Fanfic: Ainda Há Tempo? | Tema: Portiñon

Anahi: Não irei te prender a mim, quero que seja feliz, mesmo que não seja perto de mim, mesmo que não seja comigo. É você quem vai decidir como será. Mas prefiro que seja logo, não quero apenas perder meu tempo para no fim sofrer o dobro, se é o que quer me diga, sempre terá minha amizade, mas não fique me fazendo de idiota,se quiser ir é livre, mas o faça de uma vez e me diga logo, assim na cara ( disse seriamente, apesar de seu tom não ser rude)  Então Dulce, o que me diz, como vai ser?

Dulce: Mas de onde tirou que quero ir embora se justamente o que está me matando é o pavor de te perder? ( disse ela sincera ) Anahi o que está me fazendo sofrer é justamente o fato de ter certeza que irá me deixar já já, misturado a um ciúme que por mais que eu tente não consigo controlar, sei que está comigo, que não me enganaria e que me ama, tenho certeza que sim.

Anahi: Então por que tanto ciúmes e tanta insegurança?

Dulce: Porque eu tenho medo de te perder, medo de você se interessar por outra pessoa melhor que eu,medo de que perceba logo que eu não te mereço, que sou pouco demais para você.

Anahi: Já te disse e é verdade, que só você mesma pode fazer com que eu te deixe, somente suas atitudes fariam que eu quisesse você fora da minha vida. E não tem motivos para temer que eu me interesse por ninguém mais, eu amo você e não enxergo ninguém mais. E pare de se diminuir assim, você já errou várias vezes mas isso já passou, já resolvemos e tem que parar de remoer isso por favor, isso está te afetando mais do que possa ver.

Dulce: São das minhas atitudes mesmo que tenho medo, faço muitas idiotices, cometo erros as vezes graves e acabo prejudicando as pessoas por isso,e simplesmente existem erros que não podem ser mudados, não tem como voltar atrás.

Anahi: Concordo, mas não fez nada até agora que não tenha como resolver ( Dulce não conseguiu sustentar o olhar) isso que importa, saber que errou você já sabe, reconhece, agora basta se esforçar para não voltar a cometer os mesmos erros.

Dulce: Mas e se eu tivesse feito algo desse tipo ou viesse a fazer? Que não tenha como voltar atrás, não tenha como resolver e prejudicasse gravemente alguém, você por exemplo.  Você me perdoaria ainda assim? Ainda iria me querer mesmo assim?

Anahi: Isso é muito relativo Dulce ( disse séria) Teria que saber exatamente o que fez e o motivo para ter feito, teria que avaliar a gravidade das consequências e até que ponto seria realmente irreversivel o estrago. Teria que ver a sinceridade com que se comportou diante de seus erros, afinal todo mundo erra, uns mais que outros, mas todos erramos, só que existe uma diferença muito grande entre quem erra mas tem a dignidade de assumir seus erros e quem erra mas é covarde o bastante para se esconder ( Dulce sentiu as últimas palavras de Anahi como um soco, nunca teria coragem de confessar seus erros, ela tinha razão, era uma covarde) Mas faria o possivel para ser o mais justa possivel, para entender as razões que levaram a isso. Depende muito do que aconteceu entende? Não sei...

Dulce: Se eu te traísse, se eu tivesse te traído por exemplo!? Como você acha que poderia entender minhas razões? Seria capaz de me perdoar? ( sondou ela)

Anahi: Acho que eu não poderia entender, tentaria mas jamais iria conseguir. Eu dei tudo de mim a  você, eu deixei de lado todas as minhas reservas no que diz respeito á pessoas e a relacionamentos. Passei por cima de muita coisa mesmo sabendo que ao entrar nessa relação eu sofreria muitos tipos de preconceitos e reservas das pesssoas que me cercam, não apenas pelo fato de você ser mulher, mas por tudo que implicava deixar você fazer parte da minha vida. Passei por cima de várias coisas que aconteceram, de atitudes erradas que cometeu,bati de frente com as pessoas que são tudo o que tenho como familia, defendi você de todas as formas que consegui. Fiz por você tudo que esteve ao meu alcance, faço tudo que posso. Sou carinhosa, compreensiva, companheira,amiga, amante,atenciosa,presente, sou fiel e o principal: Eu sou honesta,te respeito muito e te dei todo o amor que tenho. Nunca te trairia, então seria dificil para mim entender em que momento falhei para que você chegasse a isso, digo isso por acreditar que quando existe uma traição em um relacionamento, a não ser que quem traiu tenha um problema muito sério de caráter, ambos falharam, ambos tem um pouco de responsabilidade nisso,e honestamente não consigo achar nenhum momento onde eu tenha deixado alguma brecha para que você sentisse que precisasse disso ou quisesse isso. Por isso tudo seria muito dificil para mim conseguir entender sua razões, embora certamente eu me empenharia em tentar. Perdoar eu certamente perdoaria, mas não tenho certeza se seria capaz de continuar,são coisas distintas. ( Dulce queria sair correndo, mas não conseguia nem se mexer. Alí estava claramente a resposta que tanto queria,perderia Anahi e não havia nada que pudesse fazer) Enfim.

