Fanfic: Ainda Há Tempo? | Tema: Portiñon

O desfile foi realmente apreciado, Silvia foi aplaudida de pé. A mesma não cabia em si, de tanta felicidade. Anahi e Christian estavam indignados e Dulce, essa já parecia não estar em seu corpo. A introdução do desfile de Anahi foi anunciado e ela só conseguia pensar em seu pai, ele sempre fora muito exigente e grosseiro, certamente se estivesse vivo, arrasaria com ela aquela noite, lhe diria coisas horriveis e terminaria dizendo que não esperava ter uma filha que não fosse capaz de administrar sua própria vida, porque isso claramente dizia que muito menos poderia administrar uma grande empresa. Mesmo com a morte do pai, havia se esforçado para fazer o melhor e jamais decepcionar o mesmo, onde quer que ele estivesse, e havia conseguido ser a melhor do ramo, havia conseguido um renome e um respeito que seu próprio pai não chegara a alcançar, ela era a número um no que fazia, jamais havia falhado profissionalmente, não até aquela noite.

Assistiu seu próprio desfile com tristeza, ouvindo e vendo as reações de todos á sua volta, ouvindo diversos comentários que jamais havia pensado em ser dirigidos a ela ou a seu trabalho um dia, a consternação era geral, o mal estar também, os olhares muitas vezes deixaram de acompanhar o desfile de sua coleção e se fixaram nela mesma. Aquilo era humilhante, e sabia que tudo ainda estava, apenas começando.

Os ruídos, risos e até mesmo algumas poucas vaias foram diretamente ao coração de Anahi quando a mesma subiu a passarela, nunca havia passado por tanta humilhação na vida, mas sabia que jamais voltaria a passar.
Com muita paciência e muita calma no tom de voz, explicou com detalhes tudo que havia passado e desculpou- se com todos os presentes por todo o ocorrido, lembrou-lhes de todo o profissionalismo, dedicação, honestidade e eficiência que sempre fizeram parte de seus projetos e de sua carreira, lembrou-lhes também de onde havia chegado graças a tudo isso e afirmou que todos alí sabiam que não o teria conseguido se tudo que estava dizendo não fosse verdade.

Explicou boa parte de seu projeto e de suas idéias a cerca da coleção apresentada e inclusive afirmou ter como provar tudo o que dizia. Garantiu que a coleção de Silvia foi nada mais que a cópia mal feita de sua coleção, coisa que poderia ser comprovada por eles próprios alí presentes, porque se tratava do mesmo trabalho, mesmos desenhos, traços, cortes e cores, mas havia uma diferença e essa era o que mudava tudo. A idéia era a mesma, mas a execução muito distinta. Uma vez que estava claro para quem tivesse olhos, que a coleção que Silvia havia apresentado era de fato "idêntica" a sua, mas com uma grande diferença: Havia sido muito mal executada

Fator que se devia a uma única coisa, concluiu a condutora do desfile em voz alta: Silvia não havia criado, montado e trabalhado nos detalhes da coleção, porque apenas dessa maneira poderia saber e chegar ao resultado perfeito. Resultado esse, que Anahi havia apresentado. Os murmúrios por todos os lados indicavam a Anahi que havia logrado seu objetivo e que semeara a dúvida contra Silvia, agora o que tinha a fazer, era entrar com uma ação legal na justiça, assim provando que ela havia criado a coleção, e exigir punição e também retratação pública, vindo da parte de Silvia.

Anahi falou por mais alguns minutos, sendo ouvida atentamente por todas as pessoas, Maite, Ángel e Christian a olhavam com profunda admiração e respeito, já Dulce a olhava com profundo remorso e tristeza. Todas as outras pessoas, apesar de ainda confusas, pareciam acreditar no que Anahi dizia, embora algumas se mostravam um tanto divididas em suas opiniões. Mas isso parecia natural levando em conta a gravidade da situação. Anahi voltou a desculpar-se pelo ocorrido e garantiu provar todas as coisas que dizia, e mostrar-lhes publicamente isso.

Anahi foi aplaudida ao deixar a passarela, mas sua sensação não era de vitória, mas sim de consternação. Queria chorar, mas jamais de permitiria a fazer semelhante coisa. Não por isso! Não por essas razões.
Anahi voltou ao local onde se mantinha a produção e equipe de seu desfile e deu ordens para que tudo fosse cuidadosamente guardado, e transportado de volta a empresa. Tudo deveria ser vigiado daquele momento até estarem fora de riscos já no seu lugar de origem. 

As ordens começaram a ser imediatamente acatadas, mas Anahi não permaneceu para vigiar, ela tinha que achar Silvia e falar cara a cara com ela. Coisa que não demorou nem ao menos cinco minutos. Anahi ficou frente a frente com a mulher, que por alguma razão havia a anos se declarado sua inimiga, sem razões reais para isso. A conversa entre as duas havia começado calma e discreta, muitas coisas foram ditas, muitas mentiras contadas, mas em nenhum momento, Silvia havia abandonado o seu tom debochado e irônico, que daquela vez, ao contrário da outras, terminaram por irritar completamente Anahi.

Christian ouvia a tudo com tanta raiva que parecia estar a ponto de explodir, já Maite, parecia se afundar cada vez mais na perplexidade. As duas se encaravam nos olhos, frente a frente, como dos animais prestes a um ataque recíproco, o tom de Anahi já beirava a frieza e o de Silvia, o sarcasmo.

A loira deixou claro que tinha provas e registros de sua coleção, além claro, de seus desenhos originais. E que entraria com uma ação e a faria pagar pelo seu crime e a obrigaria a se retratar publicamente por sua humilhação. Foi nesse momento que Silvia soltou uma gargalhada escândalosa e em seguida disparou

Mas Silvia já havia ido, se sentindo vitoriosa e feliz. Deixando alí um Christian irado, uma Maite perplexa, uma Dulce desesperada e uma Anahi em estado total de apatia. Ela não falava, não se movia, não chorava, parecia até mesmo não piscar. Pareceu que nada tinha sido realmente relevante, até ouvir aquelas palavras finais de Silvia   "" Você dará todo o assunto por encerrado e vai amargar o pior sentimento da sua vida. Ah é claro, depois do sentimento de ter fracassado como mãe e ter deixado que matassem e levassem seus preciosos bastardos. Se nem como mãe você conseguiu se sair bem, imagina em todo o resto ""