Fanfic: Ainda Há Tempo? | Tema: Portiñon

Maite: Não estou (disse séria) Papai não tem nada a ver com o comportamento de Dulce, entendo que queira achar uma razão para ela ser assim, mas não existe, ela é assim por algo dela mesma, o problema de Dulce está no caráter Anahi, é triste, é horrivel, mas essa é a verdade.

Anahi: Bem (Anahi não queria aceitar isso de forma alguma, doía pensar assim, de fato o caráter de Dulce era muito duvidoso, mas muitas vezes certas experiências mudam muito o que a pessoa realmente é, e as transformam em outra coisa, normalmente bem menos admiráveis) Eu ainda acho que existe algo por trás dessa mudança que você mesma admite que aconteceu repentinamente. Já percebi que de você não irei tirar nada, mas um dia espero saber pela própria Dulce o que aconteceu.

Maite: Não acho que terá nada verdadeiro a te dizer, tenho certeza que não houve nada, ela é assim porque quer ser assim, não quer ser uma pessoa melhor (disparou ela).

Anahi: Que o tempo responda minhas dúvidas e suas certezas então, a vida sempre coloca cada coisa em seu devido lugar (disse calmamente, sabia que Dulce era dificil, mentia muito e não era de todo confiavel, mas muitas pessoas que sofreram algo e ficaram com traumas se tornavam assim, esperaria até que a vida lhe mostrasse a verdade) Enfim, preciso que entre em contato com o advogado da empresa e peça que venha a minha sala imediatamente.

Maite: Sim, farei isso agora mesmo (disse feliz por Anahi ter mudado de assunto) Com licença.

Anahi: Toda!

             Quinze minutos depois o advogado entra na sala sério demais, fazendo Anahi notar só por sua expressão que as coisas vão mal e suas noticias nada boas.

            Após uma longa conversa e várias explicações, Anahi fecha os olhos e pensa sobre tudo aquilo com tristeza e perplexidade.

Anahi: Então quer dizer que Christian não tem mais ação alguma em nada do que ele tinha como negócio?

Roberto: Isso mesmo! Na verdade não era muito o que ele tinha a parte das ações nas empresas Portilla, ele não é um bom investidor e consegue ser ainda pior como administrador. Ele fez muitas coisas erradas e o pior é que o alertei muitas vezes, mas ele faz as coisas como quer, não costuma ouvir ninguém.

Anahi: Mas você é seu advogado pessoal também,para que contrata-lo se não lhe dará ouvidos? (perguntou mais para si mesma do que para o homem á sua frente).

Roberto: Não sou mais, tem um tempo rompeu nosso contrato e nada mais tenho com seus negócios ou problemas.

Anahi: Não sabia disso (disse perplexa).

Roberto: Não comentei por achar que soaria mal, poderia soar como fofoca ou algo assim...

Anahi: Imagina, jamais pensaria algo assim, ainda mais diante de uma situação dessas.

Roberto: Não existem mais ações em nome de Christian e nem dinheiro em suas contas.

Anahi: Como assim nenhuma?

Roberto: Nenhuma, todas estão vazias. Consegui averiguar o que me pediu por ainda ter amigos que me devem muitos favores, mas não foi possivel descobrir que tipo de movimentação foi feita para que perdesse tudo assim, não sei dizer se perdeu mesmo ou se apenas retirou, mas nas contas dos bancos existentes nesse país não possui absolutamente nada.

Anahi: Eu estou perplexa, como isso é possivel (disse tensa) Estou em um péssimo momento financeiro por atitudes erradas e irresponsáveis dele,de modo que usei quase tudo que tinha disponivel até mesmo da minha conta pessoal e outros lucros. A empresa está totalmente sem recursos  e tenho muito investido e que não poderei usar por esse mesmo motivo.  Ele conseguiu fazer uma destruição enorme, na vida dele, na da mãe e praticamente na minha. Estou usando tudo que posso e trabalhando o máximo para levar a empresa e tentar recupera-la. E o que tenho disponivel para viver não é tanto, talvez seja para a maioria, mas não para tudo que tenho a fazer, o gasto da minha vida é bem alto e o valor que posso usufruir não supre tudo isso por muito tempo, mas não posso simplesmente demitir meus funcionarios pessoais e eles que se virem, não pode ser assim... Não posso dispor de mais nada em benefício de ninguém,a maior parte estou usando para continuar procurando Pedro, mas é evidente que Helena precisa de ajuda e urgente (Anahi respirou fundo) Existe alguma chance de encontrarmos Christian? Ele está fora do país.

Roberto: Podemos tentar, posso fazer algumas ligações e talvez o encontremos.

