Fanfic: Ainda Há Tempo? | Tema: Portiñon

Anahi:É.. È!? ( não conseguiu formular a frase )

Dulce: Sim Any, é ( afirmou a ruiva de boca aberta )

      Nenhuma delas podia acreditar naquilo. Dulce piscou várias vezes tentando entender se estava mesmo vendo aquilo, já Anahi permanecia imóvel sem nem ao menos piscar. Respirando fundo a ruiva virou-se para a namorada colocando a mão em seu braço e chamando sua atenção, perguntou a loira se iriam até lá ou se simplesmente fariam de conta que jamais viram aquilo. Anahi parecia inconformada e admitiu não saber o que fazer naquele momento, ambas não se moveram,continuando a olhar aquela cena com sincero pesar. A cabeça de Anahi estava dando mil voltas, o que pensaria seu irmão se soubesse do que estava acontecendo,acreditaria nela se lhe contasse que em plena rua em frente á um restaurante sua noiva se encontrava aos beijos com outro homem!? Para ser sincera consigo mesma pensava que não, ainda que fosse ela quem o dissesse, e o entendia apesar de tudo, ele estava apaixonado e os apaixonados realmente se negam a ver o óbvio, ela era a maior prova disso. Fechou os olhos tentando espantar esses pensamentos, não pensava em ir até lá, mas também não pensava em sair dalí antes que Liz a visse, queria que ela ficasse ciente de que a havia visto e que já havia descoberto o que fazia. Não precisava ser muito inteligente para saber que ela diria a verdade ao irmão, jamais o enganaria assim.

       Poucos minutos depois viram quando a mulher entrou no carro e o mesmo estava pronto para sair quando finalmente os olhos de Liz pousaram sobre elas, seu rosto automaticamente se transformou, morrendo o sorriso que estava alí até então dando lugar á um par de olhos arregalados e uma expressão de puro pavor. Anahi encarou fixamente a mulher e teria ficado claro naquele momento para qualquer um que a visse o quanto a loira estava indignada.

       O carro saiu com uma Liz olhando fixamente para as mulheres alí paradas e deixando uma Anahi completamente irritada. Dulce tentou acalma-la mas percebeu que aquilo tudo poderia se voltar contra ela mesma, então decidiu apenas escutar o que sua revoltada namorada tinha a dizer... Chegaram á casa de Anahi meia hora depois e Anahi imediatamente entrou no banho. A ruiva a esperava sentada na beirada da cama, pensava no que havia visto, nunca esperou isso de Liz, ela própria sempre foi louca e fazia muitas besteiras, mas Liz!? Estava realmente supresa e até mesmo decepcionada, se considerava um lixo de pessoa, mas pensava ser a única pessoa que conhecia a ser assim, pelo visto não era.

       Anahi sentou ao seu lado minutos depois, bem mais calma e nitidamente triste, pensou em dizer muitas coisas mas a verdade é que só queria ser abraçada,precisava de um abraço e a ruiva pareceu entender, pois foi exatamente o que fez logo em seguida,a abraçou fortemente,alisando suas costas e dizendo que a amava. Passaram vários minutos assim até que Dulce delicadamente se afastou, só então percebendo que sua namorada chorava, limpou suas lágrimas carinhosamente e beijou sua face. A abraçou novamente e foi então que notou que também estava chorando, ver Anahi mal a deixava triste, não merecia ser decepcionada de todas as formas e por todos os lados, respirou fundo tentando manter a calma, precisava disso naquele momento.

        Conversaram durante um tempo, até ouvir de Anahi que já não aguentava mais nada disso, quando não estava sofrendo, estava vendo alguém que ela amava sofrer e isso já a estava saturando. Dulce nada disse, sabia que muito ainda viria e muito por sua culpa. Anahi afastou-se  e afirmou estar indo falar com Christian, isso não poderia ficar assim, Dulce tentou convence-la que o melhor seria esperar até o dia seguinte, cedo e mais calma conseguiria conversar melhor com ele e apoia-lo também. A loira pareceu estar pensando sobre o que ela havia dito e dando um longo suspiro concordou que sua mulher tinha razão. Esperaria até o dia seguinte, assim mais calma contaria tudo ao irmão.

