Fanfic: Ainda Há Tempo? | Tema: Portiñon

 

Dulce: Mas como isso é possivel? ( angustiada )

Anahi: Naquele momento eu não tinha idéia como. Aqui tinhamos apenas um segurança, não que aqui não fosse seguro ou que fosse preciso um, eu o coloquei apenas como uma medida preventiva, mas de nada serviu. Ele foi encontrado desmaiado, amarrado e amordaçado, trancado em seu quarto na parte de trás da casa e nem sabia como havia ido parar alí.

Dulce: Mas e Maria?

Anahi: Ela cuidou das crianças até as cinco da tarde. Mas recebeu uma ligação informando que sua irmã, a única que tinha, havia sofrido um acidente e estava em um hospital morrendo. Em outra cidade. E como Alfonso havia acabado de chegar com seu irmão, permitiu que ela fosse e ficou com as crianças.  Pedro estava doente, então dormia o tempo todo, Alfonso cuidou dele, medicou e o colocou no berço. Fez a mesma coisa com Matheus que havia durante o dia contraído o forte resfriado também. Tomou banho e depois de confirmar que ambos estavam mesmo dormindo, também foi dormir, assim como o irmão dele.

Dulce: Mas isso eram que horas?

Anahi: Um pouco mais de oito da noite ( ficou alguns minutos olhando fixamente a parede ) O irmão de Alfonso também é médico e estavam juntos em um plantão, estavam mais de trinta e seis horas sem dormir, cansados e precisando descansar. E foi o que fizeram ( Anahi riu sem nenhum humor, e além de rir, ela chorava, fazendo Dulce preocupar-se com o que iria escutar a seguir ) Depois disso cheguei em casa, notei que o segurança não estava por alí. Achei estranho, mas pensei que ele pudesse ter tido algum problema e precisado sair. Entrei em casa e vi que Maria não estava em casa, mas achei seu bilhete na geladeira, dizendo o que havia acontecido. Liguei imediatamente para ela, e ela me disse que havia chegado a esse hospital e que sua irmã não estava internada alí e nem ao menos havia dado entrada nele, e muito menos haviam lhe telefonado. Ela foi para casa de sua irmã e ela estava lá, bem, muito bem.

Dulce: Mas como isso era possivel?

Anahi: Ela não sabia como, mas nada havia acontecido de fato. E pelo adiantar da hora e estar em outra cidade, deixou para regressar no dia seguinte pela manhã. Depois que desliguei, fui direto ao quarto do Matheus, mas ele não estava na cama. Fui ao quarto de Pedro, mas a porta estava trancada. Vim ao meu quarto e Alfonso dormia sozinho, as crianças não estavam aqui. Então imaginei que estivem juntos no quarto de Pedro, mas porque a porta estava trancada? O único que consegui pensar foi que Matheus havia acordado e ido para o quarto do irmão e trancado a porta. Tentei achar a outra chave do quarto, mas não estava no lugar dela. Bati na porta mas ninguém respondeu. Chamei Alfonso, parecia estar morto, levei quase dez minutos para conseguir acordá-lo.

Dulce: E aí? ( nervosa )

Anahi: Ele não sabia o que tinha acontecido, havia deixado cada um em seu quarto e não havia trancado as portas. Então enquanto ele tentava abrir a porta do quarto, desci porque batiam insistentemente na porta de entrada. E era meu motorista, dizendo que havia chegado a poucos minutos do passeio com a namorada. E ao ir para seu quarto, se deparou com a porta do quarto do segurança aberta e ele jogado no chão, desmaiado, amarrado. Entrei em desespero, Matheus não estava no quarto, a porta do quarto de Pedro trancada e não havia sido Alfonso quem a trancou e ainda isso. Eu já estava para subir atrás de Alfonso quando ele desceu apavorado dizendo que os meninos não estavam no quarto

Dulce: Meu Deus e o que passou depois?

Anahi: Procuramos por toda a casa e não estavam, o irmão de Alfonso estava estático como se estivesse em choque. Fomos ao quarto do segurança saber se ele havia visto algo ou como foi parar naquela situação. Enquanto Alfonso o ajudava eu liguei para polícia e essa foi a última coisa lógica que fiz alí ( Anahi se encostou na parede, sentido todo seu corpo tremer, soltando as lágrimas que tentava prender desde que havia começado a contar sua história a Dulce ) Ele não sabia nem ao menos como havia ido parar alí. Estava perto da cabine que havia perto do portão e depois estava alí sendo acordado por Alfonso.

Dulce: E a polícia veio logo? ( preocupada )

Anahi: Eu nem sei te dizer isso, eu estava totalmente fora de mim, estava desesperada, meus filhos haviam desaparecido de dentro da minha própria casa, e ninguém sabia como e nem quem os havia levado ( fez uma pausa ) Os cinco dias seguintes foram um verdadeiro inferno. Não havia nenhuma notícia, pareciam terem sido tragados pela terra. E ninguém entrava em contato, descartando assim a possibilidade de ser um sequestro. Eu não tinha idéia de onde estavam, se estavam bem, se estavam com fome, com frio, assustados ou sofrendo algum tipo de maltrato. E para piorar, no terceiro dia passei tão mal, tão mal que achei que fosse morrer naquele dia mesmo. Eu não sei que espécie de mal era aquele, mas era terrivel

 

Dulce: E como melhorou?

 

Anahi: Fui ao hospital, passei todo o dia lá, fiz vários exames e tomei alguns medicamentos para os nervos e deixei o hospital a noite. Disseram que aquilo era uma crise nervos, mas a verdade é que a sensação que eu tinha era que parte de mim havia acabado de morrer, e sentia uma dor tão infernal, que era como se tivessem me fazendo pedaços. 

 

Dulce: E porque você disse que haviam sido cinco dias infernais? Porque cinco?

 

Anahi: Porque a dúvida é muito pior do que a certeza Dulce. Muito pior. E foi no quinto dia em que parte de minha resposta veio, apenas parte, porque a outra parte jamais chegou, e eu ainda hoje sigo buscando por essa resposta. Que nunca vem ( disse tão doída que Dulce pareceu sentir a mesma dor ) nunca vem

 

Dulce: E qual foi essa resposta? ( perguntou com a voz trêmula )

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

                                                  Continua...