Fanfic: Entre a Luxúria e o Amor (Finalizada) | Tema: ( AyA )

  Anahi desligou,balançando a cabeça e franzindo o rosto. Difícil manter qualquer coisa em segredo neste mundo. Deveria ter imaginado que Mara descobriria.

       Anahi não sabia o que fazer com as revelações de Mara sobre a personalidade de Alfonso. Ele deve ter sido a parte prejudicada nesse processo,o que certamente explicaria por que não disse a verdade sobre ele quando se encontraram pela primeira vez.

      Tudo bem,então talvez ele não fosse o mentiroso que Rodrigo havia sido. Talvez ele tivesse outros sentimentos por ela que não sexuais. Ainda assim ele não era o tipo de rapaz que quisesse se casar.

      Não. Ela não estava a ponto de dar muito crédito à opinião de Nigel sobre a tal seriedade de Alfonso.

      Da mesma forma,ela não queria se tornar sentimentalóide a respeito do fato de ter se apaixonado pelo homem errado. De novo.

      Dessa vez,ela sabia onde estava se metendo. Tinha entrado nisso com os olhos bem abertos. Não tinha a quem responsabilizar,a não ser a ela mesma.

      Em seguida,telefonou para Betty,que atendeu ao segundo toque.

Anahi: Betty, é Anahi. Desculpe por eu não ter ligado antes. Desliguei meu celular e só agora verifiquei as mensagens. Como vão as coisas? O papai está bem?

Betty: Se o seu pai está bem? (Betty respondeu com um tom de felicidade na voz) Direi que sim. Você nunca vai acreditar nisso.

Anahi: Ele vendeu a fazenda?

Betty: O que? Ah,sim,ele vai fazer isso também. Mas vai levar tempo. Não foi por isso que eu telefonei.

Anahi: E o que mais o papai fez? (como se ela não soubesse. Ele deve ter dito a Betty que a amava)

Betty: Bem, na segunda-feira ele me fez levá-lo até Moss Vale, de muletas e tudo mais,para cortar o cabelo. Então ele me arrastou para a melhor loja de roupas masculinas da cidade. Depois,hum,você não vai acreditar nisso! Então,no almoço,ele me pediu em casamento.

Anahi: O que? (ela ficou chocada) E aí? O que você disse?

Betty: Disse que sim,é claro. Há séculos que sou apaixonada por ele.

Anahi: È mesmo?

Betty: Por que a surpresa jovenzinha? Seu pai é um homem muito atraente para a idade dele. Eu me senti leve como uma pluma quando ele disse que há muito tempo era apaixonado por mim também.

Anahi: Bem, por que a surpresa Betty? Você é uma mulher muito bonita. Para qualquer idade.

Betty:Ah,sei. Sou muito alta e muito magra e tenho o cabelo mais horrendo que existe,mesmo.

Anahi: Fiquei sabendo que meu pai acha você tão bonita e tão especial,que não se atreveu a pedi-la em casamento antes. Achava que você recusaria.

Betty: Ele disse isso?

Anahi: Ele disse,disse sim.

Betty: Nossa... (ela estava sem palavras. Mas agora Anahi sabia a verdade sobre o fato de Betty nunca ter se casado. Por causa da baixa auto-estima. Todo o tempo em que ela vinha ajudando Anahi a ficar mais bonita, Betty provavelmente acreditava que sua própria aparência era um caso perdido) 

Anahi: Essa é a melhor notícia que já tive há tempos (comemorou ela) Estou tão feliz por vocês dois. Diga para papai que estou orgulhosa dele.

Betty: Diga a ele você mesma. Bill? (ela chamou) Bill,é a Anahi no telefone,ela quer falar com você.

Bill: Anahi.

Anahi: E aí,papai?

Bill: Consegui.

Anahi: Estou muito orgulhosa de você.

Bill: Estou muito orgulhoso de mim mesmo. Eu ia esperar até perder alguns quilos,mas mudei de idéia. A vida é muito curta. Mas já comecei a cuidar da minha dieta e vou fazer os exercícios indicados assim que tirar o gesso do meu tornozelo. Enquanto isso,vou vender a fazenda e organizar o casamento.

