Fanfic: Ainda Há Tempo? | Tema: Portiñon

        Anahi havia assinado todos os documentos necessários para os novos rumos que a empresa tomaria. Muitos documentos foram despachados e havia sido tanto trabalho que a executiva havia perdido até a noção das horas. Passavam das oito da noite e Anahi apressou-se para deixar a empresa, queria chegar ao hotel a tempo de levar Dulce para jantar e após isso leva-la para uma obra de teatro.

        Jantavam tranquilamente e conversavam sobre os problemas da empresa e portanto a necessidade de Anahi passar tanto tempo dentro dela, muitas vezes voltando para o hotel apenas de madrugada. A loira explicou sua rotina e todas as medidas necessárias para que pudesse colocar a filial em ordem e assim poder finalmente voltar ao México.

        Anahi contou a Dulce os últimos acontecimentos e a mesma não parecia acreditar naquilo, realmente as pessoas que mais gostavam de julgar e condenar o próximo, são as mesmas que acabavam por surpreender negativamente no fim de tudo. Christian podia não ser uma má pessoa, mas suas atitudes estavam tão reprovaveis quanto as dela, eles poderiam não ser pessoas ruins, mas as atitudes deles eram péssimas. Contudo, ele a julgava e condenava como se fosse Deus, quando ele mesmo não era exatamente um modelo de ética e lealdade...

       Dulce havia ficado encantada com a obra que assistira, jamais fora a um teatro na vida, não por falta de condições, sua familia tinha uma boa condição financeira antes da morte de seu pai. A falta de interesse havia sido sempre o motivo, considerava ir ao teatro um costume de velhos, puro preconceito ela admitia. Mas a partir daquele dia pretendia frequentar mais essa manifestação de arte tão antiga, mas infelizmente tão pouco reconhecida.

       Anahi se sentia feliz naquele momento, apesar de dificil, o dia havia sido muito produtivo. E encerrar a noite com aquele belo espetaculo, havia simplesmente acalmado a ansiedade e a angústia que insistiam em se fazer presente.

       De volta ao hotel, já banhadas e deitadas as mulheres conversaram durante um tempo sobre tudo e sobre nada ao mesmo tempo e assim que Dulce percebeu que a loira já parecia estar meio sonolenta, apressou-se em aproximar-se mais e iniciar um beijo calmo e carinhoso. Esperava por Anahi alí no hotel o dia todo e ansiava a volta da loira por cada minuto do mesmo. Alí onde ninguém as podia alcançar, Anahi era só sua e não pretendia desperdiçar nenhum segundo daqueles momentos em que apenas o amor que sentiam era de fato importante.

       Fazer amor com Anahi era a coisa mais incrivel que Dulce já havia experimentado,e cada oportunidade que tivesse de faze-lo, ela certamente faria. O corpo de Anahi era quente e macio, os cabelos sedosos e perfumados e seus beijos eram simplesmente viciantes e enlouquecedores. Dulce queria aquela mulher, realmente a queria e faria o que fosse para tê-la para sempre em sua vida, sentia de verdade o fato de ter errado e sentia ainda mais saber que seu erro seria a razão para que Anahi não a quisesse mais. Teria da loira tudo que pudesse e aproveitaria cada segundo que ainda tivesse ao lado dela, usaria esses momentos intimos e de paixão para colecionar todas as lembranças, todas as memórias possiveis, porque sabia que isso seria tudo o que lhe restaria depois que o amor de sua vida a deixasse.

       Amou Anahi com tanta vontade, como se pudesse assim registrar cada centímetro dela... Sentia-se feliz e triste, calma e ansiosa,serena e aflita, viva e ao mesmo tempo morta. Era muito pesada a carga da mentira,sustentar uma mentira desgastava demais, principalmente quando sua intenção não era a de mentir. Mas dizer a verdade resultava muito dificil, ainda mais quando se tinha a total noção de que a verdade acabaria com tudo aquilo que vivia.

      Naquele momento, Dulce percebeu que amar e ser amada por Anahi era de fato a única coisa  ainda capaz de lhe trazer alivio para suas dores, calma para o seu coração e felicidade para sua vida... Amou-a. Amou-a como se disso dependesse sua vida, como se aquela fosse a última vez que poderia faze-lo, amou-a como se aquela fosse a última coisa que lhe seria permitido fazer na vida...

        Vários dias haviam passado e Anahi sentia-se esgotada, as coisas estavam sendo resolvidas, e tudo estava chegando ao ponto que a loira precisava para ter a chance de delegar seu lugar para Fernando, o agora presidente da filial. Uma vez que isso acontecesse, Anahi poderia então regressar ao México e voltar a presidir a matriz das empresas Portilla.

