Fanfic: Deadland | Tema: Originals, The Walking Dead
“O que tá acontecendo aqui é que um vírus desconhecido tomou conta do mundo. Mas dizem que o governo tá indo desenvolver uma cura... Espero mesmo!" - O sujeito de cabelos pretos e barba andou um pouco e avistou o horizonte, onde casas ao longe estavam incineradas. Demorei um tempo para processar tudo aquilo.... Depois de assimilar os acontecimentos, perguntei se ele sabia de algum lugar seguro. Tommy respondeu que, enquanto o governo não mandasse reforços, nenhum lugar estaria seguro. Mas concluiu que o melhor a fazer seria ir a alguma cidade pequena, e sugeriu Terrasul. Que ficava a uns 100 km dali. E pediu para que fossemos até a casa dele, pois pegaria algumas armas que ele tinha em casa e o carro dele para irmos até a pequena cidade. Após alguns minutos, chegamos na casa. Estava, como todas as outras, com um ar de solidão. Deixei a bicicleta na porta e, entrando, o homem foi à cozinha e veio com uma escopeta Spas-12 e uma Magnum em mãos. Reparei nas fotografias do lugar. Numa delas, meio rachada, Anthony estava com uma moça ao lado numa floresta. Pareciam felizes... Notando que reparei nas fotos, comentou que aquela era a esposa dele, que havia desaparecido em meio à uma multidão após o caos. Lamentei, ainda olhando a foto: "Sinto muito..." - Ele disse, saindo da sala: "Não sinta. Vamos..." - Nos dirigimos ao carro de Anthony. Nada mais do que uma Picape com um amarelo desbotado, e algumas ínfimas marcas de ferrugem na parte traseira. Ele pegou as armas e jogou na parte de trás aberta do veículo, jogando um cobertor surrado por cima delas.
Quando entramos na picape, joguei o cano enferrujado que peguei na padaria ao lado do banco do passageiro. E sentei-me na cadeira. O sobrevivente pegou a Colt .45 que havia escondido num dos bolsos e, subitamente, apontou para mim. Avisando: “Antes de irmos, é necessário que prometamos confiar um no outro. Ainda tenho esperança de ver minha esposa. Sinto que ela está viva... Você me ajuda que eu te ajudo, está certo? Posso confiar em você?” – Perguntou, com um ar cansado. – “Com toda certeza.” - Falei, com o pé de cabra à minha direita, escondido. Para o caso dele atirar. Felizmente, isso não aconteceu. O homem então ligou o carro e saiu da garagem, que tinha sua porta meio bamba e com um rastro de sangue. Estava jogada para o lado. Alguns metros depois de nos afastarmos de sua casa, bufou: “Ah, droga... A gasolina tá no final...” – Falei, olhando para o horizonte: “Há um posto à uns 15 km daqui. É só pegar aquele caminho ali.” – E apontei para uma estrada que, sem surpresas, tinha em seu asfalto mais rastros de destruição. Nos direcionamos então ao posto de gasolina... Mas, será que eu poderia mesmo confiar naquela pessoa que acabara de conhecer? Haveriam outros que não haviam sido infectados passando os mesmos problemas que havíamos passado?
Com a picape de Anthony, nos direcionamos rapidamente ao posto de gasolina que eu havia lhe dito. Foi um caminho que, apesar de rápido por serem apenas 15 km, pareceu-me uma eternidade. O dia havia acabado de dar as caras, porém já me sentia exausto. Suando de cansaço, afrouxei a gravata. Já não fazia tanto sentido usá-la como a usava em meu trabalho... Tentava olhar pela janela para aliviar nem que fosse um pouco minha tensão, que aliás crescia numa intensa progressão geométrica. Mas não adiantou muito, já que a paisagem se apresentava violenta e fúnebre. Definitivamente era melhor não olhar para fora. Tentei dormir um pouco para recuperar as energias, o que quase aconteceu. Não fosse um súbito solavanco na picape, que me acordou de um quase-sono. “Ah, não... Fala sério. Olha isso, Lucas.” – Lamentou ele, que num impulso, socou o volante. Com raiva latente. Sem entender e coçando meus olhos, olhei para a frente, me deparando com uma outra grande horda das mesmas criaturas que antes havíamos encontrado, andando num tenebroso movimento sem nenhum tipo de sincronismo. “E agora?” – perguntei alarmado. “Agora fugimos” – respondeu-me. Olhando para trás para se guiar e com uma mistura de raiva com confusão, o sobrevivente pisou fundo no freio, voltando o exato caminho que havíamos percorrido. "Não é possível! Estão em toda a parte!" - Pensei, ainda atordoado pelos acontecimentos passados, e mais ainda pelos que agora vinham aos nossos olhos. A morte se mostrava cada vez mais perto...