        Esperou Dulce sair do banho já deitada e assim que a ruiva deitou, se abraçou a ela e tentou desesperadamente dormir o mais rápido possivel, precisava parar de pensar e só dormindo poderia conseguir isso. Já havia passado muito tempo quando adormeceu, já Dulce não conseguia dormir por nada,tudo estava prestes a desmoronar e só esperava que todos saissem vivos dessa grande explosão, onde muitos estariam envolvidos.

        Na manhã seguinte Anahi deixava Dulce no local onde tiraria fotos quando a ruiva pediu que a namorada fizesse tudo com muita calma e pensasse bastante no que diria ao irmão e na maneira como faria isso, porque ele poderia simplesmente não acreditar e então surgiria um grande problema entre os dois, assim como houve quando Anahi descobriu o que Christian havia feito com ela, só que dessa vez muito pior, pois Christian não era tão calmo quanto Anahi e nem tão justo. Anahi garantiu seguir o conselho da ruiva e partiu logo em seguida em direção a empresa.

         Ao chegar lá, deu de cara com Christian já ao entrar no elevador e sentiu angustia, ele a olhou sorrindo, beijando-a em seguida, antes de dizer:

Christian: Enfim de encontro, só tenho te visto correndo de uma lado á outro e nunca está na empresa nos momentos em que estou, está dificil nos encontrarmos e conversarmos e quando te vejo está sempre de saída ( disse em tom zombeteiro )

Anahi: Estou com muita coisa para resolver dentro e fora da empresa e o dia anda parecendo mais curto do que o normal ( disse séria ) Estou chegando o mais cedo possivel para conseguir sair o mais cedo possivel tambem, mas parece que vinte e quatro horas não estão sendo suficientes.

Christian: O que você tem? Parece séria e nervosa, o que está acontecendo? O que tanto você resolve fora daqui? ( perguntou preocupado )

Anahi: Vamos até minha sala e conversaremos melhor ( ele apenas concordou com um menear de cabeça )

      Saíram do elevador no exato momento em que Maite deixava a sala de Anahi e assim que os viu, com expressão que aparentava preocupação e nervosismo disse a Anahi que haviam pessoas esperando por eles em seu escritório. Anahi surpreendeu-se, não esperava ninguém pela manhã e a expressão de Maite não parecia nada boa. Imediatamente se dirigiu á sua sala sendo acompanhada por Chirstian. E após vinte minutos de conversa encarou seu irmão afirmando o que ele já sabia, ele teria que embarcar imediatamente para filial da Espanha, havia um problema grande e grave acontecendo por lá e ela não poderia deixar a empresa e nem o país naquele momento e só confiaria essa tarefa a ele. Após mais meia hora de conversa e todas as explicações devidamente dadas, os visitantes se foram, deixando Anahi preocupada e irritada. Preocupada pelo problema da filial de sua empresa e irritada porque a viagem inesperada de Christian iria retardar a conversa tão séria que precisava ter com ele. Ela jamais diria aquilo assim, rapidamente, do nada e com ele prestes a partir, precisaria esperar que voltasse e só então poderia enfim resolver tudo isso, coisa que não aconteceria em menos de quinze dias, suspirou cansada, os problemas pareciam se multiplicar de maneira assombrosa quando justamente o que ela mais queria e precisava era de um pouco de tranquilidade e paz. Ligou para Maite e pediu que resolvesse a questão da passagem e hospedagem de Christian na Espanha. Passou em seguida a explicar a Christian tudo que deveria averiguar e fazer para resolver os problemas que encontraria e pediu que se mantivesse sempre em contato para mante-la informada de tudo que descobrisse e para que pudessem pensar e agir da maneira mais eficiente e rápida possivel.