        Queria voltar para casa, sentia falta de Maria, de sua cama, de sua empresa. Tinha muito a fazer por lá e honestamente a única coisa que fazia de sua estadia na Espanha algo suportável, era Dulce. Agradecia o fato de Dulce estar alí,caso contrário estaria ainda mais desesperada para voltar a seu país.

       Em todos aqueles dias, Anahi havia trabalhado até o limite de seu cansaço, e ao voltar ao hotel, tudo que ansiava fazer era estar nos braços de Dulce. A mulher que em todos aqueles dias havia sido paciente e carinhosa e que havia feito de tudo para faze-la sentir bem e relaxada.

      Havia saído para almoçar e jantar com a ruiva todas as vezes que considerou possivel. A havia levado a todos os lugares que o curtissimo tempo livre havia permitido. Embora tivessem sido poucos os lugares que visitaram,fizera de tudo para que o tempo em que haviam passado nesses lugares fossem os melhores e mais agradaveis possiveis.

      Nos próximos dois dias que se seguiram Anahi havia dedicado todo seu tempo a ruiva, a levando em lugares que a mesma gostaria de conhecer e lhe apresentando outros que ela nem ao menos sabia existir. Foram dias maravilhosos e inesqueciveis, e ver a felicidade estampada no rosto de sua namorada,fazia valer a pena todas as horas a mais que havia passado na empresa nos dias anteriores, com o único objetivo de ter o direito de separar aquele par de dias dedicados inteiramente a Dulce.

     De volta a empresa e as longas horas de trabalho, Anahi tratou de organizar tudo para a posse de Fernando em sua empresa e de sua partida junto a Dulce para o México... Após a cerimônia da posse dias depois, Anahi sentou para conversar com Fernando sobre tudo que seria feito dalí em diante, e após uma afirmativa por parte da loira em relação a tudo que esperava dele e de sua gestão, ambos se abraçaram, selando alí um acordo mudo e claro,de que Fernando faria o melhor que pudesse para executar as ordens de Anahi e por sua vez,a loira estaria atenta a todas as movimentações realizadas por ele... Se tudo saísse como Anahi havia planejado e trabalhado tanto para consegui-lo, a filial da Espanha se recuperaria em no máximo um ano. Muito tempo na opinião da loira, mas dentro do esperado levando-se em conta o tamanho e gravidade da situação em que chegara a empresa.

     Nos três dias que se seguiram após a posse do novo presidente, Anahi esteve trabalhando na empresa com o mesmo empenho de todos os outros dias, mas sua intenção principal era mesmo acompanhar de perto durante aqueles dias o desempenho de Fernando. Uma vez segura de que havia tomado a decisão certa, a executiva conseguiu finalmente respirar aliviada. Sua empresa estava mesmo em boas mãos e juntos fariam com que se recuperasse totalmente do baque sofrido...

      Fazendo um balanço dos dias que havia passado na Espanha, Anahi considerou ter deixado o país com um saldo super positivo. Havia deixado encaminhada toda a estratégia para a recuperação da empresa, havia colocado a pessoa correta para a administração da mesma,havia conseguido dois investidores grandes e importantes para alavancar todo o processo que passariam pelo próximo ano,havia se livrado de Daniel, que além de executar em péssimo trabalho, ainda tivera a audácia de roubar a empresa. Havia aberto uma ação legal contra o mesmo por seus desfalques e também havia conseguido descobrir todos os problemas existentes e todas as possiveis soluções para o problema que vinham enfrentando.

       Á parte disso, pudera passar um pouco mais de tempo com Dulce, longe dos olhos de todas aquelas pessoas que pareciam reprovar totalmente a relação das duas. Chegando a triste mas verdadeira conclusão, de que seu relacionamento com a ruiva seria bem mais fácil e saudavel se pudessem ser apenas elas e ninguém mais. Encaixar a namorada em sua vida e em sua realidade parecia uma tarefa bastante complicada e se fosse pensar friamente sobre isso, entendia o motivo.

       Ter aqueles dias para elas, sem as pessoas que conheciam por perto havia sido maravilhoso e Anahi havia conseguido até mesmo conhecer um lado de Dulce que não conhecia: O lado sereno e desprovido de ciúmes... Embora tivesse trabalhado muito e passado a maior parte do tempo na empresa, todas as noites ou madrugadas com a ruiva lhe proporcionaram sentimentos únicos e extraordinários, como de amor e prazer...

