Fanfic: Ainda Há Tempo? | Tema: Portiñon

Anahi: Isso é absurdo ( disse irritada ) Angel não quero invadir sua vida, sua privacidade mas preciso perguntar isso. Ele. ele ( não sabia como perguntar, resolveu mandar a pergunta da forma mais direta possivel ) Ele abusa de você? Assim sexualmente falando? Ele é capaz de fazer isso também?

Angel: Não! Não isso ele nunca fez,ele é muito agressivo sim, mas esse tipo de coisa não creio que seja capaz de fazer, não posso garantir mas creio nisso.

Anahi: Que bom ( conseguiu respirar aliviada ) Isso seria ainda mais terrivel do que tudo  que já acontece. Angel tem alguma razão para que tenham se desentendido essa última vez em que te agrediu? O estado em que te deixou foi horrivel, o que aconteceu?

Angel: Eu estava precisando comprar um medicamento para meu irmão e não tinha como, eu tinha que ver minha madrinha mas não podia ir, estava sozinha com ele e não poderia sair. Tem um rapaz que mora duas ruas depois da minha, fizemos curso juntos e já ajudei a mãe dele algumas vezes quando precisou medir a pressão, quando o vi passar pedi o favor de ir até a casa da minha madrinha levar um bilhete e concordou imediatamente e mandei o bilhete. Ele demorou um pouco e nesse tempo meus pais voltaram, então eu estava indo até a casa da minha madrinha para ver o que houve e no meio do caminho encontrei o rapaz, ele me explicou que havia acontecido um acidente lá por perto e por isso havia demorado. Logo em seguida disse que minha madrinha mandou me dizer que não poderia ir até a farmacia por ser bem longe, moramos bem longe da cidade como sabe, mas ela havia mandado o dinheiro para que eu fosse e também para eu comprar o medicamento, ele estava me dando o dinheiro no momento em que meu pai apareceu perto de nós e entendeu tudo errado, nem me deixou falar, me arrastou pelo braço até chegar em casa e já entramos em casa com ele me batendo, não tive nem tempo de dizer qualquer coisa. Me acusava de estar fazendo coisas erradas e me batia como se batesse em um saco de areia. Um tapa que ele me deu no rosto me deixou muito tonta e a partir daí eu já nem tentava explicar nada, só apanhei,apanhei muito, até achar que todos os meus ossos estavam moídos e depois apaguei, não lembro de nada até que acordei aqui, mas a surra durou muito tempo e não sei exatamente quanto tempo durou e nem o que aconteceu exatamente enquanto eu apanhava.

Anahi: Do que te acusou?

Angel: De estar usando meu corpo em troca de dinheiro. Mas eu juro que nunca fiz isso, jamais, ele estava apenas me fazendo um favor, te juro ( disse exasperada)

Anahi: E eu acredito ( a tranquilizou ) Acho isso que alguns pais ou maridos fazem o fim, nos tratam como se fossemos objetos, como se sempre estivessimos dispostas a nos trocar por algo material, isso é ridiculo.

Angel: Sempre me acusa disso, não entendo, sempre me comportei de maneira totalmente diferente a isso.

Anahi: O problema não está em nosso comportamento, está no carater deles mesmos ( suspirou ) Angel, quero te ajudar mas não sei como, o que você acha que posso fazer para te ajudar? O certo seria denunciar mas não precisa ser um gênio para saber que não fará isso.

Angel: Já me ajudou muito, talvez eu nem estivesse aqui se não tivesse aparecido. Não tem mais nada que possa fazer por mim ( disse com os olhos marejados)

Anahi: Isso não é suficiente Angel. Enquanto viver com esse homem não vai parar de apanhar e de passar por situações como essa ( apontou para a moça ) è preciso que saia de casa, que fique longe.

Angel: Não posso, tem minha mãe e meu irmão, não posso fazer isso com eles, precisam de mim.

Anahi: Em nenhum momento passou pela minha cabeça que fosse abandona-los, claro que não,o que estava tentando dizer é que vocês precisam sair dalí, daquele casa, de perto desse homem, para longe dessas agressões, vi como trata sua mãe também, é horrivel. Precisam estar longe disso tudo e poder viver com tranquilidade.

Angel: Isso é um sonho, mas que só pode ser sonho.