Anahi: Por favor faça isso, preciso entrar em contato urgente (Roberto entendia a gravidade do assunto e faria certamente de tudo para conseguir) Mas em relação ao outro assunto, como está?

Roberto: Bem! (ele disse cansado e desanimado) Podemos provar que é seu o projeto, todo o desenho e idéia do desfile, isso podemos fazer, porém nesse momento não há nada que possamos fazer a não ser esperar, será preciso que analizem tudo e só então haverá audiência. Como pensa levar as coisas? Provaremos que pertence  a você os desenhos e apenas isso ou pretende mover uma ação contra ela e seu cúmplice após tudo ser resolvido?

Anahi: Seria o certo não?

Roberto: Sim seria, e é o que eu recomendaria, não basta limpar seu nome,tem que fazer com que paguem por tudo que te fizeram.

Anahi: Sim, Você acha que irá demorar muito para que tudo isso acabe?

Roberto: Na verdade não sei, a justiça é bem lenta,mas tenho certeza que ganharemos e isso é o mais importante...

          Toda vez que Anahi tocava nesse assunto, uma sensação horrivel tomava conta dela, antes não sabia o motivo disso, mas naquele momento já conseguia identificar que se tratava de uma mistura de medo e angústia, só não entendia o motivo.

           As horas foram passando e Anahi estava muito concentrada em seu trabalho, havia feito tanta coisa naquele dia que apenas gostaria de deitar e descansar, os dias estavam sendo exaustivos e rápidos demais, tinha a impressão de que o dia não rendia nada,mas no fundo sabia que na realidade tinha coisas demais para resolver e vinte e quatro horas não lhe eram suficientes para isso. Apenas uma coisa a confortava, o fato de que mesmo com todas as reservas das pessoas em relação a empresa, e de todo o boicote que sabia estar sofrendo, ela estava sim conseguindo fazer as coisas funcionarem, e nesse ritmo em alguns meses sua empresa estaria de volta ao seu estado normal. Ganhar o processo que havia movido contra Silvia poderia sim acelerar tudo isso, mas a alegrava o fato de saber que apenas com seu esforço e trabalho duro já estava fazendo isso. Por mais que toda aquela confusão tivesse abalado a relação entre as pessoas e o  nome das empresas Portilla, era gratificante perceber que seu próprio nome dava segurança para que essas mesmas pessoas confiassem  em voltar a fazer negocios,depositando nela a responsabilidade e oportunidade de um novo começo.

          Os três dias que se seguiram passaram muito rápido, tão rápido que Anahi nem havia se dado conta, havia trabalhado tanto e mesmo assim ainda tinha muito por fazer. Havia separado um tempo todas as manhãs para visitar Angel, lhe passar forças e lhe mostrar que não estava sozinha, e passasse o que passasse, tinha nela uma amiga que Angel poderia contar para sempre. A convivência com Maite estava distante, a impressão que Anahi tinha era de que após a conversa das duas, Maite tinha medo de se aproximar e o assunto voltar á tona.

           Nesses dias Anahi não havia visto Dulce, a ruiva lhe informara de que ficaria mais tempo estudando e fazendo trabalhos em grupos e isso levaria tempo demais, chegava cansada e embora quisesse vê-la, seu apartamento se localizava mais próximo da escola em que estudava do que da casa de loira,fazendo assim com que ela preferisse ir para o próprio lar nesses dias cheios de compromissos. As duas haviam se falado todos os dias e Anahi deixou espaço para que Dulce fizesse suas coisas e seguisse como gostaria, afinal não se sentia no direito de lhe cobrar nada, mas se ela fosse ser bem sincera com ela mesma, admitiria que naquele momento se sentia tão só quanto sempre esteve nos últimos anos de sua vida.

           Não querendo pensar em nada disso, trabalhava duramente, sem folgas e sem dar tempo de pensamentos ruins invadirem sua cabeça, tudo estava como tinha que estar, e a vida era assim mesmo,só lhe restava aceitar e seguir em frente, como sempre...

           No quarto dia de solidão e muito trabalho, teve novamente a visita de Roberto,e ela não conseguia decidir se as noticias eram boas ou ruins, afinal o advogado informou-lhe que havia localizado Christian, o que era muito bom, mas lhe havia contado que Christian jamais deixara o país, ele sempre estivera no México e isso não era nada bom, definitivamente.

           Não entrava na cabeça da loira o fato de seu irmão estar envolvido em todas essas confusões, não possuir coragem para encarar as coisas de frente e fingir não estar alí apenas parar não se ver obrigado a olhar nos olhos da mãe e dar uma explicação, afinal devia várias delas.

