Fanfics Brasil - Prenda-me, se for capaz! O desafio de Miki A Reencarnação de Chichi - Universo Goku e Chichi

Fanfic: A Reencarnação de Chichi - Universo Goku e Chichi | Tema: amor, artes marciais, dragon ball, universo alternativo


Capítulo: Prenda-me, se for capaz! O desafio de Miki

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Miki caminhava rápido em direção ao salão principal. Se xingava mentalmente, dormiu muito tarde e consequentemente acordou muito tarde. Quando abriu os olhos viu que Goku já não estava ao seu lado. Tomou um banho rápido e colocou sua roupa de treino. Ficou um pouco aborrecida por Goku não lhe chamar. 
- Bom dia. - ela saudou a todos que estavam no salão e foi para perto de Goku - Por que não me chamou quando acordou? - falou baixo, mas havia um tom ríspido em sua voz.
Antes que ele respondesse seu pai lhe chamou atenção.
- Querida, vou levar os rapazes para conhecerem um pouco do nosso vilarejo. O que acha?
- Está bem papai. Eu estou indo agora até o dojo de Akio, vou reunir os outros três para treinar. - todos notaram um pouco de raiva na voz da princesa.
- Está tudo bem Miki? - Hiromi percebeu que algo incomodava a filha - Você já tomou café da manhã?
- Estou sem fome mamãe. Nos vemos mais tarde. - ela saiu sem nem olhar para Goku que por sua vez também já estava irritado, mas sua irritação se chamava Akio pois ele se lembrou de como ela o descrevera, precisava conhecer esse homem.
Tatsuo achou a filha estranha também, não era a mesma da noite passada. O que será que estava acontecendo com ela?