    Vinte minutos mais tarde se despedia do irmão e observava o mesmo deixar a empresa. Olhando para Maite pediu que buscasse Laura e imediatamente estivessem em sua sala. Alguns minutos depois e com as duas mulheres em sua frente a loira começou a explicar o que precisava delas, basicamente seria que estivessem a frente da empresa por um dia inteiro, precisava sair e não tinha certeza de poder voltar mais a empresa até o dia seguinte, assim sendo as duas juntas deveriam trabalhar alí mesmo, lendo todos os papéis que estavam em sua mesa e se certificando de que tudo estava como deveria estar, eram muitos os papéis e isso demandava tempo e paciência. Ambas prontamente garantiram fazer o que lhes fora pedido da maneira mais eficiente que conseguissem. E confiando nas mulheres que ela pessoalmente havia escolhido para seus cargos, a executiva deixou sua empresa em direção ao primeiro de seus compromissos.

    Uma hora mais tarde seu carro estacionava em frente a casa de Teresa,madrinha de Angel. A mulher que já a esperava ansiosa entrou no carro vendo Anahi dar partida em seguida. As mulheres conversaram bastante e a loira conseguiu saber muito mais coisas sobre sua secretária do que poderia imaginar, mas não havia absolutamente nada que falasse mal dela ou de sua conduta, Angel era honesta e principalmente: Ela tinha caráter...

     Ao ver sua menina tão machucada e na cama de um hospital Teresa chorou, aquilo não poderia continuar acontecendo, faria tudo o que pudesse para ajudar Anahi a tirar sua menina daquele inferno, ainda que para isso tivesse que falar mais do que devia e muito do que sabia... Ficaram alí por quase uma hora, Anahi havia deixado as duas sozinhas para que conversassem e havia ido atrás do médico para conversar sobre o estado de saúde de sua secretária. Quando saiu daquela sala não estava nada feliz e nada satisfeita, os problemas surgiam mesmo de todos os lados e isso parecia não ter fim. Angel tinha um sério problema no coração e precisaria ainda fazer mais alguns exames para identificar exatamente de que doença se tratava e de quão avançada poderia estar.

      Deixou o hospital assim que Teresa afirmou estar pronta para partir e após deixar a senhora em casa, Anahi dirigiu até o local de trabalho de Dulce,a apanhando e em seguida parando em um restaurante para que pudessem almoçar. Conversaram pouco, a loira parecia não estar muito bem e Dulce decidiu respeitar isso. Haviam se passado poucos minutos desde que começaram a refeição, quando Anahi que olhava para porta de entrada viu entrar Silvia, sua inimiga declarada, com sua pose de superior habitual e seu ar arrogante de sempre. A mulher vinha acompanhada de um homem moreno, muito mais jovem que ela e com pinta de bad boy. Sentaram em uma mesa que ficava na mesma reta na que a loira estava com sua namorada, o que fez com que não demorasse nem dois minutos para que a detestável mulher olhasse em sua direção a encarando fixamente nos olhos com evidente deboche e um sorriso simplesmente irritante nos lábios. Anahi fingiu não se abalar, não deixou que mudasse uma única expressão de seu rosto e continuou sua refeição como se nada estivesse acontecendo á sua volta. Minutos mais tarde o garçom lhe entregava um bilhete que havia sido endereçado a ela e ao abrir o mesmo leu a seguinte mensagem: " Me surpreende que ainda consiga viver normalmente, que ainda sinta fome e tenha coragem de desfilar por aí na companhia de tão insignificante ser, se o que queria era expor suas preferências duvidosas ao mundo, ao menos deveria ter tido o bom senso de escolher alguém minimamente respeitável para se andar ao lado. Não sei se sinto mais ódio por você ocupar profissionalmente o lugar que deveria ser meu por direito ou mais pena por você se julgar tão importante, mas desfilar com um ser tão inferior como este. Mas no fim eu sinto é alegria por você ter consigo exatamente o que você merece: Um nada!!!"  Rasgando o papel e olhando para Dulce disse:

Anahi: Já podemos ir? Você já acabou?

