Fanfic: Ainda Há Tempo? | Tema: Portiñon

Christian: Eu vim para falar (fez uma pausa engolindo em seco) para falar sobre a forma que a tratei todo esse tempo.

Dulce: Olha... (disse Dulce parecendo cansada, aquilo não levaria a nada e só renderia mais agressões verbais e confusão,era assim que via as coisas e não queria aquilo) Não acho uma boa idéia, não vai levar a lug...

Christian: Dulce! (ela o olhou incomodada) Eu vim aqui para me desculpar com você pela forma como a tratei e por tudo que fiz você passar todo aquele tempo. Eu sou um perfeito idiota e fiz as coisas daquela maneira horrivel e em momento algum usei a razão para falar em meu nome (suspirou) Eu quero te pedir perdão por tudo e te garantir que estou totalmente consciente de que tudo que fiz foi errado e lamentável e que nada parecido voltará a acontecer,independente de como ou quanto você ainda possa vir a errar.

Dulce: Eu... Nossa, por essa eu não esperava (disse sincera).

Christian: Eu imagino que não (disse a encarando) Sei que pode estar desconfiando de minhas intenções e tem todas as razões para isso, mas... Não é nada disso que possa parecer, eu realmente estou muito arrependido e sim finalmente eu voltei a realidade e me dei conta do quanto errei e do quanto fui injusto e cruel com você naquele momento. Eu... eu quero mesmo que saiba disso e que me desculpe, por favor.

Dulce: Olha (respirou profundamente olhando para Anahi) eu nem sei o que dizer.

Anahi: Você não precisa dizer nada meu bem (disse serena) ele veio te pedir desculpas e reconhecer diante de ti que esteve errado naquela situação e em todo esse tempo. Mas todos sabemos que foi muito pesado o que você passou e foi muito forte toda aquela situação. È natural que você se sinta magoada, desconfiada e até mesmo ressentida em relação a isso. Você não precisa dizer nada se não quiser ou se não se sentir confortavel. O ele quer é desculpar-se e reconhecer seu erro, mas ele sabe que nada disso é fácil e que você precisa de tempo para assimilar tudo...

Christian: Sim, totalmente (confirmou ele).

Anahi: O que ele quer é que você saiba disso (continou ela) Mas o que você fará com essa informação é uma decisão sua e ninguém aqui vai te julgar por isso. Leve o tempo que precisar para pensar sobre isso e fique a vontade para tomar a decisão que quiser, inclusive se a decisão for não tomar decisão alguma.

Dulce: Tudo bem (disse séria) Eu não vou dizer que me sinto confortavel ou feliz com isso porque não me sinto, e se eu disser que não tenho alguma desconfiança a respeito eu estaria mentindo. Eu sinto que o que passei foi terrivel e eu nunca vou esquecer (seus olhos marejaram fazendo Anahi se sentir incomodada) Nunca. Mas também não vou me fazer de santa e ofendida porque todos sabemos que não sou. Talvez se eu estivesse em seu lugar eu poderia ter feito o mesmo, embora um prato de comida nem mesmo alguém como eu seria capaz de negar a alguém (Christian desviou o olhar se sentindo muito envergonhado) Eu não sei se vou conseguir voltar ao normal, porque no fim das contas eu tenho os meus defeitos e um deles é ser rancorosa. Mas o que posso prometer é que irei tentar entender seu lado da história e tentar não te julgar com a mesma dureza com a que fui julgada. Eu não sei se vou conseguir, mas irei tentar.

Anahi: Isso já é muita coisa tendo em vista a gravidade da situação (disse ela abraçando Dulce de lado) O importante é que saiba que ele não voltará a te desrespeitar.

Christian: È isso Dulce, jamais voltarei a me comportar dessa forma tão desprezivel. E farei todo o possivel para que você veja que estou sendo sincero em minhas palavras. Não irei forçar nada e esperarei o tempo que for necessário para que volte a confiar em mim.

Dulce: Bom, vai, tudo bem. Não sou nenhum modelo de perfeição e bom comportamento também, eu erro o tempo todo e se for para falar em perdões, acho que precisarei muito mais deles na minha vida do que você (disse muito triste) Enfim vamos ver como isso vai seguir. Eu tentarei sempre ser o mais amistosa possivel.

Christian: Certo. Obrigada Dulce (disse desconcertado) E me desculpe mais uma vez.

