Fanfic: Diário de um Lobo | Tema: Lobisomen, Romance, Suspense

Eu sabia que nada de bom poderia vir do Conselho, contive minha frustração no momento em que Lilian sorriu.

- Stefan, eu gostaria de lhe oferecer uma cadeira entre os nossos – por dentro eu queria dizer mil desaforos para essa mulher que pronunciava tais palavras como se não fossem nada. Eu conhecia o seu jogo, Lilian estava tentando me comprar, o único problema é que eu jamais aceitaria ficar sobre suas rédeas.

- Eu agradeço Lilian, mas vou recusar estou muito bem da forma que vivo – ao ouvir minhas palavras kayrus gargalhou o que fez com que todos o olhassem confuso.

- Eu gostaria de entender o que está acontecendo com esses jovens. Na nossa época os lobisomens de baixo escalão se matavam para ter um lugar no conselho, agora agem como se não precisassem de nós e no fim é o grande, poderoso e inigualável conselho que resolve os problemas – eu realmente não entendo como esse homem pode fazer parte do conselho, passei um tempo olhando para ele e depois me recompus, não deixaria suas palavras me irritar.

- Eu não sou um lobisomem de baixo escalão, sou um alfa se esqueceu? – ironizei e ele se calou o que fez com que meu pai e Will sorrissem.

- Ora-ora, ele sabe se defender! Interessante, mas agora me diga Tefinho, cadê a garota? Estou louco para ver se ela realmente é um Decker – de forma grosseira ele passou a língua nos lábios e minha respiração pesou e antes que eu pudesse responder Lilian interviu:

- Já chega rapazes! Eu não estou aqui para lidar com essas brincadeiras de crianças e você senhor Martinez deveria sim ter trago a garota, nós queremos conhece-la.

- E para que? Querem traumatiza-la com perguntas sobre um passado que a mesma desconhece. Lilian eu não sou nenhum idiota então vamos direto ao assunto, o que vocês querem com ela? - apoiei minha mão em sua mesa e a mulher que se dizia responsável pelo conselho analisou minhas expressões em busca de algum blefe ou algo que pudesse usar contra mim, passou longos minutos em silencio até que finalmente sorriu para mim e relaxou seu corpo na cadeira sem perder a postura autoritária que fazia muito lobos e lobisomens tremerem.

- Parece que você será o candidato perfeito – suas palavras me deixaram confuso – Nós queremos usá-la como parte uma experiência, visto que o ultimo lobisomem da linhagem Decker é um espécime bem interessante por assim dizer – seu sorriso malicioso me encheu de fúria.

- E você acha que ela vai aceitar fazer parte dessa sujeira? – indaguei o obvio.

- Se acalme criança, eu ainda nem falei o que e como faremos além do mais, ela nunca irá saber. Você conhece a história da sua ao melhor, da nossa origem então deveria ser do seu agrado descobrir a verdade.

- Não desse jeito, vocês não vão tocá-la. Não é possível que em todos esses anos vocês não tenham mudado seus métodos decrépitos! Estamos em 2018 seu bando de desgraçados, ela não vai compactuar com isso! Eu não vou compactuar com isso e muito menos minha matilha – explodi e com isso dei um soco tão forte na mesa que Lilian sorriu.

- Se acalme meu jovem, pelo visto seu terei o que quero de qualquer jeito. Faremos do seu jeito, mas saiba que quando menos esperar eu estarei novamente na sua presença – a expressão de desdém de Lilian me causou uma profunda revolta e eu resolvi esperar, afinal é sempre mais fácil pegar o conselho de guarda baixa, mesmo que nunca tenhamos feito isso antes.

- Se essa era a sua única pergunta eu vou embora - virei-me de costas e dei alguns passos em direção a porta.

- Meu jovem, não subestime a minha crueldade. Por mais que ter uma Decker entre nós me cause uma profunda euforia esse não é o nosso problema. 

- E então o que quer Lilian, diga de uma vez, pois eu não planejo ficar aqui ouvindo-a eternamente - minha paciência havia se esgotado por completo e eu nunca tive medo do conselho então não seria agora que começaria a mudar meus hábitos, ouvi a gargalhada da mulher me deu a certeza de que ela adorava a minha insubordinação.

- Então não vamos perder mais tempo não é mesmo? - arqueei a sobrancelha com seu sorriso sádico, a mulher levantou-se andou até o meio do salão e parou ao meu lado - Conselho, se preparem pois esta noite iremos caçar.

- Finalmente eu vou fazer algo divertido, achei que fôssemos ficar nesse lenga lenga a noite inteira, espero que o Tefinho tenha culhões para andar com mais velhos - Kyrus gargalhou, tudo nele sempre me desagradou pois de todos os membros ele era o pior, sua origem era desconhecida e sua crueldade sem fim.

- Que assim seja, irei avisar a minha matilha - sai da sala sem esperar pela resposta deles e por um instante me arrependi de te-lôs envolvido nesse assunto pois de agora em diante estou de mãos atadas.

Ella:

Eu estava cada apreensiva nesse quarto e enquanto Rom descansava nos braços de Sofia eu apenas me  repreendia por não ter avisado nada a minha mãe. Quer dizer, como eu pude esquecer? Eu perdi a noção de tempo e espaço enquanto estou aqui. Comecei a caminhar de um lado para o outro feito uma louca, eu estava ensandecida de preocupação com a hipótese de que minha mãe pudesse estar desesperada com o meu sumiço.

