Fanfic: Ainda Há Tempo? | Tema: Portiñon

Anahi repetiu todo o relato que havia feito a minutos atrás e Ucker nem ao menos a olhava, encarava Dulce como um cão feroz pronto para atacar. Anahi irritou-se com isso e lhe gritou, dizendo que ela estava falando e exigia que a olhasse nos olhos. Ucker a olhou com um olhar tão furioso que a loira chegou a desconhece-lo. Mas afinal, ela realmente o conhecia!? Ela passou a se perguntar.

Ele nem ao menos se deu ao trabalho de negar, muito pelo contrário, gritou que o havia feito e que o faria quantas vezes fosse preciso, porque lixos como Dulce, deveriam ser exterminados e não acolhidos. Maite estava nervosa, sabia dos defeitos de Dulce, mas ainda assim achava demais o comportamento tão agressivo de Ucker, que parecia estar possuído.
Christian respirava fundo constantemente, ele tinha certeza: Aquilo não acabaria bem

Dulce se encolhia cada vez mais, indo cada vez mais para trás, até chegar a um ponto, que parecia querer atravessar a parede. Anahi a olhava curiosa. O que afinal estava a acontecer alí? A Dulce que conheceu, jamais estaria daquela forma, e sim gritando, até mesmo xingando e se preciso fosse até mesmo estaria a ponto de pular no pescoço do primo. Essa não era a Dulce que conheceu. Mas então, quem era essa Dulce!? Se perguntou ela

Anahi voltou a olhar o primo e afirmou que aquilo havia acabado. Já havia tomado uma decisão e portanto ele poderia escolher entre as duas opções que ela tinha a lhe oferecer. Ser demitido, porém com uma ótima recomendação ou ser transferido para qualquer filial da empresa, fosse alí mesmo em algum estado do méxico ou em outro país, como por exemplo a espanha. Ucker a olhava espantado, Maite nem piscava e Christian apertava as próprias mão, aquilo evidentemente acabaria mal

Gritos, seguidos de palavrões grotescos e insultos da pior espécie foi tudo o que todos alí ouviram a seguir. Ucker colocava as berros toda sua fúria contra Dulce, dizendo entre outras coisas que não importava o que tivesse que fazer, e nem o que lhe custaria, mas ele a tiraria definitivamente de seu caminho. Para nunca mais voltar. A ameaça tão clara e tão agressiva revoltou ainda mais Anahi, que garantiu ao mesmo que se tocasse um fio de cabelo de Dulce, seria ele mesmo a sair de sua vida, sem nunca mais ter chance de voltar.

E mais ainda, garantiu que já não tinha mais chances para escolha, ele estava demitido e nada a faria mudar de idéia. Christian fechou os olhos, estava certo, agora começava a verdadeira confusão. Ucker gritava ferozmente que Anahi estava louca, enfeitiçada, e que iria se arrepender amargamente, afirmava que ela não sabia quem era Dulce e que quando descobrisse já estaria no fundo do poço. Maite coçava a testa nervosamente, os dois primos pareciam estar a ponto de se atacarem, aquilo não poderia dar certo.

Ucker se voltou para Dulce afirmando que ela sabia que não passaria muito tempo nessa mordomia toda, e que assim que todos soubessem quem ela realmente era, sua felicidade não duraria dois segundos. E isso já iria acontecer. De alguma maneira Dulce lembrou-se que no dia seguinte haveria o desfile, o escândalo e a derrota de Anahi, e a sua própria, pois estava segura que a própria Silvia diria a Anahi, como havia conseguido toda sua nova coleção e não precisava ser muito inteligente para saber, que Anahi a mandaria ao inferno.

Até que outra coisa pareceu ficar muito clara para Dulce, Ucker sabia muito bem disso, e certamente fazia parte de toda essa armadilha. E foi então que pela primeira vez se pôs a reagir, o atacando com palavras e insultos. Um escândalo se formou naquela sala, deixando todos os outros aterrorizados com a cena. Era um show de gritos, palavrões e insultos. De ambas as partes, fazendo daquele lugar, um quase ringue.

