Fanfic: Meu Marido É Um Anjo Da Guarda | Tema: Romance , Comedia
__Quero voltar a ficar aqui com você Lucy. Ela parou de trabalhar nas pedras que eles estavam fazendo ao colocar concreto em um molde. Quando o projeto estivesse terminado, as pedras artificiais formariam uma trilha até o miniparque que Natsu estava montando para Lucy, à beira do lago.
Ele tinha razão quanto ao poder da “Mãe Natureza” em amenizar o estresse da mente e do corpo. Porém, estava exagerando quanto ao motivo de querer voltar a ficar em sua casa.
__Acho que está encarando dois acidentes simples como algo grave demais, Natsu.
__ A prateleira da loja de calçados pode até sido um mero acidente, mas e quanto ao elevador?
Lucy suspirou. Haviam falado sobre aquilo dezenas de vezes desde o incidente, duas semanas antes, mas Natsu se recusava a ver a situação como algo que poderia ter acontecido a qualquer pessoa.
__O pessoal da manutenção disse que foi um simples defeito de funcionamento. Assim que detectaram o problema, conseguiram consertá-lo em questão de minutos.
__ Um mero defeito que simplesmente quase a matou -ironizou ele.
__ Só que eu não morri, Natsu. – Tocou o braço dele. -E agradeço a você por isso. Natsu despejou o restante do cimento no molde e andou até o novo banco que haviam instalado no miniparque algumas horas antes. Sentando-se nele, apoiou um tornozelo sobre o joelho da perna oposta.
__Não me agradeça ainda – disse-lhe. __ Algo me diz. Que o risco ainda não acabou.
__Ei, não acha que está sendo pessimista? – Lucy sentou-se ao lado dele. __ Gosto mais de seu lado bem-humorado.
Sem duvidas, Natsu havia sido a alma da festa na casa de repouso, quando eles foram visitar Rowena, no último final de semana. Ele entretivera todos contando piadas e ensinando um estranho jogo onde se usavam plumas, em vez de cartas.
__Essa casa é bem antiga e a fiação elétrica precisa ser substituída. E se ocorrer um incêndio e eu não estiver aqui para protege-la?
__Natsu, pelo amor de Deus! Não vai acontecer nenhum incêndio. E mesmo você que acontecesse, o alarme me avisaria a tempo. Afinal, você instalou dois em cada andar.- Sorrindo, acrescentou: __ Além do mais, tenho mais receio de que a casa se incendeie quando você estiver cozinhando do que em algum outro momento. Ficarei segura se você continuar no apartamento.
Seguiu-se um longo silencio entre eles. Ótimo, lá estava Natsu fazendo-a sentir-se culpada, sendo que ela nem fizera algo errado.
__Vai se sentir melhor se eu pedir para um eletricista examinar a fiação? – Lucy perguntou.
Natsu deu de ombros.
__Ajudaria. __Depois de observar a água tranquila do lago durante algum tempo, ele disse. __ Estive pensando sobre aquilo que você falou a respeito de uma mulher haver interferido em seu noivado com Nathan Gerald. Não existe desculpa para a traição.
Lucy sentiu uma onda de esperança preencher se coração. Estaria ele arrependido pelo que fizera? Não, não acreditava que isso fosse possível.
__ Veja só quem fala -replicou. __ O mesmo sujeito que trapaceou a própria tia naquele estranho jogo de plumas.
__Fenuki – lembrou ele.
__Seja lá o que for, você ignorou as regras, exatamente como fez durante nosso noivado.
__Não era eu, Lucy . -Ficou de pé, olhou para ela.- Não sou Nathan, nem nunca fui.
__ Se está sugerindo que reatemos o noivado, pode esquecer. Eu sei que assim que você recuperar a memória voltará a agir como antes.
Lucy cruzou os braços. De súbito, a visão do miniparque que ele construirá pareceu um mero sonho para ela.
__ Acha mesmo isso?
Ela assentiu. O que mais ela poderia pensar?
Natsu segurou-lhe as mãos, fazendo-a ficar de pé.
__Nathan não existe mais, Lucy. Ele se foi. Nathan está morto, querida. Sou exatamente como você está vendo e continuarei sendo assim enquanto estiver aqui
Lucy mordeu o lábios.
__Como sabe? Por favor, não faça promessas que não poderá cumprir.
Natsu segurou as mãos dela com mais firmeza.