Dulce: Sim! O que foi? Por que está assim?

Anahi: O local acabou de ficar pequeno e abafado demais, quero sair daqui ( disse chamando gentilmente o garçom para que pudesse pagar a conta )

Dulce: Eu me comportei de maneira errada? ( perguntou preocupada )  Eu não sabia muito bem como cortar esse...

Anahi: Não querida ( disse colocando sua mão sobre a de Dulce ) Você não fez nada inadequado, não é nada em relação a você, fique tranquila.

Dulce: Tudo bem!

        O garçom chegou com a conta e Dulce aproveitou esse momento para olhar em sua volta, buscando o que poderia ter feito sua namorada querer se retirar do local imediatamente. Levou alguns segundos até que seus olhos encontrassem os olhos daquela mulher a quem havia dado de bandeja o trabalho de Anahi, a traindo de maneira tão baixa e desleal. Dulce sentiu seu estômago contrair, um enjoo muito forte ameaçou fazer com que tudo que havia comigo um pouco antes quisesse sair. Um nervosismo assombroso a atingiu e olhando novamente para sua namorada, a viu levantar-se. Fazendo o mesmo, seguiu Anahi até a porta de saída e já estando do lado de fora puxou rapidamente o ar fresco tentando assim controlar a manifestação intempestiva de seu estômago.

         Já dentro do carro, Anahi nada dizia, apenas dirigia olhando atentamente para frente enquanto pensava em que momento havia conquistado uma inimiga,jamais havia feito nada contra qualquer pessoa, muito pelo contrário. A vida era enojante algumas vezes e a cada dia que passava tinha menos estrutura para isso.

        Em algum momento do caminho desculpou-se com Dulce por ter sido tão péssima companhia naquele dia e sem seguida perguntou-lhe onde deveria deixa-la, em seu apartamento ou onde. Iria para uma reunião e não poderia ir para casa ainda.

Dulce: È de trabalho a reunião? ( perguntou enciumada )

Anahi: Pode se dizer que sim! ( Dulce nada disse e Anahi desviou os olhos da estrada rapidamente para olhar a ruiva ) Se a pergunta é pelo bilhete que recebi no restaurante, fique sabendo que foi Silvia quem o mandou e não nenhuma mulher marcando qualquer tipo de encontro, se é isso que possa estar pensando ( falou secamente )

Dulce: Any! ( começou constrangida ) Me deixe ir com você (pediu ela).

Anahi: Você não precisa ficar me vigiando, sei me portar como se deve ( disse incomodada)

Dulce: Não quero te vigiar, só quero ir com você, vou ficar bem quietinha ( a loira a olhou ).

Anahi: Vou me reunir com o Jorge, pode demorar bastante e você vai se entediar, o assunto não é agradável ( Dulce já nem sabia quem era Jorge mais ) Assim que eu sair de lá te encontro.

Dulce: Any, nem me importo, só quero estar com você, vou ficar quietinha e não vou atrapalhar em nada. Por favor amor.

Anahi: Tudo bem Dulce! ( a ruiva sorriu beijando seu rosto em seguida). Eu te amo sabia?

Dulce: Eu te amo muito mais sabia?  ( disse ela deitando sua cabeça no ombro da loira )