       Olhando para a ruiva que deitada em seu ombro dormia durante toda a viagem de volta para casa, após aqueles doze longos dias em outro país, Anahi só podia concluir, que fosse ela como fosse, fizesse ela o que fizesse ou pensassem os demais o que pensassem, era ela sem sombra de dúvidas a mulher de sua vida, ou seria melhor dizer,a pessoa de sua vida!? Naquele momento isso pouco importava, só no que podia pensar,era no fato de amar aquela mulher incondicionalmente e no quanto isso fazia dela uma pessoa vulnerável.

        Haviam sido muitas horas de viagem até que finalmente pudessem voltar a pisar em solos mexicanos e o cansaço ameaçava acabar com Anahi. Considerando o próprio esgotamento e as necessidades reais de comparecer a empresa ainda naquele dia, Anahi como sempre havia decidido pela responsabilidade. Havia dado a Dulce a alternativa de ficar em casa ou ir com ela,dado que estavam mais próximas da empresa do que de casa, e a ruiva parecia pensar sobre as alternativas no momento em que seu telefone começara a tocar. Após atender aquela ligação e se colocar séria e distante, Dulce decidiu por ficar em casa, alegando ter coisas importantes a fazer, como coisas relacionadas ao trabalho e se apresentar no colégio onde terminaria seus estudos para informa-se do dia exato do inicio dessa atividade.

     Anahi pareceu estranhar aquela atitude mas nada comentou... Já paradas em frente ao prédio onde Dulce morava e após retirar as malas da ruiva de seu carro, as duas se encararam por alguns segundos e quando Anahi pensava em se despedir para seguir viagem, o telefone de Dulce voltou a tocar, a ruiva nada comentou mas havia parado a chamada assim que olhou para o visor. Anahi questionou se não atenderia e a ruiva garantiu não ser nada importante e que veria aquilo mais tarde. Seu celular continuava a tocar e dando um selinho apressado em sua namorada, Dulce despediu-se alegando estar precisando usar o banheiro.

    Anahi mais uma vez nada comentou, apenas assistiu a ruiva entrar em seu prédio apressadamente,tentando puxar suas malas e equilibrar o telefone em um dos ouvidos ao mesmo tempo. Após alguns segundos sem se mover dalí, a executiva deixou o local em direção a sua empresa  e apenas um pensamento rodava em sua mente: Dulce mal havia voltado para o México e já havia voltado a ficar estranha...

    Dentro do prédio Dulce atendia a ligação, falando rápidamente e de maneira pouco gentil.

Dulce: Por que está me ligando? Eu já disse para não me ligar, que eu mesma ligo assim que possivel, você no máximo deve mandar uma mensagem dizendo que quer falar comigo e eu irei te ligar assim que puder, em um momento que não me cause problemas ( disse irritada) O que é tão importante que não pode esperar?? Sendo que pedi que esperasse até eu estar sozinha...

    Quando o elevador da empresa abriu e Anahi o deixou indo em direção a sua sala,a primeira coisa que seus olhos puderam ver, foram as imagens de Maite, Christian e Liz que pareciam discutir sobre algo. Falavam todos ao mesmo tempo e nada se podia entender. A loira havia ficado alguns minutos parada os observando e nem assim havia sido capaz de obter alguma informação sobre o que acontecia alí.

    Muito cansada da viagem e incomodada com as vozes alteradas, que falavam ao mesmo tempo sem dar espaço para que um pudesse dizer algo e o outro responder de maneira educada. Anahi resolveu encerrar aquela confusão, independente de qual fosse a causa dela.

Anahi: O que está acontecendo aqui??? (perguntou ela em um tom de voz mais alto para que fosse ouvida)

Maite: Anahi (disse sorrindo enquanto quase saltitava)

Christian: Anahi ( disse ele surpreso enquanto Liz apenas olhava Anahi de olhos arregalados e com uma expressão que denunciava seu nervosismo)

Anahi: Posso saber o por que dessa gritaria? Tem justificativa para essa falta de educação em um lugar de trabalho? ... Vamos, me respondam. Por que estão discutindo dessa maneira, aos berros?

         Perguntou ela demonstrando claramente sua insatisfação com o que acabava de presenciar. Não sabia ainda o motivo daquilo, mas algo bem lá no fundo dela lhe dizia que não gostaria nada de descobrir.

                                                                                                    Continua...

Por que será que estavam discutindo hein????.... E o que será que a Dulce está aprontando dessa vez hein? Essa Dulce costuma só se meter em problemas...