


— Isto fez-me vir tudo à memória — disse o visconde, devagar. — A Dulce sai à mãe; qualquer pessoa vê.


— Isso é muito injusto — objetou Dulce, franzindo a sobrancelha. — Tenho sido um modelo de castidade esta temporada. De fato, ao longo de toda a minha vida!


Ele franziu a sobrancelha.


— É que há algo em você...


— você tem malícia no olhar — disse a tia, não de forma desagradável. — Deus ajude a Rosalyn, mas tudo isto é culpa dela. Foi ela quem te transmitiu. Essa covinha, e qualquer coisa nos teus olhos e na sua boca. Você é indecente.


— Uma mulher indecente teria se divertido muito mais do que eu nesta temporada — objetou Dulce. — Eu fui tão recatada como qualquer outra menina da alta sociedade; podem perguntar a Mistress Hutchins.


— De fato, é injusto — concordou Zenobia. Uma gota de mel ficou suspensa da sua panqueca e balançou suavemente antes de cair na seda lilás do seu vestido.


— Espero que tenha dito à condessa que eu nunca estive sozinha com o Augustus, em altura nenhuma — disse Dulce.


— Como podia fazê-lo? — perguntou Zenobia. — Não estou ao corrente da sua agenda social, minha querida. Fiquei tão chocada como a querida condessa, isso posso dizer-te.


Dulce gerunhiu.


— Podia despir-me no Almack’s'que mesmo assim ninguém acreditaria que eu não estava à espera de bebê por muito esguia que fosse a minha cintura. A senhora, tia Zenobia, praticamente o confirmou. E o pai despediu Miss Flaccide e eu tenho a certeza absoluta de que ela anda a dizer coisas horríveis a meu respeito por toda a cidade de Londres. Na verdade, terei de ir viver para o estrangeiro ou algures no campo.


— Os homens franceses são muito fáceis de satisfazer, apesar de estar em curso essa guerra inconveniente — disse Zenobia de forma encorajadora. — Mas eu tive outra ideia.


Dulce não conseguiu arranjar coragem para fazer perguntas, mas o pai perguntou, com ar fatigado:


— O quê?


— Não o quê... quem?


— Quem?


— Uckermann, o herdeiro de Windebank.


— Windebank? Quem diabo é esse? Queres dizer Yonnington, Walter Yonnington?


Porque, se o filho for minimamente parecido com o pai, eu não deixaria a Dulce aproximarse dele, mesmo que estivesse à espera de um bebê.


— Muito gentil da sua parte, pai — murmurou Dulce. Uma vez que a tia não oferecera uma panqueca, ela serviu-se.


— Emagrecer, minha querida. Pensa em emagrecer — disse Zenobia, num tom amável, mas firme.


Dulce cerrou os lábios e pôs manteiga extra na panqueca. A tia suspirou.


— O título de Uckermann é duque de Windebank, Cornelius. Na realidade, não sei como consegues ter sucesso junto dos lordes, com o seu conhecimento tão deficiente da aristocracia.


— Eu sei o que preciso de saber — disse o visconde. — E não me incomodo com aquilo de que não preciso. Se te referias ao Windebank, porque não disseste?


— Estava pensando no filho — explicou Zenobia. — O homem tem o segundo título, claro. Ora, deixa-me pensar... Acho que o nome próprio dele é um bocado estranho.christian, calore... Chrsitopher, é isso.


— Soa a doca — interrompeu Lorde Sundon.


— Esta manhã, Mistress Hutchins chamou-me fragata ligeira — disse Dulce. — Uma doca deve ser precisamente aquilo que me convém.


Zenobia abanou a cabeça.


— Isso é mesmo o tipo de comentário que te pôs nesta situação, Dulce. Farteime de te dizer que toda essa esperteza não te faz nada bem. As pessoas querem que uma senhora seja bela, mas esperam que seja senhoril, em suma: doce, submissa e requintada.


— E, mesmo assim, a senhora é universalmente considerada uma senhora — retorquiu Dulce.


— Eu sou casada — disse Zenobia. — Ou era, até o Philip falecer. Não preciso de mostrar doçura nem requinte. Você precisas. É melhor aprimorares alguma tagarelice senhoril antes de ires ter com o Uckermann ao País de Gales. O título dele deve ser conde de Marchant. Ou será Mossford? Não me lembro bem. Nunca me foi apresentado, claro.


— Nem a mim — disse Lorde Sundon. — Estás a tentar casar a Dulce com um rapazinho, Zenobia? Nunca resultará.


— Ele não é rapazinho nenhum. Deve ter mais de trinta anos. Trinta e cinco, pelo menos. Lembras-te certamente da história, Cornelius?


