Fanfic: Eternamente Usted | Tema: RBD portinõn

Dulce olhou o relógio digital do celular quando o homem de moicano atravessou a porta do estabelecimento, exatos quarenta e dois minutos de atraso. Uma carranca mal humorada apareceu em seu rosto. Ele chegou perto meio incerto.

“Dul?”

“Não, Tinker Bell.” A irônia presente em cada síbala. “Sente-se logo Greg, não me faça esperar ainda mais.”

O homem musculoso puxou a cadeira de madeira escura se sentando ainda confuso. “Qual é a da peruca? E essas lentes azuis?”

A mulher revirou os olhos parecendo entediada enquanto sutilmente ajeitava a peruca loira que encobria os cabelos castanhos. “Você não esperava que eu viesse aqui como se fosse ao shopping, não é? Não vou me expor desse jeito, não agora que eu e Anahí estamos finalmente nos acertando.” Ela deu um gole no suco que estava bebendo. “Não é agradável fazer grávidas esperarem Gregorio.”

“Bom, eu pensei que nosso acordo era chegarmos separados.” Ele levantou a mão para chamar uma garçonete, a mulher magra e alta apareceu segundos depois com o bloquinho já em mãos.

“Posso ajudar?”

“Uma cerveja, por favor.”

“Algo mais?” A mulher usou um tom provocante e mordeu os lábios se insinuando, Greg respondeu com um sorriso malicioso. Dulce bufou impaciente.

“Cai fora va/dia.” A garçonete olhou para ela indignada, mas vendo a cara de Dulce logo foi embora.

“Parece que alguém está de mal humor hoje, não é?” O homem jogou as chaves e o celular na mesa, cruzando os braços e apoiando as costas no encosto da cadeira logo depois. Ele olhava para ela debochado.

“Não me provoca, estou com um humor péssimo e você não tem um saldo positivo que possa me segurar.”

Greg suspirou. “Tudo bem. Sobre o que quer conversar?”

Ela se ajeitou na cadeira e bebeu o último gole do suco que havia em seu copo. “Não é que você já não saiba o que vou te falar, mas senti que precisava te confirmar.” A garçonete se aproximou, deixando a cerveja já aberta em cima da mesa e saiu apressada sem dizer uma palavra, no fundo Greg ficou decepcionado com a falta de atenção, mas já sabia o que fazer para reverter isso, umas desculpas pelo comportamento inadequado da sua, sua acompanhante deveriam resolver. Porém aquilo ficaria para mais tarde.

“Você veio para falar sobre o bebê? É mesmo meu?”

Ela mordeu os lábios agora já não tão segura quanto ao que ia revelar, teria sido mesmo uma boa idéia convocar aquela conversa? E se ele quisesse tentar tirar seu neném de perto dela? Suspirou incerta mas resolveu falar, já que já se encontrava fora de casa e ele já sabia qual o rumo da conversa.

“Sim, teoricamente a criança é sua.”

“Teoricamente?”

“Na prática ela é minha filha e de Anahí, só de nós duas.” O rosto do homem desmoronou um pouquinho. “Olha, eu realmente aprecio o que você está querendo fazer, é muito honrado da sua parte mas eu já tenho uma família e essa criança também. Eu não vou te impedir de visitá-la ou de ligar, de estar presentes em festas de aniversário ou no natal, minha intenção não é te proibir de ser pai.” Ela estendeu a mão para ele esperando que ele a pegasse, relutante ele pôs sua mão sobre a dela.

“O que quero é que o nome dela esteja na certidão, que ela seja oficialmente a mãe do neném também porque ela ama essa criança! Amou muito antes de mim, ela a protegeu com unhas e dentes como nem mesmo eu acho que seria capaz de proteger se eu estivesse em seu lugar. Quero que a Anahí seja a mãe do bebê também porque se não fosse ela, essa criança não estaria aqui. Ela é uma mãe de verdade e não posso negar isso a ela, eu não quero negar.”

O homem desviou os olhos claros para longe e passou a mão pelo moicano escuro visivelmenete nervoso, Dulce estava pedindo demais para ele e não sabia se era capaz de dar, a criança era sua, certo? Ele tinha direito de ter seu nome na certidão! Pegou a garrafa de cerveja tomando um grande gole, o líquido gelado descendo sua garganta lhe deu certo alívio.

“Greg.” Sua voz era agora muito mais doce do que era antes, ele voltou o olhar para ela. “Eu sei que estou te pedindo muito, mas quero que pense com muito carinho nisso, está bem? Não quero começar uma briga, não quero envolver juiz nenhum nisso mas se for preciso eu vou lutar e tenha certeza que Anahí mais ainda. Eu não vou tirar seu direito de ver a criança, certamente que não mas quero que ela leve o nome da Anie porque é com ela que estou casada e é o nome dela que eu levo junto com o meu.”

Os olhos dele pareciam duros e tristes e ele pegou a garrafa de vidro verde tomando mais um longo gole do líquido dourado, puxou a mão que ainda estava sobre a de Dulcr e passou pela nuca inquieto. “Me dê um tempo para pensar, está bem? Ainda acho que tudo isso é muito injusto comigo.”

“Leve o tempo que precisar e me procure quando tiver sua resposta, mas seja discreto, Anahí não sabe que falei com você.”

Ele assentiu com a cabeça. “Eu serei pequena, pode deixar comigo.”

Ela deu um meio sorriso e fez a menção de se levantar, pegando a bolsa e o celular que estavam jogados em cima da mesa. De dentro da bolsa pegou a carteira mas Gregorio segurou sua mão fazendo ela olhá-lo. “Deixa que eu acerto, pela espera que te fiz passar.”

Ela sorriu ternamente para ele. “Você é um bom homem. Obrigada por tudo.”

Deu um aperto na mão grande do homem e se virou para ir embora. A garçonete de mais cedo lhe lançou um olhar feio que ela ignorou enquanto lutava para atender o telefone que vibrava em suas mãos.

“Alô?”

“Onde está você Dul? Está tarde e ainda não apareceu, fiquei preocupada.”

A baixinha sorriu enquanto destravava as portas do carro e entrava deixando a bolsa no banco do passageiro. “Estou indo para casa, estava passando no shopping porque queria comprar uma coisa. Está tudo bem, viu? Não fique preocupada.”

“Ok meu amor, te espero aqui, tenho uma surpresa para você, te amo.”

“Te amo.”

A ligação foi terminada enquanto ela girava a chave na ignição. Olhou para frente, conseguia ver seu antigo baterista pelo vidro do restaurante e ele ainda bebia da cerveja parecendo pensativo. Ela torceu para tudo dar certo, para Greg tomar a decisão que esperava e para finalmente conseguir dar à sua família um pouquinho de paz.