__Farei duas promessas a você, e irei cumpri-las. __ Quando Lucy tentou se afastar, ele tocou o queixo dela com delicadeza, fazendo-a olhá-lo novamente. __ Primeiro, prometo que, por não ser Nathan, nunca a magoarei como ele magoou.
__ Isso é irrelevante, já que não estamos mais noivos. Ignorando o sarcasmo, Natsu continuou.
__ minha segunda promessa é sempre estar perto de você e protege-la. Farei o que for preciso para isso.
Notando que o tom de Natsu se tornara sério demais, Lucy tentou amenizar a tensão.
_ É para isso que servem os anjos da guarda- gracejou, afastando-se dele e indo até a beira do lago.
Natssu a seguiu, parecendo se entusiasmar de repente.
__E exatamente isso! Sou seu anjo da guarda. Se bem que,no estágio inicial, somos chamados apenas de protetores. Lucy suspirou. Teria de mencionar aquilo ao médico. Não era preciso ser um especialista para ver que Natsu estava começando a ter delírios.
__ Facilitaria muito meu trabalho se você me deixasse mudar para cá. Assim, eu poderia segui-la para onde quer que vá.
__Ouça, Natsu, só porque aconteceu de você estar na hora e no lugar certo quando sofri aqueles.... incidentes, não significa que se tornou meu... protetor pessoal!
Ao perceber quanto ela se alterara, Natsu a abraçou com carinho. Apenas da indignação, Lucy não tentou se afastar dele. Nem mesmo ao sentir os lábios de Natsu em seus cabelos.
__Não faz ideia de quanto seu bem-estar é importante para mim – Natsu falou. __ E juro que não é apenas por causa das asas.
Lucy levantou a cabeça com relutância.
__ O quê?
__Lucy, estou lhe dizendo a verdade. Se pensar com cuidado, acabará entendo porque certos detalhes que lhe pareceram estranhos farão sentido de repente. – Beijou-a no rosto. __ Às vezes, é preciso ouvir seu próprio espirito e aceitar a verdade que se mostra diante de seus olhos. Precisa acreditar em mim.
Naquele fim de semana, durante o piquenique dos funcionários da empresa, em um clube de campo, Natsu tentou se manter sempre próximo de Lucy, mas ela insistiu em não quere tê-lo por perto.
Pegando um cachorro-quente na barraca de lanches, colocou nele uma generosa porção de mostarda e Ketchup e mordeu o sanduiche. Se ao menos conseguisse descobrir a origem da ameaça a Lucy...
Olhou em volta, observando algumas pessoas acompanhando os filhos em jogos e brincadeiras na piscina. Outros, como ele próprio, estavam perambulando pelo lugar, tentando fazer amizades ou dar a impressão de que estavam se divertindo. Sentiu que se encaixava apenas nesse ultima categoria.
Haviam cumprimentado sua secretaria ao chegar e os dois conversaram um pouco sobre assuntos triviais. Natsu chegou a cogitar se não seria ela a amante de Nathan, mas deixou a ideia de lado. Donna nunca demonstrara nada além de interesse profissional por ele.
Um homem baixo e corpulento veio em sua direção. Havia algo familiar no rosto dele. Decidindo que seria melhor conversar com alguém do que ficar ali parado, sem fazer nada Natsu se dirigiu a ele.
Porem, assim que o viu o homem praguejou. Só então Natsu se deu conta de que tivera um encontro desagradável com ele, no bebedouro da empresa.
__Acho que não fomos apresentados – disse a ele, esperando não se trata de um velho conhecido de Nathan.
__ E porque deveríamos ser ? Você nunca teve motivo para se dirigir a mim antes. Mas agora que estou de olho em você parece ter percebido que temos mais em comum do que parece à primeira vista.
Decidido a não se deixar levar pelo mau humor do desconhecido, Natsu estendeu a mão.
__ Sou Natsu
__ Sei muito bem quem você é.
Em vez de aceitar o cumprimento, o homem enfiou as mãos no bolso, deixando Natsu com a mão estendida.
__ É o sujeito que acha que pode conseguir tudo que quer só porque está noivo da filha do patrão.
Natsu passou a mão pelos cabelos.
__ Se ainda está aborrecido por você estar colocando a empresa e o meu emprego em risco!
Ao notar que ele se alterara, chamando a atenção de algumas pessoas, Natsu fez sinal para irem até um canto mais reservado. O homem o seguiu, antes de voltar a falar.