Dulce: Entendi... Eu acho que já vou ( disse cansada) Vou te deixar trabalhar em paz

Anahi: Você não tinha que tirar fotos hoje?

Dulce: Sim, vim para isso. Vim antes do horário para ver você primeiro. Está quase na hora, já vou me arrumando.

Anahi: Sim, boa sorte e para de pensar nessas coisas e no passado e principalmente para de pensar besteiras, eu não quero mais ninguém ( disse acariciando seu rosto e lhe beijando os lábios ) só você.

      Dulce passou seus braços em volta do pescoço de Anahi, colando seus corpos enquanto se beijavam. Um beijo que começou calmo e que passou a ser intenso. Intenso como o amor que sentiam, intenso como a saudade que pulsava em cada poro delas, intenso como o despero que esmagava o coração de Dulce.

       Anahi deixou a empresa uma hora e meia depois indo em direção ao hospital que Angel se encontrava, se preocupou com o que viu quando chegou alí, Angel parecia muito abatida e cansada, isso não parecia ser bom, deixou que o médico fizesse seu trabalho sem dizer uma palavra e só após sua saída passou a conversar e tentar entender o que passava. Angel não apresentava melhoras e seu corpo parecia se recusar a reagir, mas fazia de tudo para não parecer estar tão mal assim, Anahi podia ver claramente que a mulher a sua frente tentava não demonstrar sua dor. Tentou tranquiliza-la falando sobre coisas boas e amenas e resolveu deixar para outro dia a dificil tarefa de descobrir mais um pouco sobre a vida e problemas de sua secretária. Meia hora depois deixou o quarto encontrando com Laura na sala de visitas, parou um instante para conversar e ficou de mau humor ao escutar que o pai da Angel havia procurado Laura, tentado descobrir o paradeiro de sua filha e a ameaçado caso contasse algo que pudesse saber. Aquele homem era horrivel e não sabia até onde ele seria capaz de chegar. Resolveu ser bem direta com Laura dizendo a ela tudo o que pensava, contando que esteve na casa deles e como tudo transcorreu. Resolveu também dizer a ela que sabia que era o pai de Angel que a havia espancado e expôs seus medos sobre o que pudesse acontecer caso Angel voltasse para lá. Resolveu também deixar claro que sabia que Laura estava a par de tudo o que acontecia e que entendia o lado dela em não dizer mas que se nenhuma das duas contasse o que realmente acontecia seria impossivel ajudar, então iria ajudar até que a secretária estivesse bem e tivesse alta, mas após isso iria simplesmente lavar suas mãos, não poderia ajudar quem não queria ser ajudado.

      Laura pareceu entender o ponto e estava lutando com sua própria consciência, mas após alguns minutos resolveu contar a Anahi o que sabia para tentar ajudar a amiga. Em seu relato fez um resumo simples porém direto de tudo que conseguiu lembrar e no fim Anahi parecia chocada com o tipo de vida que Angel levava e de tudo que era obrigada a suportar, iria ajuda-la certamente que sim, mas não fazia ideia de como, pelo menos não ainda. Não tendo certeza de como abordar o assunto com a mulher Anahi decidiu perguntar:

Anahi: Acha que devo ser direta? Sem contar que me disse tudo isso mas indo ao ponto para que não reste dúvidas de que sei?

Laura: Sim, e pode diizer que foi eu quem contei, ela vai se chatear mas uma hora vai acabar entendendo que fiz por gostar dela e para tentar ajuda-la. Eu não posso fazer isso mas a senhora pode e se quer ajudar não podemos deixar passar essa chance, são muitos anos vivendo naquele inferno, ela tem que sair dele.

Anahi: Isso é muito bom Laura, bom seria se todos sempe assumissem as coisas que fazem, independente de como isso pudesse parecer aos demais (concluiu com tristeza) Vou ajuda-a sim, me diz uma coisa, só a Angel trabalha?