          Foram recebidas por um homem de altura mediana,branco,com pouco cabelo e bastante sério. Sentadas na frente do homem, esperaram até que ele voltasse e assim que o fez, Dulce o viu encarar Anahi e segundos depois ouviu a voz de sua namorada dizer que poderia dizer o que fosse na frente dela, informou ao homem que ela sabia de toda a história e que era de confiança. Dulce sentiu vontade de chorar, de emoção por Anahi confiar nela e de tristeza por saber que não era digna de sua confiança, se arrependeu de ter insistido para ir até lá, mas tentou disfarçar as duas coisas. No momento seguinte ouviu a tudo que o homem dizia a Anahi e permaneceu muda sem interferir em nada que estava sendo dito, nos momentos mais dificieis daquela conversa, segurou a mão de Anahi por debaixo da mesa e acariciou seus dedos com carinho tentando lhe passar conforto,eram duras as coisas ouvidas alí e o homem apesar de nitidamente demonstrar tristeza ao dizer-lhe aquelas palavras e de afirmar que poderia continuar a procurar se ela assim quisesse, tirou qualquer esperança em relação a encontrar Pedro.

         A vontade de chorar aumentou consideravelmente em Dulce e ela piscou várias vezes tentando afastar as lágrimas que teimavam em querer juntar-se nos olhos. Anahi ao contrário não chorou e nem pareceu querer chorar, permanecia em silêncio, pálida e muito deprimida.

       O homem passou a mostrar-lhe sua linha de investigação e tudo que já havia conseguido até alí e em alguns momentos mostrava fotos e os retratos falados de como poderiam estar agora Pedro e seu sequestrador, que era seu tio.

       Passou bastante tempo até que pediu a Anahi que se aproximasse do computador que estava localizado quatro metros da mesa onde estavam até agora. Assim que Anahi o fez acompanhada do homem, Dulce pegou em suas mãos algumas fotos que  o homem havia mostrado, encarou as fotos pensando que tipo de monstro fazia uma coisa assim, parou mais tempo em duas fotos: Uma foto juntava tio e sobrinho ainda bebê em seu colo e na outra onde parecia ter sido feita uma montagem dos dois no que muito provavelmente seria uma foto com progressão de idade. Ficou encarando as fotos atentamente e não ouvia mais o que o homem dizia.

       Tempos depois Dulce parou do lado de Anahi e então ouviu sua namorada dizer que já poderiam ir embora. Anahi deixou o local afirmando ao homem que continuasse procurando, ainda que nunca encontrasse, mas precisava saber que ao menos tentava, isso seria importante para que ela tivesse algum motivo para continuar vivendo. Sem a esperança de algum dia encontrar seu filho não tinha motivos e nem ao menos vontade de continuar vivendo.

       As palavras que havia acabado de ouvir de Anahi cairam como uma bomba aos ouvidos de Dulce, não podia nem ao menos suportar a idéia de Anahi morrer, quem dirá conviver com tal realidade. Deixaram o local no mais absoluto silêncio e Dulce sentia medo de falar qualquer coisa e parecer inoportuna, sendo assim apenas deixou que o tempo passasse e que a própria loira dissesse algo, mas ela não o fez.

       Chegaram na casa de Anahi já passavam das quatro e a loira trancou-se em seu escritório onde passou longas três horas, Dulce havia passado todo aquele tempo sentada na sala estudando para a prova que faria em dois dias,precisava fazer a prova para saber em que série a colocariam na escola e estava se esforçando para conseguir uma boa qualificação. Eram sete horas quando resolveu tomar um banho. Se vestiu com jeans e uma camiseta e acabava de pentear os cabelos quando sua namorada entrou no quarto, se encararam durante alguns segundos e a ruiva percebeu que apesar de estar sozinha e trancada durante todo aquele tempo, Anahi não havia chorado, seu rosto estava limpo e não mostrava nenhum sinal de que havia desabafado em algum momento, isso a estava preocupando. Quando a loira moveu-se para ir ao banheiro a ruiva a interrompeu dizendo que havia pensado bastante durante aquelas horas e chegou a conclusão de que ela poderia estar querendo ficar um pouco sozinha  e apesar de ter passado algumas horas no escritório só com sua própria companhia aparentava ainda precisar disso. Sugeriu a Anahi que fosse melhor ir embora para seu apartamento, cuidar de suas coisas e deixar a loira com seus próprios pensamentos, disse que voltaria no dia seguinte a noite e que ligaria para ela durante o dia para saber como estava. Anahi sentiu seu corpo doer, toda vez que as coisas pareciam se complicar Dulce arrumava um jeito de se afastar e isso tinha um motivo... Não querendo pensar sobre isso e não querendo prender Dulce a ela e nem as suas dores e problemas Anahi disse em um tom que saiu muito mais deprimido e decepcionado do que gostaria:

Anahi: Você quem sabe! Eu disse que aceitaria as coisas como você quisesse, eu não estava blefando, faça o que achar que deve, o que te faça sentir melhor.

Dulce: Tudo bem ( disse sentida )

Anahi: Tranca a porta quando sair por favor, Maria não está e não deve voltar hoje. ( disse quando viu Dulce pendurar sua bolsa no ombro esquerdo ) Obrigada.

        Virou-se rápidamente e entrou no banheiro. Dulce ficou parada uns segundos e depois moveu-se fechando com um pouco mais de força do que o que precisaria a porta do quarto... Anahi despiu-se, se colocou em frente ao espelho e olhando dentro de seus próprios olhos passou mentalmente toda sua vida como um filme. Em que momento passou a se sentir tão infeliz assim!? Havia sido na noite em que seus filhos desapareceram lembrou ela, depois disso nunca mais a vida lhe deixou saber o que era realmente felicidade. Vendo como as lágrimas corriam por seus olhos a loira engoliu em seco, virou-se e foi para debaixo do chuveiro, alí naquele momento ela fez o que queria fazer desde que Jorge havia lhe dito palavras tão duras e desesperançosas.

        Anahi desabou. Desabou em um pranto que podia ser ouvido ecoar por pelo menos todo o andar superior da casa. Havia mais dor e desespero alí do que ainda podia suportar em sua vida. Seu choro atravessava as paredes de sua casa em um som tão alto e nitido que qualquer um que estivesse do lado de fora poderia ouvir,chorava tentando tirar toda sua dor e agonia junto com as lágrimas que saíam livremente rolando por sua face, desejava que aquela água que a banhava levasse consigo tudo que a machucava, tudo aquilo que a fazia sofrer. Seu lanto em vários momentos soavam como urros e ainda assim seu peito queimava como se uma bola de fogo percorresse cada canto de seu ser. Já não sentia o vazio habitual, se sentia cheia, cheia de tanta dor que sentia que estivesse a ponto de se desintegrar completamente. Haviam passado duas horas e seu pranto parecia longe de ter um fim, seu corpo já não tinha mais forças e seus pulmões queimavam desesperadamente, sentia frio, sentia muito frio e o frio era ainda pior por dentro do que por fora, se obrigando a sair dalí se escorou nas paredes para conseguir levantar e quase caiu, as paredes estavam escorregadias. Anahi engatinhou até a pia e só alí encontrou o apoio necessário para ficar de pé. Uma vez assim, com mãos trêmulas colocou seu roupão e arrastou-se até a porta, encontrou dificuldade até mesmo para isso e uma vez saindo dalí atirou-se na cama e cobriu-se, mesmo molhada da cabeça aos pés. Tremia violentamente e mal conseguia abrir os olhos. Sentiu mãos nervosas a alisar nas costas e braços, sentiu quando essas mãos se afastaram e logo voltaram,lhe tirando as cobertas e secando o máximo que podia, sentiu quando voltou a cobri-la e também quando rapidamente mas com delicadeza tentava secar seus cabelos. Não sentiu o tempo que todo esse processo estava levando mas sentia essas mãos trata-la com delicadeza e isso lhe trazia algum conforto,levou mais um tempo até que a loira sentisse a coberta ser levantada e um corpo ser colado ao seu, se aninhando a ele fortemente lhe devolvendo aos poucos o calor que faltava ao seu.

Anahi: Dulce!? (perguntou sussurrando)

                                                                                              Continua...

Será que é a Dulce gentee?????