Fanfic: Between Seas | Tema: piratas, pirates, lauren jauregui, halsey, camila cabello, ariana grande, camren
—Me desculpe mas, quem lhe perguntou alguma coisa? -Praticamente cuspo as palavras diante da garota de cabelos ondulados
Eu já estava na merda demais para ter paciência para uma mulherzinha me dando conselhos sobre novas opções de carreira como costura ou dona de casa
—Me desculpe mas, a sua educação afundou junto ao seu navio Jaguar? -As palavras me tocam em cheio
E somente então minha mente fica mais clara, analiso a garota de cima a baixo percebendo que ela não poderia se tratar de uma camponesa. Aliás, qual camponesa viveria aqui em meio aos piratas, assassinos e prostitutas? O álcool está começando a foder com a sua cabeça Lauren
—Como sabe meu nome? -Pergunto prestando atenção em seus movimentos
Estava com medo de ser mais alguma armadilha, afinal o que está ruim sempre pode piorar
—Difícil seria eu não sabe-lo capitã -A mulher me responde tocando na aba de seu chapéu e a dobrando para baixo com leveza em uma espécie de cumprimento e chacota
—Sabe como é, as notícias voam por aqui, para as pessoas importantes. Claro -Ela diz como que em uma explicação
A mulher se senta ao meu lado pedindo para Gibson uma dose para ela e outra para mim
—Sinto muito pelo seu navio, era uma ótima embarcação -Ela diz levando a bebida aos lábios
Nego com minha cabeça enquanto repito seu ato, estava cansada de fingir não me importar, alguém poderia por favor parar com esse assunto?
—Minha mãe não me instruiu a ouvir conversas alheias, mas me instituiu a beber sempre que tivesse a oportunidade e bem, não pode deixar de ouvi-la enquanto isso -Ela diz entre goles
—Sabe, sou imediata de um dos navios atracados no Porto de Punta della Guardia e iremos partir em breve. Poderia leva-la para conversar com o capitão -Ela termina
—E porque faria isto? -Retrucou
—Porque você possui experiência e seria útil para nós, pelo menos enquanto não arranja um novo navio e tripulação -Ela responde sem se ofender com minha grosseria
—Prazer, Camila -A mulher me estende a mão sorrindo simpática
Toco sua mão em um aperto leve enquanto me questionava sobre isso. Boas oportunidades não caem do céu, qual seria seu plano?
—Sei o que está pensando -Ela diz quebrando nosso silêncio e quase me fazendo engasgar com o álcool
—Eu também reconheço que em dias como hoje é necessário desconfiar de tudo. Mas estou apenas fazendo a você algo que alguém fez por mim anos atrás -Seus olhos analisavam os meus me deixando tensa
Pedi um minuto para pensar e aproveitei para sair dali e caminhar um pouco, refleti sobre minhas recentes escolhas que por pouco não me levaram ao fracasso muito antes da tempestade. Sobre como as coisas simplesmente desmoronaram em minha cabeça em semanas e como seria minha vida daqui em diante.
Aqui estava eu, uma capitã. Sem tripulação e sem navio
—Certo, eu aceito -Digo caminhando apressadamente pelo bar
Avistando a morena exatamente onde havia a deixado
—Antes tarde do que nunca -Ela diz se levantando e parando a minha frente depois de jogar algumas notas no balcão sem nem ao menos se preocupar com o preço da conta
—Vamos -Ela me chama para fora
—O navio está atracado no Porte de Punta della Guardia -Completa
...
Caminhamos em meio aos marujos que iam e vinham com suas mãos carregadas, desembarcando e embarcando coisas nos navios ali ancorados. Me lembrei da última vez que estive aqui com meu Esmeralda e senti meu peito pesar enquanto seguia a mulher que caminhava um tanto apressada, com seus cabelos castanhos balançando em suas costas conforme seus movimentos, notei a pistola presa a sua cinta e também o anel de ferro em seu dedo, desde quando piratas usavam algo que não fosse prata e ouro?