Anahi: Claro que não, vamos pensar no que fazer, mas antes é preciso que se recupere, que esteja fisicamente bem e que possa estar pronta para todas as mudanças que precisam acontecer na sua vida. Assim que estiver bem daremos um jeito de por um fim nisso tudo. Mas até lá preciso que me diga como faço para dar alguma ajuda a sua mãe e seu irmão, não acho que chegar lá e simplesmente  dizer que fui ajuda-la vá ser bom, como devo fazer?

Angel: Não, você não tem que se preocupar com isso, eu... ( Anahi a interrompeu levantando uma das mãos )

Anahi: Isso não é algo que esteja em discussão, irei ajuda-los de qualquer jeito,só que ficaria mais fácil se me dissesse como.

Angel: Eu não posso pegar mais dinheiro nenhum, se eu o fizer não terei mais o que receber ( disse tensa)

Anahi: Não terá que pagar nada,estou te ajudando e não te fazendo um emprestimo Angel, sei que já tem vários e que a situação é bastante complicada ( disse calma ) Me diga como faço para ajudar? O resto vemos depois, sim!?

Angel: Meu Deus ( suspirou ) Eu.. a única maneira de fazer alguma ajuda chegar até minha mãe é atraves da minha madrinha, ela pode fazer parecer que é ela quem está ajudando, mas ela não sabe do que aconteceu e nem onde estou e eu não posso dizer a ela, não quero que ele saiba onde estou por favor, ele não pode saber ( Disse ela desesperada )

Anahi: Calma, não vai saber, me diz onde encontrar sua madrinha, como ela é e saberei o que fazer, tudo vai ficar bem.

     Angel passou os minutos seguintes explicando a Anahi como e onde encontrar sua madrinha, agradeceu a executiva por tudo que  estava fazendo e se emocionou ao ouvir as palavras de Anahi

Anahi: Nos conhecemos desde meninas e ainda que trabalhando estamos juntas todo esse tempo, nos vemos todos os dias praticamente, falamos e agimos em equipe sempre, nunca deixaria de te ajudar sabendo tudo que você vive ( Angel sorriu ) E além disso você é uma pessoa trabalhadora, esforçada e generosa e tudo o que você merece é alguém que esteja disposto a fazer por você o que você mesma faz pelos outros, não esqueci o que fez por Dulce mesmo sendo orientada a não fazer, se não fosse você não teria dado tempo para que eu acordasse no momento limite para ajuda-la, sem você aquela situação teria acontecido antes e eu nada teria feito por ela, nem sequer saberia de nada. Me ajudou procurando-a também, sendo amiga, mesmo isso te custando muito, fisica e financeiramente e eu nunca irei esquecer disso... Vamos resolver tudo isso Angel, eu te prometo.

      Já passavam das onze quando Anahi conseguiu finalmente estar sentada em sua cadeira,sentia seu corpo tenso, alguma coisa a estava sobrecarregando mas não pretendia perder tempo procurando o que era, tinha muito a fazer ainda. Assim sendo imediatamente chamou por Maite e pediu que Laura fosse a sua sala o quanto antes. Não demorou muito para que a mulher estivesse sentada diante de Anahi ouvindo atentamente a tudo que a loira dizia. Anahi pediu que Laura a acompanhasse até a casa da madrinha de Angel, precisava conversar com a mulher, conseguir que a ajudasse a levar o que a familia de sua afilhada necessitava, precisava de sua compreensão e sobretudo de seu silêncio, não poderiam saber onde Angel estava mas contaria a verdade a senhora se visse que estava disposta a ajudar, mas a presença de Laura era importante para que a senhora tivesse a certeza de que falava a verdade e de que era quem dizia ser. Além disso precisava que Laura lhe fizesse um outro favor, levando em conta que Angel tinha naquele momento quase metade de seu salario comprometido em emprestimos com a empresa, seria impossivel que conseguisse se manter com tranquilidade, então o primeiro passo seria encerrar essa divida e assim sendo pediu que Laura averiguasse o valor exato da divida naquele momento e assim ela poderia quitar a mesma acabando assim com um dos problemas de sua secretária. Laura se comprometeu a ir até a casa da madrinha de Anahi assim que a loira quisesse e saiu imediatamente para fazer o segundo favor que lhe havia sido pedido, voltando menos de dez minutos depois com a resposta que Anahi queria.