Anahi: Bom, então já que conversaram e entraram em um acordo inicial,vamos jantar? (disse a loira vendo que Dulce não se sentia a vontade em continuar com o assunto) não sei vocês mas eu sinto muita fome.

Dulce: Sim vamos (disse ela rapidamente, queria sair daquela situação constrangedora o mais rápido possivel).

Christian: Se eu não for incomodar (disse receoso).

Dulce: Não vai (disse firme).

Anahi: Então vamos antes que esfrie...

           O jantar foi melhor do que Anahi imaginou, Christian e Dulce conversaram educadamente durante muito tempo, tendo Anahi e Maria apenas como companhia a mesa. As mulheres olhavam os dois sabendo que ambos se esforçavam para conseguirem conviver e aparar as arestas. Anahi não tinha dúvidas que a relação entre eles um dia voltaria ao que era antes, já Maria duvidava bastante disso. Mas a verdade é que só o tempo diria qual das duas mulheres carregava a razão.

           Após perceber que o assunto entre eles havia terminado, Anahi resolveu perguntar ao irmão se havia pensado sobre o que conversaram mais cedo e se já tinha uma decisão tomada. Christian embora nervoso, disse calmamente que não, e pediu um tempo mais para pensar no assunto e tomar uma atitude... Dulce pensava naquele momento se Anahi teria dito ao irmão sobre o que haviam visto sobre Liz, mas imediatamente entendeu que não, se fosse assim ele não estaria tão calmo, certamente estaria arrasado e nem ao menos estaria alí a mesa naquele momento.

          Embora Dulce não tenha aberto a boca enquanto os irmãos conversavam, Anahi soube apenas em olhar para a ruiva, sobre o que ela pensava, e apenas com um sútil menear de cabeça respondeu a aquela pergunta muda...

          Após jantarem, sentaram-se na sala tomando um café e passaram mais ou menos uma hora conversando sobre vários temas, até que Christian comunicou que precisava partir. O mesmo foi acompanhado pela irmã até a porta e após uma breve despedida, ele se foi, deixando a porta uma Anahi muito preocupada.

          Já tomadas banho e deitadas, as duas mulheres iniciaram uma conversa, onde Dulce questionava se a loira tinha certeza do arrependimento do irmão e se podia mesmo confiar naquilo, uma vez que Anahi era sua irmã, tinha mais chances de saber identificar isso do que ela.

          A loira garantiu que eram verdadeiras as desculpas e as intenções de uma boa convivência, embora Dulce ainda estivesse com dúvidas, resolveu relaxar.

           Anahi contou a Dulce como Christian havia ido até a empresa para explicar tudo que havia acontecido e para desculpar-se. Contou tudo que o irmão havia lhe dito e Dulce não conseguiu ficar surpresa ao ouvir sobre o caráter de Liz, já sabia que ela era assim, afinal quando foi confrontada na empresa, Liz havia deixado bem claras as suas intenções.

          O que sim pareceu uma surpresa para Dulce, havia sido a maneira em que Christian havia caído tão facilmente em toda aquela manipulação, já tinha ouvido falar que pessoas apaixonadas costumavam ficar cegas e surdas, mas não chegou a imaginar que fosse em tal extremo.

          Após conversarem e Dulce ouvir Anahi contar como havia sido seu dia, a ruiva deitou-se lentamente sobre a namorada e sem avisos ou pudores, iniciou um jogo de sedução,usando movimentos rítmicos de seu corpo contra o corpo da loira, fazendo Anahi esquecer completamente o que dizia.

          Após vários minutos de provocações, a ruiva inicou suas investidas com movimentos frenéticos de seus quadris contra os quadris da loira, que imediatamente passou a mover-se no mesmo tempo,ritmo e urgência.

          Dulce estava a ponto de enlouquecer alí mesmo, quando Anahi em um movimento rápido a puxou pelos cabelos firmemente rodando o corpo para seu lado esquerdo, e a levando consigo. Após trocar as posições e manter-se acima da ruiva, Anahi tratou de arrancar-lhe a pouca roupa que mantinha, em seguida fazendo o mesmo com as suas.

