Fanfic: Ainda Há Tempo? | Tema: Portiñon

Anahi: Os pais dele não acreditavam que fosse filho dele. Porque na famlia deles, não importa como seja a pessoa com quem você tenha filhos, todos nascem de cabelos bem pretos e com o mesmo nariz e boca. Todos iguais, Matheus era assim também. Mas Pedro não era, ele parecia comigo. Olhos, nariz, boca, formato de rosto, queixo, orelhas, cor de olhos, cabelo e pele. Tudo

Dulce: Mas é normal, você é a mãe ( disse perplexa )

Anahi : Eles não pensaram assim.  Me acusaram de ter enganado Alfonso e engravidado fora do meu casamento, e empurrado o bebê para Alfonso assumir

Dulce: E ele? O que fez ( curiosa )

Anahi: Ele não acreditou, me defendeu e como houve uma grande confusão, a familia dele se dividiu. E apenas Alfonso e seu irmão mais velho ficaram do lado de cá ( respirou fundo ao fechar bem os olhos ) Bom, pelo menos pensavamos assim

Dulce: Como? O irmão não estava mesmo do seu lado.

Anahi: Não! Mas só viemos a saber disso um tempo depois. Quando todos começaram a me atacar e atacar também a Alfonso por me defender, chegaram a pedir uma prova, queriam um exame de DNA ( nesse momento Anahi levantou-se e passou a andar pelo quarto ) Eu estava disposta a permitir, não porque devesse algo a eles, mas sim pelo Alfonso, para que tudo ficasse claro e ele não tivesse que se colocar entre eu e a familia dele e acabar se afastando deles. Mas Alfonso não concordou e não foi feito o exame, ele disse que sabia que era seu filho e que isso era tudo que importava, quem não estivesse certo disso, que se afastasse, não fariam falta.

Dulce: Ele confiava em você. Mas também não tem como não confiar, você deixa sempre bem clara as coisas, e todos sabemos que é uma mulher muito honesta e leal ( Dulce disse isso com amargura ) E o que aconteceu depois?

Anahi: Bom!  Depois que Pedro nasceu tivemos mais uma vez que organizar nossas vidas, eram duas crianças e toda a rotina havia mudado outra vez. Dessa vez passei três meses em casa, mas trabalhava aqui do escritório mesmo, depois disso voltei a empresa, e fazia o mesmo processo que fiz com Matheus porque eu amamentava

Dulce: E o que aconteceu depois que voltou para a empresa?

Anahi: Tinha muito trabalho a ser feito, demandava muito tempo e nessa época Matheus começava a estudar. Então depois que saía daqui o buscava no colégio e passava toda a noite me dividindo entre os dois, para não deixa-los em falta, e depois que Matheus dormia me dedicava a Pedro, que ainda demorava um bom tempo até dormir também. E assim entrava a madrugada, ele só mamava peito então...

Dulce: Você quase não dormia então?

Anahi: Como toda mãe não é!? ( sorriu ) Dormia muito pouco, quase nada. Mas eu era muito feliz em estar com meus filhos. Mas isso durou muito pouco ( disse tristemente )

Dulce: O que aconteceu?

Anahi: O tempo passou e meu bebê completou seis meses, no mesmo dia em que Matheus completava quatro anos. Dois dias antes disso, tivemos um problema muito sério na filial de Acapulco e não tinha outro jeito a não ser eu mesma ir resolver. Bom, como Pedro era um bebê eu o levava quando precisava viajar, embora eu já não viajasse tanto. Essa foi a terceira vez que precisei viajar desde que ele havia nascido. Das duas primeiras vezes o levei. Mas nessa vez, ele amanheceu resfriado e atacou a bronquite um dia antes da viagem. Então não achei uma boa idéia e o pediatra pensava igual.

Dulce: E com quem ele ficou?

Anahi: Com Maria, só confiava meus filhos a ela ( Anahi voltou a sentar ) Eu tinha que sair de madrugada naquele dia, eu não queria ir nessa viagem, estava angustiada, mas eu associei isso ao fato de Pedro estar um pouco doente e precisando de mim e ao fato de que Matheus estava fazendo aniversário e tinha acordado quatro vezes naquela noite e me pedido para não viajar, para ficar em casa com eles

Dulce: Ele te pediu isso? ( perguntou triste )

Anahi: Sim! Ele me pediu isso, mas eu não podia fazer isso, eram compromissos graves e importantes, eu não tinha outro jeito,precisava ir. Mas admito que só fui porque tinha certeza que voltaria ainda no mesmo dia  ( disse com olhos marejados ) Já eram meia noite e vinte a última vez que consegui faze-lo dormir, já tinha lhe desejado feliz Aniversário e prometido que sua festa seria três dias depois. Depois fui ao quarto do Pedro, o amamentei pela última vez e vi pela última vez seu sorriso. E fui na viagem que eu precisava fazer e deixei leite para que pudessem amamentá-lo durante todo aquele dia. Cheguei ainda de madrugada ao hotel em Acapulco, mas me sentia mal, muito mal.

 

Dulce: Como um pressentimento? 

 

Anahi: Hoje sinto que sim! Eu estava lá, mas meus pensamentos não. Resolvi ir até a filial da empresa mesmo sendo madrugada. Comecei imediatamente a planejar como tudo seria feito, e passei toda manhã em reuniões, saí direto para parte prática da coisa, pensava em terminar em no máximo três horas, mas não, levei muito mais que isso, e deixei Acapulco, colocando tudo nas mãos do diretor da filial, em quem confio muito e que sabia, iria fazer tudo que eu mesma faria para resolver a situação, eu deixei tudo pronto, apenas para ser executado dia-a -dia e voltei para cá. Cheguei em casa já passavam das onze da noite. E então finalmente entendi toda a angústia, o nervosismo e a inquietude que estava sentindo durante todo o dia

 

Dulce: E o que foi? ( perguntou com medo da resposta )

 

Anahi: Meus filhos haviam desaparecido Dulce ( disse tão baixo que Dulce não tinha certeza se havia escuto mesmo aquilo ) Sumiram de dentro de casa, sem que aparentemente ninguém tivesse visto.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

                                                   Continua...