Fanfic: Eternamente Usted | Tema: RBD portinõn

“A gente não devia estar a caminho da clínica?” Fora Dulce quem perguntou assim que o carro parou no estacionamento de uma confeitaria.

Anahí olhou o relógio no pulso. “Estamos adiantadas, relaxa vai dar tempo.” Ela desceu do carro e colocou o óculos escuro, fechando a porta. “Não vai descer?” Falou pela janela aberta para a outra que permanecia sentada.

Dulce resmungou baixinho, o que fez Anahí rir, mas soltou o cinto e desceu do carro.

“E posso saber o que a gente veio fazer numa confeitaria?” A menor também colocou seu óculos escuro antes de virar em direção à porta do estabelecimento. O local era pequeno porém aconchegante, várias fotos de Paris emolduradas em quadros cobriam as paredes rosa bem claro. Os móveis eram no estilo antigo, todos estofados com pano de um azul bebê muito delicado.

“Eu li ontem que se a mulher comer doce antes da ecografia, o neném fica mais agitado e fica mais fácil para ver o sexo.” Anahí deu um sorriso brilhante para a outra enquanto puxava uma cadeira para a grávida se sentar.

Dulce sorriu também. “Eu posso até comer, mas você já sabe que não vou querer ver o sexo do bebê...” A mais velha revirou os olhos enquanto tomava assento bem a frente. “Eu não preciso de exames para saber María, é uma menina.”

“Primeiro: para de me chamar de Maria, é irritante. E depois, eu não tenho tanta certeza assim, ainda acho que é um menino.”

Antes de Anahí responder, uma garçonete de uniforme branco apareceu e anotou os pedidos das mulheres. Torta de chocolate com morango para Dulce e de limão para Anahí, com suco de laranja para ambas. Assim que os pedidos foram feitos, a mulher saiu as deixando sozinhas.

“Seu nome é Dulce María, acostume-se.” Anahí deu de ombros se referindo a reclamação anterior.

“Eu preferia quando me chamava de Dul” A mais nova falou num fio de voz, desviando o olhar e deu um suspiro cansado, mesmo depois de mais de dois meses de intensa convivencia, Anahí ainda não a chamava pelo apelido, o que para ela só podia significar que a ex-esposa ainda não a havia perdoado por completo.

A mais velha ficou encarando a expressão tristonha de Dulce com um aperto no coração. Era inacreditável o fato de ainda ficar completamente afetada com a simples visão da mulher à sua frente, e totalmente injusto também. Por mais que tentasse, era impossível não amá-la de todo o coração.

“Está cada dia mais difícil...” Anahí falou num tom pensativo fazendo a outra olhá-la confusa. “O que?”

“Não te querer desesperadamente, não te amar tanto assim...”

O coração de Dulce deu um salto e ela sentiu borboletas voando desordenadas em seu estômago, um sorriso imenso surgiu em seu rosto sem que ela tivesse realmente intenção de dá-lo. Sentiu-se capaz de derreter naquele momento. A garçonete naquele instante chegou com os pedidos, mas mesmo assim Dulce não tirou o sorriso bobo do rosto.

“Para de me olhar assim!” Disse Anahí num tom divertido depois de alguns instantes ao notar que a outra ainda não começara a comer sua torta. “Temos um exame para fazer e um sexo para descobrir.”

 
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“Não doutora, não precisa falar, não quero saber o sexo.” Dulce disse enquanto a doutora Perroni procurava com o aparelho de ultrassom uma imagem melhor do bebê. Anahí lhe olhou feio mas ela apenas ignorou. “Quero que seja surpresa.”

“Muito bem então. Pelas medições o feto já está com 15cm e 250g. São 19 semanas de gestação.” A morena olhou para elas sorrindo. “Pelo jeito vai ser bem grande! Parabéns.” As outras duas sorriram também. “Prontas para ouvir o coração?”

Anahí que quase pulava de tanta aflição pegou na mão de Dulce se preparando para ouvir aquele barulhinho que de repente preencheu a sala gelada, aquecendo os corações das duas.

“Ótima frequência, parece que tudo está certo.” A médica desligou o aparelho e entregou à Dulce alguns pedaços de papel toalha para ela limpar o gel frio que cobria sua barriga. “Pode se vestir, vou imprimir os resultados.”

A doutora saiu e as duas ficaram sós. Anahí ajudou a outra a se sentar, pegou os papéis em sua mão e passou a limpar a bolinha que crescia. “Ainda acho que a gente devia ter perguntado o sexo.”

Dulce riu. “E eu acho que você poderia parar de ser chata. Me deixa fazer do meu jeito poxa!”

A mais velha lhe deu língua de brincadeira. “Se vista baixinha, aqui está frio.” Entregou a camiseta da outra que se vestiu rapidamente. “Vem, levanta!” Ofereceu a mão macia como apoio para a mais nova pegar.

Dulce aplicou certa força para se levantar, ficando com o rosto bem próximo do rosto de Anahí. As respirações imediatamente se tornaram mais ofegantes e a sala pareceu alguns graus mais quente. Os olhares instantaneamente se fixando a boca uma da outra, a saudade daquele simples toque enlouquecendo as duas.

“Aqui está!” Maite entrou no local de repente fazendo as duas pularem com o susto. “O próximo exame deve ser feito quando você estiver entre 24 e 25 semanas, tudo bem?” A mulher estendeu a pasta verde para a mais baixa que apenas a pegou e assentiu, incapaz de falar qualquer coisa. “Nos vemos na próxima e não esqueça das recomendações, seu endométrio ainda está menor do que deveria.”

Anahí e Dulce saíram do local ainda sem falarem nada uma com a outra, Anahí sempre indo um passo a frente. Até que elas chegaram do lado de fora.

“Anie?” A loira olhou para a outra que chegou mais perto e pegou sua mão. “Eu posso?” Ela perguntou muito tímida enquanto corava. A mulher lhe fitou lhe analisando e com um meio sorriso afirmou.

“Obrigada!”

E então as duas saíram para a rua de mãos dadas.