— Eu não presto atenção a histórias — disse o visconde, irritado. — Era a única maneira de sobreviver debaixo do mesmo teto com a sua irmã.


— Você precisas de fazer um tratamento para limpar o baço — disse Zenobia, pousando a panqueca. — Estás a deixar o fel fermentar no seu organismo, Cornelius, e isso é uma emoção muito poderosa. A Rosalyn está morta. Deixa-a estar, se fazes favor!


Dulce decidiu que era altura de falar.


— Tia Zenobia, porque pensa que o duque estaria interessado em me casar com o filho? Se é isso, realmente, que estava pensando?


— Está desesperado — disse a tia. — Foi Mistress Nemble quem me disse, e ela é amiga íntima de Lady Grymes, e você sabes que o marido dela é meio-irmão do Windebank.


— Não, não sei — disse o visconde. — E também não me interessa. Porque está o Windebank desesperado? O filho é tolo? Não me lembro de ter visto filhos nenhuns nos lordes ou no Boodle’s.


— Não é tolo — disse Zenobia, triunfalmente. — Ainda melhor!


Houve um momento de silêncio enquanto Dulce e o pai pensavam no que aquilo podia querer dizer.


— Ele não tem as qualidades necessárias — esclareceu a tia.


— Não tem? — perguntou Sundon, inexpressivamente.


— Um dígito a menos — acrescentou Zenobia.


— Um dedo? — arriscou Dulce.


— Por amor de Deus — disse Zenobia, lambendo um pouco de mel de um dedo.


— Tenho sempre de dizer tudo nesta casa. O homem sofreu um acidente quando era novo. Anda de bengala. É esse acidente deixou-o impotente, para chamar os bois pelos nomes. Não tem herdeiro agora e não terá no futuro.


— De fato, neste caso particular — disse o pai com nítida satisfação —, um boi não é um boi.


— Impotente? — perguntou Dulce. — Que quer isso dizer?


Houve um momento de silêncio enquanto os seus dois parentes mais próximos a examinavam de perto, como se ela fosse uma espécie rara de escaravelho que tinham encontrado debaixo da carpete.


— Isso é para você explicares — disse o pai, virando-se para Zenobia.


— Não à sua frente — disse Zenobia. Dulce ficou à espera.


— Tudo o que precisas de saber por agora é que ele não pode ter filhos — acrescentou a tia. — Essa é a questão crucial.


Dulce associou esse fato com vários comentários que a mãe fizera ao longo dos anos e percebeu que não tinha qualquer disposição para fazer mais perguntas.


— Como é isso melhor do que ser tolo? — perguntou ela.


— Num marido, quer dizer.


— Tolo podia querer dizer babar-se à mesa do jantar e Deus sabe o que mais — explicou a tia.


— Estás a falar do Monstro! — exclamou subitamente o pai. — Contaram-me tudo sobre ele. Só que a princípio não relacionei.


— O Marchant não é monstro nenhum — escarneceu Zenobia. — Isso é um mexerico repugnante, Cornelius, e eu não esperava isso de você.


— Toda a gente chama isso — observou o visconde.


— O homem tem um feitio horrível. Médico brilhante ou, pelo menos, é o que toda a gente diz, mas um feitio do diabo.


— Uma birra aqui ou acolá faz parte do casamento — disse Zenobia, encolhendo os ombros. — Espera até ele ver como a Dulce é bela. Vai ficar atordoado e encantado por o destino o ter abençoado com uma noiva tão linda.


— Eu tenho mesmo de escolher entre tolo e monstro? — perguntou Dulce.


— Não, entre tolo e incapaz — respondeu a tia, com impaciência. — O seu novo marido vai ficar grato por essa criança que você, supostamente, trazes no ventre e posso dizer-te que o seu novo sogro vai ficar radiante.


— Vai? — perguntou Sundon.


— Ainda não percebeu? — disse Zenobia, levantando-se de um salto. Deu uns passos e depois rodopiou com um lindo movimento. — Por um lado, temos um duque solitário, com um filho. Apenas um. E esse duque tem uma obsessão com a realeza, lembremse. Considera- se amigo íntimo do rei ou, pelo menos, considerava-se antes de o rei começar a ter... macacos no sótão.


— Entendo — disse o visconde.


— Shhh — disse Zenobia, impaciente. Detestava ser interrompida. — Por um lado, o duque solitário, desesperado. Por outro, o filho lesionado e incapaz. No meio... um reino.


— Um reino? — repetiu o visconde, de olhos esbugalhados.


— A tia está a falar metaforicamente — disse Dulce, pegando noutra panqueca. Ela tinha privado mais com a tia do que o pai e conhecia bem o seu amor por floreados retóricos.