     Duas horas mais tarde Anahi levava pessoalmente até Laura o comprovante de depósito feito em nome de Angel na conta da empresa para que a mesma apresentasse e finalmente tudo ficasse oficialmente resolvido. As três em ponto Anahi pediu que Maite mais uma vez chamasse Laura e após a secretária se apresentar na sala da executiva mais uma vez e deixar o local rapidamente Maite adentrou o local pedindo licença e questionando Anahi se ela já não estava satisfeita com seus serviços, a loira não entendeu a pergunta mas ainda assim respondeu que sim, estava muito satisfeita, era uma ótima profissional e não tinha nada a reclamar dela. Ao ouvir isso Maite pareceu respirar aliviada e então explicou o que havia pensado. Como Anahi fazia dias chamava muito Laura, saía em sua procura e a secretária parecia prestar serviços á executiva, pensou que não estivesse fazendo seu trabalho corretamente. Anahi a tranquilizou dizendo que não se tratava disso e garantindo que seus assuntos com Laura não eram profisssionais e sim pessoais. A resposta pareceu despertar em Maite um misto de curiosidade e  desagrado, mas Anahi não havia notado, uma vez que havia respondido a mulher que ainda se encontrava em sua sala, a loira despediu-se, colocando sua bolsa no ombro e informando a Maite que deixaria e empresa e voltaria apenas mais tarde, garantiu que Maite poderia terminar o que estivesse fazendo e ir embora em seguida, não precisaria mais dela por aquele dia. Saiu deixando Maite lá parada e muda. Maite chegou a porta ainda em tempo de ver quando sua chefe e Laura entravam juntas no elevador, sacadiu a cabeça, não, Anahi devia ter um bom motivo para estar fazendo isso, disso ela tinha certeza.

     Chegaram a casa humilde mas muito bem cuidada onde morava a madrinha de Angel e após aguardarem uns minutos, uma senhora baixinha e muito simpatica abriu o portão dando passagem para que entrassem na casa. Uma vez sentadas no sofá Anahi decidiu ir direto ao ponto e se apresentou como chefe de Angel e imediatamente a mulher pensou estar prestes a ouvir uma reclamação pelas faltas de Angel e colocou-se a desculpar-se por sua afilhada. Laura resolveu interferir e pediu que a senhora ouvisse o que Any tinha a dizer,era importante e delicado e precisaria muito de sua compreensão, a mulher mais velha concordou, sentando imediatamente no sofá a frente e ouvindo o que Anahi dizia.

    Anahi explicou que sabia o que se passava na vida de Angel, desde os atrasos, faltas e dividas até as agressões e humilhações que sofria. Contou ter encontrado a mulher em sua casa em um estado grave e preocupante. Informou-lhe haver socorrido e estar disposta a ajudar-lhe em tudo que pecisava, desde o tratamento que já estava fazendo até a se livrar do homem que a maltratava. Explicou tudo que havia conversado com Angel até chegarem a conclusão que ela era a única pessoa que poderia fazer com que chegasse até sua mãe e irmão a ajuda que certamente já precisavam.

     A mulher concordou em ajudar e garantiu não ter problemas em guardar segredo sobre o paradeiro de sua afilhada, mas pediu para que pudesse visita-la, precisava ver com seus próprios olhos que estava viva para acalmar seu coração, Anahi concordou que não haveria problema se o fizesse e imediatamente passou a contar-lhe como fariam para ajudar a familia. A ideia era levar dinheiro aos poucos para que não parecesse estranho que estivesse ela mesma ajudando, uma vez que seria preciso pensarem que era ela mesma quem o fazia. Outra coisa importante era que levasse já comprados alimentos e medicamentos, além dos produtos de higiene pessoal do irmão de Angel, assim podendo levar em dinheiro apenas a quantia necessaria para que a mãe da moça pudesse passar a semana e seu marido não consumisse tudo em bebidas. Após a recuperação de Angel resolveriam como livrariam ela própria e sua familia daquele homem. A madrinha de Angel concordou e afirmou achar absurdo tudo que acontece alí, porém nada podia fazer para mudar as coisas e sua cumadre parecia ter se acovardado diante da vida e então se deixado levar pelos maltrados e ameaças daquele homem, não reagindo nem mesmo quando seus filhos eram maltratados e  humilhados. Anahi disse entender o que ela dizia e como se sentia, mas também garantiu entender a mãe de Angel, afinal muitas mulheres viviam aquela situação, por medo, insegurança, incertezas e nenhum amor próprio. Mas veriam já já uma maneira de colocar um ponto final em tudo isso. Anahi saiu da casa acompanhada de Laura vinte minutos mais tarde, deixando o dinheiro e a promessa que retornaria na manhã seguinte para levar a senhora até Angel.