Laura: Sim, moram ela, os pais e o irmão mas ele é especial, a mãe precisa tomar conta dele não pode trabalhar, eles não recebem nenhuma ajuda do governo e o pai dela não trabalha a muito anos, se é que algum dia trabalhou, nem ela sabe se já o fez. Angel sempre trabalhou para a senhora e é com esse emprego que mantém a casa e o irmão. Aos finais de semana ela costuma fazer outros trabalhos, qualquer coisa que aparecer para complementar a renda, passam muitas dificuldades. Já chegou a pedir emprestimo a empresa umas 12 vezes nesses últimos anos e como vão descontando todos os meses um valor relevante fica muito dificil .

Anahi: Não sabia disso, bom sei que oferecemos emprestimos aos funcionarios para casos de necessidades, mas não sabia que ela já havia precisado ( respirou fundo) Olha o dinheiro seria o menor dos problemas para que eu pudesse ajuda-la, o problema mesmo está no resto. Vou esperar até amanhã e falarei com ela,temos que chegar a um acordo de qual será a melhor solução para o caso. Tenho que ir agora ( disse levantando ) Mas antes me diga mais uma coisa.

Laura: Sim pode dizer

Anahi: Angel está em algum relacionamento?  Está saindo com alguém?

Laura: Não senhora, ela está sozinha, nem tem como ter relacionamentos com um pai daqueles.

Anahi: Por um acaso ele já ( não queria nem pensar nisso, mas precisava perguntar) Ele já abusou dela sexualmente?

Laura: Isso não sei dizer, nunca me disse nada abertamente e nunca me atrevi a perguntar.

Anahi: Entendo! Bom Laura eu vou indo, amanhã voltarei e tentarei começar tudo. Não diga ao pai dela onde está, quero conversar com ela antes que o veja, ve-lo pode fazer com que tenha ainda mais medo de desabafar sobre tudo. Nos vemos amanhã na empresa Laura, boa noite e obrigada.

Laura: Obrigada a senhora, boa noite!

       Anahi seguiu para casa pensativa, estava odiando tudo que estava descobrindo e odiando ainda mais o fato de não saber ao certo como ajudar, esperava pensar alguma coisa até o dia seguinte, como iria oferecer ajuda se nem ao menos sabia como ajudar. Chegando em casa encontrou Dulce sentada no sofá e assim que entrou foi questionada do motivo de ter demorado tanto se havia saído da empresa muito antes dela. Explicou sua visita ao hospital e notou o descontentamento da ruiva mas nada comentou, subiu para banhar-se e chegou a sala de jantar no momento exato em que Maria entrou para servir o jantar. Jantaram em silêncio as três mulheres, com Maria e Anahi trocando alguns olhares vez ou outra. Dulce permanecia em silêncio sem parecer se importar com o constrangimento da situação. Estavam se levantando da mesa quando Dulce anunciou que iria embora.

Anahi: Mas você não iria dormir aqui? ( perguntou )

Dulce: Mudei de ideia, quero ir pra casa ( disse secamente )

Anahi: Por que? ( perguntou enquanto via Maria se retirar )

Dulce: Quero dormir em casa,acho que preciso ficar um pouco sozinha

Anahi: Por que isso Dulce? Meu Deus, uma simples visita a um hospital é motivo para que fique dessa maneira?

Dulce: Sabe que tenho ciúmes e mesmo assim insiste em estar perto dela ( falou em voz alta)

Anahi: Não grita ( repreendeu seriamente ) Não fui ficar perto de ninguém, é minha funcionaria, alguém que conheço e que trabalha comigo desde que somos duas meninas, está passando por um problema, está em cima de uma cama de hospital, nem ao menos está em condições fisicas para ficar pensando em futilidades. Vou ajuda-la com sua saúde e vou ajuda-la com os problemas que está tendo e isso não tem nada do que você está querendo insinuar. 