Miki saiu pela porta principal do palácio e respirou fundo. O ar gelado do inverno que se aproximava entrou como um alívio refrescando o que queimava por dentro. Ela descia as escadas e tentava imaginar como faria para encontrar o espião em sua tribo. Por onde ela passava era saudada com alegria pelos moradores que estavam felizes em vê-la novamente. 
Caminhava rápido, queria chegar ao dojo logo, amaldiçoava não poder voar. Mas não estava tão longe e conforme ia andando e pensando em tudo que tinha de fazer ela se deu conta que havia chegado. Sorriu e entrou. Primeiro foi pelos corredores de fora, queria ficar um pouco mais ao ar livre olhando as árvores de cerejeira que tanto amava, mas ouviu vozes na parte de trás, na ala externa de treinamento, e se dirigiu para lá contornando toda a extensão do casa. Ao chegar percebeu que cerca de cinquenta homens praticavam alguns golpes conforme o mestre orientava com tom de voz autoritário. Nenhum deles parou com a presença dela, pois dentro do dojo a lei é única para todos.
Miki ficou um tempo olhando, de braços cruzados encostada na parede e o mestre, compenetrado, não havia notado sua presença ainda. Mas logo os discípulos foram dispensados para se juntarem ao batalhão e treinarem com armas em um descampado próximo do vilarejo. Quando todos saíram, ele, que estava guardando suas coisas ouviu uma voz muito familiar.
- Vejo que nada mudou por aqui. O mestre ensina seus discípulos com mãos de ferro. - tinha um sorriso naquela voz.
Ele sentiu seu coração disparar e virou-se na direção do som que ele não esquecia.
- Miki... - Akio estava surpreso.
Miki correu e lhe deu um abraço se pendurando do pescoço dele que segurou em sua cintura e a rodou, como sempre faziam quando se encontravam.
- Quando você chegou? Eu nem sabia que estava aqui. - ele falou soltando do abraço mas continuou a segurar as mãos dela.
- Cheguei ontem a noite, mas tive muita coisa para conversar com meu pai. E eu trouxe dois convidados que vão lutar conosco. - ela estava feliz em vê-lo.
- Você está diferente... - Akio a olhava de cima baixo - parece mais... eu não sei dizer direito. Você não é a mesma Miki que saiu daqui há quase três meses.
- E não sou. Estou mais forte e aprendi técnicas novas. Quero lutar com você antes da guerra e também quero que conheça meu segundo mestre, ele veio comigo e junto, seu amigo. E eu falei de você para ele e ele disse que queria lutar com você. - ela sorriu e soltou das mãos de Akio virando-se de costas para ele olhando o lugar, admirando sua segunda casa - Eu aprendi tanta coisa aqui... eu cresci aqui, cresci com você e aprendi com você. - ela voltou a olhar para ele e fez uma reverência - Obrigada Mestre! - ele sorriu e retribuiu a reverência.
- Venha, eu quero que me conte tudo que aprendeu eu ainda tenho um tempo. Que tal aquele chá que você gosta? - Akio estava feliz em ver Miki de volta. Ela se tornara uma mulher.
- Sim! - ela segurou no braço deles e entraram. Akio preparou o chá e conversaram sobre tudo, inclusive sobre Juno. Miki ficou feliz de saber que o coração de Akio finalmente conseguiu encontrar sua casa. 
Ouviram batidas na porta, Akio abriu.
- Majestade, Yudi e Sasuke já estão aqui. - era Lou, pajem do rei, Miki lhe pedira para chamar os rapazes.
- Obrigada Lou, eu já vou até lá. - olhou para Akio - Eu preciso treinar os outros três e precisarei do seu dojo, posso usar?
- Claro. Mas se você quebrar alguma coisa vai ter que consertar... - Akio falou rindo enquanto Miki mostrava a língua para ele - Agora eu tenho que ir, estou atrasado por sua causa. Nos vemos depois! 
Akio saiu correndo para encontrar os homens que iria treinar junto com mais dois mestres das outras tribos aliadas. A princesa também deixou o lugar.
Miki chegou na sala principal do dojo e os rapazes estavam a sua espera. Ela colocou as mãos nos quadris e começou a explicar o que fariam. Os dois rapazes olhavam a princesa de cima abaixo, eles a devoravam com olhos.
- A concentração de vocês tem que ser na sua própria energia e não no meu corpo! Se continuarem dessa forma os dois ficarão cegos. - Yudi e Sasuke baixaram a cabeça vermelhos de vergonha e Miki se deu conta de que faltava um - Onde está Katsuo, Yudi?
- Não sei majestade. - ele respondeu ainda de cabeça baixa.
- Não precisam me chamar de majestade, meu nome é Miki e aqui dentro somos iguais e seremos iguais na batalha. Yudi me leve na casa de Katsuo por favor. Sasuke fique aqui e limpe essa sala por favor, coloque qualquer móvel que tiver aqui na segunda sala de treino. Mas coloque arrumado, senão Akio nos mata.

