Fanfic: Ainda Há Tempo? | Tema: Portiñon

Os dias foram se passando lentamente, ou pelo menos Anahi sentia assim. Não tinha um só dia que não se contorcia ao ver o desespero e choro de Dulce devido as fortes dores que sentia e a tamanha dificuldade para respirar. Os médicos lhe garantiam que dia-a-dia Dulce estava melhorando e que chegaria logo o momento em que essas fortes dores iriam passar. Mas para a loira isso parecia muito lento.
Passava os dias no hospital, indo em casa apenas para banhar-se e comer alguma coisa, e em todos aqueles dias no hospital,recebia apenas companhia de Ángel que como havia prometido, poderia contar com ela todos os dias e passasse o que passasse não deixaria de ir lhe dar uma palavra de conforto e motivação.

Ángel também a colocava a par sobre a empresa e sobre o comportamento de cada pessoa alí, Anahi não achava que as coisas estavam sendo levadas da maneira correta, mas resolveu deixar assim e apenas tomar as rédeas da situação quando pudesse ir pessoalmente cuidar de tudo. E isso, só aconteceria quando Dulce deixasse o hospital, e estivesse de volta em sua casa, em seus braços.

Christian e Liz continuavam muito bem, cada vez mais apaixonados e dividiam cada momento que podiam. Christian tentava organizar a empresa, porém não estava tendo nenhum êxito. Achava absurdo sua irmã "abandonar" a empresa daquela maneira e se dedicar a Dulce completamente. Mas resolveu que nada diria, não pretendia ter mais nenhum problema com Anahi por culpa de Dulce.

Maite andava triste e de péssimo humor, se dedicava em tempo integral ao trabalho e aos estudos, apenas se dava tempo de pensar em Anahi, Dulce e qualquer outra coisa na hora em que deitava em sua cama e não conseguia dormir.

Ucker estava cada vez mais louco, não conseguia controlar sua esposa, não conseguia controlar os problemas da empresa e não conseguia afastar Anahi de Dulce Maria. Estava sempre em contato com a mulher que vinha se encontrando as escondidas para juntos se vingarem e afastarem Dulce. E se irritava com a demora, pois a mulher lhe dizia que isso iria acontencer, porém teria dia e hora marcada e não poderiam se precipitar, ou colocariam tudo a perder.

Maria andava calada e pensativa, em algum momento ela deixou a raiva e o desejo de justiça se tornarem vingança e deixou um ser humano padecendo pelas ruas até chegar ao ponto que chegou, deixou a raiva falar mais alto que sua humanidade, porque poderia ter ajudado Dulce, porém não o fez e com toda razão perdeu a confiança de sua menina. Mas iria lutar para reconquista-la. E dessa vez não voltaria a falhar.

Alfonso via o carinho, atenção e preocupação que Anahi dedicava á Dulce e por mais que não quisesse, sentia-se doído. A vida lhe havia arrancado tudo, desestabilizou sua familia, arrancou seus pequenos filhos e por fim lhe havia tirado a mulher que amava. E não precisava muito para perceber que não tinha mais chance alguma de recupera-la. Afinal, o amor de sua ex esposa, já não mais pertencia a ele.

Ángel como havia prometido aparecia todos os dias após o trabalho na empresa e a cada dia que passava, Anahi a sentia mais diferente, mais fechada, e sim, também mais triste. A loira queria poder ajudá-la, saber o que se passava, mas não se sentia no direito de perguntar, decidiu que apenas iria observar mais e tentar achar algo que lhe desse uma pista. Coisa que não demorou muito, cada vez mais, Ángel mostrava alguns comportamentos diferentes e passou também a fazer algo surpreendente, que Anahi não conseguia entender o porque. Ángel passou a desviar o olhar, não apenas ao falar e ouvir, mas em qualquer instante em que Anahi buscava seus olhos, e isso além de intrigar e preocupar a loira, também a fazia lamentar, porque aqueles olhos tão profundos e azuis lhe traziam uma grande e infinita paz. Mas agora evitavam seus próprios olhos constantemente. Anahi não sabia o que era, mas pretendia descobrir e logo.

Dulce sentia muitas dores e passava por muitos desconfortos, recebia muita medicação para dores e também tranquilizantes, passava boa parte dos dias dormindo, mas sentia que a cada dia, doía menos que no dia anterior. Brindava Anahi com um largo sorriso toda vez que abria seus olhos e se deparava com sua imagem, ao lado da cama, lhe sorrindo lindamente e lhe dizendo palavras de amor e conforto.