Fanfic: Ainda Há Tempo? | Tema: Portiñon

      Esperou que Anahi terminasse de falar o que sentia vontade, dedicou-lhe palavras de conforto e de força, pediu que Anahi se aproximasse e quando finalmente a teve perto de si,segurando suas mãos e olhando dentro de seus olhos, a ex secretária disse:

Angel: Você é a pessoa mais justa que eu conheço, a mais generosa e a mais leal também, e por isso te digo,pense bem sobre a decisão que tomou, pois lá na frente você pode se arrepender dela, para uma pessoa que faz muita questão em ser justa, cometer algumas injustiças certamente pode ser desesperador (Anahi sacudia a cabeça negativamente) eu sei, não estou dizendo que não tenha suas razões, é lógico que tem, mas talvez lá na frente você descubra que ela esteve falando a verdade em relação a isso e doa sentir essa culpa.

Anahi: Angel, por Deus, ela mente o tempo todo,é uma falta de respeito comigo que não tem fim, a falta de consideração dela é grande demais (disse com um tom de quem estava terrivelmente deprimida) Como posso continuar tolerando isso? Que dignidade teria eu se o fizesse?

Angel: Eu sei querida (disse com carinho) e sei que é horrivel estar com alguém e sentir que não pode confiar nessa pessoa, horrivel saber que essa pessoa mente, e sei que tem toda razão em se sentir magoada e machucada, estranho seria se não se sentisse assim,é muita falta de respeito o que ela faz,realmente é grande a falta de consideração, o egoismo,a individualidade. Mas pense comigo sobre isso, Ela falou a você sobre tentar cicatrizar algumas feridas, e se houver de fato essas feridas? E se de fato ela estiver lutando para conseguir consertar isso dentro dela? Já pensou (Anahi a olhou séria demais, mas nada disse, então Angel continuou) Quando a espancaram, ela ficou muito ferida, e isso seus olhos podiam ver, você via as feridas e as consequências delas,ela não podia fazer muita coisa, tinha que ficar na cama sem poder se mover, tomou muitos remedios e precisou da sua ajuda pra fazer muita coisa. Me diz uma coisa, ela mesmo depois desse tempo que passou não sente mais nada por causa dessa agressão que sofreu?

Anahi: Sim, ela sente dor nas costelas as vezes, foram muito machucadas, ela está melhor, mas dói as vezes, principalmente quando faz frio.

Angel: E isso não a deixa mal? Ou pelo menos diferente?

Anahi: Claro, sentir dor é horrivel e toda vez que sente seria impossivel não lembrar do que aconteceu.

Angel: Exatamente, o tempo passou, o corpo cicatrizou, mas tem sempre essa dor nas costelas para lembra-la do que aconteceu. E isso é claro que a faz mal de alguma forma (fez uma pausa e respirou fundo antes de continuar) O que quero dizer, é que a mesma coisa que aconteceu com o corpo dela, pode ter acontecido com a alma. Ela pode ter sofrido alguma coisa lá atrás que você não saiba, claro você não teria como saber, mas que doa profundamente até hoje. Ela pode estar realmente tentando sanar essas feridas e pode realmente não se sentir a vontade para falar delas,compartilhar suas causas. Ela pode inclusive ser como é por causa disso.

Anahi: Mentirosa? (perguntou) Quer dizer que esse defeito horrivel que ela tem pode ser um reflexo de algo que a machucou tanto que como defesa escolheu a mentira como método para isso? (perguntou entendendo o que Angel queria dizer, mas tendo a necessidade de confirmar isso, afinal seu coração queria se agarrar a qualquer pretexto para desculpar Dulce e continuar com ela. Mas era sensata o suficiente para saber que isso não era o melhor a se fazer) è isso?

Angel: Isso mesmo. Tem pessoas que passam por coisas tão terriveis que usam algum método errado ou pouco comum para sobreviver a isso, embora a mentira não seja um método tão pouco comum assim, a maioria das pessoas o usam inclusive, o problema é que Dulce o usa demais,o tempo todo. Mas pelo que você mesma disse, ela o faz mais quando se sente acuada.