Enquanto Miki ia para casa de Katsuo, o rei andava pelas ruas de Sanshoku com Goku e Vegeta. Os moradores do vilarejos saiam de suas casas curiosos para ver quem eram os convidados do rei. Alguns os achavam estranhos, outros achavam que eram algum tipo de lutador especial já as mulheres, essas suspiravam mais curiosas ainda para descobrir o que eles tinham de especial. Tatsuo os levou na casa do mestre de armas que apresentou tudo que havia feito. Lanças, espadas, adagas, bastões de madeira com pontas de aço cravadas no topo, e todo tipo de arma. Vegeta se sentiu no mundo antigo, pois era assim que Sanshoku se parecia, mas Tatsuo explicou que preferiu não usar a tecnologia por causa de Freeza, mas agora que sabia que ele estava morto, iria implantar muitas coisas. Depois Tatsuo os levou para conhecer o artesão que confeccionou as armaduras. Elas se assemelhavam um pouco a de Vegeta pois eram compostas de um colete de couro com amarrações laterais com três camadas sendo a do meio de malha de metal para ajudar a proteger contra impactos, por baixo do colete camiseta preta de manga comprida em malha elástica e nas mãos uma espécie de luva de couro com amarração nos braços chegando até a altura do cotovelo. 
- A luva protege a parte de cima da mão e dos braços e tem esferas de metal na parte de cima da mão para deixar o impacto do golpe mais forte e causar mais dano. - explicava o artesão - Na parte de baixo, calças e botas de couro.
- Vocês parecem bem preparados, a ideia das esferas na luva foi muito boa. - elogiou Goku e o artesão agradeceu.
- Se vocês quiserem posso fazer para vocês também, eu soube que vão lutar conosco. - Vegeta e Goku agradeceram e explicaram que aquelas já eram suas roupas de batalha.
- Já começou o treinamento da tropa, vocês querem assistir? - Tatsuo convidou os dois.
- Sim! - responderam juntos.
- É por aqui. - e seguiram o rei.
Enquanto andavam Goku cochichou para Vegeta.
- Ei, Vegeta, vamos convidar o rei para lutar?
- Kakaroto, você deve ter algum problema mental! Acabamos de chegar! - Vegeta odiava essa mania de Goku.
- Ah Vegeta, o que é que tem? Ele é saiyajin, deve gostar de lutar também! - Goku tentava convencer o outro.
- Vai em frente e chame você, já que está namorando a filha dele... - Vegeta desafiou.
Então Goku se lembrou que ela estava com Akio. Tentou encontrar seu ki e conseguiu. Ela se movia, mas não era lutando, estava próxima deles. O que será ela fazia?

Miki chegou a casa de Katsuo com a ajuda de Yudi. Bateu na porta e uma senhora atendeu.
- Princesa Miki! - a mulher estava surpresa com a visita inesperada.
- Olá senhora! É aqui que Katsuo mora? - ela forçou um sorriso.
- Sim, ele é meu filho. Aconteceu alguma coisa? - a mulher mudou a expressão para preocupada.
- Ele deveria se juntar a mim e os outros dois guerreiros para treinar hoje, mas não apareceu. Ele está em casa?
- Sim... ele está dormindo... - a mulher respondeu com medo do filho ser castigado por desobedecer as ordens da princesa - É que ontem ele saiu muito tarde da noite, disse que iria encontrar a namorada na floresta. Eu achei estranho, disse para trazê-la para casa, mas ele se irritou e saiu sem falar nada. Voltou tarde e foi direto dormir.
- A senhora se importa se eu for chamá-lo? - Miki achou estranha a história que a mulher contou.
- Claro que não, entrem. - ela conduziu Miki até o quarto do filho - É aqui.
- Está bem. Pode deixar que daqui eu assumo. - Miki forçou outro sorriso. E a mulher saiu pedindo a Kami que poupasse seu filho de um castigo.
Miki abriu a porta sem nenhuma cerimônia e entrou. O quarto era pequeno e simples. Apenas a cama, um armário pequeno e uma mesa com cadeira. Em cima da mesa ela notou um pequeno saco de couro bem amarrado. O homem a sua frente dormia nú, o lençol cobria apenas a parte de baixo.
- Vai ficar aí dormindo até que horas Katsuo? - o tom de voz de Miki era alto.
Katsuo se assustou e quase caiu da cama, se sentou encostando na cabeceira e esperando seus olhos se acostumarem com o súbito despertar e foi quando ele viu uma figura levitando na sua frente de braços cruzados. A medida que ia melhorando a visão ele viu que era Miki, seus olhos se arregalaram e quase saltaram da órbita, ele tentava se cobrir totalmente com o lençol.
- Miki... Princesa... Majestade... - ele não conseguia escolher a palavra certa.
- Levante-se agora e se vista, temos um treinamento para começar. 
- Está bem... mas... - ele não terminou a pergunta que ia fazer.
- Sim, eu vou esperar aqui. Você não tem nada que eu já não tenha visto. - ela colocou a cabeça para o lado - Na verdade eu já vi bem melhor.
Katsue se levantou envergonhado e se vestiu com pressa, mas não deixou de pegar o saco de couro e guardar no armário. Isso não passou em branco para Miki que sentia seu ki oscilar muito. Ela voltou para o chão assim que ele ficou pronto e saíram.
- Vamos rápido, já perdemos muito tempo. - ela estava furiosa.
- Katsue, não vai comer nada? - a mãe perguntou preocupada.
- Ele virá para o jantar senhora. - respondeu Miki no lugar de Katsue.
Ninguém ousou falar mais nada. Mas Katsue estava morrendo de fome, ele já previa um dia longo e difícil.