__Trabalhando na contabilidade da Panificadora há trinta e seis anos. Comecei como ajudante do departamento e fui conquistando novos cargos até chegar à gerencia do setor. Tenho cinquenta e quatro anos Sr. Natsu, e estou velho demais para conseguir outro emprego se eu for despedido por causa de seu plano sórdido.
Natsu se parabenizou pela dedução correta de que ele trabalhava na contabilidade da empresa. Com um pouco de sorte, Nahum também anotaria esse ponto positivo em sua ficha.
__Qual é mesmo seu nome?
__ Peter Tackett. Provalmente já coloquei meu emprego em risco ao confronta-lo dessa maneira, mas se vou perder de uma maneira ou de outra, prefiro pelo menos não desistir de lutar.
__ Não estou entendendo. O que o faz pensar que vai perder seu emprego e por que disse que a empresa está correndo risco?
Peter pareceu desconfiado a principio, mas ao ver a expressão de Natsu, chegou à conclusão de que ele estava sendo sincero.
__Está querendo dizer que não sabe do furo em seu plano na fusão das empresas?
__Que furo?
Peter se aproximou mais e abaixou o tom de voz.
__Se a fusão for realmente levada a cabo, entregará a panificadora Barnet’s ao monopólio de outra corporação. Sempre que isso acontece, todos os funcionários da gerencia e da contabilidade são trocados. E isso diz respeito a mim.
Natsu sentiu uma estranha onda de náusea. Teria Nathan colocado a empresa em risco deliberadamente? Lembrou-se dos dados diferentes que vira nas duas pastas e teve a impressão de que deveria haver algo muito sinistro por trás de tudo aquilo.
__Poderia ir ao meu escritório na segunda-feira de manhã? Quero analisar alguns documentos com você.
Peter pareceu mais animado de repente.
__ Claro – respondeu. __ Chegarei lá bem cedo.
__Está se divertindo?
Ao voltar-se, Lucy se deparou com Natsu oferecendo um balão de gás a ela. Aceitou-o, prendendo a linha em torno dos dedos.
__ Isso deveria ser para as crianças.
Natsu sorriu.
__ Eu disse à mulher que tinha dez anos e ela acreditou em mim.
Lucy sorriu. Talvez ela própria também tivesse acreditado se estivesse no lugar da mulher. Seria impressão sua ou o sol parecera se tornar mais quente?
Algumas crianças que brincavam de pega-pega se aproximaram correndo e esbarraram em ambos.
__ Oh, não – disse Lucy. __ Acho que já vi esta cena antes e isso não me agrada nem um pouco.
Natsu assentiu com um sorriso, lembrando-se do incidente na loja de calçados. Porém, o único dano causado pelas crianças foi fazê-la soltar o balão sem querer.
__ Sinto muito...
__ Tudo bem – falou ele. __ Sempre que isso acontece, agita um pouco as coisas lá em cima. -Sorrindo, explicou:
__ Voce não faz ideia de como todos disputam para ver quem vai estourar o balão primeiro.
Lucy sorriu, apreciando o lado bem-humorado de Natsu.
Estava cada vez mais convencida de que ele fora sincero ao dizer que mudara e que não voltaria a ser como antes.
__ Continua me provocando com essas historia, não é?
__Claro que não. -Aproximando-se mais, ele disse: __ Se eu quisesse provoca-la, faria isso de outra maneira, e não com palavras.
Lucy sentiu o coração acelerar. Umedecendo os lábios, Natsu continuou:
__ Eu começaria por seus lábios, beijando-a até deixa-la sem folego e transformar suas palavras de protesto em gemidos de ansiedade. Depois eu a beijaria bem aqui...
Tocou o dedo no queixo dela, fazendo Lucy estremecer.
__ Depois eu a abraçaria e .... – Deslizou o dedo até o primeiro botão da blusa dela e manteve ali, sem completar a frase.
Lucy sabia que deveria dizer algo que o fizesse parar com aquela doce tortura, mas simplesmente continuou a fita-lo nos olhos.
__ E antes que você se cansasse disso eu desabotoaria...
__ Ei, Lucy! – Elisa se aproximou, ofegante. – A banda de musica vai chegar em breve e seu pai quer saber onde eles deverão montar o equipamento.
Aproveitando a bem-vinda interrupção, Lucy se afastou de Natsu.