          Voltou a escalar o corpo da ruiva e posicionou-se da mesma forma em que Dulce havia feito tempos antes. Com a respiração alterada e a pele completamente arrepiada, Anahi passou a movimentar-se impiedosamente,fazendo com que seus sexos recebessem todo o atrito causado pelo ato... Dulce fechou fortemente os olhos,cravando suas unhas ainda que curtas nas costas de sua namorada,entrelaçou sua cintura com as pernas e passou a mover-se desesperadamente, acompanhando a frequência e a intensidade empregadas pela loira.

          Uma hora depois Anahi levantava da cama devagar, tentando não acordar Dulce. Após banhar-se e vestir-se parou diante da janela observando a vista do lado de fora. O ar estava úmido e apesar de não chover fazia frio. Tão frio quanto ela sentia dentro de si. Achava impressionante o fato de mesmo tendo ao lado a pessoa que amava, de estar com ela, de ter sua empresa, de estar trabalhando duramente para reergue-la e de saber que no fim de tudo conseguiria isso e portanto saber que tinha muita coisa para ser feliz, ainda que também tivesse problemas é claro, mesmo assim não conseguia alcançar esse sentimento.

        Os dias, mas principalmente as noites, a maltratavam de forma avassaladora, não importando onde estivesse, como estivesse ou com quem estivesse. Era horrivel essa sensação de imenso vazio e tristeza que a devastava. Ela tinha muito, muito mesmo, não podia ser ingrata com a vida, mas seu coração lhe dizia que faltava o principal: Pedro!!! Onde estaria Pedro!? Não tinha idéia e isso ameaçava destruí-la completamente. Não conseguiria parar até saber o que havia acontecido a ele, que fim tivera. E esse "simples" pensamento de fim já acabava com ela. Mas ao menos a partir desse dia saberia ao certo o que o destino havia reservado para ela: Finalmente a paz por tê-lo encontrado e então poder ter o direito de seguir a vida? Ou um eterno calvário? Afinal sabia que jamais poderia seguir em frente sabendo que Pedro assim como Matheus, havia morrido de maneira tão cruel sem que ela pudesse fazer nada para evitar isso...

        Anahi tempos atrás havia prometido a si mesma, que caso encontrasse Pedro, bem e vivo, lutaria para recupera-lo e uma vez que o fizesse, apesar de toda a dor e angústia que sentia e sentiria até o último dia de sua vida pela morte de Matheus, iria lutar para seguir em frente, voltar a ser feliz, cuidar de seu filho, lhe dar o amor e o carinho que lhe roubaram a oportunidade de ter por tanto tempo e fazer o que fosse para que a vida se tornasse mais leve.

        Mas se ao descobrir sobre ele a única realidade fosse que seu pequeno filho também já havia perdido a vida,não lutaria por nada mais, nem mesmo por viver, se entregaria ao que o destino lhe reservasse, e a partir daí só poderia rezar para que fosse o que fosse, terminasse bem rápido...

       Era muito o amor que tinha por Dulce, mas nem mesmo esse amor era capaz de arrancar de seu peito sentimentos e sensações tão dilacerantes como os que lhe faziam sofrer. Talvez tivesse sido um grande erro ter permitido que Dulce entrasse em sua vida daquela maneira, talvez o mais correto fosse tê-la afastado e seguido a vida,talvez tenha sido uma grande egoísta ao envolver e deixar-se envolver por alguém que sofreria um dia, caso ela já não tivesse condições e nem vontade de estar alí...

       Cansada e ainda mais angustiada com seus pensamentos, Anahi voltou para cama e deitou-se, fechando bem os olhos e tentando controlar o enorme mal estar que sentia, tentando amenizar o grande vazio que lhe causava dor. Tentava esvaziar sua mente de seus pensamentos ruins quando sentindo Dulce abraça-la,a ouviu perguntar:

Dulce: Onde foi amor? (sonolenta)

Anahi: Tomar banho ( o tom não saiu do jeito que desejava)

Dulce: Está tudo bem? (perguntou ela levantando a cabeça)

Anahi: Sim! Tudo bem, só fui tomar banho mesmo. Volta a dormir meu bem (disse carinhosa).

Dulce: Você não está com sono?

Anahi: Não,acho que o banho me despertou completamente.

Dulce: Também, tem uma mania de tomar banho toda vez que terminamos de fazer amor, parece até que tem nojo de mim depois que acaba.

Anahi: O que? (perguntou séria) Tá brincando não é?

Dulce: Não (disse sentando)

Anahi: Como é isso, o que está pensando Dulce (disse sentando também).

