Fanfic: Ainda Há Tempo? | Tema: Portiñon

 

 

Dulce: Uma coisa que você não disse ( lembrou Dulce ) Vocês sabem quem fez isso pelo menos?

Anahi: Sim ( voltou a chorar )

Dulce: E quem foi? ( já havia se arrependido de tocar no assunto )

Anahi: O irmão do Alfonso ( desabou mais uma vez em um choro intenso )

Dulce: O que!  Meu Deus, porque ( perguntando mais para si do que para Anahi )

Anahi: Eu não sei porque, acho que não vou saber nunca. Ele estava aqui dentro da casa, e quando cheguei supostamente dormia. Ele tinha cúmplices, eles levaram meus filhos a mando do Alex.

Dulce: Alex é o irmão do Alfonso certo? ( confusa )

Anahi:  Sim, esse é o nome dele. Logo depois que acharam o corpo do Matheus, a policia chegou  em algumas pessoas. Através de câmeras de segurança. Foram presos dois homens, e através dele soubemos que havia sido Alex o responsável por tudo isso

Dulce: Mas como fizeram?  ( assustada )

Anahi: Alex pensou em tudo. Sabia que eu iria viajar, sabia que Alfonso assim como ele, estava cansado demais, iria pregar no sono. Havia uma mulher envolvida nisso, quem cuidaria das crianças  e foi ela quem ligou para Maria se fazendo passar pela diretora do hospital onde supostamente a irmã de Maria estava. Ele colocou remédio no café do segurança para que ficasse confuso. E sabia que naquele dia o motorista estava de folga. Agrediu o segurança para que desmaiasse e o amarrou. Tirou as crianças do quarto as entregando para os cúmplices, desligou as câmeras de segurança da casa antes dissso tudo, porque nada disso havia sido registrado. E voltou para dormir e esperar que a bomba explodisse

Dulce: Isso é horrivel Anahi, é espantoso ( disse indignada )

Anahi: Sim! E você precisava ver o teatro dele no dia que tudo aconteceu. Entrou em desespero, fez um escândalo, chorou, gritou, se fez de bom moço e parecia estar tão mal quanto nós. Nos primeiros dias procuravamos as crianças pela cidade e ele ajudava. Bom, ele dizia ajudar. Mas depois vimos que não fazia isso, no terceiro dia ele mesmo espancou Matheus, o matou e esquartejou meu filho ( disse aos prantos ) Segundo os cúmplices Matheus o viu, isso não era para acontecer, então pediu sua ajuda, queria me ver, voltar para casa. Começou a chorar e gritar e lhe disse que iria me contar que ele achou eles e não quis ajudá-los, que foi embora sem eles. Ele explodiu e matou meu filho

Dulce: Meu Deus. Ele o matou porque seria denunciado e descobririam tudo. Ele o matou para não ser descoberto ( tensa )

Anahi: Não, porque se fosse assim, não teria o agredido tanto antes. Não o teria matado de maneira tão brutal e não o teria esquartejado. Isso é o cúmulo da perversidade, da crueldade. Era só um menino de quatro anos. Além do mais os planos eram outros, e dentro desses planos Matheus nunca  mais me veria, então de toda forma não teria como me contar. Ele deve ter ficado irado ou fez porque é louco, porque só pode ser louco alguém assim, um doente

Dulce: Sim, isso é horrivel ( Dulce suspirou )  O que mais? 

Anahi: Ele mandou que seus cúmplices sumissem com o corpo. Mas ao invés disso eles apenas deixaram o corpo, bem a mostra para que encontrassem. Segundos eles não concordavam com aquilo, o trato era apenas ajudá-lo a tirar as crianças da casa e escondê-las por algum tempo ( Anahi tremia agarrada a Dulce ) A mulher que estava cuidando teria ficado histérica com aquilo e quando eles voltaram ao local onde eles estavam escondidos. Ela também estava morta. Também tiveram que sumir com o corpo dela  e disseram onde estava quando foram pegos

Dulce: E o Alex? Onde estava?

Anahi: Lá, esperando por eles, pagou muito bem pelo serviço prestado, os ameaçou caso contassem algo e mandou que sumissem. Mas não foi isso que fizeram.

