Fanfic: Bang - Trendy(Terminada) | Tema: Trendy

Algumas semanas depois, Alfonso acaricia meu rosto enquanto ficamos juntos, suados e ofegantes. "Você é linda."

Eu coro com o elogio. Eu nunca me considerei bonita e nem tenho mais ninguém. Então eu não posso acreditar que ele realmente acha isso, mesmo que ele tenha dito no dia em que nos conhecemos. Não sou eu, é essa pessoa ousada que me torno quando estou aqui. Não a verdadeira Dulce. É o clube Dulce que toma as coisas em suas próprias mãos e se atreve a ser sexual e selvagem. Deixar um homem amarrá-la e transar com ela na frente de um clube cheio de gente. Mas mesmo que não seja verdade, é bom ouvir. "Obrigada."

"Você sabe, além de ser um artista e cresceu em uma cidade pequena, nunca me contou nada sobre si mesmo", diz ele.

"Você percebeu?"

"Por que não?" Sua voz não é acusadora, apenas curiosa.

Eu sacudo minha cabeça. "Por que arruinar isso?"

Sua mão bate no meu quadril e ele me puxa para mais perto. "Me dê algo. Qual é a sua profissão?"

Eu engulo, minha boca seca. "Eu trabalho em um estúdio de fotografia."

"E você gosta de fazer isso?"

"Eu faço", eu digo, assentindo. "Embora eu prefira fazer meu próprio trabalho."

"O que você fotografa?"

Eu mudo, então estou mais cheio do meu lado e tocando-o um pouco menos. Nunca me senti muito à vontade falando de mim mesmo, e a maneira como Alfonso está olhando para mim - como se fosse a coisa mais interessante que já ouviu falar-me deixa nervosa. “Eu faço fotografia ambiental. A maioria das pessoas chamaria de paisagens, mas não são apenas paisagens. Becos, estacionamentos, quartos, seja o que for.”

"Por quê?"

“Porque você pode dizer muito sobre um lugar apenas olhando. Não são apenas as pessoas que compõem um lugar. Tem seu próprio caráter. Isso influencia você tanto quanto você o influencia.”

Sua mão acaricia meu ombro até meu cotovelo. "Eu gostaria de ver um pouco do seu trabalho algum tempo, se você me deixar."

"Talvez."

"Eu posso ir para onde você quiser."

Eu olho para ele. "Você quer dizer não aqui?"

Ele sorri aquele pequeno sorriso que eu amo. "Sim. Por mais que eu goste do que temos aqui no clube, e eu quero, eu não quero apenas ver você aqui.”

"Oh"

"A menos que seja apenas o que você quer?" Seu sorriso vacila.

Meu coração está subitamente batendo. Se ele me vir quando não estiver neste ambiente, não será o mesmo. Ele não vai gostar de mim da mesma maneira. Ele verá minha vida pequena e chata. Ele vai ver o quão mediano eu sou. Ele verá tudo o que faz minha família querer que eu volte para casa e exista em sua bolha. Eu gosto - não, eu amo o que temos muito para deixá-lo ver essa parte de mim. Porque eu não quero que isso acabe, e se ele me vê pelo que eu realmente sou, então vai. Eu não estou pronto para isso.

Sentindo que algo está errado, Alfonso me puxa para mais perto e pressiona um beijo no meu cabelo. “Eu gosto de você, Dulce. Muito. Eu não quero que isso seja limitado a apenas sexo no meu clube. Eu quero te levar em encontros. Eu quero te levar ao cinema. Eu quero que você me leve com você quando você fotografar alguma coisa.” Ele se afasta e olha para mim. "Eu quero saber mais sobre você do que seu corpo."

Ele me abraça perto de novo, e eu deixo. Eu não sei o que dizer. Estou preso entre um intenso desejo de conhecê-lo também, querer todas aquelas coisas que ele acabou de dizer e a realidade de que essas coisas nunca podem acontecer. Eu não sou boa o suficiente, não é glamorosa o suficiente para eles. Então, em vez disso, eu o beijo e deixo que ele me beije de volta. Ele pode interpretar aquele beijo como quiser, mas eu vou saber a verdade.

Eu fecho meus olhos quando ele rola sobre mim e começa a descer pelo meu corpo. Se esta é a última vez que posso ficar com ele, eu também posso aproveitar. Mas como posso quando cada beijo que ele pressiona contra a minha pele parece um beijo de despedida?

**

Eu normalmente não durmo no clube, mas eu me deixei desta vez. Foi bom demais deixá-lo ir. Especialmente desde que eu sei que não posso voltar. É melhor assim. Nós dois ficaremos mais felizes lembrando do tempo que passamos aqui juntos, em vez de ficarmos insatisfeitos com o conflito que nossas vidas reais trarão.

Alfonso está dormindo a meu lado e eu tenho que ir devagar, com cuidado, para não o acordar. Eu recolho minhas roupas, como elas são, e as coloco. Olhando para o relógio, está perto das quatro da manhã. O clube ainda está aberto, mas mal. Eu posso pegar meu casaco e chaves. Embora eu suponha que se o clube estivesse fechado, eu poderia consegui-los sozinho.

Há uma faixa da lua caindo no peito de Alfonso, e a maneira como ela contrasta com a pele dele é gritante. Mesmo que eu tenha dito a ele que faço paisagens, meus dedos estão coçando pela minha câmera. Este é um retrato que eu gostaria de tirar. Então, tento memorizá-lo da melhor maneira possível: a barba escura no rosto e a maneira como o cabelo dele está bagunçado por causa do sono e do sexo. A maneira como a lua está brilhando em sua pele, criando sombras que eu adoraria traçar com meus dedos. A maneira como ele ainda está esticado, alcançando para mim mesmo que eu não esteja mais lá.

Eu tiro meus olhos para longe dele porque não posso arriscar que ele acorde e pergunte aonde estou indo. Eu não posso. Porque eu não sei o que eu diria. Então eu não direi nada. Ele sabe o meu nome e que eu trabalho em um estúdio de fotografia. Ele pode ser capaz de me encontrar se ele realmente quiser, mas ele não vai. Porque isso vai doer. Eu sei que vai porque a dor já está se infiltrando no meu peito. Aumenta a cada passo que dou. Eu coleciono minhas coisas do cheque de casaco e vou para o meu carro.

Parece que há um peso no meu peito enquanto eu dirijo para casa, e está praticamente me esmagando quando subo na minha própria cama, sem me importar em trocar de roupa. Desta vez foi incrível. Eu tenho que ser alguém que não existe. Eu sempre me lembrarei dessa maneira. Mas não é real. Nada disso era real. Melhor algo preservado que quebrado para sempre.

Eu me enrolo em volta de mim, pressionando minhas mãos no meu peito para aliviar a crescente pressão ali. É melhor assim.