Dulce: Toda vez você toma banho imediatamente depois que acabamos, se não tomar banho nem dorme.

Anahi: Mas isso não tem nada a ver com nojo, pelo amor de Deus.

Dulce: Hum...

Anahi: Dulce, eu só não gosto de me sentir, assim, é assim...

Dulce: Suja? (perguntou asperamente)

Anahi: Não, bom... (Dulce já ia levantando) Espera aí, me deixa explicar, se é que consigo. Eu só não lido bem com a sensação de me sentir assim, sei lá, úmida. Meu problema não é emocional nem nada do tipo, é fisico mesmo,a sensação de umidade é horrivel para mim (Dulce a olhou) Fico do mesmo jeito quando vem as regras, não tem nada a ver com você ou com o que fazemos.

Dulce: Sei...

Anahi: Estou te dizendo a verdade (disse séria) Alguma vez já menti para você? Acho que sempre fui sincera e sempre disse as coisas de frente. Tá, teve aquela história da sua irmã, mas...

Dulce: Ai nem me lembre disso, que me volta a raiva (falou brava).

Anahi: Mas você entende que a situação era delicada e dizer traria muitos problemas. Mesmo assim eu jurei nunca mais omitir nada mesmo que fosse algo ruim ou algo desse tipo, independente dos problemas que isso pudesse trazer e eu tenho palavra,te digo a verdade, sempre, sou sincera e honesta com você.

Dulce: Tá.

Anahi: Dulce.

Dulce: Tá Anahi, eu já entendi (disse em tom grosseiro).

Anahi: Se já entendeu por que está alterada desse jeito? E para que tanta grosseria? (perguntou a encarando).

Dulce: Desculpa, não quis ser grossa.

Anahi: Mas foi (disse apagando a luz do abajur e deitando) Aliás eu nem sei para que todo esse escândalo uma hora dessas e por isso. Que eu saiba todas as pessoas devem tomar banho após terem relações sexuais, que muitas não tomem não significa que esse não seja o correto.

Dulce: Mas você pula da cama logo em seguida e vai tomar banho como se tivesse suja ou com nojo de ter sido tocada.

Anahi: Por acaso eu pareço estar sentindo nojo quando me toca? Por acaso eu lembro de qualquer outra coisa que não seja seu nome quando me toca? Não, porque não estou pensando em nada disso, nem penso nisso, quando acabamos fico com a umidade e me sinto mal com isso, é apenas isso, não tem nada a ver com você, com ter feito amor com você ou com o que fizemos ou como, pelo amor de Deus de onde você tira essas idéias suas? (perguntou nitidamente perdendo a paciência).

Dulce: Ok, desculpa. Eu só disse o que pensei.

Anahi: Então pense melhor, por que só está pensando besteiras (Anahi respirou fundo tentando se controlar, não estava com humor para aquilo, sentia uma dor e um vazio que a estavam matando e ainda vinha Dulce com aquelas idéias totalmente fora da realidade para fazer aquele drama, não queria brigar, mas estava muito cansada) Vamos dormir vamos.

Dulce: Você disse que não tinha sono.

Anahi: Mas estou muito cansada, se fechar os olhos talvez durma.

Dulce: Cansada de mim?

Anahi: Você está querendo me irritar não é? (perguntou já irritada).

Dulce: Não! Eu só quero... nada deixa (disse deitando)

Anahi: Quer o que?

Dulce: Nada.

Anahi: Fala de uma vez Dulce, se vai mesmo criar conflitos que seja de uma vez.

Dulce: Eu pensei mesmo que sentisse nojo, eu penso isso desde a primeira vez que fizemos, por que eu dormi, mas vi quando levantou e foi tomar banho e depois deitou novamente, você fez isso em todas as vezes, todas mesmo, até no dia que fizemos no escritório, você foi no banheiro e se lavou.

Anahi: Mas eu já expliquei o motivo.

Dulce: Quando você estava com o Alfonso você também fazia isso? (Anahi achou a pergunta absurda, apesar disso respondeu)

Anahi: Sim! Porque como eu disse, não tem nada a ver com nojo ou algo do tipo e sim com o problema que tenho em me sentir úmida.

Dulce: Tudo bem! (suspirou) Desculpe. Eu me senti insegura (isso desarmou Anahi).

