Fanfic: Ainda Há Tempo? | Tema: Portiñon

O dia começou golpeando fortemente Anahi que tinha total esperança que chegassem trazendo Dulce até ela. E não fora assim.
O frio e toda aquela chuva, além de causar desconforto, estava lhe trazendo sofrimento, Dulce estava em algum lugar debaixo de toda aquela chuva, enfrentando aquele clima baixissimo e provavelmente além de triste e faminta, certamente deveria estar desesperada. Essa simples reflexão fez Anahi ficar terrivelmente furiosa. Ainda não acreditava que todas aquelas pessoas, tiveram a capacidade de deixar isso acontecer. Com esse pensamento em mente e uma angústia terrivel ameaçando tirar sua tolerância, deixou a mansão, dirigindo seu próprio carro e buscando mais uma vez pela ruiva. Ação que se repetiu por mais três longos dias sem sucesso algum de encontrá-la. Nem Anahi, nem Ángel e nem todos os seus seguranças tiveram a sorte de que tanto precisavam para chegar ao local certo.

Era já fim de tarde de sexta feira, quando Ucker bem longe da mansão de Anahi passava por uma rua bem esburacada, cheia de lixo e de péssimo aspecto quando avistou Dulce. Encolhida com os braços em volta dos joelhos, de cabeça baixa e  chorando. Ele havia se perdido e acabara naquela rua deprimente por um simples acaso da vida, mas não poderia estar mais feliz, alí sentada, como uma mera indigente, estava ela, a pessoa que mais odiara na vida, a única pessoa que odiara na vida constatou ele.
Pensou em simplesmente passar e fingir não ver, mas o ódio infinito que aquela mulher despertava não o deixara fazer isso.

Dulce estava alí encolhida, pensando em que momento tudo havia se transformado naquele inferno, não aguentava mais aquela situação e não pretendia mais lutar com ela, pensava em que esquina iria parar e ficar, até que o tempo, as chuvas e a terrivel fome que sentia acabariam com ela, quando atraída pelos passos que ouvia, levantou a cabeça e se deparou com o sorriso sinico, frio e cruel de Ucker. Sabia que se fosse uma outra pessoa conhecida aquilo poderia não representar nada, mas sendo Ucker aquilo representava perigo.

Após ser insultada, pisada, humilhada e diminuída de todas as formas que já havia sido antes e de várias outras que pela primeira vez ele usava, e de ouvir que Anahi ao acordar e se deparar com a verdade e de quem Dulce era, havia deixado o país para se recuperar em outro lugar, Dulce foi agredida, agredida fisicamente por aquele homem á quem nada tinha feito, mas que a odiava, apenas por amar a mesma mulher que ele amava. Ficando ferida, desmaiada e jogada em um simples canto da rua, deixada por Ucker que a havia socado e desferido vários golpes contra seu corpo e rosto, terminando com um chute do lado esquerdo do queixo, responsável por deixá-la inconsciente.

Anahi procurava Dulce como louca e suas esperanças ao contrário do que ela gostaria de acreditar, já estavam se esgotando e o desespero já havia a consumido por completo, sem deixar nem ao menos espaço para qualquer tipo de cordialidade ou tato com qualquer um daqueles que viraram as costas para Dulce enquanto ela estava em uma cama de hospital sem poder fazer nada pela ruiva. E naquele momento até mesmo um ódio terrivel se apossava dela ao ouvir o nome de qualquer uma dessas pessoas! Ao ponto de pedir a Christian e Liz que não a procurasse e que Maria ficasse em sua própria casa, sem comparecer ao serviço.

Ángel tentava acalmar Anahi, ao mesmo tempo que lhe oferecia palavras de incentivo e força. Lhe fazia companhia ao passarem a procurar por Dulce juntas. E a consolava a cada vez que não logravam esse objetivo.
E foi na noite desta mesma sexta feira que ao levar Ángel para casa e deixá-la no portão da mesma, Anahi avistou uma pessoa deitada no chão, coberta de lixo na parte superior do corpo e papelão molhado na parte inferior!  Apontando aquela pessoa para Ángel, e dizendo como era terrivel pensar que Dulce poderia estar em uma situação quase parecida com aquela, Anahi sentiu seu coração apertar e sentiu uma dor quase física.