      Após deixar Laura em sua casa, a loira decidiu não mais voltar a empresa, iria para casa e descansaria um pouco. Assim que entrou em seu quarto percebeu que não estava sozinha. Viu Dulce de costas, parada em frente a janela. Ao voltar-se para ela Dulce sorria e por mais que Anahi estivesse muito chateada não poderia deixar de retribuir o cumprimento, assim sorrindo de volta. Dulce afirmou querer conversar e Any pediu o tempo necessário para tomar um banho e se trocar. Meia hora depois estavam sentadas frente a frente e a ruiva mais que depressa começou a falar. Pediu desculpas por sua atitude infantil e egoísta, afirmou saber que estava errada e que Anahi tinha razão em ficar brava, tudo que havia lhe dito era verdade. Disse que entendia a explosão da namorada por saber que seu ciúme sim atrapalhava as coisas, mas apenas não era capaz de conseguir controla-lo mesmo que tentasse. Se desculpou por isso também e contou a Anahi que havia ido ao hospital ver Angel e sentia muito pelo estado que ela se encontrava, era uma pena que tivesse um pai que ao invés de lhe dar carinho a maltratava, ao invés de lhe dar amor era quem a machucava. Contou ter passado um bom tempo conversando com a secretária e garantiu fazer tudo para se controlar e não deixar seus ciúmes a cegar. Anahi sabia que seria muito dificil isso realmente acontecer, mas simplesmente decidiu desculpar sua mulher e ficar em paz. A abraçou com carinho e beijou seus lábios rapidamente.

      Passaram cerca de de três horas na cama,fazendo carinho, conversando, fazendo amor. E já eram sete da noite quando após mais uma vez após terem satisfeitos os desejos de seus corpos Dulce pediu a Anahi que a acompanhasse em uma recepção que seria dada pelos patrocinadores da campanha para as modelos que naquele projeto trabalhavam. Anahi pareceu duvidar, ir á locais públicos com Dulce sempre parecia terminar em confusão, problemas e brigas, a ruiva garantiu que nada disso aconteceria e que não demorariam muito, marcariam presença pois isso parecia ser importante, fariam uma pequena social e logo deixariam o local. Anahi ainda parecia ter dúvidas mas concordou. Chegaram a recepção uma hora depois e alí conversaram, riram e se divertiram, a noite parecia ir muito bem e Anahi agradecia por isso. Percebia olhares e comentários direcionados a elas mas fingia não ver. Dulce também havia notado e em certo momento perguntou a Anahi se estava incomodada, pois poderiam ir embora imediatamente, a loira disse não se importar até mesmo por saber o que comentavam. Dulce sorriu e afirmou ser isso mesmo, todos comentavam o fato de Anahi Portilla estar alí e ainda por cima acompanhada por uma mulher, que era uma simples modelo fotográfica e principalmente pelo fato de nitidamente parecer ter algo a mais com a mesma. Anahi pareceu mesmo não se importar pois após ouvir o comentário da ruiva não apenas sorriu para ela como também a beijou rapidamente nos lábios. Dulce sorriu, ela não tinha mesmo vergonha dela e isso a deixava realmente feliz, pois uma coisa é dizer que não tem e outra é realmente demonstrar não ter.

      Meia hora depois Dulce chamou Anahi para ir embora, a loira prontamente atendeu. Estavam saindo do local quando Anahi parou para observar Dulce que não respondia sua pergunta. Ao se deparar com a ruiva percebeu que estava estática, e olhando na direção em que Dulce olhava,os olhos de Anahi foram parar em frente de um restaurante que ficava á no máximo vinte metros de onde estavam agora paradas. E a visão que teve a surpreendeu, se ela fosse ser bem fiel ao que sentia naquele momento poderia dizer realmente que o que havia visto a tinha deixado perplexa. E não conseguindo esconder isso e ao mesmo tempo não acreditando no que via tentou perguntar:

Anahi:É.. È!? ( não conseguiu formular a frase )

Dulce: Sim Any, é ( afirmou a ruiva de boca aberta )

                                                                                              Continua...

O que será que elas viram hein?