Anahi: Não tem motivos para isso, não tem porque se sentir insegura ou achar que me desagrada, porque isso não é verdade, eu te amo Dulce e te quero muito.

       Dulce avançou nela como se não a visse a muito tempo, a beijou com um desejo insano e com aparente desespero, Anahi correspondeu ao beijo com a mesma intensidade,mas ao perceber onde aquilo iria chegar tentou acalmar as coisas. Dulce a puxou para si e percorreu toda a lateral de seu corpo com a mão direita, a ruiva levava essa mesma mão para o meio de suas pernas quando Anahi a parou.

Anahi: Dulce.

Dulce: O que foi?

Anahi: Agora não, vamos dormir (pediu).

Dulce: Eu quero fazer amor Any...

Anahi: Mas nós já fizemos, está tarde e tenho que levantar daqui a pouco.

Dulce: Eu quero você amor.

Anahi: Dulce, meu dia foi terrivel, estou muito cansada, quero descansar pelo menos um pouco. De noite quando eu chegar a gente...

Dulce: Não me rejeita não (disse ela claramente envergonhada) Por favor.

              Anahi sentiu-se mal, estava falhando em alguma coisa naquela relação, certamente estava, alguma coisa não estava fazendo bem para que Dulce chegasse a pensar que poderia sentir nojo dela ou se sentir insegura daquela forma. Dulce só queria fazer amor de qualquer jeito naquele momento porque se sentia insegura em relação... em relação a que? Duvidava de seu amor ou de seu interesse sexual por ela? Não sabia...

             Sabia também que fazer suas vontades apesar de apenas querer dormir naquele momento, não era a forma de resolver esse tipo de coisa, mas sentia-se muito cansada, daria a  Dulce o que ela queria, a satisfaria, depois descansariam e assim que se sentisse menos exausta trataria de buscar as razões exatas daquele problema para que pudesse resolve-lo. Não era nada bom que em uma relação uma das partes se sentisse como Dulce estava se sentindo naquele momento, mas a coisa alí ia bem além do sexo, sabia disso e teria que ser apurado e resolvido com calma.

           Sem querer criar mais um problema alí, Anahi apenas a observou atentamente antes de dizer qualquer coisa, sentia tanto amor por aquela mulher, daria a vida por ela, mas parecia não estar demonstrando afeto da maneira correta ou de nenhuma maneira e isso era preocupante...

Anahi: Eu não estou rejeitando você...

Dulce: Tá bom (disse deitando-se, Anahi respirou fundo) Desculpe.

Anahi: Por que?

Dulce: Por isso (disse virando de costas para a loira) Essa situação, eu não queria constranger você.

Anahi: Não está me constrangendo (Mas Dulce se sentia terrivelmente constrangida e Anahi sabia disso) Dulce eu...

Dulce: Eu sei, me desculpe, sei que isso é errado e que não deveria fazer,eu não fiz por mal. Eu... Vamos dormir.

Anahi: Você não queria fazer..

Dulce: Sim, mas eu entendo, amanhã a gente faz,está tudo bem (disse como se estivesse cochichando) Boa Noite Any.

Anahi: Para com isso (disse a abraçando pelas costas) Vem cá.

Dulce: È sério, eu entendo mesmo.

Anahi: Sei que entende (disse beijando seu pescoço e mordiscando sua orelha) Hum... Vem amor vira pra mim (a puxou para mais perto de si enquanto levava a mão para sua intimidade).

Dulce: Any...

Anahi: Relaxa, você está agitada demais (disse a virando para ela) E deixe essas neuroses, você pensa cada coisa estranha. Está com mania de perseguição, sempre achando que estou contra você ou que não te amo. Meu Deus Dulce se eu não te amasse eu nem estaria com você,o dia que você entender o quão verdadeira essa afirmação é, você jamais voltará a duvidar do meu amor por você. Vem cá,vem...

          Outra coisa que Anahi confirmou naquele momento, era o fato de que seu corpo jamais seria imune ao toque de Dulce,pois bastou alguns toques da ruiva para que Anahi enlouquecesse completamente. Muitas vezes as coisas entre elas ficavam tensas e dificieis, mas era inegável que na cama, a relação delas era simplesmente imbatível...

Anahi: Eu te amo Dulce!

Dulce: Any... Eu também amo você (disse ela languidamente).

