Fanfics Brasil - V Between Seas

Fanfic: Between Seas | Tema: piratas, pirates, lauren jauregui, halsey, camila cabello, ariana grande, camren


Capítulo: V

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Navegamos durante longas horas que já estavam a me deixar louca, eu não aguentava mais ficar parada assistindo a todos fazerem algo enquanto eu não podia se quer ajuda-los sem que alguém jurasse que iria perder a cabeça por isto. O que chegava a ser cômico já que eu não era feita de cera e a capitã parecia nem recordar de minha existência por aqui. Ela transitava para lá e para cá não se importando com o que eu fazia ou deixava de fazer, enquanto a intermediária Cabello guiava o barco e Verônica andava de um lado para o outro entregando a comida para os demais marujos junto a alguns 3 ou 4 homens. Em minha concepção a garota deveria ser uma espécie de auxiliar da capitã, agora com seus longos cabelos castanho claro amarrados em um rabo de cavalo eu podia contemplar a visão de uma marca escura em seu pescoço, senti meu sangue se esquentar, a conhecia a pouco tempo mas já estava mais do que pronta para acabar com a raça daquele filho da puta que havia lhe feito aquilo


—Não vai comer? -Um dos homens ne pergunta, estendendo-me um prato fundo com algo que parecia ser ensopado de peixe


Não queria fazer desfeita, mas ao mesmo tempo não estava sequer com um pingo de fome. Peguei o prato de sua mão e caminhei para o castelo, me sentando por ali no chão e começando a tomar algumas colheres do ensopado, me recordava algum sabor familiar. Teria sido feito por Verônica?


Após tomar cerca de metade do conteúdo finalmente permito-me levantar e ir até a borda do brigue, jogando o restante ao mar e torcendo para que ninguém se sentisse ofendido por isto. Coloquei o recipiente sobre um dos apoios do castelo e encarei o horizonte.


Estávamos cercados pela imensidão azul, não havia mais como voltar atrás. Fechei meus olhos e respirei fundo aquela brisa salgada


...


Assim que minhas pálpebras se abriram foquei no azul a minha frente e no cheiro de romã que estranhamente havia tomado conta de minhas vias respiratórias. Pisquei algumas vezes para me acostumar a claridade e senti uma forte dor em minha cabeça, em que caralhos eu havia batido?


—Não precisa, parece que acordou -Escuto uma voz dizer ao longe


Olho em volta não vendo nada mais que o céu azul, mas a minha frente um outro azul reverberava, e parecia muito mais...próximo


—Ei ei ei, fique onde está -A voz diz entre vários ruídos que pareciam incompreensíveis


Agora eu podia ouvi-la com maior clareza, mas mesmo assim ela parecia longe


—Não queremos que tenha uma concussão -Diz agora mais próxima


Balanço minha cabeça sentindo uma dor insuportável no interior da mesma e percebendo uma respiração acima da minha, esforço-me para focar na imagem a minha frente e recordar-me dos últimos minutos. Em vão


—Concuoque? -Pergunto sentindo uma força me empurrar para baixo


Me desespero lutando contra ela


—Porra! Para quieta! -Halsey grita finalmente me despertando do transe


Agora tudo pareci claro, eu estava no chão, com a capitã acima de mim. Espera, o que???


—Deixe-me levantar -Digo me sentando e olhando para os lados


Tomando noção que as vozes ouvidas antes eram dos marujos que estavam todos assistindo a linda cena, a voz em questão era Halsey, e o azul tão próximo eram seus cabelos que caiam sobre mim


—Com todo prazer senhorita -Ela diz se levantando


—Você está bem? -Camila pergunta com um olhar preocupado


—Sim, estou -Digo me levantando e sentindo minhas pernas um tanto bambas


—Certo, acabou o showzinho  Dispensando antes que eu os jogue aos tubarões -A capitã retoma as rédeas da situação e logo todos haviam encontrado algo interessante para fazer


—Você está sentindo algo? -Verônica diz me fazendo sentar novamente


—Dor de cabeça -Digo


—Estranho seria se não sentisse -A mulher retruca com uma careta


—Você bateu feio com a cabeça quando desmaiou, o estrondo foi grande -Camila parecia me explicar


—Tirem ela dessa bagunça, ela precisa repousar -Verônica diz enquanto eu afastava sua mão insistente de meu rosto


O que tanto ela queria com minha testa? Eu por acaso estava com algum corte e não havia notado?


—Vamos -Halsey diz me puxando pela mão


Seu ritmo rápido logo torna minha visão turva e preciso me apoiar no corrimão enquanto descíamos pelas escadas do convés.


O solo macio como areia e a noite escura me arrebataram assim que abri meus olhos sonolentos, seria permitido mais alguns minutos de sono ou seria queimada na fogueira por isto?