Anahi: Sim, é verdade (disse simplesmente).

Angel: È isso. Por exemplo, você nunca ouviu falar que pessoas, entre os meninos é mais comum, que sofrem abusos na infância tendem a abusar quando se tornam adultos? Ou que crianças que presenciam o pai bater na mãe costumam repetir isso mais tarde com suas mulheres no caso dos meninos, ou aceitarem que seus maridos façam isso com elas no caso das meninas? Ou até mesmo ao contrário, mulheres que não aceitam de forma alguma serem tratadas dessa maneira por terem visto suas mães apanhando de seus pais? Algumas chegam até mesmo a terem verdadeira aversão por homens (Angel disse esse último caso com tanta dor na voz e com tanta tristeza nos olhos, que Anahi percebeu que esse se tratava de seu caso, não podendo se calar disparou)

Anahi: Esse é o seu caso Angel? ( a secretária a olhou novamente e seus olhos estavam marejados) Você criou esse tipo de aversão?

Angel: Sim Anahi, não suporto nem saber disso, tentei muito conseguir, queria me sentir normal como tudo mundo, mas não consigo, eu não consigo (disse com a voz embargada).

Anahi: Eu entendo (disse penalizada) E sinto muito por te vivido coisas tão duras e ruins assim. Se eu pudesse fazer algo para mudar isso, certamente eu faria.

Angel: Tenho certeza que sim (disse emocionada) E sei que você entende do que estou falando em um modo geral, porque você também tem muitas cicatrizes, você tem muitas feridas abertas (Anahi desviou o olhar) E também não quer falar sobre elas e nem quer que ninguém as descubra (Angie segurou gentilmente o rosto da loira para que voltasse a olha-la) O que estou querendo dizer afinal é que esse pode ser o caso de Dulce, algo pode ter acontecido a ela que a fez criar esse tipo de defesa como forma de sobrevivência e simplesmente por ter feito isso a vida toda, ela pode não estar conseguindo se livrar disso. Você mesma disse que ela de fato estava se esforçando para mudar, mas talvez isso esteja mais dificil do que possamos imaginar. Talvez ela esteja indo mesmo atrás do que a feriu para tentar cicatrizar tudo isso que deve ter sido profundo demais.

Anahi: Então acha que no fim das contas estou sendo injusta com ela? (perguntou alarmada com a possibilidade)

Angel: De jeito nenhum, se ela não diz você não tem como saber, certo? E é claro que você deve exigir respeito e consideração, é o minimo que ela pode e deve te dar. Mas talvez não seja tão fácil para ela. Não por não querer e sim por não conseguir. A explicação que ela te deu é absurda é claro e chega a ser ridicula, mas...

Anahi: Mas?

Angel: Mas ao que parece, apesar de absurda e ridicula, é a mais pura verdade, é como ela realmente pensa e enxerga as coisas, e não é de se espantar que pense assim, que veja as coisas dessa maneira, afinal não é assim que ela age? Para agir assim é porque de fato pensa assim e isso pode ser algo que ela veio construindo ao longo do tempo, praticando é lógico.

       Anahi parecia perdida, entendia o que Angel queria dizer, para ser bem honesta até chegou a cogitar tudo isso antes, mas tentou afastar esses pensamentos alegando que apenas queria uma desculpa para perdoar Dulce e seguir com ela apesar de tudo,apesar da forma errada da ruiva em ver a vida. Ainda pensava nisso quando voltou a ouvir a voz de Angel.

Angel: Já havia pensado nisso não é?

Anahi: Sou tão fácil de ler assim?

Angel: Completamente (respondeu sorrindo,fazendo Anahi sorrir também).

Anahi: Então eu deveria relevar isso?

Angel: Se for o que seu coração deseja, sim... Mas é claro, deve sentar com ela e conversar, explicar tudo que acha e dizer em parte o que falamos aqui e deixar claro que entende que algo assim possa ter acontecido e a mudado, fazendo que virasse quem é hoje,e deixando claro que inclusive está disposta a ajuda-la nisso de cicatrizar suas dores, desde que te diga como, é lógico. Talvez... talvez a única maneira de ajudar nesses casos é sendo compreensiva e dando o espaço que a pessoa pediu. Você não desconfia dela não é? Assim que possa estar te traindo?