—Certo, tente não cavar sua própria cova nos primeiros 5 minutos -Deu comentário saiu de uma forma ácida mas um sorriso brincava em deus lábios me deixando em dúvidas se aquilo era uma crítica, aviso ou brincadeira da francesa
Sim, francesa! Sua voz não me deixava enganar, por mais que fosse comum forjar sotaques por essas bandas aquela precisa não ser uma farsante, sua voz era carregada em todas as palavras e expressões, até mesmo seu andar me recordava aos franceses, eu poderia estar extremamente enganada mas poderia jurar que aquela mulher havia nascido e crescido em berço francês
Assim que paramos em frente a embarcação senti minha pele se arrepiar, o brigue era completamente negro e relativamente mais alto que os outros navios ali atracados, se pudesse comparar diria que era maior até mesmo que Esmeralda
—Imediata -Um homem cumprimenta Camila assim que ela pisa no convés comigo ao seu encalço ela acena com a cabeça para o homem que volta a amarrar a corda em torno do mastro
Se por fora o navio já parecia amedrontar por dentro o ar parecia até mais rarefeito, a tensão era grande e toda a embarcação negra com detalhes em ferro empunhava o respeito a ser propagado diante ao seu capitão. Eu me sentia com uma sensação de que conhecia aquele brigue mas se questionada não saberia dizer ao certo de onde, mas uma coisa era clara em minha mente, aquela embarcação pertencia a um capitão temido e respeitado, certamente mais importante do que eu
—Finalmente apareceu Cabello, cheguei a pensar que teria que ir sen você -A voz reverberou de dentro da cabine do capitão, que estava escura e com a porta entre aberta
—Se ousasse fazer isso -A francesa ameaça em uma brincadeira que ao meu ver era muito abusada e arriscada mas a pessoa entre as sombras apenas emite uma risada harmoniosa
Denunciando para mim que aquele navio não era comandado por um capitão e sim uma capitã. Minha mente se embaralha diante do esforço que me obrigo a fazer para pensar em todas as capitãs ao qual o nome alguma vez chegou aos meus ouvidos, mas diante de um mundo tão retrógrado e machista poucos nomes além do meu me vieram em mente
—Não pode ser -Digo baixinho a mim mesma assim que ligo os pontos
Ao mesmo tempo que passos eram ouvidos dentro da cabine, cada vez mais próximos da porta
...
—Hals, essa marujo gostaria de entrar pra o time -Camila diz assim que a mulher aparece no batente da porta
De roupas de couro, botas imponentes e um grande chapéu de capitão na cabeça. Ela se apoia ao batente, me analisando
—Capitã -Digo mas minha voz saiu falha
Ótima hora para perder a voz Lauren, pigarreio na tentativa de melhor meu estado e ela me olha curiosa
—Capitã -Digo novamente, agora com toda a minha voz
—Pois bem, capitã -Ela começa a dizer me deixando tensa
—O que raios faz no meu navio? -Sua pergunta é cortante
Sinto vontade de xinga-la
—Nada -Digo dando as costas a hipocresía em pessoa
Se ela pensava que eu iria me arrastar aos seus pés apenas para conseguir navegar ela estava muito enganada
—Esmeralda afundou -Camila diz para Halsey ao mesmo tempo que segura firme meu pulso, me impedindo de ir
Como eu sabia que aquela era a famosa capitã romena? Bem, quem além de mim comandava um navio e usava saias? Que eu sabia, só ela
—O galeão? Que pena, imagino que era um ótimo meio de transporte. Não tão rápido como um brigue, é verdade, mas com maior capacidade para cargas -Ela divaga
—Enfim, não importa. Eu estou me retirando -Digo assim que sua imediata me solta
—Porque? Camz disse que você iria ficar -Ela pergunta e depois suspira negando com a cabeça
—Esquece. Ela é apenas um tanto engraçadinha demais, você não será uma maruja -Me diz encarando minhas roupas
—Verdade que não a trataremos como visita, e em um navio não é permitido mais de um capitão, muito menos no meu. Mas não vejo problema em você ficar aqui como uma colega de profissão -Termina saindo por completo de sua cabine e caminhando pelo convés
Resolvo não dizer nada, era melhor ficar, mas isso não queria dizer que estava de acordo. Eu apenas não possuía uma opção mais atraente no momento, ou melhor, eu não possuía nenhuma outra opção no momento. Parabéns Lauren Michelle, você chegou ao fundo do poço
Autor(a): plluxe
Esta é a unica Fanfic escrita por este autor(a).
Prévia do próximo capítulo
Observei uma, duas, três vezes a escultura de ferro fundido a minha frente. A serpente esculpida ao redor do timão possuía a boca aberta e dentes afiados, se enrolando por todo o comprimento da peça e com olhos brilhantes. Aquilo era...esmeralda? Pisquei atordoada diante da peça, sem saber o que dizer a romena ao meu lado sem que ela cort ...
Capítulo Anterior | Próximo Capítulo