Do nada, a picape parou... Questionei o que havia acontecido. Olho para o painel do veículo e ainda havia uma parte de gasolina. Numa baixa voz, ele disse: "Melhor que olhe para trás... Vai entender." - Me virei lentamente. Não foi uma surpresa avistar a uma distância bem mais considerável do que os primeiros - mas ainda sim alarmante -, uma outra horda dos infectados, movendo-se sem sincronismo como o primeiro, porém andando um pouco mais rápido. Decidi emergencialmente que a melhor medida seria passar por cima dos andarilhos que bloqueavam o caminho do qual precisávamos passar - que estavam à alguns poucos metros de distância da picape -, "É loucura, Lucas!!" - Exclamou ele, olhando-me, de modo nervoso. "É o único jeito!!" - Berrei de volta. Mesmo que gastássemos uma quantidade preciosa de combustível naquele árduo processo e talvez pagássemos com nossa vida pela ideia que tive... Pisando fundo no acelerador como se o amanhã não existisse, Tommy atropelou os infectados num bizarro espetáculo de carnificina. Deixando toda a parte da frente numa escura cor vermelha, com resquícios de olhos e mãos no vidro da parte dianteira. O para-brisa do veículo teve grande dificuldade em limpar aquela nojeira toda. Depois de uma boa distância, paramos o carro para processar tudo aquilo que estava acontecendo e, após aquela loucura, nos recompomos e dirigimos até o famigerado posto de gasolina.
Depois de uns minutos finalmente chegamos ao lugar que, não diferentemente dos outros, apresentava grande devastação. Portas de abrir com sensor da loja de conveniência totalmente vandalizadas e pneus que queimavam em conjunto, produzindo uma fumaça que se mostrava de forma singular ascendendo ao céu expansivamente. Além de alguns carros parados com janelas quebradas e pneus arrancados compunham aquele horrível cenário, que agora fazia parte deste novo mundo que mostrava suas vis faces. Tommy não perdeu tempo e, como um raio, foi à parte de trás da picape e pegou dois jarros transparentes, se direcionando aos recipientes que guardavam o combustível. Falei que iria à loja de conveniência ver se poderia achar suprimentos, caso ainda houvesse algo que não foi saqueado por outros indivíduos que passaram antes de nós; ele concordou sem desgrudar os olhos dos jarros, balançando uma das mãos.
Desviando das portas já destruídas do lugar, me adentrei na pequena loja; que como já esperava havia sido surrupiada de forma agressiva, com gôndolas quebradas.
Balas de escopeta já usadas, dinheiro roubado do caixa e uma parede com os dizeres: “Não importa se você é rico ou pobre! Nesse mundo, você é só carne!" - Davam um ar apocalíptico ao estabelecimento. Olhando de relance pelo caixa achei umas barras de chocolate, alguns pacotes de salgadinhos e na geladeira - já sem tanto gelo – três garrafas de uísque numa temperatura ambiente. Juntei o que encontrei na loja em algumas bolsas que encontrei no caixa. Quando me direcionei à saída, ouço o barulho do que pareceu ser uma escopeta sendo recarregada, ouço então a voz de uma estranha, dizendo: “Quem é você?” – Pondo lentamente as mãos com as sacolas à cabeça, tento argumentar: “Calma, podemos conversar sem usar a força bruta. Ter um resquício de civilização é importante para não ficar louco nesse mundo que já tá louco” – Ignorando o que disse, ela prosseguiu em seu questionamento: “Eu vou perguntar mais uma vez... Quem é você?"