- Acho que eu criei um monstro... - Piccolo riu e olhou para Dedê.
- O pior é que eu tenho total participação nisso... - ele ria e balançava a cabeça negativamente.
- Ao que tudo indica, parece que Miki incorporou o instinto saiyajin. Eu só espero que ela não se torne uma pessoa abcecada. - Piccolo estava preocupado.
- Você pensa em falar com ela? - Dende olhou para ele.
- Agora não. Vamos ver se o treinamento alivia essa pressão que ela está sentindo. - E os dois voltaram a observar em silêncio os acontecimentos na Terra, mais especificamente, em Sanshoku.

Já no dojo Miki estava de frente com os três guerreiros. Observou cada um, mas Katsuo lhe chamava mais atenção.
- Bom, quero testar a força de vocês e ver o que lograram em seus treinamentos fora daqui. Quero que cada um me ataque com toda força e também quero ver como está a velocidade de cada um. 
Os três se olharam, não esperavam isso.
- Yudi! - Miki chamou e logo o homem fez sua posição de luta - Ataque! - ela gritou.
Yudi correu na direção dela preparando um soco que iria direto em seu rosto mas a mão dele foi detida pela mão de Miki com facilidade. Ele ficou espantado, havia colocado toda sua força naquele golpe.
- Sasuke, sua vez. - ela falou soltando a mão de Yudi que voltava ao seu lugar um tanto aturdido.
Sasuke percebendo que o golpe de Yudi não fez efeito decidiu usar outra técnica.
- Ataque! - Miki ordenou e Sasuke praticamente voou até ela, iria acertá-la em cheio com um chute no peito. Miki apenas virou-se de lado e segurou a perna de Sasuke e o derrubou. Ele não acreditava no que via. - Sua velocidade é boa Sasuke - então ela olhou para Katsuo.
Estava imóvel e parecia ter medo. O ki dele estava parecendo um redemoinho. Miki ficou encarando o guerreiro que mal conseguia sustentar o olhar.
- Katsuo, sua vez. Ataque! - ela gritou. Ele não se mexeu. - Ataque! - ela gritou de novo, os outros dois olhavam para ele sem entender, ele não se mexeu - Vai ficar aí parado até quando? Está com medo? Você treinou para quê? Ataque! - dessa vez seu grito foi mais alto e Katsue correu até ela por impulso, puxou uma adaga e iria acertá-la no coração, mas Miki se esquivou e ele passou direto por ela. Katsuo virou-se de volta e começou a gritar e foi novamente em direção a ela com a adaga. Os outros dois se moveram para interferir, mas ela não deixou. Esquivou-se de novo mas dessa vez não deixou Katuso passar direto,
Miki segurou o braço dele com uma mão e com a outra seu pescoço. Ela forçou a mão com a adaga até o olho dele. Katsuo tremia.
- Não disse a você que o treinamento era com armas. Posso saber porque você está armado? Está com medo do quê? Ou de quem? - ela falava bem no ouvido dele, falava baixo. Aproximou mais a adaga do olho dele. Os outros dois estavam em pânico, mas nada podiam fazer, afinal de contas ele atacou a princesa.
- Foi isso que você aprendeu enquanto estava fora? - ela deixou a ponta da adaga mais perto do olho dele - Responda! - ela gritou no ouvido de Katsuo que fez uma cara de dor.
- Não. - ele respondeu secamente, não queria dar a ela o gosto de vê-lo com medo, embora ela sabia que ele estava.
Miki o soltou e com uma esfera de energia na mão fez a adaga virar pó. No dojo o silêncio dominava misturado ao medo, supresa e vários outros sentimentos.
- Escutem, a partir de agora começa o treinamento. Não serei tolerante com o tipo de comportamento que presenciaram aqui. O próximo vai virar cinzas, como a adaga. - ela olhou para Katsuo mas ele não conseguia encará-la.
- Agora quero que vocês fechem seus olhos - a voz de Miki havia mudado, estava suave e calma - e se concentrem nos seus ki's. Não pensem em nada, limpem a mente de vocês e façam seus ki's se aparecerem assim: Miki mostrou seu ki e os três se assustaram. Ela estava envolta em uma aura branca e brilhante que emanava calor e fazia uma pressão contra eles. Ela liberou ainda mais ki, sua aura estava maior, quase tocando o teto do dojo, era tanta força que chegava a formar um vento e então ela começou a se levantar do chão. Yudi, Sasuke e Katsuo estavam atônitos.
Miki desfez a aura branca e retornou para o chão.
- É a vez de vocês. - ela sorriu e os três fecharam seus olhos e seguiram com o exercício conforme ela havia falado. Para não fazer barulho enquanto andava, Miki voltou a flutuar e observar seus discípulos.