           Algumas horas depois Anahi se encontrava em frente a porta da casa de Liz, esperando que a atendessem. Alguns segundos depois e a própria dona da casa a atendeu e ao ver Anahi, Liz empalideceu e antes de que ela pudesse ao menos falar, Anahi já havia entrado e se localizava no meio da sala encarando Christian, que a olhava desnorteado e constrangido.

           Após uma longa conversa onde Anahi mais falou do que ouviu, Christian contou-lhe sua real situação financeira e como havia conseguido chegar até alí. A loira não podia acreditar naquilo, não queria dizer o que pensava pois certamente o ofenderia, mas a verdade é que Christian era totalmente inapto para os negocios, para administrar e para controlar as próprias finanças. Além de tudo isso, ele era covarde, sim, covarde, pois fazia muitas idiotices, destruía sua própria estabilidade e segurança financeira e também a dos demais, o que era ainda mais grave, mas depois de tudo isso ele fugia, fingindo não ter nada com o acontecido e escapando das explicações que era de sua obrigação dar. Ele não tinha a coragem para encarar as pessoas envolvidas e se fazer responsavel por seus atos.

            Após uma longa discussão entre os irmãos, Christian envolveu terceiras pessoas como se elas tivessem alguma participação naquilo tudo e como forma de defesa, escolheu o ataque. Falou coisas que nada tinham a ver com o assunto e usou Dulce como forma de tirar o foco de si, dizendo tudo o que Anahi já sabia que Dulce era e fazia e a colocando como um exemplo horrivel do que um ser humano poderia ser e que ainda assim Anahi amava,aceitava e defendia. Isso fez a executiva explodir, ela jamais defendeu os comportamentos errados de Dulce, jamais os aprovou, não aceitava os erros dela, apenas não podia muda-los, mas era a primeira sempre a estar reprovando e recriminando tais atitudes. A amava sim, assim como também amava a ele, mas nem por isso iria deixar de dizer quando estivessem errados e de reprovar seus comportamentos.

            Após um grande sermão onde Anahi irritou-se de forma muito anormal para ela, Anahi acabou despejando nele aquilo que era óbvio, mas que não gostaria de expressar:

Anahi: Você fala e joga Dulce no meio do furacão como se ela tivesse algo a ver com isso, fala dela como se fosse a pior pessoa do mundo e tenta a  resumir a nada por seus erros e defeitos! Mas deixe eu te dizer uma coisa que você precisa que te digam Christian... Você não é melhor que Dulce, você não se comporta melhor que ela, não tem atitudes melhores que as dela, você não é melhor que ela em nada,você a julga como se fosse Deus, a maltrata e humilha como se ela não fosse um ser humano como todos os outros, portanto suscetível a erros. Você fez a ela algo tão perverso, tão desumano, que nem tem defesa. Você a julga tão duramente não por ser o oposto dela e sim por ser igual. Ela é o reflexo daquilo que você realmente é e por isso não consegue tolerar os erros que ela comete, porque você se viu obrigado a guardar esses mesmos erros aí dentro por muitos anos,pelo que as pessoas iriam dizer, mas principalmente por não querer dar razão ao papai. Você a vê como alguém ruim, mas suas atitudes te fizeram desprezível e baixo tanto quanto você a julga. Nem ao menos tem a capacidade de dar as caras e olhar sua mãe de frete e dizer-lhe a verdade. Prefere se esconder como um marginal que rouba a própria mãe e depois foge,mente e não considera ninguém. Atitude de um grande covarde... (Anahi respirou fundo tentando controlar a reação do estômago que se encontrava totalmente revoltado) Então se conheço uma pessoa que não pode falar ou criticar Dulce, essa pessoa é você, afinal repito: Você não é em nada melhor do que ela e o pior, assim como ela você me decepciona e deprime. Vocês são lamentáveis! (disse com tristeza) E sabe o que mais me dói? È que apesar de saber disso, eu os amo...

         Anahi saiu dalí com os olhos marejados e o coração destruído, Christian estava lhe dando vergonha e saber que muito provavelmente isso não lhe importava a estava machucando demais, assim como Dulce também fazia.