Dulce: E o que você tem com isso Anahi? Para que se meter em algo que não lhe corresponde? Pague a conta do hospital,a ajude com algum dinheiro e deixe que ela mesma cuide da própria vida ( disse nervosa )

Anahi: Repito, vou ajuda-la com os problemas que está tendo e isso não tem nada do que você está querendo insinuar.  Deveria se sentir envergonhada de dizer e até mesmo de pensar uma coisa dessas. Primeiro porque nunca te dei motivos para desconfiar de mim e colocar minha honestidade em dúvida e segundo porque deveria se sentir envergonhada já que deveria ser a primeira a tentar ou ao menos querer ajuda-la. Uma das coisas mais importantes que um ser humano pode ter na vida é saber o valor da gratidão Dulce, quem foi a única pessoa que te estendeu a mão quando você mais precisou? Quem foi a única pessoa que apesar de tudo que ouvia e de receber ordens claras para que nada fizesse por você, mesmo tendo tão pouco ainda assim o fez? Foi ela ( disse tão brava que Dulce se arrependeu na hora ) O seu maior problema Dulce é que você não é mesmo capaz de pensar em ninguém mais além de você mesma,para você o mundo gira ao seu redor e nada mais importa que não sejam suas necessidades e suas dores. Você tem razão em algumas coisas Dulce, a principal delas certamente é quando diz que o dia em que eu te conhecer de verdade mudarei de opinião sobre você, estou te conhecendo cada vez melhor e não estou gostando nada do que estou vendo ( saiu deixando a ruiva parada no meio da sala ) Quando sair fecha a porta.

          Dulce a viu subir as escadas e desejou ir atrás, mas não adiantaria, ela estava brava e com razão e além disso se sentia envergonhada, Angel a ajudou quando ninguém mais quis faze-lo, lhe deu comida, a oportunidade de tomar banho, roupas limpas e o mais importante, lhe deu sua amizade. Se sentia péssima, queria se desculpar com Any mas não achava um bom momento, assim saiu trancando a porta e indo para seu apartamento, passou uma noite bastante dificil e acordou na manhã seguinte se sentindo muito cansada, levantou o mais rápido possivel, precisava trabalhar.

          Anahi chegou ao hospital as oito horas em ponto, e estando diante de Angel decidiu que o melhor a fazer era ir direto ao assunto, enrolar muito não levaria a lugar algum. Conversou com a moça usando seu tom mais doce e escolhendo palavras para não deixa-la apreensiva ou com medo. Contou saber o que havia acontecido em sua casa e quem havia lhe agredido daquela forma, contou saber partes de sua vida e pediu a moça que confiasse nela, só assim poderia ajuda-la, assim como também a sua mãe e irmão, uma vez que certamente já estariam precisando de ajuda. Angel caiu em um pranto profundo, e chorou ainda com mais força quando Anahi a abraçou, se sentia doída, desprotegida e com medo.

        Já havia passado mais de quarenta minutos quando com voz rouca e falha pelo choro começou a falar.

Angel: Eu não sei exatamente o que dizer ( disse envergonhada)

Anahi: Me conte sobre você, sobre sua vida. Lá do inicio ( pediu )