— Um reino sem futuro, porque não há nenhum filho para continuar o nome da família — disse Zenobia, abrindo muito os olhos.


— O duque é... — começou Sundon.


— Shhh — disse ela depressa. — Pergunto-te, de que precisa esta família desesperadamente infeliz?


Nem Dulce nem o pai ousaram responder.


O que foi bom, porque ela tinha feito uma pausa apenas para impressionar.


— Volto a perguntar-te, de que precisa esta família desesperadamente infeliz? Precisa... de um herdeiro!


— Não precisamos todos? — disse o visconde, suspirando.


Dulce estendeu a mão e deu umas palmadinhas na mão do pai. Um dos raros fatos cruéis da vida era que a mãe fora extremamente pródiga com os seus favores, mas só dera ao marido uma única criança, uma filha, que não podia herdar a parte principal dos bens do pai.


— Eles precisam — disse Zenobia, erguendo a voz como se quisesse recuperar a audiência —, precisam de um príncipe!


Cerca de um minuto depois, Dulce atreveu-se a dizer:


— Um príncipe, tia Zenobia?


Isto valeu- o sorriso beatífico de uma atriz a receber elogios, se não braçadas de flores, da audiência.


— Um príncipe, minha querida. E você, menina afortunada, tens exatamente aquilo de que ele precisa. Ele anda à procura de um herdeiro, e você tens esse herdeiro e, mais, ofereces descendência real.


— Estou a perceber o seu raciocínio — disse lentamente o visconde. — Não é má ideia, Zenobia.


Ela ficou um pouco rosada nas faces.


— Nenhuma das minhas ideias é má. Nunca.


— Mas eu não tenho príncipe nenhum — argumentou Dulce. — Se a compreendo bem, o duque de Windebank procura uma mulher prenhe...


O pai grunhiu e ela corrigiu a sua afirmação.


— Quer dizer, o duque talvez aceitasse uma mulher na minha infeliz situação porque, desse modo, teria um filho...


— Não só um filho — disse Zenobia, a sua voz ainda triunfal.


— Um príncipe. O Windebank não vai acolher na sua família qualquer mulher de virtude duvidosa. Ele é terrivelmente arrogante, sabes. Preferiria morrer. Mas o filho de um príncipe? Há de adorar.


— Mas...


— Tens razão, Zenobia. minha nossa, você é uma velha astuta! — rugiu o pai.


As costas de Zenobia endireitaram-se num ápice.


— Que é que me chamaste, Cornelius? Ele agitou a mão.


— Não era isso que eu queria dizer, não era isso que eu queria dizer. Admiração pura. Admiração pura e absoluta. Pura...


— Concordo — disse ela num tom conciliatório, afagando o cabelo: — E um plano perfeito. Mas é melhor ires falar com ele esta tarde. Tens de a levar até ao País de Gales para o casamento. É lá que vive o Marchant.


— Casamento? — surpreendeu-se Dulce. — Não estão se esquecendo de nada? Olharam ambos para ela e disseram ao mesmo tempo:


— De quê?


— Eu não estou à espera de um príncipe! — gritou. — Eu nunca dormi com o Augustus.


Dentro da minha barriga não tenho mais nada além de uma panqueca mastigada.


— Isso é um comentário repugnante — disse a tia, com um arrepio.


— Concordo — interveio o pai. — Muito desagradável. Você pareces uma plebeia a falar da comida dessa maneira.


— Desagradável é o fato de estarem a planear vender o meu filho por nascer a um duque com uma predileção pela realeza, quando eu nem sequer tenho um filho da realeza por nascer!


— Eu disse que tudo isto teria de acontecer depressa — contrapôs a tia.


— Que quer dizer?


— Bem, digamos que o seu pai vai à casa do Windebank já hoje à tarde, e digamos que o


Windebank morde o isco, porque morde. Como eu disse, o homem está desesperado e, além disso, adoraria misturar a sua descendência com sangue real.


— Isso não resolve o problema — concluiu Dulce.


— Bem, claro que não — disse Zenobia, lançando um sorriso benevolente. — Não podemos fazer tudo por você. O que vem a seguir depende de você.


— Que quer dizer?


O pai levantou-se, obviamente sem prestar atenção.


— Vou vestir o meu casaco Jean de Bry e calçar as minhas botas alemãs — disse baixinho.


— O de Bry não! — gritou- Zenobia atrás dele. Ele parou à porta.


— Porque não?


— Os ombros têm um ar um pouco ansioso. Você não podes parecer ansioso. Afinal, vais oferecer-te para salvar a descendência do homem.


— Um casaco verde-salva com a orla recortada — disse o pai, acenando com a cabeça, e desapareceu pela porta.


