Fanfic: Ainda Há Tempo? | Tema: Portiñon

Não sabia como, mas se sentia abraçada, cuidada, se sentia acompanhada. Foram apenas segundos até que Ángel a envolvesse nos braços e lhe oferecesse o abraço mais real, relaxador e confortante que já havia experimentado na vida, não raciocinava com perfeição, mas raciocinava o suficiente para perceber que nunca antes na vida, um abraço a havia feito sentir tão segura. Segura a tal ponto, que pela primeira vez em vários dias, se permitiu chorar, chorar tudo de ruim que tinha guardado, tudo que lhe consumia a alma, tudo que a fazia expulsar seu tormento de dor. Não sabia como agradecer por isso, mas sabia que sempre seria grata a aquela mulher.

Já passavam de sete da manhã quando levantou a cabeça daqueles ombros e se afastou lentamente daquele abraço. Pretendia lhe dizer o quanto havia sido bom e gratificante aquele gesto, mas não houve tempo, a sala de espera foi invadida por várias pessoas ao mesmo tempo. Todas praticamente falando ao mesmo tempo e levando para si a atenção das duas mulheres.

Christian, Liz, Helena, Ucker e Alfonso perguntavam  várias coisas ao mesmo tempo deixando Anahi confusa e irritada. Ángel olhava de um para o outro com olhos arregalados e com expressão de cansaço. E naquele momento pensava que diabos havia feito Anahi na vida, para que passasse esse tipo de coisa.

Anahi os olhava cansada e se perguntava quando tudo em sua vida voltaria ao normal, se é que algum dia sua vida voltaria ao normal.
Após pedir a todos que se calassem e  os lembrassem que estavam em um hospital e alí pediam silêncio. Anahi explicou onde e como acharam Dulce e em que situação a mesma se encontrava agora. Ao ver as expressões dos mesmos, Anahi precisou conter o ódio crescente que se apoderava dela. Pedindo apenas que todos se retirassem dalí e que não voltassem, pois alí ninguém gostava de Dulce, e se houvesse ao menos um que gostasse, não gostava o suficiente para arriscar o que quer que fosse, para ajudá-la e não permitir que passasse tudo que passou.

Liz corou violentamente sentindo que essa última parte havia sido dirigida a ela.
Christian tentou falar algo, mas foi cortado sem nenhuma cerimônia pela loira, que voltou a pedir que se retirassem.
Alfonso estava quase saindo da sala, quando Anahi o chamou, dizendo que não se referia a ele e que agradecia muito por toda ajuda que lhe ofereceu, afinal de todos alí, foi o único que a ajudou procurar por Dulce e sabe que o fez de coração. Alfonso apenas lhe sorriu, passando a mão suavemente pelo rosto da loira que lhe devolveu o gesto, sorrindo brevemente.

Ángel havia se afastado e mirava a cena muito silênciosa e atenta.
Alfonso saiu deixando Anahi a pensar porque não havia conseguido continuar seu casamento com ele depois de toda a tempestade que passaram. Afinal, ele não tinha culpa alguma do que havia passado, e assim como ela, havia sofrido horrores e certamente ainda sofria.
Encontrou o olhar de Ángel sobre sí, o que a fez sair de seus pensamentos e respirar bem fundo.

Aproximou-se de sua secretária, e o mais gentilmente que conseguiu lhe disse, que deveria ir para casa, tomar um banho quente, comer e dormir um pouco, pois parecia muito cansada e estava alí, assim como ela, faziam muitas horas. Ángel respondeu dizendo que iria fazer tudo aquilo, mas apenas quando ela também fosse, pois ela sim parecia extremamente cansada e precisava de algum descanso.

Anahi explicou que gostaria de estar lá quando Dulce despertasse. Mas Ángel a lembrou de que o médico havia dito que isso não aconteceria aquela manhã e isso lhe dava tempo, de ir para casa, banhar-se, alimentar-se e principalmente, tempo de descansar um par de horas e aí sim regressar, pois Dulce precisaria muito dela.
Anahi sorriu e sentiu seu coração se apertar. Fazia muito tempo que não encontrava alguém que se preocupasse verdadeiramente com ela, sem precisar ser injusta com mais ninguém para isso. Ángel tinha razão, tinha que se restabelecer para que quando a ruiva despertasse pudesse cuidar dela. Estendendo a mão para Ángel, Anahi confirmou que assim o faria, mas não antes de deixá-la em casa. E assim as duas se foram, com Ángel feliz por tê-la convencido a descansar e Anahi convicta de que a vida lhe havia presenteado finalmente com uma grande e especial amizade. Ela, que sempre fora tão só e que nunca havia de fato mantido uma verdadeira amizade ao longo de todos aqueles anos, enfim havia conquistado uma, porque era isso que ela tinha em mente e isso seria exatamente o que tinha e pretendia oferecer a Ángel e rezava intimamente para que a mulher alí ao seu lado aceitasse e encarasse a relação das duas da mesma maneira: Como uma bela e verdadeira amizade e não apenas como uma simples relação de trabalho como mantinham a tantos anos. 

Era isso que queria e era por isso que faria o possivel para conquistar. Assim decidiu Anahi!!!

                                                                                                                                                                            Continua...