Saindo das sombras, uma mulher de cabelos longos - que aparentava seus 20 e poucos anos -, surge com uma expressão não muito amigável, e com sua escopeta menos amigável ainda. Me virei para a moça. Esta possuía os dois canos da Pump-Action apontados para mim, e falou que não hesitaria em atirar caso fosse necessário. “Eu sou Lucas, estou tentando passar por este mundo ileso, e aposto que você quer o mesmo, certo?”. E argumentei que não havia necessidade daquilo, e que poderíamos nos aliar. A mulher perguntou-me se eu estava infectado pelo vírus, fiz que não com a cabeça, ela ficou pensativa por alguns instantes ainda com sua arma em posição de combate mas, alguns segundos depois ela abaixou a arma. Me disse que estava apenas tentando sobreviver naquela loucura. O mundo havia se tornado exatamente isto desde aquele dia em que tudo mudou. Ela, que estava nervosa após a epidemia, decidiu atirar em qualquer coisa que se movesse para garantir sua segurança.
E completou dizendo que tinha suprimentos, pegando de uma das gôndolas uma bolsa. Esta possuía em seu interior alguns biscoitos, um pequeno número de garrafas de água e uma faca improvisada que tinha alguns remendos de fita isolante de cor preta. Respondi que havia um companheiro de sobrevivência que estava coletando alguns jarros de gasolina lá fora e que partiríamos logo, a moça enunciou que gostaria de ir conosco. Disse que achou a escopeta pendurada em cima do balcão, e a usou para defender-se de ameaças de infectados que surgissem. E, pelo que disse, a noite era quando número de criaturas aumentava em um nível frenético. Falou também: "Antes da epidemia eu trabalhava como professora de história, sabe? Mas como gosto de armas, decidi aprender o básico do básico. Só fui saber desse mal que transformava as pessoas em mortos-vivos quando o caos já havia se instalado." - E ajeitou o cabelo ruivo.
Após a mulher ter contado sua história, questionou sobre a minha. Falei então que trabalhava em um escritório. E completei: "Meu avô teve experiências com armas por ter servido no exército, então peguei um pouco do jeito aprendendo com ele..." - Fui interrompido por Tommy, que chamou-me e disse que finalmente havia coletado a gasolina e que o tanque estava cheio. Teríamos mais quilômetros para andar sem se preocupar com o combustível. Fui com a sobrevivente do estabelecimento até Anthony, que me perguntou quem era ela. Que se apresentou: “Ah, sim... Como estou esquecida... Esqueci de me apresentar. Sou Galadriel. E assim como vocês, tenho sobrevivido por um tempo.” E o cumprimentou. – Após todas as cortesias devidas e de Tommy ter se apresentado também, lembrei-os que deveríamos apertar o passo. Pois daqui à um tempo aquelas coisas poderiam se aproximar. Mesmo que andassem devagar, em bando eram vitalmente perigosas.
Então entramos na picape e, antes que Galadriel entrasse, Tommy questionou baixo para mim: “Tem certeza que pode confiar nela?” – Fiz que sim com a cabeça, e complementei: “Ela se mostrará confiável, afinal não há muitos de nós humanos por aí. Cada indivíduo que houver será valioso. E ela sabe disso." - Ele concordou comigo num gesto rápido, enquanto nossa nova parceira entrou no carro, carregando sua bolsa, dela retirou um walkie-talkie meio obsoleto com uma série de fitas isolantes cinza grudadas no mesmo, e nos mostrou dizendo que poderia haver alguém que respondesse. Anthony não botou muita fé naquilo e argumentou que era um velho rádio, e que não funcionaria. Ela respondeu que havia dado alguns chiados um dia atrás, mas isso não o convenceu. Tinha uma expressão que indicava que felizmente não ouviu a conversa. Tinhamos uma nova sobrevivente à bordo.
Autor(a): GreenBaggins
Esta é a unica Fanfic escrita por este autor(a).
Prévia do próximo capítulo
Depois de descarregar os suprimentos, Galadriel questionou aonde estávamos indo. Tommy falou que nos direcionávamos à Terrasul, a alguns quilômetros. A moça consentiu, então o automóvel foi ligado e nos dirigimos à Terrasul sendo acompanhados pela paisagem que não mais me assolava tanto, poré ...
Capítulo Anterior | Próximo Capítulo