            As sete em ponto Anahi sentava em sua cadeira nas Empresas Portilla, imediatamente iniciou seu dia de trabalho sem dar tempo para pensamentos ou qualquer outra coisa  que pudesse atrapalhar seus planos. Saíria da empresa antes do horario do almoço, iria a uma loja e em seguida em um encontro que tinha pendente, logo após iria visitar Angel e então finalmente voltaria a empresa onde trabalharia até a noite...

           Já eram mais de meio dia quando Anahi deixou a loja, havia levado mais tempo do que o esperado, mas se fosse mais rápida na próxima tarefa ajustaria o horario novamente,pensando assim não perdeu tempo e seguiu para seu encontro... Após uma hora deixou o local,feliz e satisfeita,havia saído tudo como o esperado, melhor até e considerando que nada mais faltava, Anahi dirigiu-se imediatamente para sua visita a Angel, teria que fazer uma visita um pouco mais rápida do que o esperado, mas compensaria no dia seguinte, afinal não deixaria de visita-la um dia que fosse. Faria Angel sentir-se querida e importante, considerava isso uma parte importante para uma recuperação boa e mais rápida, pessoas felizes melhoravam mais rápido, ao menos isso dizia Maria.

         Conversaram como se não se vissem á muito tempo e logo após uma rápida passada na sala do médico responsável por Angel, Anahi deixou o hospital voltando para a empresa,tinha muito a fazer e não pretendia perder tempo.

          O resto do dia demorou demais a passar ou ao menos Anahi sentiu dessa maneira, já era tarde quando chegou em casa, mas havia terminado tudo que havia planejado para aquele dia e finalmente com seu dever cumprido estava livre para seguir com seus planos.

          Ao subir ao quarto porém, notou que Dulce ainda não se encontrava nele, estranhou, afinal já deveria estar alí,combinaram isso pela manhã quando Anahi deixou Dulce em frente ao seu apartamento, não tendo muitas opções decidiu esperar.

          Já havia se passado duas horas e nada de Dulce, tentou ligar algumas vezes mas aparentemente o aparelho se encontrava desligado. Já deitada e sem saber o que pensar, Anahi fechou os olhos para descansar sua cabeça que doía fortemente e sem ao menos perceber, adormeceu.

          Já eram oito da manhã quando Anahi despertou, Dulce não estava lá e por mais que Anahi não quisesse admitir isso a ressentiu. Sem pensar muito a respeito seguiu para o banho e vários minutos depois já vestida e penteada, lembrou que em poucos minutos a surpresa que havia preparado para aquela manhã estaria alí, em sua porta e isso a fez sentir-se uma grande estúpida.

           Respirando fundo desceu carregando seu celular consigo, tentava ligar para cancelar a surpresa, mas sua chamada nunca havia sido atendida. Minutos depois ao ouvir soar a campainha, a loira fechou os olhos fortemente, sentia-se envergonhada pelo que passaria a seguir, mas não tendo como escapar desse constrangimento,dirigiu-se a porta para resolver aquela situação.

           Sem fazer muitos rodeios, Anahi comunicou que a surpresa estava suspensa, uma vez que a dona da mesma não se encontrava no local, recebeu os presentes que seriam entregues e agradeceu pela presença dos envolvidos. Após ver com tristeza como sua surpresa havia sido arruinada, Anahi fechou a porta e ao virar-se deparou-se com Maria. Anahi a olhou seriamente, mas não pretendia dizer nada, não tinha nada mesmo a dizer. Maria por sua vez por mais que quisesse, não foi capaz de controlar o que pensava e muito indignada perguntou:

Maria: Ela não veio?

Anahi: Não! (suspirando, Anahi virou-se e dirigiu-se a porta do escritório, enquanto dizia) Como você pode ver, nada de novo acontece por aqui.

Maria: Menina (notando a amargura na voz de sua menina, Maria tentou controlar seu mau humor) Sabe, tem vezes na vida, que por mais que a gente faça, por mais que a gente lute e por mais que a gente queira... Não flui,não acontece,simplesmente não dá certo. Tem gente que não vale nosso esforço, nossa boa vontade,nosso amor. Tem gente que por mais que a gente queira, não são da gente.

Anahi: Isso está muito claro para mim Maria, tão claro quanto o fato de que se nascemos, morreremos um dia... (era nitida sua frustração  e sua melancolia,isso fez o coração de Maria doer) O que não está claro para mim, é o por que ainda tolero isso.