Anahi: Não, claro que não, eu não acho isso, nunca me passou pela cabeça.

Angel: Então, se nunca pensou em algo assim, imagina que de fato deva estar fazendo algo importante,mesmo que não se sinta bem em te contar o que é.

Anahi: Sim!

Angel: Então! Talvez só precise que você confie nela e dê tempo ao tempo para que possa alcançar o que deseja. Se chegar a conseguir será ótimo para ela e para relação de vocês.

Anahi: Caso não?

Angel: Nesse caso será como é agora. Mas em ambos os casos acho que deve deixar claro a ela que não existe a necessidade da mentira. Se não for falar a verdade,que não diga nada então, apenas deixando claro que se trata desse tema que não gosta e não quer tocar e pronto. Você poderá não saber o que de fato acontece, mas ao menos saberá que se trata disso e não de qualquer outra coisa.

Anahi: Você acha mesmo?

Angel: Sejamos honestas, não é isso que você quer fazer?

Anahi: È o que meu coração quer (admitiu) Mas isso não significa que seja o certo a se fazer.

Angel: Faça sempre o que seu coração deseja e ao menos lá na frente mesmo que tudo dê errado, você sempre terá o consolo de que fez o que realmente quis. No fim acho que é isso que importa não é? È o que eu faria.

Anahi: Sim! Você tem razão, obrigada Angel, mesmo (disse a loira segundos antes de depositar um beijo na testa da mulher a sua frente) Eu vou pensar nisso com calma.

Angel: Não tem o que agradecer (disse sorrindo) e sim, pense, no fim de tudo, o que você acha é o que vale, faça por você e não por ela, faça por você e não pelo que eu acho.

Anahi: Certo, obrigada de novo.

Angel: Mas me diz só uma coisa,uma curiosidade. Se no fim descobrisse que Dulce a está traindo,a perdoaria? Seria capaz de perdoa-la?

Anahi: Não sei (disse com nitido desconforto) Para ser bem honesta eu acho que não. Faço tudo por ela, tento ser o melhor que posso, relevo muita coisa grave que muita gente jamais iria relevar, sou compreensiva e amorosa, jamais a traí e nem faria isso. Não a prendo a mim,a deixo livre tanto para ficar quanto para ir caso seja o que queira. Não vejo motivos para que me traísse e por isso acho que não seria capaz de passar por cima de algo assim.

Angel: Sim, entendo (disse estranhamente e Anahi notou).

Anahi: Por que a pergunta?

Angel: Só queria saber o que você pensa sobre traição, sei o que pensa sobre muita coisa, mas não sabia como via isso.

Anahi: Não acho que todos os casos sejam iguais, embora na minha opinião todos os casos sejam errados. Mas existem diversas histórias, não sou eu quem vai julgar a história alheia. Mas no meu relacionamento com Dulce não acho que caiba algo assim, não tem motivo algum, por isso realmente acho que não seria capaz de perdoar algo assim, fosse o tipo de traição que fosse.

Angel: Entendo.

         As mulheres passaram mais algum tempo conversando até que Anahi deixou o quarto, o tempo todo pensava em Dulce e no que fazer diante de tudo aquilo, não queria tomar uma decisão equivocada, mas também não queria ser injusta. Pedia a Deus uma solução, uma luz, mas nada parecia acontecer. Estava prestes a deixar o hospital quando se deparou com Alfonso, conversaram um tempo, ele comentou achar uma grande injustiça da vida o estado de saúde de Angel,sendo ela uma pessoa tão jovem. Anahi concordou com isso e passaram alguns minutos conversando sobre a doença da moça. Anahi estava para se despedir quando Alfonso perguntou:

Alfonso: E a Dulce? Como está se sentindo? (Anahi estranhou a pergunta).

Anahi: Acho que bem,está bem.

Alfonso: Ah que bom! Pensei que pudesse estar com fortes dores hoje.

