Fanfic: Ainda Há Tempo? | Tema: Portiñon

Era tarde quando Anahi e Dulce chegaram em casa. Passava de três da manhã. Após tomar banho e descer ao escritório, Anahi olhava o lado de fora da mansão através da janela. O vento frio não parecia nada, comparado a frieza do vazio que a loira sentia. Aquelas palavras haviam a atingido em cheio, trazendo novamente tudo de ruim que em algum momento conseguira deixar de lado. Para Anahi, Silvia estava certa, ela havia fracasso como mãe, ela havia fracassado como tudo.

Nem ao menos se assustou ou pareceu notar que Dulce a estava abraçando fazia alguns minutos. Só voltou a sí, quando a ruiva segurando sua cintura e a abraçando por trás, começou a chamá-la repetidamente bem perto de seu ouvido. Ao se virar encontrou os olhos de Dulce. Preocupados, indecisos, desesperados. Por um nomento algo muito ruim a atingiu, e era tanta a sensação de angústia, que precisou fechar os olhos e respirar fundo para conter o grande mal estar que sentia. Dulce a abraçou apertado e todo o corpo de Anahi tremeu. Desejo? Não. Anahi sabia muito bem a sensação que a havia arrebatado: Medo

Um medo terrivel que lhe percorria a espinha e embrulhava de maneira impiedosa seu estômago. As pernas estavam fracas e o coração acelerado. Precisava deitar, precisava esquecer, e só havia uma maneira de fazer isso: Dormindo

Rapidamente se afastou de Dulce sem encará-la, e pediu que fossem para o quarto. Deitou-se, fechou seus olhos e tentava descontroladamente fazer sua cabeça parar de rodar. Respirou fundo e virou de lado, imediatamente sentido Dulce colar em si. Sentindo o toque de sua mão percorrendo sua perna, sua cintura, seus seios, barriga e parando em sua intimidade, ao mesmo tempo em que sentia o beijo quente e suave de Dulce em seu pescoço.

As caricias continuaram e as intenções eram claras, mas pela primeira vez desde que esteve com Dulce intimamente, Anahi não queria estar alí, não queria ser tocada, não queria fazer amor. Suspirou várias vezes, até que de uma vez e sem notar seu rude tom de voz, disse

Anahi: Eu não quero! 

Dulce: O que? ( perguntou sem realmente entender )

Anahi: Eu não quero ( disse secamente ) 

Dulce: Mas...

Anahi: Eu não estou com vontade, estou muito cansada ( séria )

Dulce: Me desculpe! Eu pensei que pudesse te fazer relaxar ( disse realmente envergonhada )

Anahi: Não tem o que desculpar. Eu só preciso dormir e parar de pensar ( disse bem mais rispida do que gostaria )

Dulce: Eu fiz algo? ( disse sentindo os olhos marejar, sabia o que tinha feito, mas não sabia se Anahi já havia percebido, mas pela maneira que a estava tratando desconfiava que sim ) Eu não quis te irritar

Anahi: Você não fez nada e não estou irritada ( gritou ) apenas quero dormir e me sinto no direito de fazer isso em paz. Não quero sexo, não quero nada ( Dulce se encolheu na cama e deitou bem mais longe do que gostaria de estar )

Dulce: Tá bom! Me desculpa ( murmurou )

Anahi: E porque está pedindo desculpa outra vez? ( ainda falando muito alto ) Já disse que não tem o que desculpar. Apenas me deixe dormir

Dulce: Tá bom ( disse com a voz tão embargada que quase não saiu e só então Anahi pareceu ter acordado)

Anahi: Meu Deus, me desculpa. Eu não queria gritar com você. Eu não tive a intenção de ser grosseira ( disse realmente petrificada com a própria reação. Não queria gritar ou magoar Dulce. Se desculpava enquanto puxava Dulce para si ) Amor, me desculpa por favor

Dulce: Any...

Dulce exclamou em um tom tão fortemente desesperado, que Anahi teve vontade de bater em si mesma. O choro e os soluços intensos de Dulce ecoavam pelo quarto, enchendo Anahi de angústia e aumentando ainda mais seu vazio. O que estava fazendo afinal? Porque havia tratado Dulce assim? Porque havia se zangado tanto? 

Abraçou Dulce ainda mais contra si, enquanto sussurrava palavras de consolo e carinho en seu ouvido, beijou-lhe várias vezes em seu pescoço e ombros e afagava seus cabelos ternamente. Amava aquela mulher e não queria machucá-la, jamais tivera essa intenção. Queria poder voltar atrás e não repetir o que fez, mas agora só lhe restava mesmo desculpar-se e ter o cuidado de jamais repetir isso.

A amava tanto, não podia nem pensar em perde-la, só a idéia já lhe fazia sofrer, queria Dulce e não daria nenhum motivo para que ela se fosse. Ao seu lado era seu lugar e faria qualquer coisa para que a ruiva a desculpasse. 

Havia se passado mais de meia hora quando Dulce parou de chorar, estava sonolenta e soluçava. Anahi a deitou bem perto de si e acariciava seu rosto, enquanto beijava docemente seu rosto. Selou seus lábios e pediu que ela dormisse. Isso não demorou a acontecer e mesmo dormindo o corpo de Dulce ainda tremia e Anahi ainda podia ouvir seus soluços. Esperou mais alguns minutos até sair da cama. Andou por algum tempo de um lado para o outro, até que repentinamente deixou seu quarto e adentrou ao quarto ao lado. Seu corpo e sua alma geleram alí, era a primeira vez que entrava naquele quarto, não o quarto de seu filho morto, mas sim o quarto de seu filho desaparecido. Tudo estava do mesmo jeito, no mesmo lugar, como se o tempo jamais tivesse passado. Só havia uma diferença, a última vez que entara alí, seu bebê ainda se encontrava dentro do berço.

                                                        Continua....

Gente como eu disse para vocês. Estava com uma virose horrivel. Por isso estive afastada. Ainda não estou 100%. Mas começarei a postar regularmente a partir de amanhã. Espero que gostem, comentem o que acham e continuem acompanhando. Beijos