- Se acalma gatinha ou do contrario você vai furar o chão! - Sofia gargalhou do meu nervosismo enquanto fazia carinho nos cabelos de seu namorado.

- Eu não consigo. Como vocês conseguem ficar tão calmos em uma situação como esta? - observei Rom se levantar e selar seus lábios com o da loira.

- Ella, quando se vive da forma que vivemos, uma caçada, um assassinato não é nada - fiquei espantada com as palavras dele.

- O que você quer dizer com isso? - perguntei curiosa.

- Bom você sabe que eu e a Sofia somos irmãos de sangue- ele parou de falar e um silêncio estabeleceu no local, eu conclui que esse era um assunto que devia ser desagradável para ambos - Quando nos envolvemos não fazíamos a menor ideia de que possuíamos o mesmo sangue, você consegue imaginar a nossa reação ao saber que eu tirei a virgindade da minha própria irmã, que estava apaixonado por ela? O pior foi encarar o mundo que nos via como uma verdadeira aberração então querida Ella vai por mim, se sobrevivemos ao julgamento dos nossos pais fora a tortura que eu passei por isso, um assassinato e uma caçada não são nada - o relato dele encheu meu coração de dor, consegui imaginar perfeitamente a cena ao qual ele se referia. 

- Mas chega dessa história, o que importa é que estamos bem e acredite quando eu digo que sua mãe também está - ela me olhou com doçura, quando eu olho para ela fica difícil de imaginar  tudo o que já passou, seus olhos de menina possuem uma dor profunda e uma compreensão de mundo que talvez eu nunca consiga entender - Você precisa encarar as coisas pelo lado positivo Ella.

- E qual seria Sofia?  - indaguei.

- Pra começar eu coloquei quatro pessoas para vigiar sua casa, então sua mãe está mais do que protegida e por fim você está conosco, alguma vez na sua vida você já imaginou ter uma equipe tão legal ao seu lado? Então relaxa que o Stefan não vai deixar nada de ruim acontecer com você fora que você viu ele pelado ou seja tem mais um motivo para você sorri, que visão dos deuses - gargalhou e eu senti meu rosto esquentar, em todo esse tempo eu não tinha pensado nisso - Olha que bonitinha Rom, ela está quase tendo um ataque do coração porque viu o Stefan pelado - senti as mãos de Sofia na minha bochecha apertando-a, só então me dei conta de que eu havia congelado.

-  Deixa ela Sofia, deve ser a primeira vez que ela ver um cara pelado - Rom gargalhou e eu custei a sair do meu estado de desconforto - Eu por outro lado não aguento mais ver caras pelados!

- Eu não ligo, quanto mais melhor! - Sofia gargalhou.

- Gente vamos mudar de assunto, saímos de uma conversa séria para isso...

- Relaxa garota, faz bem descontrair de vez em quando - olhei para ele e percebi em seus olhos um certo brilho e tenho certeza que por trás daquilo deveria existir muita preocupação. A porta do quarto foi aberta com pressa e Stefan entrou sua fúria era tanta que ao bater a porta, senti a construção vibrar - Nossa garotão, o que aconteceu pra você ficar assim? - Stefan soltou um pequeno rosnado com as palavras de Rom.

- Rom, Sofia, se armem até os dentes e preparem o veneno! - as palavras serias do Martinez fez com que o casal no quarto assumissem uma postura séria.

- E a quem devemos essa festa? - Sofia perguntou séria.

- Ao que parece vamos atrás do vagante que veio buscar o desgraçado do meu irmão. Portanto não economizem na munição.

- Pela sua cara você pretende desafiar o conselho novamente?- Rom foi até o aparador e pegou algumas garras de cerveja que eu não havia notado entregou uma na mão do Stefan e outra na mão de Sofia.

- Eu pretendo captura-lo antes que o conselho chegue o encontre.

- Então eu sugiro que comecemos logo - Sofia sorriu e eu me senti deixada de lado.

- E eu? O que você pretende fazer comigo? - minha voz finalmente se fez presente naquela conversa.

- Ella,você vai fica trancada nesse quarto para a sua própria segurança. Você é uma recém nascida alem de ser inexperiente ou seja é praticamente uma inútil - ele cruzou os braços e eu detestei o seu tom de voz, porque agir dessa forma tão repentinamente?

- Nossa o Tefinho esta de mal humor, relaxa Ella daqui a pouco ele vem se desculpar - Sofia passou um de seus braços pelo meu ombro e bebeu a cerveja.

- Eu ao melhor nós não temos tempo para isso. Se armem e me encontre no ponto sul da clareira pois eu não perderei meu tempo com vocês - Stefan colocou a cerveja em cima do criado mudo e saiu do quarto a batida da porta fez o comodo tremer novamente, fiquei confusa com essa situação e mais uma vez coloquei minha raiva pelo Martinez a frente de qualquer outro sentimento ou responsabilidade que estivesse a minha frente. 

- Acho melhor você ficar quieta aqui Ella, pode não parecer mas Stefan está preocupado com algo que talvez seja maior do que ele possa lidar - Sofia sussurrou e deu um beijo em meus cabelos antes de sair do quarto acompanhada de seu irmão me deixando mais uma vez em função dos meus pensamentos e incertezas.