Dulce: E Pedro?

Anahi: Alex levou ao ir embora dalí de vez!  O que eles disseram foi que Alex iria vender Matheus para um casal que morava na Austrália e Pedro para um casal do méxico mesmo, mas não souberam dizer que lugar do méxico. Matheus ele matou creio que por ódio mesmo, deve ter saído de si e nem pensou no dinheiro que ganharia por ele. E Pedro está em algum lugar por aí, se ainda estiver vivo ( apertou ainda mais Dulce ) Eles disseram que as crianças choravam muito, que Matheus chamava por mim, pedia que eu fosse buscá-los, que Matheus não comia e quase não bebia água e nem dormia. E que Pedro chorava o tempo todo, não aceitava o leite. Meu filho nunca tinha experimentado outro leite que não fosse o meu e estava com dificuldade de se adaptar. Estava doente. Eles estavam sofrendo Dulce ( chorando mais forte )

Dulce: Meu Deus! Meu amor ( Dulce tentava acalmá-la ) E o que aconteceu com Alex?

Anahi: Ele tinha aparecido no quarto dia, dizendo que havia procurado em vários lugares, varrido boa parte da cidade atrás deles. Mas nem sinal. Disse que dormiria um pouco e voltaria a procurar. Mas o mais curioso é que já não nos olhava nos olhos, estava sempre de cabeça baixa ( suspirou )  No dia seguinte quando encontraram o corpo do Matheus, ele disse que havia sido chamado para uma emergência no hospital e que só poderia voltar a buscar por Pedro em dois dias, quando saísse de lá. Mas isso não era verdade, e nunca mais o vimos. Ele não havia ido ao hospital, não havia estado na casa dos pais. E o apartamento que morava de aluguel, ele devolveu ao proprietario com tudo dentro, levou roupas e documentos apenas. A conta dele ele esvaziou completamente

 

Dulce: Nenhuma pista? E a familia deles o que disseram?

 

Anahi: Não! Parece ter sido tragado pela terra. Até hoje não sabemos dele. Coloquei detetives atrás dele, até hoje o buscam, mas não o encontram. Se o acharem saberemos o que aconteceu com Pedro e para onde foi levado. Se ele não o tiver matado também ( encarou Dulce ) A familia dele ficou horrorizada, apavorada, não acreditavam. Mas depois que os cúmplices provaram que isso era verdade, entraram em pânico, ficaram muito mal, nos pediam perdão, queriam ajudar e tentaram fazê-lo de alguma forma. Mas não tinha o que fazer além do que já estava sendo feito. Depois também me pediram perdão pelo que fizeram, me acusando de ter traído Alfonso e que Pedro não fosse filho dele

 

Dulce: E você perdoou?

 

Anahi: Não existia o que perdoar. Isso já nem existia mais naquele momento. Tudo que aconteceu com meus filhos, tornou tudo além disso muito pequeno ou realmente inexistente, nada mais me importava, incomodava ou me era relevante. Nem isso ( disse com a voz embargada )

 

Dulce: Claro! E que tipo de relação mantem agora?

 

Anahi: Nenhuma. Não convivemos e nem temos qualquer contato. Cada um tentou superar sua dor, sua agonia e sua depressão ao seu modo, e ao seu tempo. Alguns se recuperaram mais rápido,como eles. Outros levaram mais um pouco de tempo, como Maria, Christian e Alfonso. Sobretudo Alfonso ( disse com tristeza )

 

Dulce: E você? ( perguntou com os olhos marejados )

 

Anahi: Eu ( apertou os olhos com força e continuou com voz trêmula ) Eu jamais me recuperei disso. Eu apenas levei mais tempo que todos para somente aprender a viver, melhor dizendo, aprender a sobreviver apesar disso. E é assim que sobrevivo. Fingindo que estou bem, que sou forte, que levo as coisas com tranquilidade e confiança, quando na verdade, sou apenas o resto do que fui um dia, tentando seguir em frente e tentando diariamente achar um motivo, uma razão para continuar sobrevivendo. É só isso que sou, nada mais...