Angel: Bom, quando eu era criança não tinha muita coisa, eu estudava muito, sempre gostei muito de estudar e de aprender. Moravamos apenas minha mãe,meu irmão, meu avó e eu. A vida era dificil mas eu era muito feliz. Eu tinha acabado de completar  nove anos quando meu avó faleceu e então as coisas ficaram horriveis, ele era aposentado e era quem mantinha a casa, sem ele não tinhamos nada. Minha mãe lavava roupa pra fora e minha madrinha passou a nos ajudar no que podia, mas a vida estava muito dificil, então logo começou a faltar até o básico. Com isso um belo dia quando cheguei da escola tinha um homem deitado no sofá, sem camisa e dando ordens como se estivesse na casa dele. Esse era meu pai,minha mãe não tendo como nos criar sozinha aceitou voltar com ele. A partir daí a vida mudou, para pior ( disse muito nervosa, fazendo Anahi segurar mais firme em suas mãos ) Ele passava o dia todo em casa conosco enquanto minha mãe saía para trabalhar, ele gritava com a gente,fazia ameaças e até nos batia. Ele não trabalhava, mas as vezes a noite ele saía e só voltava no dia seguinte antes de minha mãe sair. Até que chegou um tempo que chegava a qualquer hora nos deixando sozinhos nesse meio tempo. Minha mãe trabalhava e ele não, mas ele trazia coisas pra casa, comida principalmente, remedios para meu irmão. Ele me batia muito, por tudo e sem motivo algum ( suspirou ) Eu concluí os estudos cedo assim como você e logo e seguida entrei em um curso já que não poderia fazer faculdade e no meio do curso consegui um estágio la nas empresas Portilla,mas pra isso eu teria que ser maior de idade e eu não era, só tinha 14 anos. Então um advogado o sugeriu que me emancipasse assim eu poderia trabalhar normalmente e assim ele o fez. Comecei a trabalhar lá dois meses depois, no mesmo dia em que você, junto com você inclusive ( Anahi sorriu, era verdade, haviam começado a trabalhar no mesmo dia, e trabalhavam juntas desde o inicio ) Um mês depois meu irmão teve uma forte crise e ficou em um estado muito grave, nunca mais foi o mesmo e a partir daí minha mãe não podia mais trabalhar, precisava cuidar dele. Meu pai ainda levava comida para casa, mas os rémedios, fraldas e consultas do meu irmão não e passei a fazer isso. O tempo foi passando e cada vez mais ele nao levava nada e eu tinha que fazer isso, mas ele continuava saindo várias noites. E basicamente isso era a minha vida, eu trabalhava bastante, estudava fazendo curso de secretária e apanhava, apanhava muito. Quando você assumiu um cargo maior na empresa eu estava quase concluindo o curso e você me colocou para ser sua secretária embora seu pai preferisse uma mais experiente, a partir daí passei a ganhar melhor e a manter 100% minha casa. Uma epoca tivemos que nos mudar de casa, o aluguel ficou caro demais e fomos para essa casa que moramos até hoje, um pouco ruim mas o que eu podia pagar ( Anahi não concordou com aquilo, a casa era simplesmente horrivel, não era um pouco ruim, era muito ruim, mas Anahi nada disse ) Meu irmão cada vez mais doente e debilitado, minha mãe 100% focada nele, não tem como ser de outro jeito e eu sempre a ajudando em tudo que podia. Teve uma epoca, eu tinha uns 20 anos, meu pai sumiu e ficou 6 meses sumido e quando voltou estava muito mais agressivo, ignorante e viciado e bebida. A partir dessa epoca eu passei a apanhar quase que diariamente e minha mãe se interferir também apanha. Ela apanha menos que eu no geral, mas também apanha, e eles nos ameça usando meu irmão para nos controlar. Ele é como uma criança, é indefeso, nunca vamos deixar que o machuque por nossa causa... Nunca o vi trabalhar, se um dia o fez não sei quando pode ter sido, mas teve uma epoca, um pouco antes de sumir, que ele dizia que iria mudar de vida, que colocaria as mãos em uma grana alta e nunca mais precisaria nos suportar. Quando ele sumiu pensamos que pudesse ser isso, mas ele voltou e voltou pior do que quando foi. E basicamente não tenho muito a dizer, minha vida é essa, trabalho bastante, mantenho a casa, não faço tudo que precisa mas faço tudo que meu dinheiro dá, cuido do meu irmão junto com minha mãe e é só.

 Anahi: Quando você falta, o que tem sido muito comum agora, é por qual motivo? (Angel abaixou a cabeça)

Angel: Minha mãe ficou doente tem alguns anos, ela tem problema de coluna e nos ossos, pela idade e pelo tipo de vida que leva, muito peso, muito esforço fisico para cuidar do meu irmão. Quando ela cai na cama, tenho que cuidar dela e dar banho e comida ao meu imão, então me atraso para o serviço. Mas quando falto ( respirou fundo, todo seu corpo tremia ) Quando falto é porque apanhei tanto que nem consigo andar ( disse Angel chorando ).

Anahi: Meu Deus ( aquilo lhe dava uma revolta, não sabia nem como disfarçar isso ) E qual é supostamente o motivo ( disse fazendo aspas com os dedos da mão esquerda ) para que te bata tanto?

Angel: Não tem nenhum, me bate por não estar feliz, por não ter bebida, por não ter o que beber, por ter bebido demais, por não ter algo que queira comer, por estar chovendo, por estar sol demais. Não há motivos, apenas usa qualquer coisa como pretexto para me bater.

Anahi: Isso é absurdo ( disse irritada ) Angel não quero invadir sua vida, sua privacidade mas preciso perguntar isso. Ele. ele ( não sabia como perguntar, resolveu mandar a pergunta da forma mais direta possivel ) Ele abusa de você? Assim sexualmente falando? Ele é capaz de fazer isso também?

                                                                                                            Continua...

O que será que ela vai responder hein? Próximo capitulo ficaremos sabendo.

tryciarg89: No que você acha que a Any está dificultando as coisas?

Olha não acho que a Anahi tenha interesse amoroso em nenhuma delas não. Any é muito generosa e está sempre dispostas a ajudar as pessoas, ela gosta das pessoas verdadeiramente e se preocupa com elas, sente a dor delas, é empática. Acho que ela é do tipo que ama uma pessoa só. eu acho...