Fanfic: Entre a Luxúria e o Amor (Finalizada) | Tema: ( AyA )

Maite: Ron vive querendo me amarrar,acho que um dia desses vou deixar.

Anahi: Ficou maluca? E se ele... ele fizer coisas que você não quer?

Maite: Você está certa. È preciso confiar muito para deixar ele me amarrar. Ainda não confio tanto assim em Ron. Acho que vou fazer o contrário: eu é que vou amarrá-lo! (disse gargalhando)

Anahi: Você é louca mesmo.

Maite: È isso aí. Você devia ter umas aulinhas comigo! Mais se fosse eu em seu lugar,não iria para uma prainha escondida não,iria para um lugar bem agitado onde eu me esbaldasse. Faria Rodrigo experimentar um pouquinho do mesmo remédio que ele tomou.

Anahi: Mas eu não sou desse jeito,você sabe! Deve ser òtimo não esquentar a cabeça.

Maite: O que também é ótimo,porque senão,não gostaria de você como eu gosto! (disse sorrindo) Não dá bola para o que eu falo Anahi. Posso ser sacana de vez em quando.Porque você acha que quero me casar com um homem mais rico que meu pai? Pois quero provar uma ou duas coisas para aquele pão duro. Se ele queria que eu me formasse para ter uma carreira,porque não me disse logo? Eu teria me esforçado quando ainda era tempo. Não teria de sobreviver tirando fotos de qualquer tipo de roupa,nem teria de aturar os comentários dos homens só porque sou modelo de lingerie!

  Anahi olhou espantada para a amiga. Nunca tinha percebido quanto o pai de Maite a magoara.

Maite: Desculpe,você já tem problemas demais,não precisa ouvir os meus.

Anahi: Eu não sabia que... não sabia que você tinha esse sentimento sobre seu trabalho,nem que os homens a tratavam diferente.

Maite: A maioria não são assim. Mas hoje cruzei com um idiota,quando estava em uma sessão de fotos,e ele simplesmente me ignorou. E olha que eu estava na cara dele de calcinha e sutiã de renda preta.

Anahi: Quem era ele?

Maite: Um desses caras que vem do nada e ficam milionários. Ele comprou a revista de moda para a qual eu estava fazendo as fotos. O sujeito acha que estava abafando. Mas meu pai é dez vezes mais rico!

Anahi: Era bonitão?

Maite: Acho que sim. Olhos negros... E um corpão,para alguém que já passou dos 30. Mas que arrogância!

Anahi: Você se sentiu atraída por ele.

Maite: Eu não! (disse nervosa)

Anahi: Claro que sim. E ficou enfurecida porque ele não lhe deu bola.

Maite: È... Pode ser.

Anahi: Você vai vê-lo de novo?

Maite: Acho que não.

Anahi: Você vai fazer outras fotos para a tal revista?

Maite: Semana que vem. Meu agente me ligou hoje falando disso. Já tinha uma outra garota para fazer,mas ela ficou doente e eles querem que eu a substitua.

Anahi: Que coincidência!

Maite: Você acha que...

Anahi: Pode ser que sim,não é? A maioria dos homens pelo menos,teria olhado para você Maite. Ainda mais,você estando quase nua. O fato desse sujeito ter a ignorado quer dizer algo. Ou ele é gay,ou ele também gostou de você,mas não quer demonstrar.

Maite: Meu Deus do céu! Que mente suja!

Anahi: Eu não era assim. Mas minha experiência com os homens está fazendo com que eu me revele! Agora preciso ir de verdade,senão vou ficar presa no trânsito. Se Rodrigo ligar,diz que eu fui passar o fim de semana fora,mas que você não sabe onde.

Maite: Ele não vai gostar.

Anahi: È isso aí. Estou a fim de briga. Por isso,vou cair fora. Preciso de tempo para pensar com mais clareza.

Maite: As coisas nunca são claras em se tratando de homens,Anahi. Não dá para saber porque são tão cabeçudos. Ruim com eles,pior sem eles.

Anahi: Ah,posso viver sem eles. Já vivi antes,posso viver de novo,só preciso decidir se é isso o que quero.

   Anahi não precisou consultar o mapa de Nigel na primeira parte da viagem. Ela conhecia o caminho para Port Stephens. Quando comprou seu carro um ano antes,começou a passar os fins de semana conhecendo as cidades litorâneas perto de Sidney.

  Adorava viajar para a praia,talvez porque quando criança,raramente podia ir para o litoral. Quem vivia nas fazendas produtoras de leite,aprendia cedo que não podia nunca ir muito longe de casa. A obrigação de ordenhar as vacas todas as manhãs não permitia.

  Infelizmente,Anahi logo descobriu que viajar sozinha não era assim tão divertido. Durante o dia ainda podia passear e caminhar pela praia,mas quando anoitecia e ela voltava para o quarto do hotel sozinha,ficava chateada.Quando suas excursões solitárias começaram a deprimi-la para valer,ela parou.