Anahi: Fortes dores? (Anahi agitou-se) Dores por que? Do que está falando?

Alfonso: Ah (ele calou-se,percebeu que havia falado demais) eu,hum.

Anahi: Me diga Alfonso, por que ela estaria com fortes dores? O que aconteceu com Dulce?

Alfonso: Me desculpe,mas eu pensei que você soubesse, não teria perguntado se pensasse que não sabia.

Anahi: Alfonso o que aconteceu com Dulce (perguntou nervosa).

Alfonso: Bem, eu estava de plantão ontem no outro hospital, o público (Anahi já sentia um grande mal estar) Estava encerrando meu plantão na verdade e foi quando ela chegou, foi levada para lá e foi atendida por um colega, mas fiquei para saber o que tinha acontecido, sofreu um acidente.

Anahi: Acidente? (estava impaciente) Alfonso diga logo o que aconteceu.

Alfonso: Teve um acidente e chegou ao hospital, foi atendida e ficou em observação. Perguntei por que havia ido para lá e não para cá, e disse que não tinha como pagar por esse hospital,perguntei por você e ela disse que não tinha porque te incomodar por algo tão pequeno, que falava com você depois. Mas haviam me dito que a deixariam ir no mesmo dia caso estivesse bem, então pensei que já tivessem se visto e por isso perguntei como estava. Desculpe a indelicadeza Anahi,eu não sabia.

Anahi: Não tem problema algum, não foi uma indelicadeza. Mas me diz era grave?

Alfonso: Existe algum problema? (perguntou ele ao invés de responder)

Anahi: Não,apenas não nos vimos mais ontem e hoje ainda é de manhã. Irei vê-la, Obrigada (disse sem nem ao menos olhar para trás).

Alfonso: Por nada (disse ele para si mesmo, pois Anahi já havia saído) Eu não tenho mesmo mais a menor chance de recupera-la. (lamentou ele).

         Anahi dirigia em direção ao apartamento de Dulce e pensava que a vida só poderia estar de brincadeira com sua cara. Não era possivel esse tipo de coisa... Assim que chegou ao prédio foi informada que Dulce não se encontrava, não havia voltado desde o dia anterior. Anahi não gostou de ouvir aquilo, se Dulce não havia voltado significava que ainda estava no hospital e portando isso parecia dizer que estava grave.

        Assim que chegou ao hospital pediu informações sobre a ruiva e foi acompanhada até onde se encontrava. Dulce estava deitada em uma maca e mantinha uma das mãos sobre a cabeça, os olhos fechados e uma expressão bastante estranha.

        Anahi aproximou-se devagar e em silêncio, observava o rosto de Dulce com atenção, seus traços, pálidez, olhando para ela alí tão perto teve que admitir a si mesma que havia sentindo uma imensa saudade. Menos de um dia completo e parecia que havia estado longe da ruiva por vários dias seguidos, não conseguia imaginar sua vida sem ela e nem queria, e essa era toda a verdade. Ainda pensava sobre isso quando viu Dulce abrir os olhos e encara-la.

Dulce: Any, o que faz aqui (disse tentando levantar) Aii

Anahi: Ei, não tenta levantar, vai se machucar (disse calmamente).

Dulce: Ai que dor no corpo (disse chorando) quero ir pra casa, deitar na cama, isso aqui é horrivel.

Anahi: Fique calma, vou conversar com algum médico, vou te tirar logo daqui.

Dulce: Any, não precisa, eu vou esperar me liberarem e vou para casa, na minha cama vou me sentir melhor (nesse momento Anahi viu um médico passar).

Anahi: Espere um minuto (disse saindo) Doutor, espere, pode me dar uns minutos.

Doutor: Sim senhora, em que posso ajudar?

Anahi: Bom dia, me chamo Anahi Portilla.

Doutor: Bom dia, Caio Neves,muito prazer.

Anahi: O prazer é meu. Bom, tem uma paciente aqui, Dulce Maria. Esta aqui nessa enfermaria (apontou para a porta ao lado) Gostaria de saber se pode me informar algo sobre ela,se está melhor, quando poderá ir embora.