Maria: Não vou me meter na sua vida e nem dizer o que deve fazer com ela, é sua vida, são suas escolhas. Só o que te peço Anahi, é que não deixe essa mulher desvalorizar e humilhar você assim (disse com os olhos marejados, vendo como os olhos de Anahi marejavam também) Você não merece isso filha, você não merece isso.

Anahi: Eu sei Maria (disse com a voz rouca) Eu sei.

            Anahi olhava a tela de seu computador sem realmente vê-la, sentia tanta tristeza, mas sabia que nem ao menos deveria sentir-se assim. Dulce era exatamente desse jeito e jamais fingiu ser outra coisa, disso nunca poderia acusa-la. Dulce era exatamente assim e não fazia questão alguma de dissimular.

            Esperou por horas que Dulce aparecesse, ligasse ou qualquer coisa do tipo, mas isso não aconteceu,o dia passou lentamente e mesmo trabalhando não conseguia esquecer, Após o almoço, que nem ao menos tocou, Anahi dirigiu-se ao hospital e iniciou com Angel uma conversa leve e informal.

           Angel conversou normalmente fingindo não notar a tristeza e o desconforto de Anahi sempre que o nome de Dulce havia sido citado. Não entendia o que acontecia, mas sabia que Anahi não merecia passar pelas coisas que passava.

           Após uma longa conversa e de ver Anahi se colocar de pé para ir embora,Angel se encheu de coragem e perguntou o que sua ex chefe sentia, afirmou saber que ela não estava bem e que algo a machucava, seus olhos diziam isso claramente... Anahi analisou por vários segundos se devia ou não falar sobre o assunto e por fim desabafou com aquela mulher que dedicava sua amizade a ela de maneira amorosa e sincera e que nunca proferia palavras e pensamentos ruins ou negativos.

Anahi: Então em resumo foi isso. Hoje é aniversário de Dulce, estou preparando esse dia por meses, o pensei desde a noite anteiror, que deveria ter sido ontem. Até a manhã seguinte, que deveria ser amanhã, fiz tudo com detalhes e carinho, fiz tudo como ela gosta e ela simplesmente não apareceu e nem deu noticias, apesar de ter combinado comigo que estaria lá em casa ontem a noite (Anahi respirou muito fundo) Sabe, eu entendo muita coisa,eu tolero muita coisa,mas eu sou um ser humano como outro qualquer e tenho sentimentos (seus olhos já estavam marejados e as lágrimas não demoraram a aparecer mesmo fazendo todo possivel para controla-las) E honestamente eu não aguento mais isso,estou muito cansada. Para mim relacionamento é para somar,para trazer paz e não para deixar alguém mais infeliz e vazio do que já se sente. Claro que relacionamentos tem problemas e momentos dificieis, assim é a vida afinal, mas relacionamentos não são para trazerem apenas problemas e desgostos. Enfim, me desculpe, eu não tenho que estar te dizendo essas coisas.

Angel: Imagina, foi eu quem perguntei afinal, e somos amigas não!? Amigos são para isso,para estarem quando o outro está feliz, mas principalmente para estarem quando o outro precisa. E sim você tem razão, relacionamentos são para agregar e não para trazerem sofrimentos (se calou por um tempo) Já falou com ela sobre isso?

Anahi: Com Dulce não adianta conversar Angel, ela não muda, não melhora, ela não funciona como a maioria de nós, ela tem um jeito de ser realmente complicado, eu a amo,muito, mas não estou suportando mais conviver com ela. Eu nunca deveria ter me aproximado dela, deveria tê-la afastado de imediato, eu... Tudo na vida tem um preço e nesse caso um preço alto demais.

Angel: Entendo (Angel sentiu uma grande tristeza se apossar dela, embora não entendesse o motivo) O que pretende fazer em relação a isso?

Anahi: Desistir Angel, Desistir...

                                                                                                           Continua...

                                                                                                 Continua...

Gente postadooooooo, desculpem a demora em postar mas estou fazendo o possivel para ter um tempo. Obrigada por comentarem,fico muito feliz de verdade... Obrigada pela preocupação gente, realmente meu problema não tem solução não, mas o que não tem jeito só nos resta aceitar não é...

Gente a partir do próximo capítulo as verdades mais importantes vão começar a aparecer e vai ser bem....

Beijão e até o próximo capítulo.