E foi no meio de toda aquela gritaria, que o que todos menos esperavam foi dito. Dulce gritara raivosamente, mas com total segurança do que dizia, que fora Ucker quem a havia espancado e que agora entendia, que não apenas queria machucá-la, mas também matá-la. E por muito pouco não havia conseguido. Eles brigavam e gritavam entre si, totalmente alheios aos demais, que se encontravam alí.

Anahi apenas conseguiu que parassem os gritos e lhes dessem atenção, quando arremeçou um vaso violentamente ao chão. Os fazendo voltarem a realidade e notarem mais alguém além deles mesmos.

Anahi estava dominada por uma raiva absurda e não demoraria muito mais a estar totalmente fora de si.

Questionou os dois insistentemente e enquanto Dulce afirmava que dizia a verdade e que fora Ucker quem a espancara. O mesmo jurava por todos os santos que jamais havia feito semelhante coisa. Maite e Christian estavam um ao lado do outro encostados na parede direta da sala, observavam toda aquela confusão totalmente de boca aberta, Dulce e Ucker discutiam fervorozamente e Anahi tentava incansavelmente manter o pouco controle que ainda possuia.

Anahi ouvia os dois e não sabia no que acreditar, não via porque Dulce mentiria em algo assim, e logo agora. Mas também não conseguia acreditar que Ucker fosse capaz de tamanha barbaridade, e ainda contra uma mulher. Odiava Dulce, e isso ela sabia, mas uma coisa é falar, xingar, gritar e até mesmo pisar em alguém, mas chegar a espancar uma pessoa, sobretudo uma mulher, isso era mais do que um simples ódio, isso era total covardia e falta de caráter. Não conseguia acreditar que seu primo fosse assim

Olhou para os dois que ainda discutiam, depois para Christian em busca de alguma opinião, ao mirar em sua direção, só o que conseguiu ver foi seu irmão e Maite, totalmente perplexos. Sua cabeça girou, o que exatamente acontecia em sua vida nesse momento? Quando foi que sua vida havia se transformado nesse inferno!? Sim ela sabia, havia sido no dia de seu aniversário, alguns anos atrás, o dia mais desastroso que já havia vivido, o dia mais infeliz de toda sua vida, o dia em que Mataram seu pequeno Matheus e levaram para longe seu pequeno bebê: Pedro, que ate hoje ela nem ao menos sabia, se estava morto ou vivo.

Respirou fundo e gritou para ser ouvida, queria saber o que realmente estava acontecendo. Mas uma vez ouviu Ucker negar tudo, afirmando que nem ao menos sabia onde Dulce estava, até porque, jamais se daria ao trabalho de procurar por ela, fosse onde fosse que estivesse, estaria no lugar certo, a rua, lugar digno do lixo que ela era. Ao mesmo tempo em que ouviu mais uma vez Dulce afirmar com toda certeza, onde e como havia sido e cada uma das agressões que havia sofrido. Olhou de um para o outro e rezou para não estar tomando partido do lado errado da história, porque fosse como fosse a verdade da coisa, ela não pretendia desconfiar de Dulce, isso fazia parte de uma relação, uma das partes mais importantes em sua opinião: A confiança

O que se viu e ouviu após isso, foi a cadeira que separava os dois ser arremeçada como um papel para o outro lado da sala, enquanto um Ucker totalmente transtornado gritava diversas vezes "maldita" e a jogava violentamente para trás. Ao se levantar e  ficar mais uma vez em frente ao homem que já havia jogado metade das coisas que via pela frente ao chão, Dulce o viu jogar- se em sua direção furioso, levantando as mãos fechadas, arremeçando-as com muita fúria segundos antes de acertarem em cheio o tórax de Anahi que milésimos de segundos antes, havia entrado em sua frente. O corpo de Anahi foi violentamente arremeçado contra seu próprio corpo e os dois juntos jogados contra a grossa parede que se encontrava logo atrás. Enquanto na sala ecoava o grito de Maite e a voz de Christian que gritava Ucker enquanto instintivamente já desparava contra ele socos e empurrões...