—Ela está um pouco quente, mas creio que não seja febre -Escuto a voz que parecia ser de Verônica


—Oi -Camila me recebe com um sorriso ao notar que acordei


—Jaguar, por acaso você perdeu o Esmeralda por ficar desmaiando por ai? -A capitã me pergunta e no mesmo instante sinto meu sangue ferver em pura raiva


Minha visão se tornando vermelha


—HALSEY -A imediata grita a capitã como forma de reprovação


Ela cala a boca e me encara por alguns segundos, enquanto o lugar permanecia em silêncio. Eu estava no convés ao qual seriam meus aposentos


—Me desculpe, não falei na intensão de caçoar -Ela diz cortando o ar com suas palavras


Respiro fundo a encarando forte, deixando claro que não acreditava naquela história. Eu poderia morrer, mas morreria com dignidade


—Sério, eu apenas estava tentando perguntar-lhe se já estava assim antes do naufrágio -Tenta se justificar e Camila a encara frente a frente


—Você precisa medir melhor seu tom de voz capitã -É Verônica quem diz


Se aproximando de mim e tocando meu pulso, o apertando na verdade


—Eu estou bem -Digo puxando meu braço para junto a meu corpo


—Vero entende bastante dessas coisas de doenças, deixe ela descobrir o que você tem -A capitã diz se aproximando também


—Eu não estava assim antes -Digo encarando seus cabelos que continuavam a contornar seu rosto


Ela me observava atenta, parecia intrigada com minha situação, talvez estivesse com medo de eu ter-lhe trazido mais uma maldição ao navio


—Ela parece fraca, mas não tem sinais de doenças graves. Acho que um repouso será o suficiente -Verônica constata após apertar meu pulso novamente e checar minha testa


Eu ainda tentava entender o que ela queria fazer com essas atitudes infundadas, mas nada disse


—Não acha que seja como aquele cordeiro, certo? -Halsey pergunta


Sua voz era recheada de preocupação, o que me causou medo. Algo nada bom deve ter ocorrido a este animal


—Não, nem de longe parecido  -Verônica responde


—Uma pergunta: o que houve com o cordeiro? -Pergunto e elas se entreolham


—Como ele morreu? -Reformulo a pergunta enquanto escutava alguém gritar a capitã


Mas Camila faz um sinal para a mesma e sobe as escadas, provavelmente dizendo em silêncio que a confusão lá em cima não deveria estar nem aos pés da bagunça aqui em baixo


—Paramos em uma pequena ilha, próxima a Escócia, e ficamos por lá alguns dias. Nesse meio tempo acompanhamos o sofrimento de um cordeiro que era extremamente pálido, como se não possuísse cor. Os moradores nos diziam que ele não havia nascido daquele jeito, mas o fato é que se queimava com o sol e não demorou muito a desfalecer -Halsey conta


—Eu não creio que ele não tenha nascido daquela maneira, apenas acho que por nunca terem visto algo assim eles pensaram que ele escureceria com o tempo e não deram tanta atenção, até o dia que alguém constatou que isso nunca aconteceria -A mulher comenta enquanto tentava de todo modo retirar o casaco de meu corpo


Ela o empurrava para baixo e eu o subia com o movimento dos ombros


—Você deve estar suando frio, deixe Vero fazer o que quer fazer -Halsey comenta enquanto se sentava em uma das caixas de pólvora


Permito a ação, ainda frustada e crente que sentiria mais frio e ele só pioraria minha situação. Verônica, ou Vero, como a capitã a chamava, colocou uma toalha umedecida em meu pescoço


—Eu acho que aquilo se deu por algum problema quando ainda era feto, não sei se alguma coisa durante a formação...Uma vez li em um livro que existem coisas que juntas formam coisas maiores, como minis pedaços vivos que formam maiores. Existia algum nome para isso, creio que era céalgumacoisa -A "curandeira"? Diz


Aquilo havia acabado de dar um nó em minha mente, de onde elas tiravam essas idéias loucas?


—Você ficou muito tempo exposta ao sol? -Vero me pergunta


—Eu fiquei presa em uma ilha e só estou aqui porque um marujo por obra do destino resolveu que ali seria um ótimo lugar para colher frutas -Respondo já irritada


Essas perguntas idiotas não levariam a nada


—Insolação média e desidratação, nada sério se você descansar e comer bem -Ela constata


—O tempo exposta ao sol lhe fez isto -Explica ao perceber minha cara com um gigante ponto de interrogação


—Vero! Onde você colocou as cordas de cobre? -Um homem desce as escadas praticamente gritando


—Estão no segundo convés William -Ela responde me forçando a deitar novamente no colchão


—Eu já volto -Diz antes de subir as escadas correndo


—Por favor, tentem não destruir o meu navio -Halsey grita a tempo de ouvirmos a risada da mulher de cabelos mel que já sumia entre as sombras


Permaneço encarando as escadas de madeira enquanto percebia a mulher de cabelos azuis se movimentar pelo convés


—Você não tem jeito mesmo -Ela diz enquanto eu me sentava no colchão


Apenas maneio minha cabeça de forma negativa, com um sorriso sutil em meus lábios, ela me lembrava Gibson em algumas raras vezes