Caio: Ah sim, ela chegou aqui ontem, houve um pequeno acidente, a atendemos e medicamos, fizemos os exames necessários e a estamos mantendo em observação. Mas já assinei sua alta, já pode deixar o hospital. Uma enfermeira ficou encarregada de vir entregar os papéis da alta e as receitas com os remédios para dor. Não houve nada realmente grave, mas como sentia dores fizemos o procedimento padrão. Não quebrou nada, apenas magoou. Tomando os medicamentos para dor, banhos quentes e tendo repouso em poucos dias estará como nova.

Anahi: Entendi, que bom (disse aliviada) Então já posso leva-la?

Caio: Sim, a enfermeira certamente já estará vindo com os papéis.

Anahi: Muito bem, muito obrigada e desculpe qualquer coisa.

Caio: Imagina, disponha.

             Anahi regressou e parou ao lado de Dulce, a mesma ainda chorava e Anahi sentiu um nó na garganta. Se vê-la chorar por algo fisico já a deixava mal, pensar então que alguém pudesse ter feito algo a ela, que a tivesse deixado marcada na alma a ponto de não conseguir se recuperar, a deixava doente. Aproximando-se novamente Anahi viu a ruiva desviar o olhar.

Anahi: Falei com o médico, você já pode ir, a enfermeira trará os papéis e as receitas, deve tomar os medicamentos e ter repouso.

Dulce: Está bem, obrigada (disse sem olha-la. Era nitido que tentava segurar o choro).

Anahi: Meu bem o que houve (perguntou carinhosa)

Dulce: Sinto dor.

Anahi: Sei, vai passar, assim que sairmos daqui, tomará os remedios (respirou fundo) O que aconteceu? Como veio parar aqui?

Dulce: Foi um pequeno acidente.

Anahi: Onde?

Dulce: Na rua (exitou) quando saí da empresa ontem andei por aí um bom tempo e não percebi onde estava e nem nada.

Anahi: E?

Dulce: Fui assaltada e depois de pegarem minha bolsa eles me empurraram, eu estava no alto da passarela, desci rolando as escadas (Anahi engoliu em seco).

Anahi: Meu Deus.

Dulce: Eu senti muita dor e vim aqui só para ter certeza que não tinha quebrado nada, não pretendia ainda estar aqui. Fiz os exames e não quebrei nada mesmo, mas a dor aumentou muito com o passar das horas. então disseram que eu teria que ficar aqui até pela manhã em observação.

Anahi: Mas você está bem? Além das dores não sente mais nada?

Dulce: Estou bem, só está doendo mesmo.

Anahi: Tudo bem, vamos embora.

Dulce: Anahi...

       Nesse momento uma enfermeira entra com os papéis e interrompe Dulce. Após entregar-lhes os papéis e deixar recomendações a enfermeira sai, deixando as duas mulheres sozinhas.

Anahi: Vamos?

Dulce: Anahi...

Anahi: Não vamos brigar ok? Não é momento para isso.

            Dulce calou-se, realmente não estava em condições para isso, só queria um banho quente e deitar em um colchão macio. Anahi a ajudou a levantar-se,a  ajeitar-se e a conduziu para fora daquele lugar. Hospitais em geral já pareciam mesmo sombrios, mas aquele alí dava uma má impressão muito pior, era algo desolador.

           A loira não perguntou em momento algum para onde Dulce queria ir, simplesmente decidiu que a levaria para sua casa, no apartamento ela ficaria sozinha e não achou isso apropriado. Dulce nada disse ao perceber para onde iriam, apenas respirou fundo.

           Ao chegarem Anahi a ajudou a subir ao quarto, a ajudou a banhar-se e a vestir-se. Após Dulce estar deitada e tomar apenas uma vitamina, tomou os remédios que Anahi havia comprado e de olhos fechados disse:

Dulce: Você não precisava me trazer para cá. Eu poderia ter ficado no meu apartamento (Anahi a olhou).

Anahi: Eu sei, mas ficaria sozinha e no momento acho que precisa de ajuda (Dulce calou-se) Dulce escute...

