Fanfic: Ainda Há Tempo? | Tema: Portiñon

Eram seis da tarde quando Anahi voltou ao hospital. Tentou saber mais noticias de Dulce, porém nada novo tinham a lhe informar. Andou de um lado a outro aguardando que alguém aparecesse para lhe dizer algo e que finalmente pudesse ver a ruiva, mas ninguém aparecia.

Os pensamentos vinham em sua cabeça como uma avalanche á golpeando, e mesmo com toda a noite e madrugada pela frente foi impossivel ordenar e acomodar cada um deles em seus devidos lugares.

Passavam das oito da manhã quando ainda sentada na sala de espera e com os pensamentos em completa desordem quando Alfonso chegou até ela, para informar que Dulce havia passado uma noite muito ruim, a pneumonia estava muito grave, a febre se recusava a ceder e Dulce se contorcia de dores no corpo, causadas pelo espancamento sofrido. Porém havia sido sedada horas antes e se encontrava dormindo profundamente, e embora não fosse recomendado, a deixaria entrar para vê-la, embora também tivesse de ser uma rápida visita.

Anahi concordou e minutos após estava frente á Dulce.
A imagem de Dulce deitada, cheia de aparelhos, ematomas, completamente pálida e abatida fez o coração de Anahi apertar como se estivesse sendo esmagado por alguém, a angústia era latente e o medo o fazia transbordar de agonia. Não podia nem pensar na possibilidade de perder Dulce, trocaria de lugar com ela se pudesse, faria qualquer coisa para que a mulher que amava não estivesse naquela cama, ferida, enferma,sofrendo...

Passou cerca de quinze minutos conversando com Dulce e pedindo que lutasse, que se curasse e despertasse para ficar ao seu lado. Se colocou a pensar no dia em que a conheceu, na primeira vez que a ruiva se insinuou, a primeira vez que lhe deu um beijo, a primeira vez que fizeram amor, a primeira vez que lhe disse "eu te amo", a primeira vez que com todo seu jeitinho tão único fez com que seu coração desparasse. Sorriu pensando em como havia mudado sua vida e em como em tão pouco tempo a fez querer continuar a viver e fazer planos para o futuro. Mas em seguida percebeu que já estava em parte desse futuro, e ele não parecia nada belo. O medo também se fez presente nesse momento, porque chegou a temer o que ainda viria nesse "futuro" que se desenhava e que em nada parecia diferente de seu passado. Será que algum dia seria de verdade feliz? De verdade algum dia viveria em paz? Torcia para que sim, mas duvidava muito que fosse assim!

Respirou tão fundo que a respiração lhe queimava os pulmões, beijou a face de Dulce e ao se despedir voltou a lembrá-la o quanto a amava, o quanto a queria e quanto sentia sua falta. Disse também que a estava esperando, para cuidá-la e para que voltassem para casa.
Se despediu com um beijo no canto da boca e saiu do quarto levando consigo, um gosto muito amargo na boca: O gosto da dor

Passaram três dias até que parassem de sedar Dulce e ela finalmente pudesse se manter acordada. Eram dez da manhã de quinta feira quando Dulce despertou, com febre, chorando e com dor. Anahi se colocou a seu lado e lhe afagava os cabelos enquanto lhe dirigia palavras de conforto e carinho. Dulce a mirava como se pedisse desculpas, tinha desespero em seus olhos e na tentativa de falar algo perdeu totalmente o fôlego.

As duas horas seguintes foram de atendimentos e medicamentos e ao poder novamente estar ao lado da ruiva. Anahi lhe pediu que ficasse calma, que não tentasse falar, pois caso contrário teria que sair de seu lado e deixar que apenas as enfermeiras lhe acompanhassem. Explicou que ainda teriam muito tempo para dizerem tudo que queriam e precisavam. Mas que naquele momento o mais importante é que ficasse bem, que se cuidasse e que não sentisse nenhum tipo de dor e desconforto. Afagava os cabelos ruivos como quem afaga os cabelos de uma pequena criança e lhe sussurrava que tudo estaria bem assim que pudessem estar juntas novamente e que era preciso fazer tudo conforme os médicos mandavam e se esforçar para melhorar logo, porque morria de saudades de tê-la nos braços outra vez, de lhe encher de beijos e de dizer o quanto a queria, enquanto faziam amor. O brilho e a alegria que viu nos olhos de Dulce encheu sua alma de satisfação e mais  do que isso, encheu ainda mais seu coração de amor. E o único que se perguntava, era como poderia ser possivel amar tanto assim uma pessoa. Isso não importava, amava Dulce e faria esse relacionamento funcionar, sem brigas, sem conflitos, da melhor maneira que conseguisse. Não daria a vida a chance de lhe tirar mais nada, mais ninguém. Queria Dulce e lutaria para ficar com ela. Ainda que para isso a única coisa a fazer fosse: Ceder