—Como aconteceu? -Ela pergunta se sentando ao meu lado


—Foi tudo muito rápido, começamos a ter um problema em uma das velas e enquanto todos estavam empenhados em resolve-lo a tempestade de aproximou. Cresceu como um verdadeiro monstro marinho e atingiu a embarcação em cheio, devastando a madeira em questão de segundos, arremessando homens ao mar -Digo enquanto percebia minha voz falhando cada vez mais e mais


Fecho meus olhos e respiro fundo


—Não demorou muito para os tanques serem atingidos, e então chamas apareceram, quando dei por mim estava em alto mar. Afundando enquanto tudo explodia acima de mim -Completo


—Inclusive, meu coração -Termino mentalmente


—Sinto muito -Ela diz tocando meu ombro desnudo por conta de minha blusa de alças finas


Me arrepio com o toque, tentando me recordar da última vez que alguém havia me tocado assim


—Você precisa descansar -Ela diz cortando o ar e meus pensamentos


—É impossível -Respondo


—Isso não foi uma pergunta -A mulher retruca


A encaro em dúvida se aquilo havia sido uma resposta ácida ou ordem, não eu fosse acata-la, claro. Seus cabelos pareciam ainda mais brilhantes de perto e eu ainda estava intrigada com o fato de serem azuis. Isto era possível? Se sim, porque eu nunca havia visto ninguém nascer com cabelo azul antes?


—Seu cabelo é legal -Digo ao perceber que ela me encarava com duvida


Eu estava a olhando na cara dura, acho que meu dom de discrição ficou naquela ilha


—Obrigada, o seu também é -Ela diz tocando seu cabelo e colocando uma mexa atrás de sua orelha


Me dando uma melhor visão de seu perfil, Halsey possuía várias sardas acima de suas bochechas, seus olhos esverdeados que quase beiravam o castanho eram acompanhados de longos cílios negros, como se fossem pintados um a um. Sua orelha carregava diversos adornos assim como as minhas, mas a diferença era que nem mesmo ali eles eram de ouro


—Vocês não fazem uso do ouro? -Pergunto aproveitando a ocasião para saber um pouco mais do costumes dessa tripulação


—Fazemos, mas eu prefiro o ferro negro -Ela diz


Parecia estar me analisando minuciosamente, assim como eu havia feito consigo minutos atrás


—Você possui dinheiro? -Ela me pergunta me deixando um tanto na defensiva


—Podemos ir busca-lo -Explica não me convencendo nem um milésimo


—Não vejo motivos para contar-lhe sobre -Digo deixando bem claro não gostar do rumo que a conversa havia tomado


—Como quiser, ali naquelas caixas possuímos algumas roupas extras e panos. Mas se prefirir, lá em cima estão os tecidos velhos, é só escolher o que vestir -Suas palavras têm um efeito imediato em minha mão


Que se lança contra minha coxa para não acerta-lhe a cara


—Deixe eu deixar uma coisa bem clara aqui: eu sou tão pirata quanto você -Respondo quase engasgando com minha fúria


—Tudo bem, capitã sem navio -Ela diz capturando meu punho no ar


—Deixe eu deixar uma coisa bem clara aqui: quem manda aqui, sou eu -Diz próximo ao meu rosto


—Cala a porra dessa boca -Digo sentindo sua respiração bater contra meu rosto


—Mas então, do que mais sente falta na Espanha? -Sua habilidade para mudar de assuntos ainda era algo que eu precisava digerir


Precisei de alguns segundos para constatar que nossa discussão realmente não continuaria


—As pessoas, e a música -Respondo mexendo no cordão em meu pescoço


—E você? -Pergunto


—A comida e o clima -Ela me responde


—Apesar de oficialmente banida ee meu país, eu gosto muito de passar tempo lá -Completa


—Nunca fui a Romênia -Divago prestando atenção nos gritos acima de nós


—Vocês podem por favor brigar em silêncio? -Ela grita me fazendo pensar no quão se sentido havia sido aquela frase


—Qual seu nome? -Ela me pergunta retornando sua atenção aos meus olhos


Parecia atravessar minha alma, até o fundo


—Jaguar? -Respondo mesmo sabendo que não era essa a sua resposta desejada


Ela bufa alto, não fazendo nenhuma questao de esconder sua frustração e eu a agradeço por isto, seria uma pena não ver o quão irritada ela ficava com coisas tolas


—Você por acaso foi batizada com este nome? -Sua pergunta cortante possuía um fundo de dúvida verdadeira


—Não -Digo balançando meus ombros simplesmente


Ajeitando minha calça próximo ao início da bota e sentindo meu cabelo cobrir meu rosto en uma espécie de cortina. Ela por sua vez remexia em algum de seus bolsos


—Lauren -Digo simplesmente


—O que? -Ela pegunta atordoada



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Autor(a): plluxe

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