Dulce: Eu quero dormir um pouco, não dormi nada essa noite (não queria ouvir mais nada que doesse,tinha medo de ser lembrada de que não a queria mais, a estava ajudando, como sempre, mas havia deixado claro que estaria sempre que precisasse, mas que não queria mais nada com ela).

Anahi: Tudo bem, durma,mas quando estiver melhor iremos conversar (comunicou ela).

      Já era noite quando Anahi entrou novamente ao quarto, havia passado todo o tempo trabalhando e assim que o jantar havia ficado pronto, jantou ao lado de Maria e ao terminar, fez o prato de Dulce e o levava para que comesse algo sólido, já que havia se recusado a faze-lo até então.

    Esperou até que a ruiva terminasse e desceu para lavar o prato. Ao regressar ao quarto banhou-se e vestiu-se para dormir. Minutos depois ajudou Dulce a usar o banheiro e a tomar outro banho quente.

    Desceu pouco tempo depois para atender uma ligação inesperada e ao voltar viu Dulce dormindo, não sabia se realmente dormia ou se apenas fingia dormir, mas resolveu não dizer nada. A deixaria se recuperar primeiro, depois conversariam.

    Deitou-se e apagou as luzes, virou-se de lado e fechou os olhos. Milhares de pensamentos se apossaram de sua mente de uma só vez, essa era a parte ruim da hora de dormir, os pensamentos não a deixavam em paz um minuto que fosse e isso era terrivelmente exaustivo. Estava quase dormindo quando ouviu a voz de Dulce dizendo seu nome, abriu os olhos imediatamente.

Anahi: Sim?

Dulce: Ainda está muito zangada comigo? (A loira suspirou).

Anahi: Não.

Dulce: Porque tive esse acidente?

Anahi: Não.

Dulce: Não quer falar comigo? (perguntou sentida,Anahi a encarou).

Anahi: Tentei fazer isso mais cedo, você não quis conversar (disse calmamente) Estou esperando que fique melhor para conversarmos.

Dulce: O que você vai me dizer? Que não me quer mais? Você já me disse.

Anahi: Espere você melhorar (disse acariciando seu rosto) E vamos conversar sobre isso.

Dulce: Não quero esperar, a ansiedade está me matando (disse sincera).

Anahi: Dulce, quero começar a conversa com uma pergunta, da resposta dependerá o resto dela.

Dulce: O que quer perguntar? (Anahi pensou bem se deveria ou não fazer a pergunta, mas concluiu que sim, só sabia lidar com sinceridade e clareza, não gostava de viver de outra forma).

Anahi: Dulce, aconteceu alguma coisa com você de grave no passado que pudesse explicar sua maneira de ser? (Dulce a olhou alarmada) Fizeram algo com você no passado? Machucaram você? (Dulce não respondia, então Anahi prosseguiu) Existe de fato feridas que ainda te fazem sofrer e que você precise sanar?

Dulce: Olha...

Anahi: Sem desculpas e sem rodeios Dulce, sei que não me dirá o que aconteceu e estou totalmente conformada com isso, mas quero ao menos entender o que acontece com você, preciso entender, ao menos saber com o que estou lidando ou não terá a menor condição de conviver, me diz Dulce, sem mentiras, me responda a verdade, existem essas feridas? algo de fato aconteceu?

                                                                                                         Continua...

E então? Será que aconteceu algo com ela??? Será que dirá a verdade?

tryciarg89: Olha eu estou levando uma surra para criar coisas que vá de encontro com capítulos que já tenho escrito kkkkkk mas vamos ver no que dá... Dulce é terrivel kkkkkk só ela mesma para falar certas coisas absurdas assim. Exatamente isso, parece até que você leu esse capítulo aqui antes de ser postado, pq é exatamente essa tese que o capítulo levanta. Não é de se espantar que ela pense assim, pq age assim... Tudo que tiver para ser revelado eu explicarei, não deixarei nada pendente. Obrigada por acompanhar e comentar a fic, isso me deixa muito feliz. um abraço.