Anahi: E quando você acha que vai ser o casamento?

Bill: Logo que a gente puder organizar tudo. A Betty nunca foi casada e pensei que ela gostaria de um bonito casamento na igreja. O que você acha?

Anahi: Acho encantador. (De repente,lágrimas tomaram os olhos de Anahi)

Bill: Você vai contar para o Alfonso? (perguntou ele)

Anahi: Contar o que,para quem?

Bill: Eu entendi errado? Achei que você tinha viajado por uns dias com Alfonso. Ele disse que você iria.

Anahi: Ele disse? Ele não tinha o direito de fazer isso!

Bill: Por que não? Qualquer um pode ver que são loucos um pelo outro. Não sei por que você tentou fingir que não é. Não sou bobo, Anahi. Só quero que saiba que aprovo de coração.

Anahi: Você aprova que eu durma com Alfonso? (disse Anahi,num impulso. Ele certamente não aprovou que ela dividisse o quarto com Rodrigo durante o natal)

Bill: Não,que você o ame. Ele é o cara certo. Então não deixe que esse escape.

Anahi: E se ele quiser escapar?

Bill: Alfonso? Querer escapar de você? Por que ele iria querer fazer isso? Ele ama você.

Anahi: Ele lhe disse isso?

Bill: Claro que não. Eu simplesmente percebi.

          Seu coração acelerado quase parou de bater. Sua visão ficou embaçada. Que idiota era ela de elevar as expectativas dessa maneira! Seu pai tinha tanta percepção em questões de coração quanto suas vacas.

Anahi: Você é quem diz,pai.

Bill: Você não acredita em mim...

Anahi: Vamos simplesmente dizer que eu vou esperar pelo pedido de casamento.

Bill: Pedido de casamento? Ele não vai pedir você em casamento. Ele acabou de conhecer você.

Anahi: Pensei que você tivesse dito que ele me amava.

Bill: Os homens não fazem pedidos de casamento assim tão depressa. Ou de uma forma tão precipitada. No mínimo,porque tem medo de serem rejeitados.

Anahi: Eu não o amo.

Bill: Ama sim, minha filha.

Anahi: Tudo bem,eu amo, mas não quero amar.

Bill: Por que não?

Anahi: Porque mesmo que ele me amasse,e eu não acredito que ame,ele não tem interesse em se casar.

Bill: Ele não tinha conhecido você.

Anahi: Vamos deixar essa discussão para depois,pai?

Bill: Prometa que você vai dizer para ele que o ama.

Anahi: Não posso fazer isso.

Bill:  Você quer dizer que não vai fazer.

Anahi: È,é isso,não vou.

Bill: Você me fez dizer a Betty que eu a amava e estava certa. Agora,veja se aceita o meu conselho e diz para ele que o ama. Só porque um homem machucou você,não significa que o próximo vai machucar também.. Desperdicei mais de dez anos da minha vida pensando que nenhuma mulher iria me querer porque não fiz sua mãe feliz.

Anahi: Ai,pai, a mamãe não era tão infeliz assim.

Bill: Sim,ela era. Mas agora vejo que nós não combinávamos. Não era tudo culpa minha.

          Anahi balançou a cabeça afirmativamente. Ele estava certo. Sua mãe não era o tipo que enfrentaria a vida solitária de uma esposa de fazendeiro.

Bill: Dê a Alfonso uma oportunidade (o pai disse) Não deixe que as experiências passadas fechem seus olhos para o presente. Prometa isso,pelo menos.

Anahi: Está bem (ela concordou) E,pai...

Bill: Diga!

Anahi: Eu gostei muito de falar com você. Agora se cuide,e manda um beijo para Betty.

          Certo, então ela poderia se machucar novamente se contasse a ele que o amava. Será que valia a pena o risco?

        O ronco de um trovão interrompeu seus pensamentos. Com uma expressão preocupada, Anahi correu para a varanda e percebeu como o tempo mudara radicalmente sem que ela notasse. Nuvens com um aspecto ameaçador cobriam o céu e tapavam o sol. Um vento rápido deixava o mar com ondas,altas e cheias de espuma, que se enroscavam e despencavam raivosas na praia.