         Christian permaneceu imóvel onde estava por vários minutos,as palavras de Anahi haviam lhe atingido como punhais, jamais havia visto tudo aquilo por aquele lado,jamais pensou que alguém algum dia lhe diria aquelas palavras, julgava Dulce com rigor justamente por se considerar o oposto dela e assim desprezar suas atitudes, por ele não ser capaz de agir como ela. Em momento algum foi capaz de perceber que se tratava justamente do contrário, ele a julgava com tanto vigor e rancor justamente por serem tão parecidos. Não havia sido as atitudes de Dulce que o fizera mudar daquela maneira, as atitudes dela apenas lhe deram a revolta por não poder soltar suas próprias atitudes ruins, haviam sido anos ocultando suas insatisfações e vontades em nome do que terceiros diriam e do que o pai pudesse pensar de onde quer que ele estivesse. Anahi tinha razão e agora que ela havia dito, Christian enxergava isso ou melhor, admitia isso! Mas o que mais o frustrava e incomodava nesse momento era o fato de que ao perceber e aceitar essa realidade, ele não se sentia feliz.

         Havia passado anos de sua vida, a bem dizer toda sua vida sofrendo por tentar esconder desesperadamente aquilo que pensava ser, para naquele momento onde havia se libertado e se permitido fazer e falar tudo que queria, como queria  e na hora em que queria, sem medo e sem preocupações em ser como era, se sentir mal e infeliz com  aquilo em que havia se transformado. Não era isso que queria ser, não gostaria de ser assim e inclusive se envergonhava de tudo aquilo. Não apenas Anahi estava decepcionada com ele, ele mesmo também estava.

         Passou as mãos pelos cabelos respirando fundo e tragando a sáliva como se estivesse engolindo cacos de vidro,estava triste,angustiado e realmente muito decepcionado consigo mesmo. Mas ainda existia tempo para reparar tudo que havia feito? Havia forma de resolver tudo e recuperar o que havia perdido? Não sabia, mas precisava fazer alguma coisa,várias coisas, e certamente dar as caras e enfrentar sua mãe de frente seria a primeira coisa dessa lista. Lhe devia isso e o faria naquele momento. Tudo o que Anahi havia dito era de fato verdadeiro e sabia disso.

         Já deixava a casa da noiva quando ela apareceu lhe exigindo uma explicação do por que havia deixado sua irmã falar daquela maneira,na visão dela não tinha motivos para aceitar tudo aquilo calado, deveria deixar isso claro para ela e se manter firme em suas posições. Christian a olhou com desgosto e irritação. Sem ao menos lhe responder deixou sua casa, precisava enfrentar a mãe e ninguém o faria desistir disso.

         Anahi havia acabado de se sentar quando Laura adentrou seu escritório comunicando que havia uma ligação em espera. Anahi a olhou como se não entendesse o que dizia e a secretária notou que sua chefe não se encontrava bem naquele momento, mas devido a importância do assunto, voltou a dizer:

Laura: Eu estou ligando, mas a senhora não atendeu e já estava dentro da sala quando fiz a ligação (Anahi voltou a olha-la) Tem uma ligação em espera, é importante e não pode esperar.

Anahi: Eu não ouvi, estava distraída (desculpou-se) Quem está na linha?

Laura: Dulce! E é urgente (disse preocupada).

Anahi: Tudo bem,irei atender (disse vendo a secretária deixar a sala em seguida) Obrigada.

Laura: Por nada, com licença.

           Anahi olhou para o telefone em sua mesa e o pegou devagar, como se tivesse medo do que ouviria, atendendo o telefonema em seguida disse:

Anahi: Oi (disse com cautela).

Dulce: Anahi...

Anahi: Sim Dulce, o que houve? (perguntou preocupada com o tom de voz da ruiva).

Dulce: Any eu preciso de sua ajuda, me meti em um problema e não tenho como sair dele sozinha. Por favor me ajude (disse ela chorando)

Anahi: Fique calma Dulce, fique tranquila meu bem e me diga o que aconteceu (Dulce não respondeu e Anahi levantou-se abruptamente).

Dulce: Any por favor...

Anahi: Não posso te ajudar se não sei do que se trata (disse carinhosamente) Fique calma e me diga o que houve. Onde você está Dulce?

Dulce: Na delegacia (disse simplesmente, Anahi alarmou-se) por favor Any vem logo.

Anahi: O que fez Dulce? (perguntou sobressaltada) O que houve? O que você fez?

                                                                                                             Continua...

O que será que aconteceu hein? Em que encrenca a Dulce se meteu dessa vez? Vamos conferir no próximo capítulo...

E o Christian, será que finalmente acordou o tapado?

Gente peço desculpas pelo sumisso, mas as coisas estão tensas e não tenho conseguido entrar, irei postar alguns capítulos aqui nessa web e deixarei a outra que escrevo parada por mais uns dias e logo volto a postar lá também. Agradeço pela compreensão e por lerem e comentarem a fic, muito obrigada, mesmo.