A manhã passou rápido e a tarde chegava trazendo um sol tímido que mal aquecia o sopro frio que o outono soltava. No dojo Os Três, como Miki havia apelidado, ainda tentavam concentrar seus ki's sem sucesso.
- Não precisa fazer força Yudi - ela baixou os braços do lutador - respire fundo e solte todo seu corpo, relaxe, limpe a sua mente e não pense em nada. - Miki via potencial em Yudi, ele era aplicado e persistente.
- Posso fazer isso sentado Miki? - ele pediu.
- Claro, como achar melhor. - ela sorriu para ele que logo sentou com as pernas cruzadas e juntou as mão na posição de meditação e fechou seus olhos.
- Sasuke, quer tentar como Yudi? - Sasuke já estava suando, sua força não era física, era mental e ele parecia cansado.
- Sim Miki, obrigada. - ele se sentou na mesma posição que Yudi.
Miki sabia que eles estavam ficando cansados mas não tinham tempo a perder e ela sabia que isso os fortaleceria como foi com ela, mesmo que não fossem saiyajins, mas eram lutadores, eram guerreiros. Então ela voltou sua atenção a Katsuo. Ele não abriu os olhos em nenhum momento, mas também não estava fazendo nenhum esforço. Miki ficou olhando para ele sem entender, seu ki era estável, pensou que talvez ele tivsse alguma técnica de concentração e resolveu deixá-lo como estava.
Foi olhando para Katsuo que ela ouviu um burburinho em uma rua próxima. Os Três não ouviram, o ouvido de Miki era mais apurado.
- Continuem, eu já volto. - ela saiu rápido sem esperar resposta.
Chegando na rua notou que havia um aglomerado de pessoas e todas falavam ao mesmo tempo e ela ouviu palavras como morto, capuz, floresta. Lembrou do que a mãe de Katsuo lhe contara sobre a saída do filho. Ela foi pedindo passagem entre as pessoas que ao reconhecê-la se afastaram e se curvaram e ela viu um homem com capuz estendido no chão com um ferimento certeiro no coração.
- Quem fez isso? - ela perguntou a um homem próximo.
- Não sabemos majestade, quem o encontrou foi o vendedor de vinho e veio nos avisar. - Miki tirou o capuz do homem - Ele é de nosso vilarejo, por isso o trouxe.
Miki subiu a blusa do homem e viu que o ferimento havia sido feito por algo cortante. 
- Levem para o necrotério, mandem avisar o rei e a família. - colocou a mão na cabeça do homem morto - Que Kami Sama direcione sua alma para que descanse em paz.
Ela voltou para o dojo. No caminho foi andando devagar e tentando ligar as coisas. Katsuo a atacou com uma adaga, depois aquele homem morto e a saída de Katsue a noite? Não poderia simplesmente acusá-lo, precisaria de provas.
A noite chegou rápido e Miki não teve sucesso com Os Três. Ninguém tinha conseguido, mas não iria desistir. Todos estavam exaustos, inclusive ela. Dispensou os rapazes e só queria ir para casa, tomar um banho e comer algo. Lembrou-se, quando o estômago reclamou, que não tinha comido nada o dia todo. Saiu pelos fundos do dojo e foi voando, aproveitando que era noite e chegou em seu quarto, entrando pela janela. Goku não estava. Tomou um banho relaxante e colocou um camisão preto. Deitou-se um pouco para por as ideias em ordem mas acabou dormindo. Não viu quando Goku entrou e nem quando ele a cobriu e deitou-se ao seu lado enlaçando seu corpo com os braços fortes e mergulhando a cabeça em sua nuca.