      Olhando para a água, Anahi não conseguia achar Alfonso. Ela sabia qual era o lugar preferido dele quando ia surfar,mas ele não estava lá.

     Começou a chover. Pingos grossos. Anahi caminhou até o final da varanda coberta e olhou em volta da casa. A caminhonete ainda estava lá,então Alfonso não tinha ido de carro para nenhum lugar. O que significava que ele devia ter ido surfar ali mesmo.

     Foi então que ela viu a prancha dele ao lado dos degraus da frente. O estômago de Anahi se contraiu num nó apertado por causa de um medo repentino.

     Oh, meu Deus...

     As mão de Anahi seguraram o corrimão vermelho da varanda com tanta força que os nós de seus dedos ficaram brancos. Seu olhar, agora desesperado, percorria o mar mais uma vez. Ela ainda não conseguia ver ninguém nadando.

    De repente, as ondas pareceram fatais. Anahi se lembrou da maré traiçoeira que a arrastara em direção às pedras na outra noite. Seus olhos se voltaram para aquelas pedras e ela ficou impressionada ao ver dois pescadores ali, ainda em atividade. Só podiam ser loucos,ela concluiu. Mas talvez eles pudessem dizer a ela se tinham visto Alfonso.

     Entrando na casa,ela vestiu um short e correu novamente para a porta da frente. Desceu as escadas em disparada e se lançou pela praia, sem se preocupar com a chuva. Ela foi tão rápida quando estava na areia, mas vagarosa nas pedras. Teve que, cuidadosamente,escolher onde pisar naquela superfície escorregadia,em direção ao lugar no qual os pescadores se encontravam,despreocupados com suas varas de pescar.

Anahi: Hei, vocês aí! (ela gritou, não se atrevendo a chegar mais perto. Do jeito que o mar estava, a cada três ondas, a água atingia os pés de Anahi, ameaçando seu equilíbrio) Vocês viram alguém pegando onda esta tarde?

XXX: O que? (um deles perguntou,enquanto o outro nem virou a cabeça. Ele provavelmente não havia escutado por causa do vento)

        Anahi colocou as mãos em concha e repetiu a pergunta. O pescador fez que não com a cabeça e o coração de Anahi naufragou. De qualquer forma,duvidou que eles tivessem notado a presença de alguém.

      Durante a meia hora que se seguiu,ela andou para cima e para baixo pela beira d`água, totalmente encharcada. Se houvesse mais alguém para pedir ajuda,ela teria pedido,mas a Praia Escondida estava deserta. Não havia um único carro nos estacionamento para visitantes. Finalmente,desesperada,ela bateu em todas as portas das outras casas,na esperança de que Alfonso tivesse ido visitar alguém.

     Só que ninguém respondeu. Afinal, eram casas de fim de semana e era apenas quinta-feira.

     Anahi se agarrou à esperança de que Alfonso tivesse saído para caminhar,mas se fosse o caso, ele certamente teria voltado para casa assim que começasse a chover. E já estava chovendo firme há bastante tempo.

    E se ela nunca tivesse a chance de dizer para ele que o amava? E se tudo estivesse terminado entre eles da mais terrível e definitiva forma?

    Desesperada, Anahi voltou para casa e, agoniada,pegou o telefone. Mas para quem telefonaria? Enquanto digitava os números, ouviu o barulho de um carro se aproximando. Largou o telefone,disparou para a varanda e correu pela lateral da casa.

    Um caminhão caindo aos pedaços fez um rangido ao parar atrás da garagem e Alfonso saltou do banco do passageiro.

Alfonso: Obrigado pela carona, companheiro (ele falou enquanto pegava uma prancha da parte de trás)

xxx: De nada (o motorista respondeu)  A gente se vê, Alfonso. (e o carro partiu)

Alfonso: O que aconteceu? (Alfonso perguntou quando viu Anahi toda encharcada) Foi nadar de roupa?

        Anahi apenas olhou para ele, suas emoções confusas. Ela não sabia se queria matá-lo ou beijá-lo.

Anahi: Não,seu porco sem consideração (descarregou sobre ele) Eu estava procurando o seu cadáver. (em seguida, Anahi caiu no choro)

                                                                  Continua...