Fanfic: Ainda Há Tempo? | Tema: Portiñon

Anahi nada disse. A vida parecia não andar no curso certo, e isso havia começado no exato momento em que sua mãe falecera. A partir daquele terrivel dia, sua vida nunca mais fora a mesma, sua vida nunca mais havia feito nenhum sentido. Adentraram a empresa exatamente as 13h e assim que saíram do elevador se depararam com Dulce, que aguardava por Anahi impaciente e ao ver a loira acompanhada de Maite, seu estado de ânimo passou da impaciência á total irritação.

Anahi sentiu-se mal na hora, Maite a havia beijado e se deparar com Dulce logo após isso, era desconcertante. Anahi entrou em seu escritório acompanhada de Dulce e explicou como e quais seriam seus trabalhos a partir de então. Saiu acompanhando a ruiva até o local das primeiras fotos, alí mesmo na empresa. Passou alguns minutos e regressou a sua sala, notando que Ángel mais uma vez havia faltado. Aquilo estava insuportável. Iria a casa de Ángel, conversaria com ela e seus pais e tentaria resolver o problema da familia qualquer que fosse ele.

Após resolver todos os assuntos pendentes da empresa, Anahi avisou Dulce que o motorista iria a empresa buscá-la, pois ela não poderia esperar, tinha um compromisso e precisava se ausentar. Dulce indagou para onde a loira iria, e ao ouvir a resposta, garantiu que gostaria de acompanhá-la, não restava muito o que fazer, em vinte minutos estaria liberada. Anahi pareceu pensar por alguns segundos, concordando logo em seguida com a sugestão da namorada.

As seis em ponto Anahi dava partida no carro, dirigindo-se a casa de sua secretária, e por mais que não soubesse porque, nutria um grande afeto por Ángel, desde que eram adolescentes e quase juntas iniciaram seus trabalhos nas empresas Portilla.

Quarenta minutos depois chegavam em frente a casa de Ángel, que se encontrava quase toda na escuridão, portão apenas encostado e a porta da frente totalmente aberta. O lugar estava molhado, sujo e tinha algo no caminho até a porta que muito se parecia com: Sangue

Sim era sangue, Anahi tinha certeza! Parada em frente a porta aberta, chamou por Ángel, sem ter nenhuma resposta, bateu na porta, também não houve resposta. Chamou mais algumas vezes e ninguém parecia se encontrar na casa. Já cansada e confusa com aquele cenário, Anahi virou-se para deixar o local, quando viu Dulce parada no portão com a bolsa de Ángel nas mãos. Anahi rapidamente tentou entender a situação. Um assalto? Mas e a familia dela onde estaria? O que havia acontecido afinal?

Já pensava em procurar algum vizinho para tentar entender o que passava, quando um gemido alto, acompanhado de um choro bem fraco lhe chamaram a atenção. A loira voltou a entrada da porta e tentou identificar de onde vinha o som, percebendo então que vinha de dentro da casa. Nos segundos seguintes Anahi pensava sobre a indelicadeza e invasão de adentrar a casa de alguém sem ser convidada por seus moradores. Mas logo os gemidos repetitivos e  o choro que ganhara mais força, a fizeram abandonar toda a etiqueta e invadir a casa em busca de quem os exclamava.

Ao entrar na sala escura e totalmente fora de ordem, Anahi sentiu- se estranha, o lugar era triste e sombrio. Logo ao lado uma minúscula cozinha que não fazia o cenário parecer menos deplorável foi anunciada. Um quarto caindo as pedaços foi o cômodo seguinte e de frente a ele um banheiro, com situação tão precária que dava dó. Ao fim da casa, nada mais havia do que um espaço ao qual deviam chamar de área de serviço, porém que mais parecia um campo de guerra, e para completar o cenário lamentável daquela situação, essa " área de serviço" se localizava á beira de um rio, que mais parecia um esgoto a céu aberto e de onde se viam várias outras casas nas mesmas condições.

E Anahi fora tirada de seu raciocínio, justamente quando os gemidos que ao longo de seu trajeto pela casa haviam parado, voltaram a ecoar, mas dessa vez bem atrás de Anahi, que aproximou-se preocupada e insegura, sendo observada pelo olhar atento de Dulce, que parecia nem piscar. E ao puxar um lençol todo torcido de uma corda visivelmente improvisada que estava bem arriada ao chão, Anahi a viu, e a expressão da loira passou de preocupação á um profundo terror. E isso fora tudo que conseguira expressar antes de sussurrar