Cinco dias se passaram rápido. Sanshoku começava a acumular aldeões mortos. Era o mesmo perfil: um homem com capuz atingido no coração com um objeto cortante.
- Maldição! - Tatsuo gritou enquanto batia o punho fechado na mesa - Quem está fazendo isso?!
- Papai, isso tem a ver com o espião. Ele está tentando nos enganar, tenho certeza! - Miki falava andando de um lado para o outro.
- O pior de tudo é que as pessoas estão com medo, acham que são os mercenários de Satoru. - informou Akio.
- Talvez possa ser... - Tatsuo levantou a hipótese.
- Eu tenho certeza que não é, até porque... - Miki foi interrompida por batidas na porta.
O rei autorizou a entrada de Goku e Vegeta. Akio encarou o de azul e depois olhou para o homem de laranja e nele seus olhos se fixaram até que foi chamado por Miki.
- Akio, estes são os homens de quem falei. Este aqui é Vegeta. - o saiyajin fez um gesto com a cabeça - E este aqui é...
- Son Goku... - falou Akio olhando admirado para Goku - Não acredito que estou frente a frente com o senhor. - ele o cumprimentou unindo as palmas da mãos e curvando levemente o corpo.
Ninguém estava entendendo nada, Goku, menos ainda.
- Graças a você eu me tornei um lutador de artes marciais. Eu o admiro muito Son Goku, é uma honra para mim te conhecer pessoalmente. - Akio estava deslumbrado. Goku, completamente sem graça, quisera tanto encontrar esse homem que o fez sentir ciúme e agora ele o estava praticamente venerando.
- De onde você me conhece? 
- Eu o conheci no vigésimo segundo torneio de artes marciais. Apesar de ter perdido a última luta eu achei fantástico a forma como lutou. Depois eu assisti o vigésimo terceiro e foi aí que eu decidi praticar artes marciais. - Akio sorria largamente - Eu tentei encontrar seu dojo mas não consegui, porém, eu nunca esqueci de você e de como me fez querer aprender.
- Mas esses torneios aconteceram há muitos anos, você não era nascido, com certeza. - observou Vegeta.
- Eu passei um tempo na cidade quando era adolescente, fui treinar em um dojo famoso por lá e então eles nos mostraram as filmagens dos torneios. - Akio voltou-se para Goku - Son Goku, poderia me dar a honra de uma luta?
- Claro! - Goku coçava a cabeça totalmente sem graça. Ele nunca imaginaria que, ao conhecer Akio, teria uma surpresa dessas. - voltou seu olhar para Miki que apenas lhe deu uma piscada e mandou um beijo.
Vegeta sorria pensando em como Kakaroto conseguia fazer amigos até através de um vídeo antigo.
Então ficaram um tempo conversando sobre esses torneios por um tempo e Miki aproveitou a distração dos homens para sair. A preocupação dela era outra e também tinham Os Três que a esperavam no dojo.