  O que a fez pensar por que aceitara essa idéia tola de passar o fim de semana sozinha desta vez. Ela teria tempo demais pra pensar e remoer o assunto. Anahi se lamentou.Agora era tarde demais.

  Cinco minutos depois,já estava na estrada certa. Era estreita e sinuosa,sem nada dos lados,a não ser aqueles arbustos baixos e vegetação rasteira típicos das regiões próximas ao mar.

  Anahi teve a sensação de estar dirigindo por horas quando viu o posto de gasolina. O mercadinho que ficava ao lado era antigo,aliás como o próprio posto,mas bem abastecido,com um rapaz bem humorado atrás do balcão que adorava bater papo.

  Passava das seis quando Anahi retomou a estrada com uma sacola cheia de pão,leite,ovos,duas barras de chocolate e suas revistas favoritas.Tinha esquecido de pegar um livro antes de sair de casa.

  Na verdade tinha que admitir que essa viagem sequer havia passado pela cabeça. Não tinha nem trocado de roupa. Jogou umas roupas numa bolsa e saiu.

  Ela não costumava agir tão intempestivamente. A traição de Rodrigo virara seu mundo de cabeça para baixo.

  Anahi contornou uma longa curva e se deparou com o horizonte azul do vasto e profundo oceano Pacífico. A visão lhe fez bem,e de repente ficou feliz por ter vindo,nem que fosse só por causa desse momento. Mas logo a realidade nua e crua ressurgiu.

  Anahi diminuiu a velocidade do carro por causa do tráfego e começou a divagar. Era fácil para Maite dizer que ela encontraria alguém em um piscar de olhos. Anahi não era esse tipo de garota,mesmo agora que sua aparência havia mudado. Os homens normalmente a achavam arredia. Mas ela era apenas reservada e cautelosa por natureza. Nem sequer gostou de Rodrigo no primeiro encontro,é claro que ele a impressionara. Mas gostar,gostar mesmo,não.Ela o achara um pouco intrometido. Porém,considerou a persistência dele bastante sedutora. Ele mandava flores duas vezes por semana,ligava todos os dias,a cobria de atenção. Fez até poesia.

  O som da buzina estridente a assustou e a fez olhar pelo retrovisor. Uma caminhonete pintada de amarelo-brilhante,com várias pranchas de surfe,estava bem atrás dela.O motorista fazia gestos impacientes com a mão esquerda para que ela andasse.

  Anahi não tinha percebido que estava simplesmente parada no meio da estrada.Sem graça,sorriu para se desculpar. Depois de um momento de hesitação,ele retribuiu o sorriso,e um arrepio estranhíssimo percorreu o corpo dela,dos pés à cabeça.

  Ela ficou tão surpresa que permaneceu olhando o reflexo dele ainda por alguns momentos antes de mover o carro para a esquerda,levando consigo a imagem daquele homem: bronzeado,moreno,ombros largos,de óculos escuros e camiseta laranja. Tinha o cabelo um pouco grande e cacheado,o rosto bem másculo e barba por fazer. Os óculos não permitiam ver a cor dos olhos,mas achava que eram verdes.

  Esse último pensamento surpreendeu Anahi: ela estava tentando adivinhar se os olhos dele eram verdes?

  Repreendeu-se pela bobagem,porém viu que o carro dele continuava emparelhado com o seu. O coração disparou e ela começou a imaginar se ele também tentava adivinhar a cor dos olhos dela,igualmente ocultos pelos óculos escuros. Ela quase os tirou para mostrar-lhe que eram grandes e azuis.Mas,antes que realizasse tal gesto,a caminhonete passou.

  Que idéia maluca! Há um minuto,estava se lamentando por causa da traição de Rodrigo. Em seguida,já estava praticamente paquerando um estranho!

  Este comportamento não tinha justificativa,não importava se o motorista da caminhonete fosse sexy ou não.

  Como ela podia saber se era sexy só com alguma rápida olhada?Nem tinha visto o corpo dele. Ele podia ter uns olhinhos sem graça,um traseiro gordo e a personalidade de uma porta.

  Ah,claro! (desenhou uma voz lá no íntimo de Anahi) A quem você está querendo enganar? Ele deve ter lindos olhos verdes,um traseiro durinho e um charme irresistível.

  Anahi suspirou. Isso era loucura.Realmente,o dia tinha sido bem atípico. Primeiro,deparara-se com aquela vadia: depois fora interrogada pela chefe sobre seu desempenho sexual: em casa,a amiga havia recomendado que ela conhecesse pessoas para se vingar.

  Era isso que estava acontecendo? O subconsciente tentando punir Rodrigo,fazendo com que ela flertasse com outro homem?

  Não,isso nunca aconteceria com ela.Nem pensar. Mas ainda assim, no fundo,no fundo Anahi queria cruzar de novo com o rapaz da caminhonete.

                                                                Continua...