__Eu, hum... Pode deixar que eu mesma darei a resposta a ele – Anunciou, afastando-se pela gramado.
__Ken me disse que você sugeriu alguns argumentos interessantes para desfazer o acordo de fusão.
__Bem, falei apenas sobre algumas questões básicas a respeito de não ser aconselhável querer ter mais do que o suficiente nos negócios. Meu próximo passo será tentar dissuadi-lo da transação.
O sorriso de Elisa desapareceu no mesmo instante.
__ Mas isso é loucura! Está querendo arruinar tudo que fizemos ao longo dessa negociação? Esta maluco, Nathan?
__Não. Muitas pessoas podem até pensar isso, mas apenas deixei de me lembrar de algumas coisas depois do acidente.
Elisa estreitou o olhar.
__Tudo bem, entrarei no jogo. Mas acho que está levando essa história de amnésia longe demais.
__Como assim?
Ela meneou a cabeça, com ar de desaprovação.
__Vi muito bem o modo como olhou para Lucy e o que estava fazendo.
Natsu não se sentia culpado por haver flertado com Lucy, mas também não fizera aquilo para os outros ficarem olhando.
__Bem, nós estamos noivos, não estamos?
__Pode parar com essa história de amnésia comigo. Nathan. -Ela colocou as mãos na cintura. __ Eu o conheço muito bem. Vamos andar um pouco para facilitar minha digestão. Acho que comi hambúrgueres demais.
Dizendo isso, passou a mão pelo braço dele e começou a seguir em frente. Mesmo achando a atitude dela estranha, Natsu a acompanhou, disposto a descobrir mais detalhes sobre Nathan.
As últimas semanas haviam sido tranquilas e Lucy não sofrera mais nenhum acidente. Esperava que ela ficasse bem durante sua breve ausência.
Quando chegaram debaixo de uma arvore, Elisa parou e se voltou para ele.
__ E então? Ligou para Otto?
Natsu parou de repente, para evitar colidir contra ela. __ Otto Hoskins?
__Quem mais poderia ser? Deixei o bilhete para você há semanas. Não me diga que ainda não falou com ele?
Bem, isso respondia uma das perguntas, concluiu Natsu. Mas não esclarecia o que ele tinha de falar com aquele homem e por que Elisa estava envolvida na historia.
__Eu, hum... Andei muito ocupado.
__Sim, eu sei. Teve de se recuperar e tudo mais. Mas não podemos perder mais tempo se quisermos deixar tudo pronto antes da assinatura do acordo.
Ela andou de um lado para outro, parecendo agitada. Voltando-se de repente para Natsu, apontou-lhe o dedo em riste ao dizer:
__ E você mantenha a boca fechada e pare com essa maluquice de encher a cabeça de Ken com ideias de manter a empresa como está.
__ Mas não é maluquice. Ken concordou com minhas ideias quando expliquei os motivos a ele.
__ Nathan, pense, querido. -Ela tocou a têmpora com a unha perfeitamente manicurada. __É provável que essa fusão das empresas seja a única chance que teremos de manter o controle da companhia.
Natsu ficou boquiaberto, mas fechou logo a boca. A situação estava ficando mais complicada a cada minuto.
__Pense na quantidade de roupas finas que poderá comprar – continuou Elisa. __ Não viagens. nos carros... Estou pensado até em comprar uma mansão, onde poderíamos passar uma parte do ano. Não é isso o que quer, Nathan?
Ele enrijeceu o maxilar
__ Não sou Nathan. Meu nome é Natsu.
__ Essa sua amnésia está precisando de uma cura. – Elisa enlaçou os braços em torno do pescoço dele. __ Talvez isso o ajude a se lembrar...
Natsu arregalou os olhos quando ela colou os lábios aos dele. Segurando-a pelos pulsos, tentou afastá-la, mas Elisa parecia determinada a ir até o fim.
__Natsu? Passou o dorso da mão nos lábios. Aturdido, viu o sorriso de Lucy sumir de imediato, juntamente com a confiança que ele conseguira conquistar por parte dela, nas ultimas semanas. A lembrança da expressão desapontada de Lucy o seguiria por no mínimo mil anos. E até mesmo então ele tinha a impressão de que não seria menos dolorosa.
Autor(a): aelita
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No dia seguinte, Lucy não saiu para meditar pela manhã, como aprendera a fazer com Natsu, nem o acompanhou na visita semanal a Rowema. Àquela altura dos acontecimentos, não aguentava mais ouvir desculpas. Depois de abrir um dos armários de debaixo da escada, começou a passar o aspirador nas prateleiras. Precisava preencher o tempo c ...
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