Miki dispensou seus discípulos mais cedo e foi para casa. Agiu normalmente, jantou, conversou, fez amor com Goku e esperou ele adormecer. Escondeu seu ki e voou até seu lugar preferido. Era a torre do sino e ficava próxima da entrada do vilarejo. Sentou-se lá e esperou.
- Como está indo com Os Três? - ela conhecia a voz.
- Não sei Piccolo, acho que eu não sei ensinar. - ela falou em um tom um tanto triste, mas não desviou o olhar.
- Talvez seja você o problema. - ele a provocou.
- É. Talvez. - ela concordou.
- Você não está se concentrando em ensinar. Apenas grita e dá ordens, mas não basta só isso. Você tem que passar confiança, eles precisam saber que podem. Eles tem medo de você Miki! - Piccolo foi na ferida de novo.
Mas não houve tempo de Miki responder. Ela viu um homem com capuz passar pelo portão do vilarejo e sumir na escuridão. 
- Não pode ser... - ela ficou atônita - você me acompanha? - e alçou vôo sem esperar a resposta de Piccolo que foi logo em seguida - Vamos apenas observar.
Seguiram o homem por cerca de uma hora até que ele parou embaixo de uma árvore e outro homem surgiu, não falaram nada, apenas trocaram objetos que não foi possível ver, mesmo com os olhos apurados. E da mesma forma que o homem de capuz foi, ele voltou.
- Vai pegá-lo agora? - Piccolo perguntou.
- Não, vou esperar até amanhã. E sobre o que você falou, eu vou mudar meu método. Obrigada mais uma vez. - Miki sorriu para ele e se despediram - ela seguiu o homem até que ele chegasse em sua casa. - Você não perde por esperar. - e voltou para o palácio, para os braços de Goku.
No dia seguinte Miki levantou-se antes do sol nascer. Colocou sua roupa de treino e saiu pela janela, encondendo seu ki. Se dirigiu até a entrada do vilarejo e se escondeu e esperou. Não passou muito tempo e ela viu um homem jogar um cadáver perto de onde ela estava. Ele arrumou o capuz e quando se virou ela estava atrás dele, sem qualquer tipo de aviso Miki o acertou em cheio no rosto e o homem caiu desacordado.
Um tempo depois o homem começou a voltar a si, os olhos embaçados se acostumando com o despertar, viam uma mancha vermelha nas pernas, então ele se lembrou que havia sido golpeado. Seu nariz estava quebrado. Ele levantou a cabeça, estava tonto e na sua frente uma mulher vestida de preto com os braços cruzados. Percebeu que não estava amarrado, mas não conseguia se mexer.
- Quem é você e de onde vem? - a voz da mulher saiu firme.
O homem ainda estava muito tonto para entender o que estava acontecendo então Miki jogou um balde de água gelada nele, ela tinha pedido, caso ele demorasse muito para acordar. O choque térmico fez com que ele despertasse.
- Quem é você e de onde vem? - ela perguntou novamente.
O homem a encarou e reconheceu.
- Princesa Miki. Achei que estivesse morta, pelo visto Mazzu falhou. - ele sorriu debochando.
- Então você é um dos homens de Satoru? - ela se aproximou dele - O que estava fazendo com aquele corpo, por que matou aquele homem? Quero que diga tudo o que sabe! - ela alterou um pouco sua voz.
O homem riu, mas logo sua risada se converteu em dor. O nariz estava quebrado e não parava de sangrar.
- Fale! - ela gritou.
O sol começava a iluminar o dia e os trabalhos no castelo estavam se iniciando. Tatsuo saia de seu quarto em direção a sua sala quando foi parado por um soldado.
- Majestade, a princesa Miki está com um homem na antiga prisão do castelo. Ao que parece ela pegou o espião.
Tatsuo correu para o subsolo do castelo, onde um dia foi uma prisão. Conforme ele se aproximava ouvia os gritos de Miki.
- Por que matou aquele homem?! - e desferiu mais um soco no rosto do desconhecido.