— Tia Zenobia — disse Dulce, demonstrando paciência infinita, na sua opinião.


— Como pensam que eu vou arranjar um filho de sangue real para oferecer a um marido que nunca conheci?


Zenobia sorriu.


— Minha querida, você não é uma mulher da minha família se tiveres de fazer essa pergunta.


A boca de Dulce se abriu.


— Não está pensando...


— Claro, querida. Assim que o seu pai assinar aqueles papéis, você tem... oh... doze horas antes de partires para Gales.


— Doze horas — repetiu Dulce, com esperança de estar enganada naquilo que estava pensando. — Não pode querer dizer.


— O Augustus tem andado atrás de você como uma criança com um brinquedo de corda — disse a tia. — Não deve ser preciso mais do que um olhar convidativo e um sorriso alegre.


Por amor de Deus, querida, não aprendeste nada com a sua mãe?


— Não — respondeu Dulce, sem qualquer emoção.


— Na verdade, com o seu peito nem sequer precisas de sorrir — disse Zenobia.


— Então quer mesmo dizer... — Dulce parou. — Eu... eu...


— Você. Augustus. Sedução. Cama — disse a tia, prestável.


— Doze horas e um único príncipe... deve ser muito fácil.


— Eu. .


—Você é filha da Rosalyn — acrescentou a tia. — E minha sobrinha. A sedução, especialmente quando se trata de realeza, está-nos no sangue. Na própria linhagem.


— Não sei como — disse Dulce, inexpressivamente. — Posso parecer censurável, mas não sou.


— És, sim — afirmou a tia, animadamente. Levantou-se.


— Arranja um bebê, Dulce. Pensa quantas jovens conseguem fazê-lo e sem os atributos que você tens, isto é, o seu corpo, o seu rosto, o seu sorriso.


— Toda a minha educação foi orientada para a castidade — observou Dulce. — Tive uma governanta durante uns bons cinco anos a mais do que as outras raparigas, exatamente para não aprender essas coisas.


— Culpa do seu pai. Ele ficou escaldado com as indiscrições da Rosalyn.


Deve ter-se passado qualquer coisa no rosto de Dulce, porque Zenobia suspirou com o ar de uma mulher que estava a aguentar o peso do mundo.


— Eu acho que com você arranjar-te um homem pressuroso se não conseguires aproximar-te do príncipe. E muito pouco convencional, mas, claro, uma pessoa sabe, não se pode evitar saber de estabelecimentos que ajudam.


— Que gênero de estabelecimentos?


— Bordéis que servem mulheres, claro — disse Zenobia.


— Creio que há um perto de Covent Garden, de que me falaram há pouco tempo... homens de posses. Vão lá pelo gozo, suponho eu.


— A tia não pode certamente querer dizer...


— Se não fores capaz de seduzir o príncipe, teremos de abordar o problema de outro ângulo — sugeriu ela, chegando-se a Dulce e dando- umas palmadinhas no braço. — Eu levo-te ao bordel. Segundo creio, uma senhora pode ficar atrás de uma cortina e escolher o homem que quer. É melhor escolhermos um que seja parecido com o Augustus. Gostava de saber se podemos simplesmente enviar uma mensagem nesse sentido e mandar entregar o homem numa carruagem?


Dulce rosnou.


— Não quero que penses que alguma vez te abandonaria num momento de infelicidade — disse a tia. — Sinto todo o peso do amor de mãe, agora que a querida Rosalyn morreu.


Era espantoso como a tia tinha conseguido ignorar esse peso durante a temporada e, na verdade, durante os anos anteriores, mas Dulce não foi capaz de o dizer.


— Eu não vou a nenhum bordel — afirmou.


— Nesse caso — disse Zenobia alegremente —, sugiro que te sentes e escrevas uma notinha a esse príncipe travesso. Fazes bem em preferires Augustus ao bordel, realmente. Uma pessoa odeia começar o casamento com uma mentiria que envolva bebês. O casamento leva-nos a umas mentirias inofensivas pela própria natureza da vida: todas essas tentações. Encomendam-se sempre demasiados vestidos, gasta-se em, excesso. Já para não falar nos homens.


Beijou as pontas dos dedos.


— Mas eu queria...


— Estou tão contente por não estar casada neste momento — disse Zenobia. — Não que esteja feliz por o querido Philip ter morrido, claro. Ah, bem...


Zenobia desapareceu.


E o que Dulce queria do casamento já não era uma questão passível de discussão.



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Autor(a): dulyanny06140512

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  • besavinon Postado em 04/04/2018 - 22:24:48

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  • besavinon Postado em 27/03/2018 - 16:43:11

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