Tatsuo chegou e se assustou com a cena. O homem estava com seu rosto todo machucado, o nariz inchado e um dos olhos completamente fechado, de sua boca caia um fio de sangue misturado com saliva.
- Miki?! O que você está fazendo? Pare! - Tatsuo gritou assustado.
- Ele é meu prisioneiro papai, eu o peguei jogando um corpo em nosso vilarejo. Ele é o homem para quem o espião passa as informações. E eu já sei quem é. - Miki terminou de falar e cruzou os braços e encarou o pai.
- Como você sabe? - ele chegou mais perto do desconhecido.
- Eu o peguei mais cedo quando ele veio jogar o cadáver em nosso vilarejo. Mas ele não quer falar o que sabe. - Tatsuo notou que o homem não estava amarrado, mas estava imóvel, olhou para a filha preocupado.
- Vocês - o prisioneiro desconhecido começou a falar - vão virar pó. Satoru preparou tudo e não terão chances, não adianta quantos homens tiverem, os demônios irão revorar todos! - e começou a rir descontoladamente.
Tatsuo lembrou novamente da velha Ni "homens lutarão como demônios". Ele sentiu medo e olhou para o homem.
Miki virou-se para ele, aquela risada a irritava.
- Pare! - ela gritou, mas o homem ria cada vez mais alto e histéricamente. Miki começou a se sentir confusa, sua cabeça era um turbilhão de imagens, seu sangue fervia e seu corpo começou a esquentar. Ela soltou um grito e na palma de sua mão se formou uma esfera branca e azul.
- Não Miki, não faça isso! - Tatsuo gritou e um clarão se fez na sala. Quando a luz se desfez não havia mais homem, não havia nem a cadeira que ele estava sentado. Miki saiu sem falar nada e Tatsuo ficou olhando para o lugar onde se via apenas poeira.
Miki voltou para seu quarto, tomou um banho e se deitou. No vilarejo o burburinho se formava novamente sobre o cadáver.
O dia passou rápido e pesado, já era noite. Miki foi despertada por sua mãe que anunciava o jantar. Ela dormira o dia todo, mas teve pesadelos com o que havia acontecido mais cedo. Era a primeira vez que ela matara alguém, mesmo sendo inimigo, ela não se sentiu bem. Lembrou-se do que sentiu quando decidiu matá-lo, ela tinha poder e ele era insignificante, não tinha chances contra ela paralisado naquela cadeira. O poder... o poder... ela não poderia se deixar levar assim.
O jantar foi silêncioso. Todos na mesa sabiam o que tinha acontecido. Goku pensou em falar com ela e iria falar sobre isso após o jantar.
Já era tarde da noite, Goku e Vegeta falavam com o rei em sua sala e perderam a noção da hora.
- Tatsuo, preciso falar com Miki antes que ela durma. - Goku saiu da sala correndo em direção ao quarto, mas Miki não estava mais e havia escondido o ki - Droga Miki, por que está fazendo isso? - ele lamentou e decidiu esperar que ela voltasse.

Miki estava embaixo da árvore onde o espião encontrava aquele homem todas as noites, sentiu que ele se aproximava, mas esperou ele chegar bem perto. Notou que ele estava confuso em não ver o comparsa de sempre, mas decidiu esperar. Alguém tocou em seu ombro por trás, ele se virou e tudo ficou escuro de repente.
- Te peguei maldito! - e a princesa alçou vôo rumo ao palácio, segurando o homem de capuz pela roupa. 



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Autor(a): pi1983

Esta é a unica Fanfic escrita por este autor(a).

Prévia do próximo capítulo

Miki pousou na entrada principal do palácio com um corpo em uma das mãos. Ela não se importou com o guarda que ficou totalmente assustado com aquilo. Ela entrou arrastando o corpo como se puxasse um saco de lixo, o que para ela era, naquele momento, enquanto isso o guarda se perguntava que tipo de bruxaria aquela mulher estava usando, afinal de contas, ...


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